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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

11
Fev07

Sobrado, uma aldeia de montanha


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Nº1, nº2, 3 e 4 casas habitadas a 2 pessoas por casa = 8 pessoas. Eia como sou bom em matemática de desertificação, ainda por cima é uma disciplina que é muito fácil de compreender.

 

É assim no Sobrado, no casco velho do Sobrado. Muitas casas mas pouca gente, apenas os mais resistentes, os que teimaram em ficar (por amor com certeza) se agarraram à terra, não partiram e vão fazendo a vida no contar (que já é descontar) dos dias, à espera que chegue o Natal que aqui, é em Agosto, nas féria de verão, quando a aldeia ganha alguma vida com gente jovem, quando é chegada a hora de receber os filhos e netos que andam lá fora a lutar pela vida.

 

Triste sina a sina da vida na montanha deste Portugal desigual, mas o mais curioso e, que até chega a meter impressão, é que a gente da montanha é grande, valente e orgulhosa, não partiu, é certo, mas é como se tivesse partido por esse mundo fora e quando se vê ao espelho, vê filhos e netos com orgulho, honra e até vaidade de os saber bem na vida, na França, na Suiça ou seja lá onde for…e para eles, para estarem bem com a vida, é condição suficiente que os seus filhos o estejam e estejam livres da vida agreste da montanha.

 

O post de hoje é dedicado aos 8 resistentes do casco velho do Sobrado, septuagenários e octogenários que vivem os dias à espera do Natal, que lá, é em Agosto.

 

E agora a ficha técnica do post:

 

Sobrado, aldeia localizada no planalto da montanha, logo a seguir ao Brunheiro, pertence à freguesia de Nogueira da Montanha, fica a 15 quilómetros de Chaves e o acesso é feito a partir de Chaves pela estrada nacional 314 e que chegados a France, é só virar à esquerda (antes ou depois – tanto faz). Terra da boa batata, alguma castanha, lenha e as culturas próprias do planalto da montanha. Potencialidades agrícolas não lhe faltam, falta é gente.

 

A foto de hoje é da casa nº 3 do sobrado e os números prolongam-se por aí fora até ao 4.

 

Lamentos: - Para quando é que este Portugal será um Portugal igual!?  Tanto desprezo começa a fartar, como fartos estamos de ver este Portugal a duas velocidades como se houvesse um Portugal a cores e um outro a preto & branco.

 

Até amanhã de volta à cidade de Chaves.

 

10
Fev07

Janela Aberta para Outeiro Seco


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É sempre com agrado que anuncio um novo blog do nosso concelho. Hoje chega a vez de abrir uma janela para Outeiro Seco, para a sua tradição e modernidade, como o recém blog Outeiro Seco pretende.

 

Ainda bebé, com um único post, mas pela certa que esta janela aberta para Outeiro Seco nos irá trazer mais e interessantes post’s, pois motivos de interesse não faltam. Tradição, modernidade e história que remonta até à época romana são ingredientes mais que suficientes para que este novo blog se venha a tornar num blog de interesse.

 

Ficamos à espera que o blog Outeiro Seco cresça e nos traga a todos um pouco da tradição, modernidade e história da aldeia e freguesia. Outeiro seco merece-o e todos nós o merecemos ter a freguesia no mundo da blogosfera.

 

Claro que hoje além da dedicação do post, terá também link neste blog.

 

Para já saiba onde nasceu Outeiro Seco, vá até http://outeiroseco.blogs.sapo.pt

 

Esperamos mais post’s e mais Outeiro Seco.

 

Parabéns ao(s) autor(es), e força, toca a “postar”

 

A foto de hoje é também uma janela aberta para uma das maravilhas de Outeiro Seco – O Solar dos Montalvões, pena é que esteja abandonado, maltratado e parcialmente em ruínas – merece melhor destino.

 

Para quem não sabe, Outeiro Seco é aldeia e freguesia, fica aqui mesmo ao lado de Chaves (já sem separação física) e é praticamente uma freguesia urbana que mantém no entanto a sua ruralidade e ainda um convívio com parte da veiga de Chaves e o Rio Tâmega.

