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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

31
Jan09

 

Localização:

A 20 km de Chaves, localiza-se na orla setentrional do concelho, no grande planalto, fazendo fronteira a Norte com a Galiza-Espanha.

 

Confrontações:

Confronta com as freguesias de S.Vicente da Raia, Roriz, Cimo de Vila da Castanheira, Paradela e Mairos, a Norte com a Galiza e toca num ponto apenas, nas freguesias de Tronco e Águas Frias.

 

Coordenadas: (Largo da Aldeia junto ao Coreto)

41º 49’ 45.02”N

7º 18’ 21.31”W

 

Altitude:

Variável – Entre os 850m (em S.Cornélio) e os 980m (Junto à fronteira). Travancas (aldeia)  ronda a média dos 900m.

 

Orago da freguesia:

São Bartolomeu.

 

Área:

12.73 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):

– Estrada Nacional 103 até à Bolideira, virar à esquerda e seguir sempre em frente. A primeira aldeia (a aproximadamente 7 km da Bolideira) é Travancas e a segunda é Argemil da Raia.

 

Alternativa: Estrada Nacional 103-5 até Vila Verde da Raia, seguir em direcção a Curral de Vacas (Stº Ant. de Monforte), Mairos, e eis S.Cornélio, aldeia da freguesia de Travancas..

 

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Aldeias da freguesia:

            - Travancas;

            - Argemil da Raia;

- São Cornélio;

 

População Residente:

            Em 1900 – 670 hab.

            Em 1920 – 611 hab.

Em 1940 – 858 hab.

            Em 1960 – 1038 hab.

            Em 1981 – 886 hab.

            Em 2001 – 519 hab.

 

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Principal actividade:

- Actualmente a agricultura, sendo conhecida pela sua batata de qualidade, intitulando-se mesmo a “Capital da Batata”, mas também o centeio tem uma palavra a dizer e as restantes culturas de proximidade e típicas das terras altas da região, também com alguma castanha.

 

Até a abolição das fronteiras também o contrabando e as “peles” (passagem clandestina de pessoas para Espanha) fizeram parte das actividades e vidas da freguesia.

 

Particularidades e Pontos de Interesse:

São vários os pontos de interesse desta freguesia, realçando em termos de  vistas lançadas sobre o Vale de Chaves e o casario tradicional a aldeia de São Cornélio. Refere ainda alguma literatura (embora não conheça pessoalmente) a existência nesta aldeia de um outeiro castrejo que atestará uma ocupação protohistórica, atribuível ao âmbito cronológico da idade do ferro. Na aldeia (S.Cornélio) poderá apreciar também um castanheiro centenário (orgulho da população) e o forno comunitário.

 

São Cornélio e Argemil da Raia foram em tempos freguesias independentes, pelo menos em 1706 assim era, como documenta o Padre Carvalho da Costa em “Corografia Portuguesa”.

 

A origem da freguesia é antiga havendo referência à antiga “villa” (uma propriedade rústica) de Travancha, já em 1160.

 

Administrativamente falando, a freguesia ao longo dos tempos andou ora pra cá ora pra lá. Durante os séculos XI-XII andava por terras de Chaves e Montenegro. Posteriormente integrou o Concelho de Monforte de Rio Livre, até à sua extinsão em 1853.  Quanto ao domínio eclesiástico foi curato anexo a S.João da Castanheira.

 

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Vista aérea de Travancas disponibilizada por Google Earth

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No campo administrativo, já anda no ar uma nova reorganização do território nacional, por isso, e tendo em conta também o despovoamento das aldeias e as actuais políticas centralistas e economicista,  não será de admirar se nos anos mais próximos, esta e outras freguesias, passem a ser pertença de… ou a ela venham a ser acrescidas as aldeias de… Vou gostar de assistir à reorganização administrativa a ditar desde Lisboa sem conhecimento das realidades locais, vou querer estar por cá para aplaudir!

