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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

31
Ago09

Resumo da Semana Flaviense - Chaves - Portugal


 

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Volto de novo ao complicado que são as segundas-feiras. Tentei por aqui, neste dia, trazer ilustres de Chaves, mas nem sempre se consegue a documentação ou a colaboração necessária para manter esta rubrica de pé. Assim, a partir de hoje, a intercalar com alguns ilustres, artistas, notáveis, poetas ou escritores das segundas-feiras neste blog, trarei por aqui um resumo dos acontecimentos da semana passada, porque sei, que as notícias da terrinha também são importantes.

 

Como não tenho vocação de jornalista, nem tempo e disponibilidade para tal, terei que me basear nas notícias que os jornais da terra vão debitando semanalmente, e,  embora a tarefa até possa parecer facilitada pela quantidade de jornais que há cá pelo burgo, já não o é tanto quando olhamos à sua credibilidade ou função jornalística, pois por cá até há jornais que nem sequer chegam as bancas para ser adquiridos e outros, tão comprometidos que estão com o poder, não têm a credibilidade necessária para os ter em conta.

 

Recebemos com alguma mágoa a notícia de que o Notícias de Chaves, o jornal mais antigo cá da terra, entrou de férias, mas sem data para regresso. Espero, sinceramente, que as férias não se prolonguem por muito tempo, pois embora nem sempre concorde com as opiniões que por lá eram debitadas, é um jornal que tem história em Chaves e mesmo discordando do que por lá se escrevia, era a opinião de quem escrevia, uma maneira de sentir diferente, que tão bem poderia servir de leme para ir sabendo que em termos de ideias, nem todas orbitam em nosso redor, pois democraticamente falando, e tendo em conta a liberdade de opinião e expressão, cada um tem direito à sua, desde, claro, que não sejam um atentado às mesmas (liberdade e democracia).

 

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Com tudo isto, resta-nos um jornal credível em Chaves, um jornal que dia a dia tem vindo a ganhar o seu espaço, o espaço de jornal da cidade, o que nem sempre é fácil, mas que se vai impondo pela qualidade e independência que vai mantendo. Falo-vos do jornal a Voz de Chaves, que com uma equipa jovem, se impõe como o único jornal flaviense (considerando a ausência do notícia de Chaves).

 

Pois como os restantes jornais não têm significado na vida flaviense ou estão em demasia comprometidos e dependentes com o poder, esta rubrica que inaugura hoje, alternativa aos notáveis de Chaves, terá como análise as notícias da semana debitadas na Voz de Chaves.

 

Claro que as notícias que mais vendem são as sensacionalistas. Assaltos, violações, acidentes, sabotagens, mortes, etc. Como destaque da primeira página, esta semana vem o policiamento de proximidade em alguns bairros de cidade por parte da PSP. Uma ideia que cai bem na população dos bairros policiados mas, esta é a minha opinião, também já há saudades do policiamento a pé do centro histórico, principalmente das principais artérias da cidade, pois a proximidade de um agente da PSP nunca incomodou ninguém de bem, antes pelo contrário, a sua presença dava alguma confiança a que circulava nas ruas.

A par das notícias de primeira página há uma que no interior do jornal (com título na primeira página) que merece alguma atenção, pois refere-se aos novos centros escolares e que irão ser uma realidade no ano lectivo 2010/2011, ou seja, o centralismo do ensino dito “primário” também já está a chegar aos pequenos centros. É a morte anunciada de todas as pequenas escolas dos concelhos do Alto-Tâmega, e, embora esta medida até traga algumas vantagens em termos de oportunidades e igualdade de ensino, não deixa de preocupar, pois é mais uma machadada no despovoamento das nossas populações rurais e mais um convite ao seu abandono e, embora até possa haver igualdade no ensino, já não o há para as crianças que vão ter de diariamente percorrer dezenas de quilómetros em deslocações, tendo de abdicar assim do seu tempo de estudo e de lazer. Enfim, mais uma medida que liga bem com o “economicismo” do centralismo mas que não liga muito bem com o direito que as crianças têm ao seu período livre do pós actividade escolar, pois muitas delas vão gastá-lo em esperas e viagens de autocarro, ou seja, volta-se ao antigamente do centro escolar em Chaves em que a igualdade é desigual para quem vive em Chaves ou fora de Chaves.