 

Da minha parte, até amanhã em outra aldeia e freguesia deste nosso concelho de Chaves.

 

09
Fev07

Uma imagem e uma ode


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ODE

 

(RICARDO REIS)

 

Não só quem nos odeia ou nos inveja

Nos limita e oprime; quem nos ama

Não menos nos limita.

Que os deuses me concedam que, despido

De afectos, tenha a fria liberdade

Dos píncaros sem nada.

Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada

É livre; quem não tem, e não deseja,

Homem, é igual aos deuses.

 

(1930)

 

 

Espero que a imagem e o poema vos digam alguma coisa… pois da minha parte, o cansaço, apenas me permite mais uma linha:

 

Até amanhã numa aldeia do concelho.

 

08
Fev07

Hospital de Chaves, era uma vez...


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Não é habitual servir-me deste blog para trazer aqui o que de mau ou mal vai acontecendo pela cidade. Também vou tentando manter-me afastado de políticas e politiquices e também disse a mim mesmo que revolta e revoltas, aqui nunca entrariam, mas há um tempo para tudo e há um tempo em que é preciso dizer – Basta, Basta Já.

 

Há uns tempos atrás, neste mesmo blog, eu referia-me aos zunzuns que andavam no ar a respeito do Hospital Distrital de Chaves. Hoje gostaria de vos dizer que os zunzuns não passaram disso, mas o pior confirmou-se ou está para acontecer.

 

Saiu a público nos últimos dias o Relatório Final da Proposta da Rede de Urgências, elaborada pela Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação das Urgências. Para quem quiser ter acesso ao documento completo aqui fica o link

 

 http://www.portugal.gov.pt/NR/rdonlyres/1B0973A6-3734-4712-AA41-8AC09A640C3F/0/Relatorio_Final_Urgencias_Hospitalares.pdf

 

Ainda antes de entrar numa breve análise do relatório, e para ilustrar o post de hoje,  vejamos o que diz a nossa Lei fundamental, a Constituição da República Portuguesa, a fim de melhor compreender um pouco do que quero expor:

 

Artigo 9º

(Tarefas fundamentais do Estado)

São tarefas fundamentais do Estado:

(…)

d) – Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo e a igualdade real entre portugueses,…

 

Artigo 64.º

(Saúde)

  1. Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.
  2. O direito à protecção da saúde é realizado:

a)      – Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito;

(…)

  1. Para assegurar o direito à protecção da saúde, incumbe prioritariamente ao Estado:

(…)

B) – Garantir uma racional e eficiente cobertura de todo o país em recursos humanos e unidades de saúde;

 

Então vejamos agora, resumidamente, a algumas partes do Relatório.

 

O relatório apresenta três Níveis de Serviço de Urgência. SUP, SUMC e SUB.

 

Ao que a nós diz respeito (Hospital de Chaves) actualmente estamos no nível SUMC, ou seja Serviço de Urgência Médico Cirúrgico. Com a proposta do relatório o “Hospital” de Chaves passará para o nível SUB, que resumindo, é resumido à “consignação de dois médicos e dois enfermeiros”. Mas (!) como Chaves tem mais de 40.000 Habitantes teremos ainda direito a uma ambulância de emergência.

 

Não, não me enganei e até vou repetir e sublinhar a bold o que o relatório nos oferece em troca dos actuais Serviços de Urgência Médico Cirúrgicos que temos tido até aqui e que por todos é conhecido : 2 médicos, 2 enfermeiros e 1 ambulância, mas não é tudo. Em nota de rodapé da página 9 do mesmo relatório consta ainda para o nosso Hospital : “com apoio cirúrgico enquanto funcionar a maternidade e até à conclusão  das melhorias das acessibilidades rodoviárias e a facilidade de referenciação”  Ou seja, até à conclusão da ligação Chaves-Vila Real por  Auto-Estrada. 

