Movimento contra as portagens nas auto-estradas já agita Alto Tâmega
A Comissão de Utentes Contra as Portagens na A25, A24 e A23 recolheu na passada quarta-feira assinaturas em Chaves para entregar uma petição pública à Assembleia da República, que já conta com cerca de 20 mil subscrições. No mesmo dia, o presidente da Câmara Municipal de Chaves foi recebido no Ministério das Obras Públicas para defender a não introdução de portagens na A24, enquanto o PCP desafiou os autarcas da região a tomar mais atitudes.
A luta contra a introdução de portagens na A24, agendada para Abril, já está a agitar a região do Alto Tâmega. Esta semana, a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A25, A24 e A23 começou a recolher assinaturas no distrito de Vila Real para uma petição dirigida ao Governo e à Assembleia da República e agendou para o próximo dia 8 de Abril – uma semana antes de começar a cobrança das portagens – marchas lentas nos quatros distritos atravessados por estas auto-estradas.
Em Chaves, a primeira recolha decorreu na passada quarta-feira no mercado municipal. “Está a ter uma grande adesão. As pessoas assinam com facilidade. O povo é sensível a este problema quando se sente injustiçado”, confirmou À Voz de Chaves António Serafim, membro da comissão. No local, as pessoas sucediam-se umas às outras para assinar o documento. “Havia de ser Trás-os-Montes inteiro a mobilizar-se! É um roubo!”, insurgia-se Alberto Pinto. Maria Clara Morais, moradora da cidade galega de Verín, também assinou e não duvida que a região vai perder turistas com estes preços “muito caros”.
No distrito, já foram recolhidas perto de 20 mil assinaturas, mas até 4 de Março a comissão espera obter entre 30 a 50 mil assinaturas para que o problema seja discutido no Parlamento. “Estamos confiantes que os respectivos grupos parlamentares vão ser sensíveis a estes problemas”, rematou António Serafim. No dia 2 de Março, voltará a haver uma acção de recolha em Chaves, no local da Feira, a partir das 9h30. Hoje, a recolha de assinaturas decorrerá na feira e no mercado de Vila Pouca de Aguiar. A petição também pode ser assinada na internet, através do sitewww.contraportagens.net.
Para a comissão de utentes, “o pagamento de portagens provocaria um aumento do custo de vida, criaria mais dificuldades às empresas e agravaria a situação económica e social desta vasta região”. Até porque “hoje, não existem alternativas a estas vias rodoviárias estruturantes”. Por outro lado, “seria uma medida que em nada contribuiria para combater a desertificação que afectam estes distritos do interior do país”.
Esta quarta-feira, o presidente da Câmara Municipal de Chaves esteve no Ministério das Obras Públicas para defender a não introdução de portagens na A24. Para João Batista, o argumento da “igualdade” nacional é uma falsa questão. “No Interior já andamos há anos a pagar impostos para os transportes de Lisboa e do Porto, onde o Governo vai gastar muito mais do que recebe das auto-estradas. Pelo menos nos próximos 10 anos, não devíamos ter rigorosamente nenhuma” portagem, considerou o autarca. Já sobre as iniciativas da comissão de utentes, “cada um faz o seu percurso, sendo que o objectivo é o mesmo. Terá da nossa parte o apoio que qualquer movimento de cidadãos tem, com a vantagem de ser uma voz de cidadão relativamente a uma situação injusta”, rematou.
PCP desafia autarcas da região a actuar
Na passada segunda-feira, em conferência de imprensa, o PCP desafiou os autarcas da região a actuar mais contra as portagens. “É necessário uma ousadia maior de protesto e ir mais além de abaixo-assinados e moções”, defendeu o deputado comunista Manuel Cunha. “O PCP exige aos autarcas mais do que simples palavras”, desafiou o deputado. Os comunistas afirmam estar “solidários” com a iniciativa da comissão de utentes, quer “subscrevendo o abaixo-assinado”, quer “apelando à assinatura”, e não exclui “nenhuma forma de contestação prevista na legislação”.
