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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

30
Set06

Chaves rural - Sobreira e as vindimas


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A imagem de hoje é de Sobreira, freguesia de Águas Frias, mas poderia ser de uma aldeia ou outra freguesia qualquer. Estamos em pleno tempo de vindimas e esta imagem repete-se por todo o concelho, pois há que ter as pipas preparadas e devidamente empertigadas para receber o vinho novo que irá estagiar, pelo menos, até ao S.Martinho numa boa pipa, pipo ou tonel de madeira de carvalho. Vinho que irá fazer companhia às refeições e delícia de quem o trabalhou.

Estou a falar do vinho de lavrador, pinga que ainda se faz de modo artesanal sem qualquer enólogo (oficial) ou especialista (oficial) por perto com tratamentos milagrosos de sabores, mas feito por verdadeiros especialistas artesanais, desde o cuidar, podar, estrumar, sulfatar, enxofrar e tratar da vinha, ao vindimar, ao tirar os podres, ao “mastragar” e pisar as uvas com os pés num lagar de pedra, a espera do levantar seguido do ritual de baixar o bagaço, o espremer do bagaço e o envasilhar na pipa. É um demorado e cuidadoso processo que vai ser saboreado copo-a-copo durante todo um ano, numa mesa transmontana e portuguesa, com certeza e, claro, dado a provar ou a beber com todo o orgulho aos familiares, amigos e visitas. Por isso, se for de visita a uma das nossas aldeias e lhe oferecerem um copo, aceite-o, porque é oferecido com o orgulho mas também o carinho de quem o trabalhou e pode ter a certeza que vai beber uma boa pinga de lavrador.

Quanto a Sobreira, este é o post das vindimas. Oportunamente terá aqui o devido post dedicado à aldeia e à sua gente.

Até amanhã, numa outra aldeia do concelho, pela certa em plena vindima.
29
Set06

Em Chaves há árvores que não morrem de pé


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Dizem que as árvores morrem de pé, pois esta é uma excepção à regra – morreu deitada.

Ao que sei, os entendidos na matéria, aquando do arranjo da envolvente do Forte de S.Francisco não deixaram retirar esta árvore por ser de uma espécie protegida. Na altura, a árvore embora já tombada ainda estava viva. No entanto, com o decorrer das obras a árvore acabou por, definitivamente, morrer. Admito que a ideia inicial de a proteger (enquanto viva) e até de a aproveitar como elemento decorativo, tinha um certo interesse, mas com a sua morte tudo mudou.

Em principio (acho eu) deixou de ser protegida porque está morta e assim, embora continue a achar que ainda pode ter um certo interesse decorativo, a árvore deixa de ter uma razão legal de existir no local e até de ter o seu interesse inicial. Além da razão legal, ou do possível interesse decorativo, há o perigo da existência de uma árvore morta num local público. Não que ela venha a cair, porque já está caída, mas sim porque é um convite às crianças das duas escolas próximas (Esc. Sec. Dr. Júlio Martins e Esc. Sec. Fernão de Magalhães) e outras crianças de visita ao jardim, para sobre ela darem liberdade ao seu imaginário e às suas brincadeiras. Como morta que está, os galhos da árvore deixaram de ter a resistência (estão podres) coisa que as crianças no seu imaginário nunca colocarão em causa, o que transforma a árvore num de atracção sim, mas perigoso.

Há largos meses que tenho o registo fotográfico desta árvore e também há muito que queria publicar este post, mas só hoje o faço porque acho que já passou o tempo suficiente para publicar este post a frio.

Acontece que neste cenário e nesta árvore ocorreu um acidente grave com uma criança há uns meses atrás, que por pura sorte não foi mortal, embora grave. A criança em causa, por mero acaso, é meu sobrinho, com ele estava o meu filho e mais meia dúzia de amigos que num intervalo de aulas brincavam inocentemente nesta árvore. Graças a Deus tudo terminou em bem. O meu sobrinho recuperou e aparentemente as lesões não deixaram mazelas e, serviu-lhe de lição, a ele, ao meu filho e aos amigos.

E tudo poderia terminar em bem. Mas hoje, mais uma vez senti um “arrepio na espinha” ao passar por lá e ver outras crianças que inocentemente se penduram e brincam nos galhos desta árvore morta, que sem saberem do perigo que correm, podem estar a arriscar a própria vida e surgiu-me de novo a pergunta:

- Não seria já tempo de esta árvore ser retirada? Digo eu, que nada percebo do assunto, mas que sou pai, tio e amigo dos amigos dos meus filhos.