 

(E batíamos nós palmas e aplaudíamos de pé o que a Auto-Estrada nos iria trazer. Aquilo que nós pensávamos que iria trazer, afinal é para levar.)

 

E o resto do Relatório é blá-blá, mas não deixa de ser curioso o que diz a pág.3 do Relatório, no segundo parágrafo da introdução e, que reza assim: “Os grandes objectivos desta tarefa são: a melhoria da qualidade da assistência urgente emergente, da acessibilidade a estes cuidados, da equidade no acesso e da promoção da racionalização de recursos”  Se a introdução do relatório prometia, o seu desenvolvimento vem demonstrar como estas palavras para nós (Chaves) são enganosas e mentirosas.

 

E o que diz o Ministro ao respeito?  Concorda, claro, mesmo admitindo que o novo sistema é mais caro e nos vais sair dos bolsos. Espreite aqui o que ele diz:

 

http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Governos/Governos_Constitucionais/GC17/Ministerios/MS/Comunicacao/Notas_de_Imprensa/20070202_MS_Com_Rede_Urgencias.htm

 

Ainda antes de concluir, tenhamos em conta que os nossos actuas serviços de Urgência servem os concelhos de Chaves, Boticas, Montalegre e Valpaços, e que o número de habitantes residentes é perto de 100.000 pessoas acrescidas de uns milhares de pessoas que diariamente pernoitam nas nossas unidades hoteleiras, além de as ligações até Chaves serem feitas por caminhos e estradas secundárias, cheias de curvas, ratoeiras e muitas vezes sinuosas e ainda, que a aldeia do concelho de Chaves mais distante fica a 35 quilómetros o que, até nem é nada comparadas com as distâncias superiores a 100 quilómetros de aldeias do concelho de Montalegre que também são servidas pelo nosso Hospital. Ah! E ainda há a acrescentar que somos concelhos rurais e que muitos dos acidentes graves se dão em pela montanha com acesso difíceis até às vias de comunicação. Ou seja, é tudo a ajudar a uma realidade que desde o Terreiro do Paço teima em não ser vista ou a ser ignorada, afinal não passamos de provincianos “praqui” entalados no meio de montanhas.

 

Com políticas destas, os grandes centros e o litoral cada vez engordam mais e o nosso interior cada vez convida mais à partida e à desertificação, deve ser aqui que se aplica uma das tarefas fundamentais do Estado, essa do: “Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo e a igualdade real entre portugueses,…”

 

Claro que sim, já que estamos privados da cultura, da arte, do desporto, da música, das escolas superiores e de tantas coisas que só fazem mal à saúde,  para que queremos afinal um Hospital. Afinal por aqui “tá-se bem”! Vive-se e respira-se saúde.

 

Mas não é tudo e,  tal como diz a canção “este parte, aquele parte e todos, todos se vão”  também se foi o comboio, a alfandega,  a judiciária, o cine-teatro, o sonho do ensino superior e agora vão-se as urgências, o hospital e a Polícia de Segurança Pública já começa a fazer as malas, pois já está na bicha para ir a seguir. Depois lá chegará o tempo de ir o resto, como o Regimento de Infantaria. Já agora que levem também a Brigada de Trânsito, que assim já podemos fazer festas e emborracharmo-nos para esquecer ao nada a que vamos sendo reduzidos.

 

Como diz o outro – primeiro levam-nos os anéis, depois os dedos, logo a seguir os braços e por aí fora …

 

Mas nós, população em geral, políticos locais da oposição ou do poder, comerciantes e industriais, os “nossos!” deputados, forças vivas e actores da cidade e do concelho, somos também todos culpados e assistirmos impávidos e serenos ao levar de anéis e como sempre, vamos assobiando para o ar e cuspindo para o lado…

 

Não seria já tempo de todos unidos, principalmente os Partidos Políticos (todos) e poder local, aliados a toda a população vir para a rua a uma só voz fazer barulho e protestar!? Dizer - basta já!  Ou vamos continuar a ser acusados e ser conhecidos por só fazermos barulho e até arruaceiros que levantam paralelos e içam a bandeira espanhola pelo futebol. Olhai que a saúde é bem mais importante:

 

Pensem nisso!