Segundo os valores médios anunciados pelo Governo, as portagens para veículos ligeiros classe 1 no troço Viseu – Chaves custará 12.80 €; Lamego – Régua, será de 1.40€ e o percurso Vila Real – Chaves custará 6.40 € (sendo 16,50 euros para pesados de quatro ou mais eixos). Ainda assim, no passado fim-de-semana em Trás-os-Montes, o primeiro-ministro José Sócrates garantiu que haverá isenções “para aqueles que residem e trabalham nesta região”. Nas ex-SCUT do Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata, os moradores e empresas estão isentos do pagamento das 10 primeiras viagens que efectuarem, usufruindo de um desconto nas restantes.
“Em 2009, José Sócrates disse que não introduziria portagens. Que credibilidade merece quando diz que haverá isenções?”, questionou, contudo, Manuel Cunha. “Com a subida do custo do gasóleo, já há uma sobrecarga real nos transportes. Esta é uma medida que aparece em tempos de vacas magras”, rematou Manuel Cunha, acrescentando que as empresas serão afectadas e que “a região pode vir a perder habitantes por passar a ser mais económico residir em Vila Real” para os profissionais de saúde ou da área da educação que lá trabalham.
Sandra Pereira
“Mercadinho do Fumeiro” está de volta
Nas próximas quartas-feiras 2, 9 e 16 de Março, quatro produtores locais com cozinhas regionais certificadas animam o Mercado Municipal de Chaves com fumeiro de qualidade. Às quintas-feiras, o Mercadinho decorre em Vidago e, em breve, terá Folar e Pastel de Chaves.
Se ainda não encheu a despensa de fumeiro, ainda existe um local onde pode encontrar enchidos com selo de qualidade garantido: o Mercado Municipal de Chaves. Há seis anos que o “Mercadinho do Fumeiro Tradicional” surge após o certame “Sabores e Saberes” de Chaves e conta actualmente com quatro produtores locais de fumeiro com cozinha regional certificada. O “Mercadinho do Fumeiro” abriu na passada quarta-feira, 23 de Fevereiro, e continua nas próximas, dias 2, 9 e 16 de Março, no Mercado Municipal, entre as 8 e 12 horas. Às quintas-feiras, o “Mercadinho” decorre em Vidago.
No primeiro dia de Mercadinho em Chaves, estava tudo muito calmo porque, além de ser dia de feira em Verín, os compradores aguardavam pela quarta-feira que antecede o Carnaval. De Cimo de Vila da Castanheira, a Cozinha da Lurdes não perde a oportunidade de participar no Mercadinho. “Compensa vir cá porque como moro longe da cidade, não vendo mais. Dá-me jeito a mim e às pessoas que querem comprar!”, comentou a produtora, que participa na iniciativa há 6 anos. “É pena não estarmos aqui a época do fumeiro toda, desde o Natal!”, acrescentou.
Sílvia Felizardo também não tem dúvidas que o Mercadinho “chama mais os clientes”, que vêm essencialmente de fora. “Há muitos que ainda não sabem que estamos cá, mas há sempre pessoas novas que gostam de experimentar”, aponta a produtora, que participa há quatro anos na iniciativa. No Mercadinho, estão ainda, pela primeira vez, as afamadas alheiras de Avelelas, de Maria da Conceição Soqueiro, e a Cozinha Regional da Quinhas, de Agostém.
Mercadinho vai ser remodelado para criar “espaço mais amplo e atractivo”
Aqui, o objectivo é não só “divulgar as unidades produtivas locais”, mas também “dinamizar o espaço do Mercado Municipal”, explica o vereador da Câmara Municipal de Chaves, Paulo Alves. “No fundo, é para tentar escoar alguma produção que sobrou porque o fumeiro tem uma época própria para ser produzido e consumido. Esta é a altura ideal para fazer este tipo de promoção”, acrescenta.