 

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Quanto ao desporto, já sabemos que o futebol é rei e neste campo o destaque vai para um jogador que por sinal é cá da terra, o Castanheira, pois a ele se deve o golo do empate do Desportivo de Chaves na Vila das Aves. Embora eu não seja muito boleiro, é sempre agradável saber que o nosso desportivo faz bons resultados, mesmo que seja um empate fora de casa, principalmente quando são os jogadores da terra a salientarem-se, pois também já começa a haver saudade dos jogadores da terra a jogarem no desportivo de Chaves. Não sei qual a razão, mas um desportivo de Chaves com jogadores de qualidade da terra tem outro sabor.

 

E terminamos por aqui esta passagem por o “único” jornal da terra, a Voz de Chaves.

 

Quanto às fotos de hoje, nada têm a ver com o texto, mas são alguns momentos da vida flaviense e do melhor que por cá temos, embora, há sempre um embora, nem toda a gente o entenda assim e, embarque mais na facilidade e modernidade do b€tão (concreto para brasileiros).

 

Até amanhã!

29
Ago09

Castelo de Monforte em Estado Selvagem


 

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Castelo de Monforte, Chaves, 24 de Setembro de 1961

 

Rezam as crónicas que certo infante, de visita à antiga Vila de que resta apenas a fortaleza desmantelada onde me encontro encarrapitado, ficou altamente ofendido com o presente de alguns açafates de figos – única fruta abundante na região – que à chegada recebeu dos pobres vassalos. A tal ponto, que mandou amarrar a um poste o vereador responsável pela ideia do mimo, e o obrigou a servir de alvo dos lacaios do séquito, num tiroteio em que as balas eram os gravosos lampos da oferta.

 

Falso ou verdadeiro, o episódio, que à leitura me pareceu repugnante, considerado aqui tem a sua justificação. Há certos destemperos que, embora se não desculpem, se compreendem. Quem me diz a mim que os desconchavo da alteza não foi apenas a expressão insolente dum grande amor magoado? Também eu sinto neste momento não sei que despeitada revolta, que surdo desespero. Do lado de lá da fronteira, Monterrey, altaneiro, majestoso, ufano das suas aladas torres, do seu palácio senhorial, da sua igreja românica, cofre de um retábulo de pedra de cegar a gente; deste, quatro paredes toscas de desilusão, que a hera aguenta de pé por devoção pátria. É, realmente, de um homem perder a paciência de vítima passiva do destino. Sempre pequenas muralhas de fraqueza e pobreza! Sempre um prato de figos ao fim de cada fome!

 

Miguel Torga, In Diário IX

 

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Se não fosse por Torga já não estar entre nós e o texto estar datado de 1961, pensaria que tinha acabado de o escrever, pois o Castelo de Monforte, está em pleno estado selvagem, entregue a si próprio ou seja, ao abandono, como se não lhe bastasse ter de aguentar o rigor das alturas, tem agora também de aguentar o rigor do desprezo.

 

Fico sem palavras quando assim se trata aquilo que de melhor temos, mas o que mais custa é, que no meio de tanto desprezo, não haver culpados para a sua situação de abandono e, por muito carinho que a população das redondezas tenha pelo seu castelo, as denúncias do desprezo caiem sempre em saco roto.

 

Houve há anos atrás uma tentativa de revitalizar o Castelo de Monforte e a sua envolvente. Foi criado um parque de lazer e falava-se então na intenção de por lá (na torre) se construir um  museu. Levaram-se para lá alguns eventos, como a recriação de uma feira medieval, que embora só acontecesse uma vez por ano, era um bom princípio para dar vida a todo o seu espaço. Mas tudo não passou de um investimento em vão e temporário que mais uma vez desonra  toda a importância de um dos legados mais importantes que temos e de toda a história que àquele Castelo lhe está associada e que ainda hoje dá nome às terras da sua envolvente – Terras de Monforte.

