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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

31
Ago07

Chaves e as coisas da vinha e do vinho


A Catedral

 

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Não tarda muito e aí estão as vindimas e, quem fala em vindimas fala em vinho, branco ou tinto (tanto faz) e temos que falar das capelinhas, capelas e catedrais do vinho que até tiveram direito a Deuses Dionisios e Bacos. Chaves e o concelho também não é, nem nunca foi, estranha à festa do vinho e graças aos deuses, há para todos os gostos – bom vinho, vinho bom, vinho assim-assim, alguns encorpados, outros nem por isso, verdetes e palhetes e por aí fora e quase sempre vinho feito de uvas, mas do que eu pessoalmente mais gosto, é de um bom vinho novo ou mais ou menos novo, de lavrador, e nas minhas “incursões” pelo concelho, já fui surpreendido com excelentes provas, desde o Cambedo, a Stª Cruz da Castanheira, ou desde Soutelo até à região de Vidago, mas se tivesse de escolher, ficava-me por esta última, principalmente por Anelhe, Vilarinho das Paranheiras, Souto Velho e Arcossó. Nestas coisas de vinhos, sou um autêntico especialista, e de todas aquelas cenas dos vinhos, de encorpados, macios, frutados, aromas, acidez, castas, etc., eu resumi o meu paladar a dois parâmetros: o do Gosto ou não gosto, e podem crer que não é qualquer um que entra nas minhas simples apreciações.
 
Mas já que estamos em Chaves e falamos de vinho, sempre houve em Chaves sítios do vinho, desde as tabernas (caídas em desuso) que abundavam pelos bairros da cidade, às ruas importantes do vinho (que em tempos rara era a rua onde não houvesse um desses sítios) até à catedral do vinho servido por grosso ou ao copo acompanhado por pequenos mimos como uma racha de bacalhau cru – o Faustino.
 
Claro que e embora a tradição do vinho de taberna ainda seja mantida por uns tantinhos profissionais do copo, a tradição já não é o que era, e já nem os negócios são selados com um copo de boa vontade ao balcão de uma taberna qualquer e até o Faustino fechou as enormes portas sempre abertas onde servia vinho aos almudes diários e deu lugar a um espaço fechado, com serviço de restaurante onde os profissionais do vinho já não entram. Mas continua a manter quase em tudo a sua traça inicial, é um espaço simpático, onde ainda se pode ir petiscando e beber algum vinho à moda do Faustino. Embora seja um espaço que precisa de pequenas afinações, é um espaço que faz parte de um roteiro obrigatório turístico de Chaves, nem que seja e só para apreciar a arquitectura (exterior e interior) do espaço, os velhos tonéis, e “botar” um copo ou jeropiga com um bolinho de bacalhau.
 
Se por um lado a prosa já vai longa, serviu também de pretexto ou de intróito para anunciar um novo blog made in Chaves e que pela certa irá tratar destes assuntos do vinho e da vinha. Dá pelo nome de  VINHAS DE CHAVES , “…onde se fala da cultura da vinha em terras de Aquae Flaviae…” de autoria de Ernesto Penedones, curiosamente um homem que em tempos até já se dedicou às águas e que agora, pelo que conheço do seu autor,  promete tratar devidamente estas coisas das vinhas e do vinho. Mais um blog feito em Chaves ao qual só me resta dar os parabéns ao seu autor e desejar-lhe felicidade, além de (claro) a partir de hoje ter também link neste blog.
 
Até amanhã por aldeias do nosso concelho.
30
Ago07

Chaves e o Festimage


 

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Como amante de fotografia só me posso congratular com a iniciativa da Câmara Municipal na realização do FESTIMAGE – Festival Internacional de Fotografia. Do formato do festival,  também nada tenho a dizer. Aliás as fotos de grandes dimensões colocadas nas ruas da cidade, nalguns casos, até dão jeito para tapar algumas misérias. Pela minha parte, nesses casos, até podiam lá ficar durante todo o ano. Quanto ao valor monetário dos prémios, também nada há a dizer… no entanto, como flaviense e cidadão deste concelho, há um pequeno apontamento que eu gostaria de fazer a este festival.
 