Até amanhã, numa aldeia do concelho, onde as árvores quando morrem só servem para arder numa lareira.




28
Set06

Chaves e os meus sonhos


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“ I have a dream” e é bem menos complexo que o sonho de Martin Lutther King, o meu resume-se simplesmente a um dia ver esta rua, a Rua de Stº António, sem trânsito automóvel, com uma ou outra esplanada, com gente a passear, crianças a brincar e a viver a plenitude desta rua. Mas para o sonho ser completo, a meio da rua, gostava de ver a vida dos velhos tempos, do café Ibéria, do Comercial e principalmente do Cine-Teatro, que mais uma vez está à venda pela Autarquia, com a liberdade de se poder converter, quem sabe, em lojas de chineses ou em mais gaiolas habitacionais…
27
Set06

Chaves - As Freiras da esquina do Lopes ao Aurora


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Quem não tem passado, não existe.

Há dias, um visitante do blog deixou estas palavras no comentário a um post aqui publicado: “todo o homem que não se volta para trás no caminho da sua vida para ver suas raízes é um homem perdido”. São palavras sábias que me deixaram a reflectir…

Mas vamos ao post de hoje, ao qual o intróito não poderá ser alheio.

Infelizmente legendo a fotografia com: Chaves – Freiras, pois o tempo do jardim já lá vai. Mas, infelizmente também, já começo a dar a perda do jardim como consumada, uma perda ao qual está ligada muito do passado de Chaves.

Já várias vezes o disse aqui, que as freiras sempre foram um lugar emblemático da cidade, principalmente nas últimas (largas) dezenas de anos ou melhor, desde que o Jardim das Freiras foi construído. Tudo que existia à sua volta, faziam das Freiras o coração da cidade. Os Correios, a Caixa Geral de Depósitos, a GNR, os Bombeiros, o Liceu, a padaria da esquina, o barbeiro Inácio, o pronto a vestir, o café Sport, a esquina do Lopes, a loja das peças e o Aurora. Mas era à noite que as Freiras ganhavam toda a sua grandeza, principalmente de verão.

Mas deixando de parte toda a vida das Freiras, hoje quero mesmo e falar do pormenor, de dois em concreto que são reproduzidos em imagem na foto de hoje: o Aurora e a esquina do Lopes.

O Aurora
Curiosamente o Aurora é o que mais se assemelha às Freiras, acompanhando-as em toda a sua vida, decadência e morte. Embora hoje ainda exista, o Aurora está longe dos seus períodos áureos e de um café de referência na cidade de Chaves. Mas tem o seu passado, um passado rico por onde passaram todas as personagens locais e as que eram visita da cidade. Personagens intelectuais, políticas, das artes, do jornalismo, da cultura, do negócio. Era local de conversa de tertúlia e até de poesia:

“ Assapado de nariz levantado
Erguido o olho no mesmo sentido
Aí vai o que sai
Aí se assenta o que entra
E os que estão, fazem questão de fazer serão

A toalha na mesa tem certa beleza…
Parece que assim o sente a adolescente, contente
Que já é gente naquele ambiente
E as que maneiam o cu nas freiras
E entram lá dentro com tantas peneiras
E o intelectual das águas, bica e jornal…
E o caixadóculos RB? – ah!...
E os que enganados lá vão e saem corados

No aurora não nascem auroras
E é às alumias que servem os dias”

“in Família de Palavras”

A esquina do Lopes

Para quem não sabe, o Lopes era o nome do pronto a vestir que existiu no rés-do-chão da esquina (que curiosamente nunca foi em esquina) entre as Freiras e a Rua de Stº António. Lopes era o apelido do proprietário (que faleceu prematuramente nos anos 70) e que era filho do proprietário da Casa Lopes, outra loja do mesmo género situada na Rua de Stº António.

No entanto a esquina do Lopes ficou conhecida por aí se concentrarem alguns jovens “críticos” da vida das Freiras e da vida flaviense ou como hoje seriam chamados - um grupo da “má-língua” e da provocação. Eram um terror, principalmente para as jovens mais modestas passarem por lá e um desafio às que mais ousadas também por lá passavam em tom de provocação. Havia também quem apelidasse a esquina por “esquina dos tristes”. Fosse como fosse, da esquina do Lopes ninguém saía ileso.

