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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

21
Set09

De regresso à terrinha - Chaves - Portugal


Penso que por aqui (no blog) não se deu conta da minha ausência, mas, como se costuma dizer em linguagem “boé”, “bazei” da terrinha por uns dias, para férias noutras paragens e aragens.

 

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Foto de Arquivo

 

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De regresso, esbarro com as festividades em honra da Nossa Senhora das Graças. Festividades!? - Enfim, bem poderiam ser e bem poderia ser a festa das freguesias na cidade, associada a uma feira com o que melhor produzem, aos seus usos, costumes e tradições, à banda no coreto, ao foguete no ar, a eventos sócio-culturais que promovessem a cidade e o concelho, que bem precisa. Mas esta festa, de festividade, apenas tem uma missa campal e uma procissão para o povo ajoelhar à sua passagem. Poderia ser a festa de verão que Chaves não tem, mas fica-se apenas pelo religioso de uma missa e uma procissão e de festa, nada tem. Temos pena.

 

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Foto de Arquivo

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Ainda falando de festividades, parece que durante as minhas férias e ausência, perdi a Feira Medieval, mas ao que apurei, decorreu como nos anos anteriores, ou seja, não perdi nada de interessante… mas também não vou por aí, pois não assisti à feira e por isso penso não ter direito a opinião.

 

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Congratulo-me por saber que a ameaça de férias prolongadas do semanário Notícias de Chaves, apenas se ficou pela ameaça, pois já está de novo nas bancas. Não é que seja um jornal essencial para a vida flaviense, pois (como os restantes) está longe de o ser, mas sempre dá para saber algumas novidades, como as que por lá li, nestes dois números editados na minha ausência, principalmente uma que me chamou à atenção por ser mais um atentado à democracia, à liberdade e à informação e ao direito de opinião, ou seja, a suspensão na Rádio Larouco dos programas de autoria da TAMAGANI, a Associação de Artistas do Alto Tâmega e Vale de Monterrei. A censura está de volta, ou ainda pior – a mordaça.

 

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Mas, ausente da terrinha que estive, sem acesso à Internet e às notícias locais e nacionais. O que mais me chamou à atenção no meu regresso, foi a publicidade política que pulula nas rotundas e outros locais da cidade, tanta e variada que aliada à minha distracção política, fiquei em dúvida se as próximas eleições serão legislativas ou autárquicas. Parece que as Legislativas vão ser primeiro, mas assim sendo e, tendo em vista que a maioria da publicidade é para as autárquicas, a pergunta inocente da minha filha ao ver tantas caras misturadas -  “ ó pai, o Sócrates também quer ser presidente de Chaves!?” até tem lógica e razão de ser.

 

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Por este desencadear e mistura de publicidade política fica bem à vista que informar pouco importa, pois o que importa mesmo, é mesmo o poder, e os de cá, estão mais preocupados com a casa do Morgado de Vilar de Perdizes, na da Praça do Duque que tem nome de Camões,  do que com o Palácio de S.Bento. Claro que alheando-nos assim da vida de Lisboa, que infelizmente é a nacional, não admira que os de lá e os que para lá vão, se estejam a borrifar para nós. A ser assim e visto que se repete por este Portugal fora, mais valia terem juntado as duas eleições, pois sempre se poupavam uns milhões de euros, mas isso, também pouco importa a quem gasta o dinheiro que é de todos.

 

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Mas no meio disto tudo, quem continua a marcar pontos na originalidade da publicidade é o PP local, pois trocou o coração que deu volta a Portugal,  por um burro, um presunto e uma enxada, mesmo sendo notório que o candidato não sabe pegar na enxada, marca pontos pela originalidade saloia. Quanto ao presunto, falta ainda apurar onde é que ele foi desencantar um presunto de Chaves, pois todos sabemos que é um produto em vias de extinção que já não aparece no comércio local. Talvez seja lá da colheita de casa, daqueles que clandestinamente se vão fazendo longe dos olhares da ASAE. Seja como for, a publicidade do PP, de novo, promete dar a volta ao nosso Portugal, desta vez, troca-se o coração pelo burro ou pela enxada!