 

Entretanto, para nem tudo serem lágrimas, terminemos com poesia e a alegria de um poema de um autor flaviense, que há cerca de 30 anos já escrevia assim:

 

PARA OS SENHORES DE LISBOA

 

Nascemos aqui

Onde o orvalho é só orvalho

Somos o resto que é paisagem

(…)

Quando com coisas assim nos põem à margem

Desculpem senhores

Mas um caralho daqueles que por cá se usam

Não ficaria mal    se com ele    levassem nas trombas

Os que de nós abusam

Tenho dito!

 

E eu também, mas antes, lembre-se disto: Daqui para o futuro, quando quiser ter um acidente, rachar uma cabeça, cortar um braço ou cair abaixo de uma obra, veja lá se o faz perto de Vila Real ou do Porto, porque aqui, pela certa, não irá haver que lhe valha.

 

Até amanhã, em Chaves, logo se verá como!

 

 

07
Fev07

Um cantinho do Arrabalde


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Hoje permitam-me que vos fale deste cantinho do Arrabalde, por sinal um dos cantinhos mais bonitos e também mais fotografados da cidade de Chaves.

 

Poder-vos-ia falar por exemplo do edifício do Banco Pinto & Sotto Mayor que por acaso é Millennium ou BCP, que também tem escritório de advogados à moda dos filmes americanos, que embora gente simpática e da terra, espero nunca vir a precisar dos seus serviços. Poderia talvez falar um pouco do edifício das varandas verdes e como elas se enfeitam na primavera com as sardinheiras vermelhas, das famílias, do antigo consultório do meu primeiro médico (o falecido Dr. Alcino), da Travessa das Manas, da Muralha Medieval… mas não!

 

Hoje, como é quarta-feira, dia de feira em Chaves, quero mesmo é falar-vos, do cantinho cá de baixo, onde, desde sempre, também a feira se faz e, é ponto de encontro de amigos, ponto de encontro para negócios, alguns ainda de palavra dada - negócio feito,  mesmo que o negócio só se realize na próxima feira. Negócios disto-e-daquilo que rivalizam com outros negócios de outros espaços também tradicionais, como a Madalena.

 

É aqui que parte da gente do nosso Chaves rural se encontra para os negócios das quartas-feiras, ou para um simples encontro para “botar um copo”. É aqui que os homens do boné se encontram, dos genuínos, dos que afastam o boné para coçar a cabeça quando pensam, ou que o levantam ligeiramente para cumprimentar um amigo.

 

Hoje de manhã pela certa que vai haver aí alguns negócios e muitos encontros, e então se o sol abrir, é quase garantido que o cantinho do Arrabalde vai estar cheio, nem que seja e só para apanhar um bocadinho de sol e dar um pouco de descanso e alivio ao reumatismo.

 

Até amanhã e feirem muito!

 

06
Fev07

Arra(baldes) de História


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Eu sempre o disse aqui no blog (e não só) que nesta cidade de Chaves, no dobrar de uma esquina ou no abrir de um buraco, tropeçamos logo com um pedaço de história, no mínimo com umas centenas de anos, mas se o buraco for fundo, o mais provável é que a centena passe a milhares de anos.

 

Pois alguém teve a feliz ideia (eu já explico) de neste Arrabalde fazer um parque de estacionamento subterrâneo. Claro que arqueólogos, historiadores ou simples curiosos interessados bateram palmas e aplaudiram de pé. Um buraco no Arrabalde dava no mínimo direito a muralhas seiscentistas. Pois dito e feito, nas primeiras “escavadelas” começaram a aparecer logo os primeiros vestígios da muralha, mas ao que parece, no aprofundar o buraco, começou-se também a entrar na história milenária da nossa cidade, dizem! Os trabalhos ainda decorrem, pacientemente, como a arte de escavar recomenda.