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Ao desleixo no qual o Castelo de Monforte caiu está também associado o desinteresse cultural e histórico, para além da falta de imaginação, e porque não ignorância,  de quem manda e de quem tutela todo este património histórico que também é cultural e que há muito poderia ser turístico.

 

Tal como Torga, é, realmente, de um homem perder a paciência de vítima passiva destes destinos e abandonos. Perdemos e paciência e revoltamo-nos com estes acontecimentos. Ousamos a denúncia e, ou é remetida para o silêncio ou somos criticados por tal, enquanto que os culpados, que nunca têm culpa, saem ilesos de ignorar, esquecer, ou seja,  maltratar assim o nosso património.

 

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Mas nestes casos, onde o património cultural e histórico que é também Monumento Nacional e de interesse público, está esquecido, abandonado e maltratado, há que ousar denunciar quem para tal contribui, pois também por tal é responsável. Responsabilidades que são divididas por muitas entidades e que, como tal, dividem também as culpas, ou pior, alheiam-se delas. Começando pela Junta de Freguesia que tem uma palavra importante a dizer ou a defender, pela Câmara Municipal que deveria ser a mais interessada no assunto, não esquecendo a Comissão Regional de Turismo (ou quem agora a substitui), passando para os senhores de Lisboa e as suas instituições (IGESPAR, Monumentos Nacionais, etc.) e até o próprio Governo (das quais são dependentes) por falta de uma política de defesa e preservação dos Castelos e Fortalezas de Portugal, do património e da cultura a eles associada.

 

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Com o desprezo e abandono do Castelo de Monforte, não é só o Castelo, a história e a cultura que ficam a perder, mas também as aldeias e freguesias que lhes são próximas, o concelho e a região. Não admira que com tanto marasmo que é dedicado aos nossos interesses, as populações locais se dediquem, ou melhor, sejam forçadas ao abandonar as terras que amam e que os viu nascer. Mais um pouco de dignidade e defesa das coisas públicas e do nosso património e nossos interesses, também se exigem a que é eleito ou pago para tal.

 

Mas no meio de tanto esquecimento ainda há quem individualmente se manifeste e denuncie estes casos, tal como é, entre outros,  o caso dos blogues de Águas Frias e dos seus autores, mas ao que sei, nem sequer obtêm resposta das denúncias que fazem às entidades competentes. É caso para dizer – Já não há respeito! Pena também que se tenha perdido a tradição de amarrar aos postes quem nos ofende e mesmo sem figos, sempre se arranjavam uns tomates, bem maduros...

 

28
Ago09

Discursos Sobre a Cidade - O 101 de Fafião, por Gil Santos


 

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O 101 de Fafião

Fernando Calvão, militar de carreira hoje reformado, é pai da mulher que amo há duas dezenas de anos. Às refeições domingueiras, mais demoradas, gosta de contar algumas das histórias mais significativas da sua larga experiência pelos quatro cantos do mundo. No início da sua carreira, anos cinquenta, o furriel Calvão cruzou-se nos Caçadores de Chaves com o cabo Santos, meu falecido pai, que cumpria o seu serviço militar obrigatório. Ao cabo Santos cabia a tarefa de quarteleiro, ao furriel a função de acompanhamento da instrução dos recrutas.

Na altura, era excepção saber ler e escrever. Os analfabetos tinham oportunidade de aprender as primeiras letras na chamada Escola Regimental, entregue, neste quartel, ao alferes Ceroulas. Tendo este que se ausentar por uns tempos, foi o furriel incumbido de dar continuação às suas lições. Eram públicas as dificuldades do soldado 101 para aprender a juntar as letras. O alferes vivia angustiado! O furriel, aproveitando a oportunidade, quis surpreender o oficial com o 101 a ler no seu regresso. A estratégia era simples: utilizando a Cartilha Maternal João de Deus, explicava ao soldado que deveria primeiro olhar para a figura e só depois para a respectiva palavra. Ensaiou-o, ensaiou-o e tudo parecia aprumado. O alferes regressou. O furriel Calvão acorreu a dar-lhe a novidade:

— Meu alferes, o 101 já sabe ler!