 

Mas voltando à actual freguesia, refere-se ainda (Grande Enciclopédia) que em toda a freguesia têm aparecido vestígios da romanização local, restos de tégulas e utensilagem doméstica, entre outros.  

 

Como festividades da freguesia, salienta-se as que se realizam em honra de S.Miguel, de S.Cornélio, de São Bartolomeu e do Senhor dos Aflitos.

 

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Vista aérea da freguesia de Travancas disponibilizada por Google Earth

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Link para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

            - Travancas

 

- Argemil da Raial

 

            -  São Cornélio

 

Mas ainda não termino por aqui, pois a freguesia já tem também os seus sítios e blogs na NET, ficando aqui os links para os mesmos, além de já constarem na barra lateral deste blog.

 

            - http://www.argemildaraia.eu/

 

            - http://travancas-capitaldabatata.blogspot.com/

 

E dando agora uma volta pela Net acabo de descobrir mais um Blog, o TRAVANCAS DA RAIA, cujo autor desconheço, mas que se apresenta como transmontano, português, european e citoyen du monde cujo link também fica aqui, além de a partir de hoje constar da lista de blogs na barra lateral:

 

            - http://travancasdaraia.blogspot.com/

 

 

Para fazer o pleno da freguesia só falta mesmo a página ou blog São Cornélio. Não haverá um voluntário!?

 

Até amanhã, com mais uma aldeia do concelho de Chaves.

30
Jan09

Discursos Sobre a Cidade - Um poema de José Carlos Barros


 

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Uma História de Amor

na Torre de Menagem

 

poema de José Carlos Barros

http://casa-de-cacela.blogspot.com

 

 

 

 

i.

 

Os romanos deixaram as suas pedras almofadadas

para que a posteridade não esquecesse

terem ali edificado defesas: e foi o que ficou

nos alicerces da presença deles. Porque

 

já se sabe como são os bárbaros: rudes

que traziam já o nome a precedê-los

antes de arrasarem por onde corressem

a espada: é ver que Vândalos se designavam alguns

 

dos que mandaram logo abaixo o que os do Império

haviam erguido esforçadamente e não

se topando termo mais apropriado a defini-los

 

se lhes deixou esse e se passou a usar

em geral da sorte que se sabe.

Aqui vieram também os árabes muito lampeiros

 

 

ii.

 

e parece que muralharam até que

Afonso III de Leão desmuralhou dum lado e

cercou pelo outro e depois o Conde Odoário

muralhou de novo e ergueu paredes

 

e os árabes regressaram mais uma vez curadas

as feridas muito expeditos a ver no que dava

confirmando breve e em definitivo no entanto

que as modas não lhes eram propícias: os irmãos Lopes

 

correram à lâmina estes infiéis que tardavam

em compreender o curso da História

e Afonso Henriques recebeu enfim os restos disto tudo

 

e nos alicerces como já se disse as pedras

almofadadas dos romanos A coisa sossegou

por algum tempo. É certo que vieram de novo

 

 

iii.

 

pelejas de armamento: desacatos

peninsulares e mesmo internos e umas breves

escaramuças com os franceses

ainda que no geral as dissensões revertessem

 

dos meandros da diplomacia envolvendo

testamentos e papéis duvidosos

e casamentos de interesse e concessões e forais.

Mas nada de especial. Até esse dia

 

de Junho com o Liceu quase no fim em que

nos encostámos em segredo a um canto do pano

de muralhas velhas e nos tocámos e foi

 

como se os Vândalos regressassem a fazer tremer

os alicerces todos deixando para a posteridade

as pedras almofadadas dos romanos à mostra.

29
Jan09

 

 

Características:

Material: bronze (desconhece-se a cunhagem noutros metais ou ligas metálicas).

Dimensões (módulo):  8 cm.

Assinada:  Baltazar (Baltazar Manuel Bastos, datas desconhecidas).

Medalha número 146 de uma tiragem de 300 exemplares.

Ano: 1973.