 

Ao que parece também, perdemos um desejado e necessário parque de estacionamento, mas…ganhamos mais um pedaço de história. Haja agora a humilde inteligência, em quem manda e pode, de fazer deste espaço mais um museu vivo da nossa orgulhosa história.

 

Um bem-haja a que teve a feliz ideia de neste espaço pensar um parque de estacionamento subterrâneo, da minha parte até lhe perdoo os anos que pela certa este buraco irá estar aberto, desde que seja por uma boa causa.

 

E já agora que se fala de muralhas e de obras, é sabido que o Jardim Público está em obras e que sob ele também existiram muralhas. Não quero ser radical ao ponto de pôr também lá as muralhas à vista e destruir o jardim (se é que ainda resta alguma coisa das muralhas), mas seria interessante pelo menos que à superfície existisse uma reconstrução simbólica das ditas muralhas, com um desenho feito em pedra e integrado no futuro pavimento pedonal do jardim, pelo menos todos ficariam a saber que lá, em tempos, também houve muralhas e serviria com certeza para compreender imaginariamente as muralhas no seu todo. É tão fácil fazer história nesta nossa cidade! E nem é preciso saber, basta ter a inteligência de querer, reconhecer e saber explorar as potencialidades histórico-turísticas que a cidade e a região oferecem, com direito a banhos quentes medicinais e tudo…

 

E por hoje é tudo, amanhã cá estarei de novo com mais história ou estórias da nossa cidade de Chaves.

 

Até amanhã!

 

05
Fev07

Curriculum Vitae da Nossa Top Model


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Muitas vezes aqui na blogosfera flaviense se tem falado da nossa Top Model, mas que eu saiba, nunca ainda ninguém deixo aqui o seu curriculum vitae completo.

 

Pois, acho que já é tempo de deixar aqui o seu curriculum vitae, ainda para mais quando a nossa Top Model já não é propriamente uma jovem.

 

Curriculum Vitae

 

Nome completo: Ponte de Trajano,  popularmente conhecida por Ponte Romana.

Filha de Marco Úlpio Nerva Trajano e de Roma, teve como ama desde a nascença Aquae Flaviae e os aquiflavienses que a ajudaram a nascer num demorado parto, pois talvez concebida no ano 73 antes de Cristo, só por volta do ano 100 depois de Cristo é que ela se deu a ver em toda a sua plenitude.

 

Nasceu com 140m de comprimento e 18 arcos. Desde cedo que se lhe conheceram os seus dotes na arte da passagem, que ainda hoje mantém. De tanto ser passerelle passou ela mesma a Top Model, que de tanta fama e beleza ter alcançado foi condecorada com o título de Ex-libris de Aquae Flaviae, hoje cidade de Chaves.

 

Casou cedo com o Rio Tâmega, de quem lhe são conhecidas muitas filhas, duas delas flavienses.

 

Claro que para manter a fama e a beleza e não acusar no seu corpo a idade, já foi submetida a algumas intervenções cirúrgicas, algumas simples como quando nos finais do século 19 lhe fizeram alguns implantes capilares, substituindo-lhes as velhas pedras por gradeamentos em ferro no penteado, e algumas mais profundas e sérias, com risco da própria vida, como a que sofreu no século 16, após um banho de banheira cheia que o Tâmega lhe deu, e que de tão violento e demorado que foi, lhe desfez alguns arcos que lhe foram repostos com sucesso. Fora essas intervenções são-lhe conhecidas algumas lipoaspirações de arcos. Pelo menos dois arcos completos já foram lipoaspirados, e parcialmente meia dúzia deles, mantendo actualmente 9 arcos sobre o rio e 3 descobertos sobre terra. Os restantes foram como que comidos por violação (e sem leviandade por parte da Top Model) por homens de dinheiro e sem escrúpulos, que até as suas casas lhes plantaram em cima. Mas de uma coisa estou certo, passou por várias intervenções, foi maltratada e tratada, violaram-na, taparam-lhe os arcos mas nunca recorreu ao silicone nem implantes artificiais e ainda hoje se mantém rija como um pêro e faz inveja às filhas, que muito mais novas, presumem de jovens, modernas e trigueiras… Que presumam à vontade, pois não troco as  suas duas filhas flavienses (Ponte Nova e de S.Roque) nem todas as filhas do Tâmega juntas por um só arco que seja desta “jovem” e madura Ponte de Trajano, mesmo com os seus 2000 anos de idade.