E hoje foi assim, um regresso ao passado recente das freiras dos anos 70 e 80, pois ainda é assim que recordo este cantinho das Freiras.

Amanhã, cá estarei de novo noutra esquina da cidade.

Até amanhã!
26
Set06

Chaves e a noite da Rua do Sal


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Esta é a Rua do Sal que à noite fica um pouco insossa, que é como quem diz – sem vida, pacata onde o silêncio se instala, tanto, que para uma rua de cidade, até chega a assustar. Mas, embora goste de ver as ruas da cidade com a vida nocturna da juventude, mentiria se dissesse que não gosto de entrar por estas ruas adentro como quem desafia o silêncio quebra-o, mas sem o quebrar…mas isso, já é poesia.

Rua do Sal. Muita gente se pergunta porque a rua tem este nome. Pois segundo reza a história e consta na toponímia flaviense, esta rua, tal como outras que lhe ficam próximas, tomaram o nome do principal produto que nelas se vendia, como os cereais da Rua da Tulha, as carnes da Rua dos Açougues ou as couves, nabos, alfaces e demais hortaliça, na Rua Verde. Ao que consta no actual Largo do Anjo (ou 8 de Julho) então Terreiro do Anjo, situava-se o Armazém da Vedoria, uma espécie de depósito de munições e víveres, à volta do qual se processava o mercado da vila velha de Chaves.

Até amanhã, com ou sem sal num recanto da cidade.
25
Set06

Chaves e o novo Museu de Arte Sacra


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Um amigo ausente da terrinha pediu-me há dias para lhe enviar umas fotos do interior, do recém inaugurado, Museu de Arte Sacra. Aproveitando a deixa, aqui fica para todos um “pedaço” desse mesmo interior.

Este museu, que inicialmente esteve pensado e para ser instalado na Rua Bispo Idácio, no actual espaço POLIS (antiga cadeia ou polícia), funciona num anexo da Igreja Matriz (adjacente à sacristia).

O espaço é pequeno e apenas expõe umas dezenas (poucas) de peças de arte sacra, mas para quem gosta deste tipo de arte, não deixa de ser um espaço interessante e a visitar, suponho, pois não sou especialista nem amante da matéria. Seja como for, eu já lá fui e não deixa de ser mais um espaço para ser visitado em Chaves e que em muito ou em pouco, não deixa de enriquecer a oferta de visitas culturais da cidade e do no nosso centro histórico.

Até amanhã, numa nova visita à cidade.
24
Set06

Chaves, ainda um concelho a preto-e-branco...


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Na era do choque tecnológico, das sociedades protectoras dos animais, dos subsídios agrícolas europeus para mecanização e modernização da agricultura e sobre o mais recente asfalto, no concelho de Chaves, ainda há freguesias onde se trabalha a preto-e-branco e onde a batata, recém arrancada da terra à enxada, é transportada em carros de bois …e vamos dando graças a Deus por ainda ir havendo quem as semeie e as colha.

Depois sim, depois de retirada a quota parte do consumo caseiro, por uns trocados que às vezes nem dá para enxotar as moscas aos bois quanto mais para limpar o suor do rosto, começa a batata entrar no mundo colorido, onde o trabalho é a cores e tecnológico onde em segundos se transforma em batata frita dum McDonald’s qualquer a fazer a delícia colorida de um puto a caminho da obesidade ou às quais se apensa um código de barras ininteligível para ser vendido num outro hiper qualquer, isto claro, se o mercado assim o consentir, porque senão, apodrecem aos olhos de quem as trabalhou.

É fácil chegar à conclusão porque é que em muitas aldeias fecham escolas e a população se resume a meia dúzia de pessoas de outros tempos…é que por aqui, os “choques” ainda não são tecnológicos - são preto-e-branco.

Como seria bom que os senhores de Lisboa às vezes também pensassem um bocadinho a preto-e-branco.

A foto embora pareça de arquivo, foi tomada há apenas 7 dias, na montanha, entre duas aldeias da freguesia de Nogueira da Montanha, aqui no concelho de Chaves.