— Não me diga Calvão! Como é que você conseguiu? Chame-o lá.

E lá veio o 101 todo pimpão. Abriu-se o livro e vai de ler. O furriel apontou para a tigela e o 101 leu maurga; apontou para o pato e o 101 leu parreco; apontou para a caixa e o 101 leu caixote. O alferes não aguentou mais. Agarrou-se à barriga e rindo a bandeiras despregadas só parou no empedrado da parada.

Doutra vez, o Furriel ministrava instrução de armamento ao pelotão do 101 que se encontrava no terreiro à sua volta. Explicava o funcionamento de uma metralhadora ligeira, cuja manga se apresentava cheia de furos laterais para arrefecimento do respectivo cano. O Furriel explicava a comutação entre o tiro-a-tiro e o tiro de rajada dizendo:

— Quando se quer que a arma dispare um tiro de cada vez, põe-se o comutador nesta posição, quando se pretende que dispare muitos de cada vez, põe-se na outra posição. — Depois continuou, agora brincando:

— Mas cuidado, porque se eu puser agora o comutador na posição de rajada e disparar, as balas saem todas por estes buracos laterais e vocês morrem todos. O 101, pasmado e, mais do que isso, assustado, gritou:

— Ai rapazes fuginde que o Furriel é maluco e fode-nos a todos!

No início dos anos cinquenta o Estado Novo estava na pujança e a palavra de ordem era amealhar. A poupança era quase uma religião! Nesta senda, o equipamento distribuído aos soldados era rigorosamente controlado em termos de duração. Um dos maiores problemas era fazer com que as botas durassem mais de um ano a cada militar. O nosso herói morava em Fafião, aldeia alcandorada nos picos da serra do Gerês e a uma centena de quilómetros de Chaves. Como na altura não havia transportes e o dinheiro não abundava, o 101 saía para fim-de-semana na Sexta-feira, a pé, chegava à aldeia à noitinha de Sábado, bebia um copito na volta ao lugar e regressava nessa mesma noite à cidade de Chaves. Porém, as botas é que pagavam a factura de tal distância, daí que o comandante decretasse que todos os que morassem a mais de cinco léguas da cidade estavam proibidos de gozar o fim-de-semana. Foi um desconsolo para o 101, que doravante ficou a conhecer melhor os cantos à cidade.

E muitas e muitas outras histórias curiosas eram contadas. E como eu gostava de as ouvir!

 

Como amante da pesca desportiva à truta e como trabalhei e morei, na segunda metade dos anos oitenta, na actual Vila do Gerês, ia muitas vezes pescar para o rio de Fafião, também conhecido por Tôco. Um dia de Abril encontrava-me sobre a Ponte da Pigarreira, na altura ainda de pranchas de madeira maciça, cogitando sobre o que faria as trutas estarem de férias naquele dia. Do monte sobranceiro descia um rebanho de cabras e o respectivo pastor de regresso a casa. Ávido de conversa com gente, por passar os dias a conversar com o gado, o pastor parou ao pé de mim. Dei-lhe corda, porque também eu queria conhecer melhor a zona e os seus hábitos. Depois de vários minutos de conversa de circunstância, lá veio a inevitável pergunta:

Antão vocemecê de onde é?

— Sou de muito longe, uma terra que certamente não conhece. Sou de Chaves.

Notei um brilhozinho estranho nos olhos daquele homem simples.

— Não me diga! Eu fiz lá tropa em 1952. — Dizia o pastor.

— Então conheceu o cabo Santos? E o furriel Calvão?

Antão num conheci! o cabo Santos era muito meu amigo, matou-me a fome muitas vezes e o furriel Calvão enxinou-me a ler!

— Então diga-me lá quem é, para ver se o meu pai ou o meu sogro se lembram de si.

— Eu era conhecido pelo 101de Fafião!...

Caí das nuvens!...

Então não acabava de conhecer o herói de tantas histórias?!

A vida sempre nos reserva cada uma!

Gil Santos

In Ecos do Planalto – estórias (adaptado)

 

27
Ago09

Coleccionismo de Temática Flaviense - Pratos Decorativos - Lembranças


 

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Pratos em loiça com diâmetro de 10,8cm de autoria de Délio Silva executados para oferta do Município de Chaves.