 

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E assim vai a terrinha, como sempre igual…mas é esta a nossa terra da qual gostamos tanto. Pena que quem deveria gostar e interessar-se por ela, esteja apenas interessado em servir-se dela. De uma coisa estamos certos, um verão assim, não se repete, o próximo, promete se parecido, ou seja, diferente mas igual.

 

20
Set09

Granjinha, Chaves, vista por Torga - Portugal


 

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Granjinha, Chaves, 7 de Setembro de 1986

 

Uma capelinha visigótica arruinada perdida entre ramadas, com um original pórtico ornado de figuras zoomórficas que são desafios em pedra à imaginação. No telhado, uma airosa cruz vazada parece querer levantar voo. E dentro, por detrás do tosco altar de talha que durante séculos a escondeu, a mais bonita ara romana que se pode ver. É assim. O nosso génio criador, por mais que se exceda, acaba sempre nisto: num pungente testemunho de que só a incompreensão e o abandono esperam no futuro as obras de qualquer presente.

 

Miguel Torga, Diário XIV

 

 

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18
Set09

Texto e fotografias de Blog da Rua Nove 

 

As Nossas Sombras Interiores

 

Nostalgia. Mais do que saudade é nostalgia o que sinto quando por mim perpassam imagens de Chaves, imagens da vida na cidade, imagens dos amigos que ficaram e daqueles que não foram resistindo à distância.

 

Nostalgia porque essas são imagens de palavras nunca ditas, de vidas nunca vividas, de gestos nunca ousados.

 

Imagens prontas a sobressair das sombras, esperando-me a cada esquina das cidades interiores que vou criando. Imagens que me devolvem a um outro útero materno, que me fazem dobrar sobre mim mesmo e me fazem renascer para diferentes cidades, deixando-me confuso perante esse labirinto urbano.

 

Imagens que cintilam e são um momento eterno, não sendo mais do que um breve pestanejar. Imagens que me elevam, e me deixam suspenso e me fazem levitar.

 

Pairando sobre esta cidade, sobrevoando este vale, olhando estas imagens e estas sombras quase luminosas, sinto apaziguar-se uma inquietação de muitos anos.

 

Creio que é isto que sentimos quando chegamos a nossa casa, à nossa casa verdadeira, depois de muitas viagens e longas ausências. Um conforto que não sentimos em mais lado nenhum. 

 

Mas perplexo fico quando aqui passo alguns dias e compreendo que, afinal, as minhas muitas viagens e longas ausências fazem com que eu sinta ter muitas casas, sentindo-as todas verdadeiras...

 

 

16
Set09

Ousar para comungar


 

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Chaves, 8 de Setembro de1990

 

Os gestos que não fazemos à espera que outros os façam por nós. E assim perdemos a vida, que é uma expressão permanente que não pode ser adiada, nem diferida. Nenhuma prova de comunhão devemos esperar receber que não formos capazes de primeiro ousar.

 

Miguel Torga, in Diário XVI

 

E ousar por conta própria numa terra pequena como Chaves, é complicado, sobretudo porque se fica exposto e à mercê de um qualquer dedo inquiridor, por isso, o ser mais fácil e cómodo fazer parte de um rebanho, seguir o pastor, comungar, dizer ámen e ajoelhar quando a procissão passa, pois haverá sempre alguém a fazer um gesto por nós que um dia poderá ser para nós, nunca se sabe… e assim se vai vivendo ao dia-a-dia, não os nossos, mas aqueles que os outros nos ditam.


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Claro que o viver em sociedade e democracia tem de ter as suas regras, deveres e direitos, mas também liberdade, justiça, tolerância e sobretudo respeito, pois se falha um destes pilares, a essência da democracia fica em causa e a doença alastra para a sociedade.