Ainda não entendi muito bem qual a finalidade do festival. Segundo o regulamento do festival, nos pontos 1 e 2, diz o seguinte:
 
  1. A Câmara Municipal de Chaves, Portugal, com o objectivo de dar a conhecer aos cidadãos residentes na sua cidade, e a todos que a visitam durante o Verão, trabalhos de fotógrafos e criadores de arte digital de todo o mundo, instituiu o Festimage - Festival Internacional da Imagem.
 
  1. Com esta manifestação artística e cultural, a Câmara Municipal de Chaves pretendeu, também, contribuir para a aproximação de diferentes povos, culturas e civilizações, aproveitando as actuais tecnologias de comunicação e a forma como estas tão facilmente esbatem fronteiras, aproximam continentes e nos incluem a todos na mesma “rede” global;
 
Quanto ao primeiro ponto, nada há a dizer. Quanto ao 2º ponto, aqui a porca já torce o rabo. Todos os amantes de fotografia sabem que existem e proliferam na net sítios de excelente qualidade onde podem ser apreciadas milhões de fotografias de fotógrafos de todo o mundo e quase todas de excelente qualidade. Deixando de parte os sites pessoais de fotógrafos, sítios há como o olhares.com, o reflexosonline.com, o 35mm.org ou flickr.com (entre muitos outros) onde aí sim, se faz a aproximação de diferentes povos, culturas e civilizações. Sítios onde diariamente há centenas de milhares de novas fotografias e que são visitados também diariamente por outras tantas centenas de milhares de pessoas. Não sei qual é a visibilidade que o festimagem.org tem na net, alguma terá e é aqui que eu queria chegar.
 
Porque não aproveitar o festival e o site para divulgar Chaves e o Concelho e o melhor que temos em imagem e, a par, de recebermos fotos interessantes de todo o mundo, porque não darmos fotos de Chaves a conhecer a todo o mundo, alargando o regulamento do festival para ter além do tema livre, o tema Chaves, com valor monetário de prémio igual ou superior ao do 1º prémio do tema livre. Aí sim a cidade ficava realmente a ganhar, ao atrair a Chaves (estou certo disso) bons fotógrafos portugueses e até estrangeiros, pelo menos de Espanha. Ganhávamos em fotografia e ganhávamos em turismo ao trazermos cá bons fotógrafos e no divulgar das suas (pela certa) belas fotos da cidade e do concelho e aí sim fazermos a festa e imagem de Chaves.
 
Talvez esteja enganado e não tivesse percebido muito bem o âmbito do festival e a sua “globalização”. Talvez eu esteja tão agarrado à terrinha que a minha tacanhez não me permita abrir os olhos para estas coisas da globalização, mas é assim que eu penso e é esta a minha opinião, e já não é pouco.
 
Até amanhã, por e pôr Chaves!
29
Ago07

Chaves - Rua Alferes João Batista


 

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Nem sempre os generais ditam os destinos das tropas. No caso desta rua, todos os destinos caem no Alferes João Batista.
 
Aqui fica o lado simpático, bonito, antigo, acolhedor e colorido da rua, com um retoque de céu que eu gostaria de ver e infelizmente a realidade não deixa ver. A partir de aqui, toda a simpatia, o bonito, o antigo, o acolhedor e até o colorido termina. Da antiga rua térrea do nosso Alferes, apenas resta isto.
 
Mas, já que tanto tempo de antena se dá aos generais, quer militares ou não, desçamos na escala hierárquica até aos alferes, que sem o título, foram mais em ousadia e bravura que os primeiros.
 
Mais uma vez também recorro ao que Firmino Aires deixou escrito sobre o nosso Alferes flaviense:
 
João Baptista nasceu em Chaves, em 20-10-1879. Era filho de Ângelo Baptista e Maria do Carmo.
 
“Casou em 11-5-1902 com Maria das Dores Clara, de quem teve duas filhas: Maria e Heloísa.
 