Até amanhã de regresso à cidade, onde também, ainda há muita coisa a preto-e-branco.
23
Set06

Chaves Rural - Granjinha


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E porque hoje é sábado, é dia de mais uma aldeia, hoje vamos até à Granjinha.

Descobri a Granjinha há cerca de 20 anos. Fui então, como hoje, à procura da capela românica (do Séc. XIII) já então para a fotografar, não para mim, mas a pedido de alguém. Desde logo o nome Granjinha apresentava-se como simpático e despertava a curiosidade da descoberta, ainda para mais com uma tão falada capela românica.

Então, tal como hoje, mal comecei a entrar na Granjinha, comecei também a ficar agradavelmente surpreendido. Não me parecia, e ainda hoje não me parece, ser possível existir um lugar assim a apenas umas centenas de metros do centro da cidade. A entrada na aldeia (núcleo) faz-se por uma rua estreita, curva e sombria, entalada por altos muros de granito por onde as heras caem. As poucas casas do núcleo (meia-dúzia), de granito à vista, as varandas de madeira e restante arquitectura, a paz, o abundante verde da vegetação e as suas sombras, parecem transportar-nos para um outro tempo, com um misto de paraíso e mistério, no mais longínquo recanto isolado no encontro, algures, de duas montanhas.

Então, tal como hoje, fui à Granjinha para fotografar a capela e perdi-me no encanto daquela rua de entrada, que por pouco não me faziam esquecer o objectivo de fotografar a capela.

Claro que então, tal como hoje, fotografei (dentro das possibilidades) a capela, mas o que realmente então, tal como hoje, me ficou registado na memória foi a rua de entrada.

Talvez por isso, por nos perdermos no encanto da rua, é que a localização da capela foi devidamente e duplamente sinalizada, hoje, até com direito a painel de azulejos na parede de uma construção recentemente reconstruída, onde a capela é orgulhosamente reproduzida, com seta de indicação e legenda - “ Capela da Granginha”. Até neste pequeno pormenor somos transportados para outro tempo, num tempo qualquer em que o j de Granjinha se escrevia com g.

Claro que, como o post só tem uma fotografia, a capela fica para uma segunda oportunidade, e que, dada (também) a sua beleza e importância terá direito ao seu próprio post.

E agora a ficha técnica da Granjinha: Pertence à freguesia da Valdanta e fica a 3 km do centro da cidade. O Acesso à povoação é feito a partir de Casas dos Montes, pelo Caminho Municipal 1057 em asfalto ou (para os amantes do todo-o-terreno) a partir do bairro da Várzea, em caminho de terra batida.

Até amanhã, numa outra aldeia do concelho.


22
Set06

Chaves - Ponte Romana


2966-c-bl.jpg
Sempre disse que não me canso de fotografar a ponte romana. É inevitável, sempre que passo por lá faço um novo registo.

Desta vez além do registo resolvi retocar a nossa top model. Raramente o faço, mas desta vez dei o gosto ao dedo e retirei-lhe o acessório para vos poder apresentar a ponte despida do seu habitual ambiente de fundo.

Até amanhã.
21
Set06

Um novo blog made in Chaves


height=335 alt=dinis-ponteira.jpg src="http://chaves.blogs.sapo.pt/arquivo/dinis-ponteira.jpg" width=480 border=0>

Hoje tenho a tarefa facilitada. Além de não ter que me preocupar com a imagem a seleccionar, anuncio um novo blog made in Chaves. Um blog de um flaviense barrosão (barrosão de nascença e flaviense de adopção e casamento) que desde que chegou a Chaves (há mais de 20 anos) além de outras artes, dedicou a sua arte de ver em fotografia a cidade, sítios e outros pormenores que só um artista sabe captar.

 O Blog Chaves I não podia ficar alheio a este nascimento, pois além de reconhecer no Dinis Ponteira (autor do blog) um amigo, reconhece também a sua arte de fotografar e, agradece também (mais uma vez) a sua colaboração no blog Chaves Antiga.

Se gosta de boa fotografia e da cidade de Chaves, é um blog a adicionar aos seus favoritos, pois boas fotografias e com certeza a cidade de Chaves não deixarão de passar por lá.

Click aqui e faça uma visita ao blog de Dinis Ponteira, que como não poderia deixar de ser, a partir de hoje terá link neste blog, na ala dos companheiros de viajem.

Claro que a foto de hoje é de autoria de Dinis Ponteira.

Até amanhã!

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