 

Infelizmente é mais que comum falhar um destes pilares, principalmente em meios pequenos como o nosso, onde o nosso, está longe de ser excepção.

 

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Embriagados pelo poder, político ou não, ficam tolhidos da visão e,  muitas vezes, também do puro e comum bom senso e,  à falta de formação, tolerância ou competência para, fazem do poder uma muleta ou uma pedra de arremesso e, claro, ninguém gosta de levar com uma pedrada, muito menos se gosta de ver um dos tais pilares da democracia transformado em estadulho.

 

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Estamos carentes de novas mentalidades, mas pelos caminhos que os rebanhos seguem e com os pastores que os orientam, estamos longe de conjugar a verdadeira democracia, a verdadeira liberdade e sobretudo o verdadeiro bem estar da sociedade.

 

Entretanto, lá se vão sucedendo os dias, tentando-se formatar as cabeças à noite num sono que deveria ser repousante, para se poder suportar um novo dia em que lá se terá que ir atrás do rebanho, direitinho, pois os cães de fila estão de guarda e os lobos estão de volta para as aventuras individuais fora do rebanho e, claro, deixamos de fazer gestos à espera que outros os façam por nós. E assim perdemos a vida, que é uma expressão permanente que não pode ser adiada, nem diferida. E enquanto assim for, nenhuma prova de comunhão devemos esperar receber que não formos capazes de primeiro ousar.

 

Pelo discurso, até pode parecer que razão tinha o outro, cão de fila (pela certa) de um rebanho qualquer, em dizer que eu estou zangado com a vida, mas não, quando muito estou é revoltado com a pobreza de uns e o deixa andar de outros… e já que se falou por aqui em rebanhos, é tudo uma questão de pastagens, não é?


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Claro que no meio disto tudo há uma cidade que dá pelo nome de Chaves que também vai servindo de pasto a muita gente, como se de uma pastagem se tratasse, de entre eles, poucos são os que se preocupam com a sua história e muito menos com o seu futuro. Sobretudo com um futuro sustentado para os que cá vamos deixando.

 

E assim se vão fazendo os dias por esta cidade que apaixonadamente se ama, mas que dói. Há que ousar para comungar, por isso ousem, ou então sigam no rebanho e não esqueçam de ajoelhar quando com o passar da procissão, e digam ámen, mas sem comungar.

15
Set09

Os Olhares de Manuel Ferreira sobre Chaves


Foto de Manuel Ferreira

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E hoje vamos novamente até outros olhares lançados sobre a cidade e registados em fotografia.

 

Como sempre a água e os rios são pontos de atracção. Talvez por instinto ou pura atracção, também em Chaves, se o descobrem, também não se resiste ao Tâmega, e disse -  se o descobrem -  porque por cá, o turista continua a andar por conta própria em verdadeiras aventuras de descobrir o que vai havendo de interessante. O que nos vai valendo, é a cidade ser pequena e alguma coisa vão descobrindo. Pelo turismo e pelos turistas que visitam Chaves, continua-se sem nada fazer, e quanto às novas tácticas turísticas que se poderiam sonhar com a abolição da Comissão Regional de Turismo, parecem ter ficado no papel (se é que foram escritas), pois ao que parece, apenas mudaram de instalações e de nome. Por Chaves tudo continua igual e parece que os responsáveis ainda não se aperceberam que a melhor (e também a pior) publicidade que se pode fazer cá da terrinha, é mesmo a que os turistas que nos visitam levam consigo para as suas terras. Contudo, acredito que mesmo assim partam satisfeitos com o pouco que vão descobrindo por conta própria, se calha sem comer um pastel de Chaves ou sem saber que por Vilar de Nantes se faz (ou fazia) peças de “loiça” preta artesanalmente, sem saber que também temos bom vinho ou água quente e termas, sem tirar o proveito e o sabor da fama do Presunto de Chaves (que ninguém sabe onde pára). Mas enfim, alguns, até conseguem por entre muralhas de betão descobrir o Castelo e lá sobem por ele acima iludidos que lá do alto poderão ver toda a cidade, mas para compensar a desilusão, sempre se inclui no bilhete uma visita ao museu das pedras e ao de arte sacra, este último, outra ilusão e,  se houvesse um pingo de vergonha ou de responsabilidade de que a deveria ter, nem sequer abriria as portas, pois em qualquer das nossas casas, se calha, há mais arte sacra do que naquele museu. Se duvidarem daquilo que digo, nem há como visitar o dito cujo…