Alistado como voluntário no Regimento de Cavalaria 6, sendo incorporado em 26-5-1895. Como habilitações literárias apresenta o Curso da Escola Central de Sargentos, com a classificação de oito e meio valores, em 5-4-1915.
 
Sendo sargento-ajudante, foi promovido a alferes em 30-12-1916.
 
Prestou serviço em Angola, de 14-5-1908 até 10-4-1910.
 
Agraciado com a medalha militar de cobre da classe de comportamento exemplar, em 1909. Medalha militar de prata da classe de comportamento exemplar, em substituição da de cobre, em 1911.
 
Louvado pela maneira digna e especial como se prontificou a encorporar-se ao acampamento (?) Casuburi (?) donde o gentio rebelde atacou vigorosamente a coluna em marcha, no que demonstrou coragem e sangue frio.
 
Louvado pela audácia digna e briosa como dirigiu sempre o serviço de exploração durante as manhãs, tendo com isso prestado muito bom serviço à coluna e demonstrando coragem e dedicação.
 
Louvado pela forma corajosa e valente como se portou na tarde do dia 11 do corrente, no ataque e assalto a Banga do soba Quivala (?), ala que faz parte encorporada na linha de atiradores (Ordens da Coluna Móvel de Polícia ao Lilôlo, respectivamente n.Q 24 de 18-6-1908, n.Q 25 do mesmo mês, n.!! 73 de 18-8-1908 e nota da 1,!! Rep. do Ministério da Marinha e Colónias, de 21-7-1911).
 
Medalha Militar de prata da classe de bons serviços (O. E. n.!!9 - 2.!; série de 1912). .
 
Mobilizado para França, em 2-11-1917, com o R. C. 11 - Braga.
 
Morto nos combates de 9 de Abril de 1918 (Estracto da Folha de Matrícula).
 
Foi sepultado no Cemitério de Vieille Chapelle.
 
- Talhão 1,2 - Fila 6 - Coval 21. Reinumado para o Cemitério Militar Português de Richebourg 1, Avone.
- Talhão 5 - Fila D - Coval 9.
 
A título póstumo, Louvado porque no combate de 9 de Abril (1918) do corrente ano, sendo Chefe do S. Sinaleiros do 6. Q G.B.A., saiu amiudadas vezes debaixo de fogo de intensa barragem para se informar e mandar proceder à reparação de avarias nas linhas, evidenciando a maior dedicação pelo serviço, despreso pelo perigo e muita coragem, tendo desaparecido. (O. S. da 2.!; D. n.Q 175 de 28-6-1918).
 
A Comissão Municipal Administrativa na sessão de 27 (Abril) resolveu dar o nome de Alferes João Baptista à rua que da Avenida Tenente Valadim conduz ao Telhado.
A inauguração que se deverá realizar no próximo dia 28 de Maio (1929) assistirá a Agência da Liga dos Combatentes da Grande Guerra.
(ERA NOVA de 5-5-1929). “
28
Ago07

Chaves - Largo do Arrabalde


Largo do Arrabalde

 

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Largo do Arrabalde. Ora aqui temos um bom exemplo onde a vontade popular prevaleceu.
 
Ao que se sabe este largo desde há séculos que é conhecido por Arrabalde, precisamente por ter sido o arrabalde ou arredores de Chaves e fora das muralhas medievais. Mas talvez nem sempre tivesse sido assim, pois a julgar pelas escavações arqueológicas a decorrer no local, antes de ser arrabalde de Chaves, talvez tivesse sido zona termal (um destes dias dou pormenores sobre o assunto). Mas para já ficamos pelo que é conhecido a partir da idade média em que este largo era arrabalde.
 
Dizia eu no início que era um bom exemplo onde a vontade popular tinha prevalecido. Pois este largo nem sempre se chamou Arrabalde. Já se chamou (ou tentaram chamar-lhe) Largo Dr. António Granjo; Monsenhor Alves da Cunha, Rui e Garcia Lopes e até Arrabalde das Couraças. Ficou-se simplesmente por Largo do Arrabalde, pelo nome que sempre foi conhecido.
 
