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Jun07
Chaves - Restos mortais da antiga buvete
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Não perco uma oportunidade para ganhar uns pasteis de Chaves e ainda bem que foi “só” pasteis, olha se fosse presunto de Chaves. O que não faria por um bom presunto de Chaves, do genuíno, claro, aceito um desafio para o presunto.
Brincadeiras à parte vamos lá ao que interessa. No passado dia 8, no blog Chaves Antiga (link aqui) foi publicada uma foto da zona termal em inícios dos anos 50. O nosso amigo Pizarro Bravo, nos comentários, lançou um desafio para saber se alguém sabia do paradeiro da pedra com inscrições que servia de padieira à fonte termal. Eu próprio aceitei o desafio e disse que felizmente e infelizmente sabia onde ela estava e explicava: felizmente porque ainda existia e infelizmente porque merecia melhor paradeiro do que estar a servir de muro ou assento junto ao parque infantil do Tabolado.
Não é ser saudosista, mas muitas vezes desprezamos e maltratamos o nosso passado e isso custa e até chega a doer. Os mesmos que tiveram a feliz ideia de há 60 anos atrás construir a buvete actual e dar então um bocadinho de dignidade ao espaço termal, também tiveram a infeliz ideia de demolir a buvete e fonte existente, pois espaço havia para poderem coexistir e hoje termos mais um local de interesse histórico para visitar e apreciar em Chaves, podendo até a buvete antiga servir como sempre serviu para fonte de digestões difíceis aberta 24 horas por dia. Mas não, o “destino” quis que fossem demolidos e hoje jazem por terra, não sei se a servir de muros ou bancos ou “provisoriamente” esquecidos quase no seu lugar original, ignorados por toda a gente porque poucos sabem o que são aquelas pedras.
Sou um sonhador saudosista, mas há sonhos que penso que poderão ainda vir a ser possíveis realidades. Um dos sonhos é ver de novo a pérgula do bacalhau a dar sombra no seu sítio original, outro é ver o cine-teatro de novo com as portas abertas, outro é ver de novo a antiga buvete erguida no espaço termal e que bem poderia servir de cobertura a tal fonte das digestões difíceis, mesmo que deslocada do seu sítio original. E só vos deixo um pouco dos meus sonhos que ainda são possíveis e já nem vos falo dos que são utópicos dos quais vos deixo só um para amostra – o de ver a vila velha de Chaves fechada pelas suas muralhas.
Claro que sonhar não custa!
E hoje fico-me pelos sonhos, amanhã há mais cidade de Chaves.
Até amanhã! Ah! já esquecia, venham lá os pasteis!