 

Que recorde, foram executadas duas séries, com duas cores (sépia e azul), com dois motivos (Ponte Romana e Torre de Menagem) e desconheço o número de exemplares executados.

 

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E agora um pequeno lamento, pois que eu saiba, não é hábito a Câmara Municipal guardar um exemplar de cada uma das lembranças que manda executar ou adquire para ofertas. Seria interessante, para memória futura e também actual, existir um espólio de todas as lembranças executadas ao longo da existência do Município de Chaves. Pode ser que agora, com entrada em funcionamento do Arquivo Municipal, se comece a guardar uma peça de cada lembrança. Fica a dica.

 

Até amanhã com mais um discurso sobre a cidade.

26
Ago09

PORTUGAL


 

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PORTUGAL

 

O Brasil não conhece Portugal. Tem dele uma ideia inteiramente arbitrária, onde a sua realidade aparece absurdamente desfigurada. Por culpa dos próprios portugueses , de alguns dos mais ilustres, de resto – poetas, escritores e políticos, estratificou-se na consciência brasileira um perfil lusitano que em vez de ser um verdadeiro retrato é uma execrável caricatura. Os países, como as pessoas, estão sujeitos a essas vicissitudes. Criaram-se erradas famas colectivas como inexactas legendas pessoais. O nosso amigo mais íntimo e sincero pode em dado momento trair-nos sem sequer o suspeitar. Revela de nós qualquer fraqueza ocasional, exagera um tique, carrega um pormenor – no louvável intuito de acentuar certa faceta -, e o auditório parte desses nadas, enfuna as velas da imaginação, e constrói assim um castelo no ar. Tudo inocente e de boa-fé. Mas daí a pouco andamos pela praça pública ajoujados de virtudes e defeitos que não nos pertencem. E já não há forças humanas que nos livrem do carrego e nos retornem à pureza da condição. Passamos a ser outros, irremediavelmente. (…)

 

Miguel Torga “Ensaios e Discursos”

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Ao ler este texto de Torga, não datado mas certamente dos anos 50, além da sua actualidade fez-me reflectir sobre o ser português por esse mundo fora e a imagem que os portugueses têm nesse mundo, feito quase sempre por um simples gesto português…

 

Mas não é preciso sair de Portugal para caricaturar a nossa raça, pois por cá também o fazemos quer com as anedotas dos alentejanos, quer com as anedotas dos bimbos e parolos da província e, até na intimidade de cidade/aldeias do nosso concelho cometemos esse pecado.

 

Mas neste mês de Agosto que acaba, tal como todos os anos, o nossos caricaturados preferidos, são mesmo os nossos emigrantes, sem nos darmos conta que estamos a caricaturar os nossos familiares, os nossos amigos, os nossos vizinhos, em suma, estamos a caricaturar-nos a nós próprios num típico provincianismo, esse sim, caricaturalmente parolo e até ignorante, mas sobretudo injusto ao metermos no mesmo saco os devaneios de alguns, poucos.

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Está-nos no sangue da raça o não nos conseguirmos libertar de um cruel e pesado fardo do passado, de pobreza e ignorância, em que o vinho era alimento dos portugueses e Portugal era o país dos grandes feitos, de descobridor do mundo, heróis do mar, de povo nobre, nação valente e imortal. Continuamos a ser, afinal, o país do triste fado, da saudade e de Camões. Pequeninos, pobres, mas armados aos cágados…e em simultâneo, ajoelha sempre quando a procissão passa e, para merecer o céu, tem de sofrer, mas sobretudo temos medo da alegria e da felicidade, como se, ser feliz e alegre, fosse pecado. Temos medo da liberdade, somos um povo triste que nasceu para sofrer e trabalhar e tudo que sair desse caminho, são devaneios alucinantes que não vestem bem com a nossa condição…

 

Porquê nos maltratamos assim!?

 

25
Ago09

Os Olhares de Ramón Dominguez Blanco sobre a cidade


 

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Numa tentativa de voltar à normalidade do blog, vamos então para o que por aqui é habitual às terças-feiras, ou seja: Um convidado e os seus olhares sobre a cidade de Chaves.