Cunhagem realizada pela empresa Berbal (esta designação conjuga os nomes Bernardino Bastos Junior e Baltazar Manuel Bastos).

 

 

28
Jan09

Os Sabores e Saberes de Chaves em feira - Chaves - Portugal


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Tudo que tinha a dizer sobre a feira dos Sabores e Saberes já o disse no ano passado. Tudo que tinha a dizer sobre este tipo de feiras também já o fui dizendo ao longo dos tempos neste blog, mas uma vez que este ano fui convidado para a feira, o certame, o evento ou os sabores e saberes de Chaves, mal ficaria não me referir a ele.

 

Pois além dos sabores e saberes que irão estar distribuídos pelos stands do Pavilhão Gimnodesportivo (para tão grande evento o espaço tinha de ser grande), temos em paralelo a animação musical, do qual vos deixo aqui o programa:

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O destaque do programa vai para o Quim Barreiros, pelo menos é aquele que aparece com letras gordas e maiúsculas no programa, mas a minha curiosidade recai sobre os músicos e a música que nos vão dar os convidados do primeiro ponto do programa da animação musical, aquele grupo que dá pelo nome de “Cerimónia de Abertura” e que apresenta o seu espectáculo às 15h00 do dia 30. Pena não poder assistir, pois embora esteja convidado, coincide com horário de trabalho, mas pode ser que envie por lá o “Repórter de Serviço” e depois, a música é só para entreter, pois o importante mesmo é a feira e o programa oficial dos Sabores e Saberes, com os eventos paralelos, como os colóquios e outros afins, onde se traga à baila discussões importantes, como a do presunto de Chaves e a sua fama, as machadadas da ASAE e da Lei nos produtos de feitura tradicional e a perda dos verdadeiros sabores e saberes que se estão a perder ou em vias de extinção com o despovoamento das aldeias. São estes os assuntos que a mim mais me interessam e que quero ver debatidos nas actividades paralelas à feira, mas infelizmente até ao fecho da edição deste post, não tive acesso ao programa oficial da feira dos Sabores e Saberes onde constam estes eventos e os temas, pois pela certa que este certame irá para além das barracas do pavilhão e da animação musical da feira, onde vejo com agrado que os Rapazões da Venda Nova estão outra vez por cá.

 

Pena também que não haja uma sessão de fogo-de-artifício no ar, mas pela certa será pelas condições meteorológicas e de segurança que não permitirão o espectáculo, como tenho pena as Bandas Musicais do concelho não façam parte do programa musical dos Saberes da Feira, pelo menos a Banda dos Pardais da cidade.

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Mas tenho esperanças que na feira apareça a primeira loja do confrade da Confraria de Chaves, pois o tema Sabores e Saberes de Chaves é-lhe grato, não fosse sua intenção a promoção dos produtos gastronómicos regionais, com especial destaque para o presunto, o folar e o pastel… que bem necessário é, principalmente no que respeita ao presunto, para finalmente termos em Chaves, presunto de Chaves à venda nas lojas  e servido nos restaurantes, snacks e tasquinhas ou em sandes nos cafés, pelo menos em Chaves, pois para os senhores de Lisboa  é-lhes bem feito comer presunto de Feces de Abaixo enquanto pensam que estão a mamar presunto de Chaves. É-lhes bem feito, embora para nós nem seja muito abonatório, mas fiquem descansados, pois a Confraria de Chaves não tardará muito e estará a distribuir Presuntos da terrinha por todo o país e acredito que este certame dos Sabores e Saberes traga a Chaves,  no próximo fim-de-semana,  milhares de forasteiros onde terão oportunidade de, na feira, apreciarem o verdadeiro presunto de Chaves e, até lhes desculpamos os problemas de trânsito e estacionamento que vão causar na cidade.

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E para os forasteiros que nos visitem no próximo fim-de-semana, e flavienses ausentes que há muito não vêm à terrinha, recomendo um passeio pelas margens do Tâmega, nos novos espaços POLIS de Chaves, onde até se poderão ver reproduzidos em miniatura algumas das raças autóctones da região, em pleno pasto, onde até o pormenor da água em pequenos lagos naturais não falta, só é pena que sequem no Verão.