Esta vontade popular não é estranha à cidade de Chaves. Todos conhecemos outros locais, que embora toponimicamente lhe seja atribuído um topónimo, o que vai prevalecendo e valendo no dia-a-dia é o nome popular, como por exemplo o Jardim (agora largo) das Freiras, o Jardim do Bacalhau, a Rua do Correio Velho e a Rua da Cadeia, entre outros. Quem sabe se numa próxima revisão da toponímia flaviense este exemplos não vêm a tomar o seu nome popular e já agora, arranjar também um nome de rua ou praça para o pai da actual toponímia flaviense e historiador, que tanto fez e deixou obra publicada sobre a cidade e concelho de Chaves, além claro, de uma justa homenagem que a cidade lhe está a dever. Para o caso de não terem entendido a quem me refiro, deixo aqui o seu nome: Firmino Aires.
 
Até amanhã, como sempre, em Chaves.
27
Ago07

Chaves, Dualidades


 

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O mal da nossa sociedade e, que vem a reflectir-se em tudo, é a dualismo das coisas. Começa pela política com as direitas e esquerdas, pela história sempre com duas versões (dependentes da visão e dualidade política), dos ricos e pobres (dependente da política que se pratica)… e poderia estar aqui todo o dia com dualidades, mas todas com um denominador comum: - a política. Quer queiramos ou não (e pondo de parte esquerdas e direitas) estamos dependentes do dualismo da política. Somos intervenientes se participamos e comungamos dela, arcamos com ela se não intervimos e não comungamos com…
 
Nas cidades o dualismo da política também se reflecte, principalmente nas opções que os políticos tomam em relação a elas e aqui, entra-se nas maleitas da democracia. Claro que as decisões políticas são ponderadas tendo em conta diversos parâmetros e prioridades. Mas aquilo que para uns é prioritário, para outros pode não o ser, principalmente quando as prioridades nos dizem directamente respeito, mas há prioridades e prioridades e há aquelas que são prioridades para toda a gente e, é aqui, que a dualidade da política entra e as maleitas da democracia melhor navegam, porque já todos sabemos que há um parâmetro de peso em todas as decisões que se tomam: A dos interesses do número de votos que determinada acção irá render (independentemente das esquerdas ou direitas ou da cor de cada, a política é assim).
 
Claro que quando entramos neste campo da dualidade política entramos em confusões e em coisas que infelizmente ao cidadão comum não dizem respeito e, digo infelizmente, porque é essa a realidade, a de a política só dizer respeito aos políticos e a de a nós votantes apenas e só, nos ser reservado o concordar ou não e, termos a ilusão de quem decide de 4 em 4 anos pelo mal menor.
 
A cidade é de todos e era assim que deveria ser entendida, entretanto e enquanto isso não acontece,  resta-nos o amor e paixão que vamos tendo pelo nosso cantinho e a dualidade de a termos a cores e a preto e branco. Não serve de consolo, mas já vai sendo alguma coisa…
 
Até amanhã na cidade colorida ou não!
26
Ago07

Chaves Rural - Parada


 

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Estava em dívida para com as terras da Castanheira, mas o seu dia tinha de chegar e chegou.
 
Vamos começar precisamente por aquela que mais dista da cidade e dá pelo nome de Parada, à beirinha de terras de Valpaços, a 26 Km de Chaves e pertença da freguesia de Sanfins da Castanheira.
 
Já há uns bons aninhos que não ia por lá e fiquei surpreendido. Estava à espera de encontrar uma aldeia a condizer com o nome, mas não. Claro que estamos em Agosto e em Agosto tudo é diferente e já é sabido que as nossas aldeias, em Agosto, ganham uma nova vida. Mas os campos não se cultivam sozinhos e, se estão cultivados, é porque há gente para os cultivar. Mesmo assim, vai sofrendo dos males de todas as aldeias, e esses males são visíveis no casario tradicional do núcleo da aldeia, que tal como todos, está envelhecido, fechado e em ruínas ou à beira de… o que daí se conclui também que os jovens já há muito que não fazem da aldeia o seu poiso permanente e embora “nos correios” da aldeia (um dia destes explico) constem vinte e poucos apartados, estou em crer que em permanência (fora de Agosto) a aldeia se reduza à metade em número de pequenas famílias.
 