 

Hoje vamos para os olhares de mais um vizinho Galego – Ramón Dominguez Blanco.

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Ao que parece pelas fotos de Chaves publicadas na sua galeria do Flickr, encantou-se com o Rio Tâmega e as suas travessias, desde a Top Model Ponte Romana, à catraia da Ponte Pedonal, mas também as velhinhas poldras que bem longe da sua velha função de permitir atravessamentos do rio, continuam a fazer a delícia de quem as vê e, não há fotógrafo que resista a um click na sua direcção.

 

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Sobre o nosso convidado, como quase sempre, nada sei para além de ser galego, natural desse povo tão nosso vizinho e tão nosso irmão e que de tanta identidade que têm connosco, quase poderíamos afirmar que eles, galegos são os Transmontanos de Espanha ou então, que nós somos os Galegos de Portugal. Sei que estas palavras “promíscuas” não caem bem a toda a gente, mas já que tanto gostamos dos nossos grandes feitos da história, há que recordar que transmontanos e galegos, não há muito tempo, fomos um só povo, o povo da Galaécia.

 

Mas hoje temos que atender mesmo são as imagens do nosso convidado, o Ramón DB e os seus olhares sobre Chaves.

 

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Curiosa é a legenda que na sua galeria coloca por baixo da foto onde aparece a ponte pedonal e as poldras: “ 5.000 anos os separan”. Não serão bem 5.000 anos, ou quem sabe se até serão, pois não há memória nem data para a construção das poldras, sabemo-las antigas…mas seja como for é oportuna a legenda e muito bem apanhada neste confronto de antiguidade e modernidade ou se quisermos ser mais profundos, num confronto de simplicidade e complexidade ou ainda mais, num confronto de utilidades antigas e luxos modernos…

 

Quanto ao Ramón, o nosso vizinho galego, será mais um fotógrafo que veio de passeio por Chaves e, quem sabe, se até se deliciou com o nosso “bacalau” ou outros sabores da terra, mas uma coisa é certa, fez belos registos da nossa cidade, do nosso rio, das nossas travessias entre margens e, é nesta simplicidade de coisas, que Chaves se apresenta no seu melhor a quem a quer fotografar.

 

Obrigado Ramón pela tua visita a Chaves e volta sempre.

 

Como sempre, fica também o link para a sua galeia de fotos no FLICKR:

 

http://www.flickr.com/photos/36910742@N08/

 

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24
Ago09

Um instante da exposição de fotografia do blog Chaves


Foto de Dinis Ponteira

 

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Tal como prometido vamos a uma pequena reportagem sobre a inauguração da exposição de fotografia deste blog, comemorativa das 750.000 visitas. Claro que será breve e, como quem escreve sobre o seu trabalho, por mais isento que seja, transmite sempre um ar de suspeição, fico-me apenas pelos agradecimentos a todos quantos me brindaram com a sua presença na inauguração,  aos que me ajudaram a montar a exposição e a todos quantos nela e para ela trabalharam.

 

Agradeço assim a presença a todos os amigos, aos colegas da blogosfera,  aos  5 “discursantes” do blog,  ao José Carlos Barros e ao António Augusto Joel pelas palavrinhas do catálogo, ao Dinis Ponteira, ao José Diogo e de novo ao A.A.Joel pelas horas de sono que lhes roubei na montagem da exposição, mas também a todos quantos apoiaram o evento, nomeadamente ao Restaurante Pátio do Imperador que prestou o serviço na inauguração, ao “Prazeres na Loja” pelos pasteis de Chaves, à Quinta de Arcossó pelos seus vinhos, à WORTEN pelo apoio audiovisual e à Gráfica Sinal (em especial ao Daniel Feijó pelas dores de cabeça que lhe causei) pelas impressões digitais. OBRIGADO A TODOS.

 

Por último umas palavrinhas de agradecimento à TAMAGANI, Associação de Artistas Plásticos do Alto Tâmega e Vale de Monterrei pela organização e por ceder a sua Galeria de Arte a um “fotógrafo da paróquia”.