E para terminar, não esqueça, que no próximo fim-de-semana todos os caminhos vêm dar a Chaves, à tradicional Feira dos Sabores e Saberes, a qual, tal como nos anos anteriores, vai ser um sucesso.

Até amanhã, com o coleccionismo de temática flaviense.

27
Jan09

O olhar de Marina Al Fin sobre a cidade


 

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Mais uma terça-feira, mais um olhar diferente dos nossos sobre a cidade.

 

O olhar de um pormenor, o olhar de um jogo sem parceiros, o olhar para a nossa Top Model, o olhar para e desde as janelas de um sítio qualquer. Janelas que para a nossa convidada de hoje são ventanas, não fosse o seu pouso (não sei se naturalidade também) de aqui quase ao lado, de Pontevedra, Galicia, Spain, como quem diz, Pontevedra, Galiza, Espanha.

 

São mais olhares descobertos no Flickr, já há algum tempo atrás, mas que só hoje tive oportunidade de trazer aqui.

 

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Olhares de Marinaalfin (Nick no Flickr) ou de Marina Al Fin. Olhares passageiros em jeito de quem passa na descoberta do nosso Portugal, de Norte a Sul, e leva o registo em imagem para todo o sempre.

 

Chaves calhou também no itinerário de  visitas da nossa convidada. Chaves também calhou em imagem e em registos. Chaves, também faz parte da sua galeria de fotos, tomadas um pouco por todo o lado, mas sempre com arte em todos os seus registos.

 

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Nem há como dar uma vista de olhos à sua galeria do Flickr para ficar a conhecer melhor os pormenores dos registos dos seus olhares, visita que recomendo aqui:

 

http://www.flickr.com/photos/7279949@N07/

 

“Emoción y pensamiento deberian ser siempre inseparables”, é com esta citação de Enrique Vila Matas que a nossa convidada abre também o seu blog “Marina Al Fin – Aarroja Al Mar: Impressionismo Emocional”. Um blog feito de imagens e emoções que passam em olhares e pequenos textos, onde a última imagem publicada me fez acelerar um pouco também as minhas emoções, pois pensava eu que era o nosso Jardim Público no seu melhor dos velhos tempos, uma foto resgatada da sua memória… mas, é apenas uma feliz semelhança com as imagens dos velhos tempos, bem mais românticos que os actuais, que o Jardim Público nos oferecia. Agora por lá, o romantismo apenas se vai ficando por um ou outro pormenor, como uma mesa de jogo sem parceiros.

 

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O Blog da Marina está aqui:

    

http://marinaalfin.blogspot.com/

 

E foi mais um olhar diferente dos nossos sobre a cidade, olhares também carregados de emoções que a Marina perpetuou para sempre em imagens que partilha com o mundo e que hoje também eu roubei para partilhar aqui.

 

Até amanhã!

26
Jan09

Mário Lino - Artista Plástico


Artistas, poetas, escritores, músicos, actores, flavienses das artes e das letras em geral, mas também outros flavienses que se destaquem por outras obras e outros feitos irão passando todas as segundas-feiras aqui no blog.

 

Na última segunda-feira tivemos aqui uma poetisa e a sua última publicação. Hoje entramos no campo da arte e dos artistas flavienses, os pintores, sendo o nosso convidado de hoje, o Pintor Mário Lino.

 

Ainda antes de passarmos a apresentar o convidado de hoje, e para que não haja más interpretações, a ordem de passagem destes flavienses pelo blog será aleatória e sempre dependente da informação que consiga para os trazer aqui. Não haverá da minha parte qualquer intenção de os posicionar numa escala de valores ou de importância.

 

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MÁRIO LINO, Pintor

 

Mário Rui Mesquita Lino (Mário Lino) é natural de Chaves, onde nasceu a 30 de Novembro de 1954. Influenciado pelos trabalhos do seu grande Mestre Nadir Afonso, viu-se fascinado pela arte!