Pois ontem andei de visita por terras da Castanheira mas ainda não foi desta que fui ao S.Gonçalo. Eu bem tentei, mas a sabedoria do povo fez-me voltar para trás, não pelo S.Gonçalo, que esse ainda se recomenda, mas pelos caminhos que nos poderiam levar até ele. Fica para uma próxima visita, nem que tenha de ser a pé.
 
E Parada e as suas terras, são terras para nova visita e com mais tempo para poder apreciar as magnificas paisagens que lançam olhares para a terra quente, pena que os incêndios dos últimos anos lhe tivessem retirado muito do seu verde e floresta, mas mesmo assim, foi terra que gostei de rever.
 
Até amanhã de regresso à cidade de Chaves.
25
Ago07

Chaves Rural - Rebordondo e os seus devaneios


 

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Devaneios da arquitectura rural, que outro nome lhe chamar!? Outra explicação não encontro. Devaneios artísticos, suponho, pois são tudo suposições, agora que faz a diferença, lá isso faz. Não fossem as “protuberâncias” artísticas e este “palheiro” seria um “palheiro” qualquer. É desta fibra que se fazem os melhores arquitectos. E quem teria sido o arquitecto da coisa?
 
Até amanhã, por aí nas nossas aldeias.
24
Ago07

Chaves - Um pouco de História se faz favor!


Top Model

 

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Quase vos podia garantir que a maioria dos flavienses pouco ou nada conhece da cidade e da sua história. Vão conhecendo os nomes de algumas ruas, onde ficam as coisas, que a ponte romana foi construída pelos romanos, que temos dois fortes, um “castelo” e muralhas, que nas caldas sai água quente e que o Tâmega nasce em Espanha e corre para o mar. Mas se perguntarmos a um flaviense onde podemos encontrar um troço da muralha medieval ou qual a diferença entre a muralha medieval e a seiscentista, e qual é uma ou outra, ou pergunte-se então que mandou construir o “castelo” de Chaves e se a Ponte Romana foi construída sob império de Tito Flávio Vespasiano ou  Trajano (às tantas, não se admirem se disserem que um foi o engenheiro que a construiu e o outro o Rei que a mandou construir). Não quero com isto passar um atestado de ignorância aos flavienses, antes pelo contrário, pois nós flavienses não temos culpa de não aprender aquilo que ninguém nos ensina nem de não termos à disposição onde aprender.
 
Claro que na cidade há meia dúzia de pessoas que se interessam pela história da cidade e que ao longo dos anos e dos tempos têm deixado alguma literatura sobre a sua história, mas faz-me lembrar a história dos poetas, que escrevem umas coisas interessantes, mas que apenas poetas e apaixonados da poesia os lêem. Ou seja, fazem história e poesia para eles próprios e para estarem muito bem “encadernadinhos” a apanhar pó nas bibliotecas , porque nem a história nem a poesia são populares.
 
Sigamos então os ensinamentos e, se Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé. No nosso caso também poderia ser assim, ou seja, já que os flavienses não vão atrás da nossa história guardada nas bibliotecas, leve-se a história da cidade até eles e,  até todos quantos nos visitam. Mas faça-se história de forma simples, acessível e duradoura.
 
Quem passa pela Rua do Postigo das Manas, (para quem não sabe é a rua que liga o Arrabalde à Rua do Correio Velho) passa por um troço importante da muralha medieval, mas para a maioria dos passantes, a muralha não é mais que um simples muro em pedra. Outro exemplo é a inscrição que está feita na base dos padrões da ponte onde aparece « O.P. – 1880» e que confunde todos e qualquer que leia a data, pois só aparece uma data, sem qualquer explicação e, que até leva a pensar que a ponte foi construída nesse ano. Além dessa data assinalar o infeliz ano em que obras de remodelação deram para descaracterizar a ponte do seu original, principalmente e no que respeita à substituição das guardas de pedra pelo actual gradeamento em ferro, a data nunca deveria constar na ponte e já há muito que devia ter sido retirada, pois nada comemora.
 