 

Perguntem ao Tâmega como é?

 

E hoje a brincadeira termina aqui. Uma brincadeira de imagem e palavras, mas uma brincadeira séria e com todo o respeito que a nossa Top Model e rio Tâmega me merecem e, que me desculpem os eruditos da história, a mesma que levada a sério, sempre me provocou muito sono.

 

Até amanhã, com ou sem brincadeira, séria ou não, é em Chaves, de certeza!

 

04
Fev07

Chaves Rural - Loivos


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E hoje vamos sair um bocadinho da linha do blog ao trazer aqui uma curiosidade da força da natureza. Não resisti e tinha de compartilhar esta curiosa foto convosco, tomada à entrada de Loivos, vindo de Vidago.

 

E assim, ainda não é hoje que Loivos irá ter o seu merecido post, mas já não estamos longe, pois já estamos na entrada da aldeia. Loivos passará por aqui com a pompa e circunstância que a aldeia merece, quer pelo seu património arquitectónico quer por simples curiosidades como a de uma aldeia que no tempo do comboio, tinha estação, “mesmo sem comboio”.

 

Uns destes fins-de-semana vamos novamente até lá.

 

Até amanhã de regresso à cidade.

 

03
Fev07

Chaves Rural - Soutelinho da Raia


.

Há dias, por mail, um visitante do blog chamava-me a atenção por, no post de S.Vicente, eu ter omitido o Raia, da qual muito se orgulhava. Claro que a Raia não só faz parte do nome de muitas das nossas aldeias como faz parte da vida de um povo que nasceu e sempre viveu na Raia e em função da Raia. Um povo que é feito do lado de cá e do lado de lá, que embora com uma fronteira política entre ambos e de nacionalidades também diferentes, nunca impediu que o povo fosse o mesmo e só um.

 

Pois hoje vamos até outra aldeia que tem Raia no seu nome. Soutelinho da Raia.

 

Geograficamente falando, por um lado, Soutelinho da Raia já é pertença do planalto barrosão que se dirige até Montalegre passando pela serra do Larouco, com vistas abertas para barroso. Por outro lado, quase a entrar-lhe pela aldeia adentro, tem a Galiza, a mesma que nunca lhe foi alheia, pois se hoje é pertença do concelho de Chaves e de Portugal, nem sempre foi assim, pois conta-nos a história que já houve um tempo, não muito longínquo em que Soutelinho da Raia pertenceu ao lado de lá da Raia.

 

Já em tempos e a respeito de Lamadarcos, trouxe aqui a história do Couto Mixto. Pois, e para ir de encontro à história de Soutelinho da Raia, penso não ser demais trazer aqui de novo a sua história.

 

“A norte de Montalegre situa-se o Couto Mixto composto pelas aldeias de Meaus, Rubiás e Santiago. Hoje pertencem a dois municípios galegos, mas até 1855, formaram um território com apenas 27 quilómetros quadrados, que gozava de uma série de privilégios, a começar pela auto governação, embora dependessem das casas do duque de Bragança e do Conde de Monterrei.

Os seus habitantes podiam escolher entre a nacionalidade portuguesa e a espanhola, ou nenhuma. Estavam isentos da tropa, de pagar impostos e até podiam cultivar tabaco. A falta de taxas aduaneiras favoreceu o comércio e também o contrabando. Quem fosse por um caminho que ligava o Couto a Tourém, em Portugal, não podia ser preso nem a mercadoria apreendida. E, para não perder tais benesses, os habitantes do Couto casavam uns com os outros.”

Pois bem, dirão vocês, o que é que tudo isto tem a ver com Soutelinho da Raia!?