Emigrou para o Canadá em 1970, onde residiu e estudou artes gráficas, (Central Thecnical School) e (George Brown College), vindo a exercer a actividade de artista gráfico e ilustrador publicitário.



Em 1992 regressou a Portugal, onde se dedicou inteiramente às artes plásticas, actividade que tem vindo a desenvolver até aos dias de hoje.


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Com bastante actividade artística, tem no seu currículo um leque variado de exposições tanto individuais, como colectivas, e, presentemente orienta um Atelier de Iniciação à Pintura “Arte no Jardim” no Jardim Público em Chaves, não deixando, no entanto, de se considerar um autodidacta muito seduzido pela arte.

 

Recebeu também o prémio de Arte-Pódium-Chaves 2000.

 

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Das exposições realizadas, salientam-se, além das realizadas em vários espaços culturais da cidade de Chaves, as seguintes: Galeria Bar Duque de Bragança, Bragança; Galeria da Biblioteca Municipal, Ponte de Lima; Palácio Ferial Nogeiradalmas, Vigo; Escola de Arte Gráfite, Montalegre; Galeria da Biblioteca Municipal, Valpaços; Casa Regional de Ponte de Lima, Lisboa; Galeria da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro, Lisboa; Casa do Escudo de Verin; Casino de Espinho; Mercado Ferreira Borges, Porto; Shopping C. Monumental, Lisboa; Espaço d´Arte Silva Guerreiro, Almancil-Algarve; e Parador San Estebo, Orense, Espanha.

 

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http://mariolino.com/

 

É o seu espaço na net, onde poderá consultar outras informações e imagens da obra deste artista flaviense.

 

E por hoje é tudo, faltam os agradecimentos e créditos, que vão para a página de Mário Lino e para Associação de Artistas Plásticos do Alto-Tâmega e Monterrei -  TAMAGNI, pela disponibilização de dados e imagens.

25
Jan09

 

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Nada melhor para comemorar as 600.000 visitas que uma foto com um brinde da natureza, uma imagem da neve, de mais um bom nevão que neste momento está a cair em todas as terras altas do concelho, como esta que vos deixo, tomada há 1 hora atrás na freguesia de S.Julião de Montenegro.

 

Pois estamos chegados às 600.000 visitas e não podia deixar passar este momento sem vos agradecer,  a todos, os que diariamente brindam este blog com a sua visita, mas também àqueles que colaboram com o blog, com os seus discursos, as notícias ou a cedência de imagens.

 

Obrigado a todos, eu prometo continuar por aqui.

 

25
Jan09

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Vamos até Tresmundes e vamos começar pelo seu topónimo, à minha maneira, por dedução e por aquilo que nome indica, associado ao lugar, aos ares, aos sons ao cheiro, àquilo que a própria aldeia nos sugere. Pois chegados a Tresmundes, logo se entende o porquê do seu topónimo, não tivesse Tresmundes, três mundos a seus pés ou ao seu alcance, de vistas e largos horizontes que facilmente se podem imaginar e até sonhar desde esta aldeia, pois de facto, tem o grande vale a seus pés, todo um mundo de cidade, para logo a partir dele se entrar por um outro mundo de montanhas barrosãs e um pouco ao lado, montanhas galegas. Todos estes três mundos são possíveis em imagem, em sonhos e aventuras imaginárias vistas lá do alto, desde Tresmundes.

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E depois de dar largas à minha imaginação quanto ao topónimo, dizem os entendidos cá do sítio, que não é assim, o topónimo Tresmundes, nada tem a ver com os meus “três mundos”, mas antes com um nome próprio de pessoa da Idade Média. Na falta de melhor, vamos ficando com aquilo que os entendidos dizem, no entanto convém ter sempre em conta que na história também se inventa e quando o inventor é conceituado, o invento passa a facto, confirmado ou não, principalmente quando não há documentos que atestem a veracidade das afirmações…pensando melhor, acrescento à confusão a minha teoria dos “três mundos”, pois nem há como passar por Tresmundes e avistar aquilo que o horizonte nos proporciona, para confirmar a minha teoria.