Mas estou a afastar-me do principal e o que eu queria mesmo dizer hoje, é que não custava nada junto a cada um dos nosso monumentos, haver uma placa com a história desse mesmo monumento, resumida e breve, mas que pelo menos tivesse o nome, a data de construção e qual o imperador ou rei que a mandou construir, tal como está no pedestal da estátua do Duque, em frente à Câmara Municipal, sem desprezar, claro, um urgente roteiro/guia turístico com um resumo alargado dos nossos monumentos e principais pontos de interesse da cidade, feito com pés e cabeça a distribuir gratuitamente por quem quer conhecer a cidade. Todos ficaríamos a ganhar.
 
Entretanto, fica mais uma imagem da nossa Top Model, precisamente onde está a tal data de 1880.
 
Para que conste, e embora a documentação existente não seja muito precisa quanto ao ano da sua construção, sabemos que foi construída no primeiro Século depois de Cristo, aí por volta dos anos 70 D.C. ou seja, há cerca de 2000 anos.
 
Até amanhã de regresso às aldeias de Chaves.
23
Ago07

Chaves - Muralhas e adossamentos


 

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Adossamentos pouco doces, aqui, onde termina a história e começa outra e depois outra, pois é a história que narra estes acontecimentos, ou será julga!? – Julgo eu.
 
 Mais que contrastes da história, são confrontos e desprezos à própria história, são épocas, dinheiros, políticos, monárquicos ou republicanos (democratas ou não), tanto faz ou fez ou fizeram e, deixaram fazer e desfazer.
 
Daqui, de onde eu estou e estamos, constatamos, e mais não podemos fazer, a não ser sonhar.
 
O Beto sonha com ver as construções “adossadas” a montante da top model destruídas. Cada um lá tem os seus sonhos. O meu era ver todas as construções  adossadas às muralhas destruídas.
 
Sonhos excêntricos (a utopia está em “desmoda”), tal como o meu sonho de um euro-milhões para poder comprar todos os relógios do mundo e acabar com as horas, ou até talvez não. O tempo o dirá e o ditará também, tal como o disse e ditou nas construções adossadas ao Forte de S.Francisco e as adossadas ao Baluarte do Cavaleiro – só falta mesmo é dar a volta a todo o baluarte, pelo menos a este e a consolação de que a pedra é duradoira e milenar e o betão, não!
 
Até amanhã, em Chaves cidade.
22
Ago07

Chaves e a festa de Agosto


 

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Ainda há dois dias atrás referia aqui que a nossa cidade em Agosto transforma-se por completo. Agosto quebra a rotina dos dias dos residentes e a pacatez de qualquer alma.
 
Claro que em Agosto, por cá, os nossos dias são mais demorados. Demora-se mais nas compras, no estacionamento, nas ruas e estradas, no café, nos restaurantes e em tudo quanto é sítio. Estranhamente as pessoas que vulgarmente se queixam (durante o ano) da pacatez dos dias de Chaves, neste mês ficam nervosos, resmungam, falam sozinhos e até chegam a “stressar”. Eu, pessoalmente, gosto destes dias agitados de Agosto. Gosto de ver muita gente nas ruas, encontrar amigos que há muito não via e ver caras novas e diferentes daquelas que vejo durante todo o ano. Claro que lá tenho também que alterar ligeiramente os meus hábitos, mas só ligeiramente, que de resto, continua tudo igual.
 
Mas do que mais gosto é dos acontecimentos estranhos à cidade. É uma alegria ver como se descobrem e improvisam estacionamentos. É uma alegria ir pela rua e ouvir falar em castelhano, francês, inglês, italiano, alemão e uma ou outra língua esquisita que não consigo muito bem decifrar a origem, mas do que mais gosto é de ver como toda esta gentinha de fora aproveita o nosso sol, e já que não temos praia, há que improvisar areal -  À beira rio, na relva, mesmo ao “ladinho” da nossa Top Model – Sim senhor! Olha se a moda pega!? E viva Agosto em festa!
 
Até amanhã por aí, como sempre na cidade!

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