De resto, os produtores locais “estão interessados porque, sendo uma época de crise, os produtos têm qualidade e são sempre vendáveis”, considera Paulo Alves, que aponta que as várias feiras do fumeiro organizadas na região não influenciam o negócio do “Mercadinho”, uma vez que o fumeiro “é sempre um produto procurado”.
Para as próximas edições, “estamos a pensar fazer umas pequenas obras e adaptações para criar um espaço mais amplo e atractivo. Estou convencido que para o ano iremos ter essa remodelação de espaço feita”, onde o número de expositores poderá subir para 7 ou 8, conclui o vereador. Em Março, o mercado municipal irá acolher o Mercadinho do Folar, a que se juntará o Pastel, cuja produção diária em Chaves já se situa entre 25 a 27 mil unidades.
Sandra Pereira
Furtadas cerca de 30 tampas de saneamento na cidade
Em apenas duas semanas, cerca de 30 tampas de saneamento foram furtadas nas várias ruas da cidade de Chaves, mas já todas foram repostas. Autarquia já comunicou situação à PSP, que vai reforçar vigilância.
No espaço de apenas duas semanas, cerca de 30 tampas de saneamento foram furtadas pelas várias ruas da cidade de Chaves, avançou o vereador das Águas e Saneamento da Câmara Municipal de Chaves, Paulo Alves. Estes furtos têm causado grande prejuízo ao município, já que é necessário repor novas tampas de saneamento, sendo que cada uma custa à volta de 20 euros, se estiver colocada num passeio, e cerca de 60 euros se estiver situada na via pública, informou o vereador.
Na terça-feira, foram logo respostas cerca de sete tampas de saneamento junto ao edifício das Finanças e junto à Estação, pois “é realmente muito perigoso para os munícipes” as tampas ficarem destapadas, referiu ainda Paulo Alves. “É um caso de polícia”, mas a PSP já está alertada para um “reforço de vigilância”, que fará nomeadamente com polícias à civil, já que “não é fácil detectar este tipo de crime”, considerou Paulo Alves, acrescentando estar “atento à situação”.
Apesar de ninguém saber a que se destinam as tampas de saneamento, a probabilidade é que os ladrões as vendam para o ferro velho. Na semana passada, também foram furtados junto ao Mercado Municipal os fios de iluminação eléctrica, que causaram à autarquia um prejuízo de “cerca de 20 mil euros”, informou ainda Paulo Alves.
Sandra Pereira
Corte de fibra deixou Uniteldata sem serviço
Numa caixa subterrânea, sita no Parque Industrial, onde passa a fibra da Uniteldata, empresa com serviços de televisão, telefone e internet, os cabos de fibra foram cortados radicalmente, ficando sem qualquer serviço.
Tudo terá acontecido na noite de sexta-feira, dia 18 de Fevereiro. Segundo Rui Pinheiro, um dos responsáveis da empresa, “nessa caixa subterrânea passam mais 3 cabos de fibra pertença do parque empresarial, mas esses não foram cortados”, situação que permite concluir que se tratou de “uma operação cirúrgica”, desconhecendo-se, até ao momento, quem e quais os motivos desta situação.
Detectada a falha nos serviços, “só por volta das 14 horas de sábado é que ficaram completamente restabelecidos”.
Segundo referiu Rui Pinheiro, “ vai ser formalizada queixa directamente junto dos Serviços do Ministério Público de Chaves”.
Para detectar o autor deste incidente, poder-se-ia recorrer às câmaras de vigilância do Parque Empresarial, porém, “não funcionam. Devia de haver mais policiamento nestas zonas, sendo certo que acreditamos que seja difícil devido ao reduzido número de empresas aqui instaladas”, concluiu Rui Pinheiro.