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Cidade de Chaves vista desde Tresmundes

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Devaneios aparte, vamos então até Tresmundes, que como já entenderam pela primeira foto, pertence à freguesia de Cela, ou seja, é uma aldeia de montanha, bem lá no alto, a 800 metros de altitude e em plena encosta da Serra do Brunheiro, daquela encosta que se mostra ao vale de Chaves, que é visível da cidade, embora a aldeia não o seja, ou melhor, há duas ou três casas que espreitam para o vale e que vistas desde este, são apenas pequenos pontos brancos que se confundem com o recortar da silhueta do Brunheiro projectada nos céus, de azul forte de verão, ou cinzentões de inverno.

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Pela altitude facilmente se compreenderá que é aldeia de invernos rigorosos, mas não só, mas também pela sua localização geografia na ocupação da encosta poente do Brunheiro, que só tardiamente deixa que o sol ilumine com algum calor durante as tardes, que de Inverno, quase nem existem. Assim, o branco das geadas e nevadas prevalecem durante dias e semanas nas sobras da própria sombra a que a aldeia está sujeita. Terra e aldeia de clima bem difícil e feita para os resistentes, os autênticos, que lhe resistem, sobretudo pela idade e pelo amor que sempre existe pela terra onde se nasceu.

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Tresmundes, como aldeia de montanha, é também terra de resistentes, não só pela montanha alta em si, mas também por aquilo que a montanha e a inclinação das suas encostas não permite e porque tudo que se consegue arrancar dela significa trabalho e esforço redobrado, aliado à tais politicas de esquecimento e desprezo ditado desde os governantes de Lisboa para com o interior, onde a gente que por estas aldeias existe, não é igual à do litoral ou dos grandes centros, mesmo que muitos deles fossem paridos por esta gente. Mordomias e as luzes da cidade, facilmente fazem esquecer o engaço, e olham para esta gente, que afinal é a sua gente, como gente de outro mundo, como se de uma reserva nativa em vias de extinção se tratasse, e, com as tais politicas ditadas da capital, para lá se caminha, para a extinção, não só das aldeias montanhosas do interior, mas para toda uma riqueza cultural, usos e costumes e sobretudo o espírito salutar e comunitário de gente de bem, com princípios, de palavra, hospitaleira e amiga. Valores que não contam como números para apontar em gráficos à Europa e Valores que cada vez mais são esquecidos por quem nos “governa”.

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Para quem é habitual neste blog e, que para além das imagens, lê aquilo que escrevo, sei que é mais do mesmo aquilo que por aqui deixo sobre o despovoamento das aldeias, mas só há uma maneira de conhecerem a realidade actual das nossas aldeias, e essa, está fortemente ligada ao próprio despovoamento e ao esquecimento a que as aldeias foram dotadas, ou melhor, estão sujeitas, pois é triste, para quem conheceu todas estas aldeias há 30 ou mais anos atrás, entrar nelas e vê-las sem vida, sem crianças, envelhecidas e com todo o seu rico casario tradicional degradado, abandonado ou em ruínas, onde só e mesmo os resistentes, resistem. Esta é uma realidade que não se pode esquecer, que tem culpados e por isso não se pode ignorar, ou fazer de conta que não existe. Por isso, vão continuar a ter mais do mesmo, porque eu tenho teimosia bastante para não calar estes e outros males que nos assolam, enquanto os de Lisboa brincam com os dinheiros públicos e megalomanias com TGV’s e outras grandezas de entreter para parecermos grandes na Europa, mas só para parecermos e não para o sermos ou então, pior ainda, para enriquecer quem é “grande”. No entanto é-se grande, quando não se