 

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Foto de Manuel Ferreira

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Mas enfim, vai-nos valendo o rio, a Top Model, as travessias, mas convém não passar além do Ribelas, pois senão, lá se vai o encanto. Faz-me lembrar as tinturarias de Fez, na fotografia ficam lindíssimas, mas in loco, fogem-se delas a 7 pés…

 

Desculpas ao nosso convidado de hoje, Manuel Ferreira, é este o seu nome, que também passou por Chaves e se encantou com o nosso rio, a nossa Top Model e a Ponte Nova, que olhada com a atenção devida, é uma bela obra de arte da qual também nos podemos orgulhar. Vá lá, que em pontes e travessias ninguém se pode considerar desiludido, onde até há lugar para belíssimos exemplares de puro luxo.

 

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Foto de Manuel Ferreira

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Manuel Ferreira, como sempre, descobri-o no Flickr, é Engenheiro, natural da Maia, passou por Chaves e fez estes três belos registos que constam na sua galeria de fotografias que poderá ver aqui:

 

http://www.flickr.com/people/nabos/

 

E como hoje a prosa já vai longa, fico-me por aqui, com um pedido de desculpas ao nosso convidado por, eu, debitar por aqui alguns lamentos, mas tal como em minha casa gosto de receber bem os meus convidados e lhes dou toda a tenção devida, também gostaria que na minha cidade fosse assim.

 

Até amanhã, que como sempre, em Chaves há feijoada.

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14
Set09

Soube bem, mas acabou-se...


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Seria injusto para os que seguem este blog e não vivem cá na terrinha, não lhes permitir visualizar as fotografias inéditas que estiveram presentes na exposição que terminou no Sábado passado e que pretendia comemorar as 750.000 visitas a este blog. Pois para finalizar aqui ficam mais 5 fotos que os flavienses residentes ou quem visitou Chaves, teve oportunidade de ver na Galeria Tamagani, no antigo Cine Teatro de Chaves.

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A Pensar Portugal

 

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Momentos perpetuados na imobilidade de uma estatueta do meu imaginário de criança, mas real, como quem pensa Portugal numa terra e cidade onde nem sequer esta é pensada. Ironias que valem pela pureza dos sonhos de criança, onde tudo é possível ser sonhado…

 

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Já há 2000 anos não era assim. Pensadores romanos construíram um império e, em Chaves, deixaram algum desse património que fez um império e que, ainda hoje, é admirado por todos. Bem pode, pois por cá, hoje, modernidade também rima com mediocridade…

 

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E sempre o fascínio da cor e da geometria, Chaves tem destas coisas e, nem os espessos nevoeiros de Inverno toldam as linhas e as cores da geometria. Não é por mero acaso que em Chaves nasceram mestres da cor e da geometria…

 

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E já que poucos se atrevem a dar uma pedrada no charco, porquê não dar um pontapé no marasmo…mas parece não haver pé que sirva na bota, embora muitos a calcem, ninguém consegue pontapear com ela e, depressa a descalçam, entretanto, vai envelhecendo desprezada e abandonada, levando com o pó do tempo enquanto traiçoeiramente as aranhas tecem a sua teia…

 

 

 

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