GNR organiza “Operação Censos Sénior”
A campanha tem como objectivo efectuar o registo de todos os idosos que vivem isolados e/ou sozinhos e actualizar os dados já existentes. A “Operação Censos Sénior” inicia-se amanhã, dia 25 de Fevereiro e termina no dia 25 de Março e decorre em todo o distrito coordenado pelo Comando Territorial de Vila Real da GNR.
“A GNR pretende ajudar a prevenir e a evitar situações de risco, sinalizar situações de necessidade de apoio social às entidades competentes, desenvolvendo ainda iniciativas com vista à sensibilização da população idosa de forma a esclarecer e incentivar a adopção de comportamentos de segurança, fazendo assim reduzir o grau de risco de acções criminosas”, informou a GNR.
Redacção
JSD Chaves organiza colóquio para debater dificuldades dos jovens
A JSD de Chaves organiza na sexta-feira, dia 25 de Fevereiro, o colóquio “Juventude, que Futuro”, a partir das 21 horas, no auditório do GATAT. Entretanto, acaba de lançar um novo site para apelar à participação dos jovens na política do concelho onde residem.
A Juventude Social-Democrata (JSD) de Chaves organiza amanhã à noite o colóquio “Juventude, que Futuro”, a partir das 21 horas, no auditório do GATAT, em Chaves, onde o objectivo é debater as necessidades da juventude de hoje. “É importante que as pessoas comecem a olhar para a juventude como uma solução e não como um problema”, explicou Hugo Silva, presidente da JSD de Chaves, em conferência de imprensa.
O colóquio será aberto pelo presidente da Câmara Municipal de Chaves, João Batista, e pelo presidente da comissão política do PSD Chaves, António Cabeleira, seguido das intervenções dos representantes das 14 concelhias do PSD do distrito e do presidente da JSD Regional, Nataniel Araújo. Por último, o presidente da JSD Nacional, Duarte Marques, encerrará o debate.
De acordo com o presidente da JSD Chaves, a ambição do colóquio, além da troca de ideias e experiências entre concelhos, é também que Duarte Marques “leve na cabeça” os problemas e necessidades da juventude da região para Lisboa, de forma a poder encontrar soluções. “Prevemos um auditório repleto de juventude, pois notámos interesse”, avançou Hugo Silva, acrescentando que este não é um evento partidário, mas aberto a todo o público.
Um novo site onde os “jovens terão oportunidade de serem ouvidos”
Em paralelo, a JSD de Chaves acaba de lançar um novo site para esclarecer os jovens de como funciona a política. “A JSD quer acabar com os estereótipos” de que estas associações partidárias “não têm grande abertura” a outros jovens que se interessem por política, explicou Hugo Silva. Para isso, foi criado “um site dinâmico”, onde “os jovens terão oportunidade de serem ouvidos”, esclareceu.
Na homepage do site www.jsdchaves.com, encontram-se informações sobre as actividades da JSD, vídeos, outdoors, agenda e ligações às redes sociais. Mas a novidade é o espaço “Constrói um concelho à tua medida”, onde todos podem deixar comentários, sugestões ou contributos sobre a localidade onde vivem, até porque, referiu Hugo Silva, muitas vezes “a juventude tem ideologias distintas dos partidos”. Para chegar mais perto das necessidades da população, há ainda uma “comissão de freguesias”, onde os jovens podem apontar directamente as realidades e necessidades das freguesias do concelho aos responsáveis políticos.
Eleitos em Abril do ano passado com 75% de votos, os elementos da JSD dizem lutar por objectivos. “Somos os primeiros a dizer que a juventude em Chaves está esquecida”, afirma Hugo Silva, que garante haver uma “ruptura total” com a linha anterior da JSD. “Quando chegamos, a JSD tinha 112 militantes. Hoje, já conseguimos ultrapassar Vila Real e temos 600”, acrescenta. É que para Hugo Silva, “os partidos não têm que ser a continuação de linhas familiares, mas sim os de quem quer mudar e fazer algo”.
Sandra Pereira