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renega os seus e damos valor aos valores das pessoas, à sua identidade, ao seu passado, à sua realidade, aos seus usos, costumes e tradições, às suas diferenças. É aí que está toda a nossa riqueza, que podemos dar e exportar para a Europa, mas infelizmente, todas as políticas de Lisboa são de desprezo para connosco, onde até as tradições artesanais daquilo que fazemos melhor, são proibidas e punidas por Lei. Claro que falo do da matança do reco, do fumeiro artesanal, das couves da horta, das compotas sem rótulo e prazo de validade, do leite vindo directamente das tetas da vaca, do vinho de lavrador, dos queijos do pastor, do cabrito da corte, da aguardente do alambique da esquina… ou seja, de tudo que a ASAE persegue e que quer acabar com o que é bom e puro, com as tradições, com o povo, com as aldeias. Vergonha é o que deviam ter os senhores de Lisboa, mas não têm, pois além disso são hipócritas e lambem-se todos com as linguiças, os salpicões e presuntos que em jeito de subserviência os de cá (iguais a eles, mas em miniatura) lhes enviam, para num futuro próximo, não serem esquecidos… Já não há respeito e por isso, não me calo e ninguém me calará enquanto as políticas dos políticos de Lisboa forem contra o nosso povo do interior e os políticos da província, entretidos com os seus umbigos e “grandes” feitos, continuem a dizer ámen a tudo quanto é ditado da e pela capital. É tempo de dizer “Basta Já” ou traduzido para português “Já Chega!”.

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 Podem parecer devaneios de escrita, mas não o são, são antes revoltas que se sentem dia-a-dia por quem por cá vive, pelos resistentes, sobretudo pelos das aldeias, da montanha, onde estas injustiças mais se fazem sentir.

 

Regressemos a Tresmundes, que desde o seu mundo, a 9 Km de Chaves, lá desde o alto do Brunheiro, os seus 91 residentes (Censos 2001) vêem o com certeza sonham com um mundo melhor, mesmo que de lá avistem três mundos.  91 residentes, perdão, resistentes, onde mesmo assim, em 2001 havia 5 crianças com menos de 10 anos, 19 com menos de 20 anos (incluindo as 5 crianças) e 18 resistentes com mais de 65 anos.

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Quanto à vida da aldeia, é os costume nas aldeias de montanha, a agricultura predomina, a de proximidade e subsistência, com a batata, o centeio e a castanha, como principais actores nas suas lides da terra. Claro que, ninguém mo disse mas adivinha-se, tem os seus emigrantes e também os resistentes que têm que encontrar o seu modo de vida fora da aldeia, pois por lá, o que se produz, com certeza que não chega para viver.

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A aldeia desenvolve-se à volta de um grande largo onde marca presença como elemento principal a capela, simples e pequena cuja padroeira é a Senhora do Rosário, mas onde também figura o São Barnabé com uma representação muito invulgar.

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Por último e para terminar uma referência ao estradão que liga e separa Tresmundes de Carvela, ou falando em termos rodoviários, o estradão que separa ou liga a Estrada Nacional 213 da Estrada Nacional 314, pois é um estradão de montanha, em terra batida e diariamente utilizado por dezenas de pessoas, pois este estradão tem apenas 3 Km e poupa na ligação entre as duas aldeias ou as duas estradas 21 Km de estrada asfaltada, pois se quisermos fazer esta ligação, com condições mínimas, entre as duas aldeias (a apenas 3 Km de distância), teremos que obrigatoriamente descer todo o Brunheiro, passar pela cidade, para de novo subir o Brunheiro. 3 Km de estrada têm os seus custos, mas os benefícios, neste caso, compensam o investimento, e sempre se poderá fazer com um luxo que se roube à cidade de Chaves.