 

Pois, hoje em dia, nada. Mas houve tempos em que a actual aldeia de Soutelinho da Raia era Galega e é precisamente aqui que entra o Couto Mixto, pois o tratado de Lisboa de 1864 instituiu a troca do Couto Mixto pelas aldeias de Soutelinho da Raia, Cambedo e Lamadarcos, hoje portuguesas, passando o Couto Mixto, desde então, a ser território galego e daí espanhol.”

 

Mas hoje, passados quase 150 anos, Soutelinho da Raia é aldeia e freguesia do concelho de Chaves.

 

Soutelinho da Raia é sede de freguesia e fica a 18 quilómetros de Chaves. Embora com 238 alojamentos (segundo o Censos 2001) só tem 192 pessoas de população residente, o que significa que sofre dos males da grande maioria das aldeias de Chaves em que a cidade se tornou mais atractiva e é pena, pois pessoalmente considero que como conjunto, é uma das aldeias mais bonitas do concelho de Chaves.

 

Pois para este fim-de-semana fica a sugestão de um passeio até Soutelinho da Raia, tomando a E.M. 507, em direcção ao Seara, depois nas Campinas recomendo virar à esquerda e passar por Calvão, sendo visita obrigatória a Srª da Aparecida e de novo Calvão, depois Castelões (pela estrada interior) e de novo a E.M.507 até ao S.Caetano. Aqui a paragem é de novo obrigatória e se levar merenda, tanto melhor. Depois é seguir mais um bocadinho pela E.M.507, e eis Soutelinho da Raia. O Regresso pode ser feito directo até Chaves.

 

Quanto à fotografia, é do Largo do Forno e é uma pequena amostra daquilo que por Soutelinho da Raia de pode ver, claro sem esquecer a Igreja e a Fonte, entre outros pontos de interesse.

 

Até amanhã em mais uma aldeia, de Chaves, claro.

 

02
Fev07

O Baluarte do Cavaleiro


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E cá pela terrinha nem tudo são más notícias, felizmente também vai havendo boas notícias, principalmente para quem gosta da cidade antiga, daquela que é milenar ou pelo menos centenária.

 

O Forte de S.Neutel está em obras de recuperação e arranjos exteriores. Pelas obras em curso já dá para ver que finalmente aquele espaço está a ter um tratamento digno do monumento nacional que lhe dá o nome.

 

Por outro lado, as escavações arqueológicas do Arrabalde, à medida que o tempo avança, cada vez mais deixam a descoberto mais um bocadinho da história de Chaves. Eu sei que o buraco incomoda muito olhares, mas olhemos para ele como um mal necessário, como um buraco cheio de história onde parte das antigas muralhas seiscentistas já estão à vista e vestígios romanos talvez já espreitem e depois tudo leva a crer que será mais um futuro espaço museu para enriquecer a oferta histórica desta cidade.

 

Mas o post de hoje é mesmo dedicado ao Baluarte do Cavaleiro da muralha seiscentista. A sua atribulada e até desastrosa reconstrução demorou, mas acho que valeu a pena. Embora as obras ainda não estejam concluídas, já dá gosto olhar para aquele bocadinho da nossa história em que pela primeira vez da vida mais recente do baluarte, se pode observar em parte desimpedido de obstáculos ou construções encostadas. Estou em crer também que após a conclusão da reconstrução do baluarte e do arranjo da sua envolvente, será mais um ponto de histórico de interesse e orgulho flaviense digno de constar de qualquer roteiro turístico da cidade.

 

Nos próximos post’s passaremos pelo Arrabalde e pelo Forte de S.Neutel para ver como vão indo os bocadinhos de história que fazem o nosso orgulho.

 

Quanto à foto de hoje, tomada desde o Arrabalde, temos em primeiro plano a Rua 25 de Abril, em 2º plano a muralha e o Baluarte do Cavaleiro e de fundo um céu cinzento como cinzenta fica na fotografia a outra muralha de betão, em suma, mais um mamarracho que fica mal na fotografia

 

Até amanhã, pela milenar Aquae Flaviae.

 

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