 

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Aos amigos e visitantes do blog que estejam cá pela terrinha, lembro que a exposição estará patente ao público até 12 de Setembro.

 

Entretanto devo também algumas justificações pelo atraso da publicação dos posts, atrasos esses que ainda estão ligados às comunicações cá de casa, pois a trovoada (mas também a “eficiência” da PT que me deixou sem INTERNET durante uma semana) fez mais estragos e pelo caminho, queimou mais alguns aparelhos que só me permitem ligar precariamente à NET e nem sempre.

23
Ago09

Aldeias de Chaves - Portugal


Mosteiró de Baixo

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Olá!  Penso que estou de regresso à quase normalidade do blog, pois esta semana que passou, é para esquecer, uma verdadeira semana de inferno, não só pelo calor próprio destes três meses de inferno, mas também pela PT, Portugal Telecom, que me brindou com uma semana inteirinha sem internet e 6 dias sem telefone  e, diga-se a verdade, foi graças e com recurso à cunha que consegui ter o serviço restabelecido. Pois é, parece que a PT com números de facturação, até funciona bem, agora com avarias, continua a ser uma empresa tipo “terceiro mundista” que pouco ou nada se preocupa com os seus clientes… mas é melhor ficar caladinho, pois com os tempos que correm, as represálias parecem estar de volta e, enquanto não tiver alternativas aos seus serviços, o melhor mesmo é não fazer muitas ondas.

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Póvoa de Agrações

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Enfim, já estava com algumas saudades de  vir aqui ao fim do dia com uns devaneios sentidos.

 

Como calhou regressar por aqui num Domingo, não poderia esquecer que os fins-de-semana são para as nossas aldeias, mas como o tempo ainda é pouco, vamos ficando apenas com algumas imagens que não couberam no post da aldeia.

 

Entretanto ainda não esqueci as aldeias que ainda não tiveram por aqui post alargado. Foi prometido que todas passariam por aqui e hão-de passar, mantenho a promessa e, podem ficar descansados, pois não é promessa de político.

 

Entretanto o blog está na rua, mais propriamente em exposição de fotografia no foyer do antigo cine teatro de Chaves onde, não couberam todas as aldeias nem freguesias, mas onde mesmo assim consegui arranjar espaço para a nossa ruralidade se bater com as modernidades da cidade e, até, um pequeno espaço para o fio azul, o melhor.

 

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Matosinhos

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Sobre a exposição e inauguração, mais logo, talvez deixe por aqui uma pequena reportagem, mas desde já agradeço a todos os amigos que me brindaram com a sua presença, e também com um agradecimento especial para as empresas que tornaram possível receber os amigos em inauguração com alguma dignidade.

 

Obrigado a todos. Aos amigos que não foi possível estarem presentes na inauguração, a exposição continuará patente ao público até meados de Setembro.

 

20
Ago09

 

Reproduzindo uma imagem do castelo de Monforte de Rio Livre, este cartaz foi impresso em Junho de 1984 e integrava a trilogia de cartazes alusivos ao Alto Tâmega e a Chaves – Monforte, Ponte Romana e Rua Direita, editados pelos serviços centrais de turismo nesse ano.

 

Com as dimensões de 98 x 61,5 cm, o cartaz foi impresso na Lito Of. Artistas Reunidos, em S. Mamede de Infesta, Porto, e teve uma tiragem de 10.000 exemplares.

 

Foi reimpresso poucos meses depois, com dimensões reduzidas (70 x 50 cm) e sem a legenda Alto Tâmega Portugal, para anunciar o 1.º Encontro Transmontano do Clínico Geral, realizado entre 21 e 23 de Março de 1985 no Balneário das Caldas de Chaves, tendo o calendário do programa sido sobreposto à imagem.

 

(É... Os posts pré-programados e aqueles que não dependem apenas da PT lá vão conseguindo escapar às inexplicáveis distorções [vide legenda do cartaz] terceiro-mundistas que atingem o Alto Tâmega e o deixam em baixo e a fumegar de despeito por todos os lados [vide cartaz]...)

 

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