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E por Tresmundes é tudo e pela freguesia de Cela também vai sendo. Freguesia tão próxima de Chaves e tão rural que é, e também de contrates com paraísos esquecidos e incompreendidos, comas as suas duas Ribeiras, a de Sampaio, cuja beleza preenchia qualquer alma pelo seu bucolismo e que anos recentes desvirtuaram e  a Ribeira do Pinheiro, pelo qual este blog ainda nunca passou, pois a par da Vila Rel, é a aldeia ou lugar cujos acessos são difíceis e complicados, que neste caso da Ribeira do Pinheiro, fica ali mesmo a umas dezenas de metros da E.N. 213. Mas fica a promessa que um dia, este blog também passará por lá, pois pelo que aparenta, é um pequeno paraíso em beleza.

 

Até amanhã!

 

P.S. – O visitante que hoje atingir as 600.000 visitas tem direito a uma dúzia de pastéis de Chaves.

24
Jan09

Mosaico da Freguesia de Roriz


 

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Mosaico da Freguesia de Roriz

 

Localização:

A 23 km de Chaves, situa-se no interior nordeste do concelho mas a escassos quilómetros da Galiza e do concelho de Vinhais.

 

Confrontações:

Confronta com as freguesias de Travancas, São Vicente da Raia e Cimo de Vila da Castanheira.

 

Coordenadas: (Centro - Igreja de Roriz)

41º 49’ 21.44”N

7º 15’ 51.01”W

 

Altitude:

Variável – Na aldeia situa-se entre os 830 e os 890m

 

Orago da freguesia:

Nossa Senhora da Conceição

 

Área:

7.23 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):

– Estrada Nacional 103 até à Bolideira. Seguir via Dadim e Cimo de Vila da Castanheira.

 

Alternativa: Estrada Nacional 103-5 até Vila Verde da Raia, seguir em direcção a Curral de Vacas (Stº Ant. de Monforte), Mairos, S.Cornélio.

 

 

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Aldeias da freguesia:

            - Roriz (única aldeia)

 

População Residente:

            Em 1900 – 387 hab.

            Em 1920 – 299 hab.

Em 1940 – 373 hab.

            Em 1960 – 557 hab.

            Em 1981 – 448 hab.

            Em 2001 – 211 hab.

 

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Principal actividade:

- Agricultura.

 

Particularidades e Pontos de Interesse:

A aldeia e freguesia desenvolve-se em plena encosta e transição do grande planalto de Travancas para o mar de montanhas de terras de São Vicente da Raia e Vinhais.

 

A proximidade da Galiza em tempos de fronteira não era estranha à vida de Roriz, onde existia posto da Guarda-fiscal e facilmente se deduz, que terras de Roriz eram também terras de contrabando.

 

Conhecido é também o Castelo do Mau Vizinho, mas mais em literatura, pois o acesso só pedonal é pouco recomendável para passeios de visita, fazendo exclusivamente pelo flanco oriental, pois de resto, está cercado de altas e abruptas paredes rochosas inacessíveis para qualquer caminhante.

 

Interessante é também o seu casario típico das construções em granito, embora muito dele esteja em mau estado ou abandonado, o costume em aldeias que sofreram um acentuado despovoamento desde os anos de 60 e que se vai mantendo.

 

A Igreja Paroquial, com a Nossa Senhora da Conceição por devoção, talvez de origem seiscentista, embora interessante com um típico e duplo campanário a rematar a frontaria,  é de arquitectura modesta. Também interessante é a Capela do Senhor dos Milagres, mas sobretudo o antigo Albergue dos Peregrinos de Santiago, em cujo lintel se inscreve a data de 1760, sobressaindo mesmo ao lado, embutido na parede, um pequeno nicho de Alminhas, rematado por volutas.

 

Curiosos são alguns dos termos utilizados na toponímia das ruas, como a Rua do Navalho ou o Beco da Cânle, entre outros.

 

Por último é salientar as vistas e olhares que desde os pontos mais altos da aldeia se podem lançar sobre a Galiza, terras de São Vicente da Raia e concelho de Vinhais, no tal mar de montanhas que a todos encanta.

 

 

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Roriz vista do céu - Foto de Google Earth

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Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

            - Roriz

 

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