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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

30
Jun15

O Barroso aqui tão perto...


montalegre (549)

 

PALAVRAS LOUCAS, OUVIDOS MOUCOS…

 

O bispo ficou elucidado. Transferiu o P.e Cosme para Parvalheira da Serra, com ordens expressas de ser mais prudente, quando não, ficaria sem missa.

 

Remédio santo. Com medo de perder o ganha-pão, P.e Cosme não quis mais criadas novas de portas adentro. Lá se ia remediando de portas afora. E bem, segundo reza a crónica. A prova-lo, está o seguinte passo:

 

Uma vez estava a confessar um sacristão. Pergunta o confessor:

 

— Quem anda a roubar a lâmpada do Santíssimo e a caixa de esmolas?

 

— O quê, senhor abade?

 

— Quem anda a roubar o azeite da lâmpada e o dinheiro das almas?

 

— Não se ouve nada, senhor abade…

 

— Não se ouve ou não te convém?

 

— Não se ouve nada deste lado, P.e Cosme. Não Acredita? Passe Vossa Reverência para aqui.

 

Trocaram de poiso. Pergunta o sacristão:

 

— Quem anda a pôr-se na minha mulher?

 

— Que dizes?

 

— Quem anda a pôr-me os cornos?

 

— Tens razão, rapaz! Não se ouve mesmo nada…

 

Bento da Cruz, in “Histórias da Vermelhinha”

 

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29
Jun15

Quem conta um ponto...


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246 - Pérolas e diamantes: o Cânone Acidental…

 

Acabei de ler o livro de Harold Bloom O Cânone Ocidental, que é, salvo melhor opinião, um tratado de paixão sobre Shakespeare, pois “Shakespeare e o Cânone Ocidental são uma e a mesma coisa”. Talvez ao facto não seja estranha a situação de o autor ler e escrever em inglês, pois é norte-americano.

 

O meu cânone assenta essencialmente em Cervantes, o autor do magistral Dom Quixote, o livro fundador, o romance dos romances. Talvez porque me identifico com a sua condição e com o facto de ambos sermos latinos do sul da Europa.

 

Mas antes de ir ao Cânone propriamente dito, deixem que partilhe convosco o facto de ter descoberto a razão, e a inspiração, de a nossa presidente do Parlamento utilizar os estapafúrdicos substantivos com que resolveu espantar os portugueses, tais como “estranhamento” e “conseguimento”. Por incrível que possa parecer, foi a ler a obra de Harold Bloom, o distinto membro da Academia Americana, que utiliza generosamente essas palavras para compor a sua obra, que a presidente do Parlamento aprendeu a embasbacar os portugueses.

 

HB também emprega verbos como “emurchecer”, ou adjetivos como “parentética”, ou substantivos como “mimese”. Por isso, caro leitor, quando escutar palavras tão abnóxias saídas da boca da nossa segunda figura do Estado, não se espante, trata-se de cultura, da arte preformativa resultante da leitura d´O Cânone Ocidental. Apenas isso e não uma forma de delírio linguístico próximo da loucura ou do “conseguimento” político.

 

Depois do segredo revelado, posso voltar ao livro de Harold Bloom com a nítida sensação proustiana de que “os verdadeiros paraísos são aqueles que nós já perdemos”.

 

No fundo, eu partilho a ideia de Bloom de que “desde Dom Quixote todos os romances reescrevem a obra magistral de Cervantes, mesmo quando não têm consciência disso”.

 

O Cânone nasce do facto de o autor ter percebido que as instituições educativas estão atualmente “atravancadas de idealistas ressentidos que condenam a competição tanto na literatura como na vida, mas o estético e o agonístico são uma única coisa, como nos é dito por todos os antigos gregos”. Pois o “idealismo, relativo àquilo sobre que se faz o possível por não ser irónico, é agora moda nas nossas escolas e universidades, nas quais, em nome da harmonia social e do remedeio da injustiça histórica, estão a ser abandonados todos os padrões estéticos e a maior parte dos padrões intelectuais”.

 

Vivemos sob o estigma da “ansiedade da influência”, pois a “grande escrita é sempre reescrita ou revisionismo”, porquanto “o que é original nada tem de original”. “Mas nada se consegue por nada”.

 

Para Bloom nenhum outro escritor, antes ou depois de Shakespeare, nos dá uma ilusão mais forte de que cada personagem fala com uma voz diferente das vozes das outras personagens.

 

Pedindo ajuda a Harold Bloom, vou tentar explicar porque Dom Quixote é o meu Cânone.

 

Desde logo porque o cavaleiro da triste figura, apesar de à primeira vista parecer, nem é louco e muito menos é tolo. Pelo contrário, é alguém que joga e se diverte a ser cavaleiro andante numa época em que eles já não existem. Joga de forma intencional, que é bem diferente da situação de loucura ou da tolice. Dom Quixote é mesmo mais voluntarioso do que o seu fiel escudeiro Sancho Pança, pois só lentamente se entrega ao jogo ou ao divertimento propostos.

 

O que mais me fascina na obra de Cervantes é o facto de o seu personagem se transportar a si mesmo a um lugar e tempo ideais para representar o seu papel, mantendo-se fiel à sua própria liberdade, à sua fantasia, à sua indiferença ao julgamento dos demais, ao seu isolamento, bem como aos limites que lhe são impostos pelas circunstâncias. Isto até ao momento em que finalmente é derrotado, abandona o jogo, adquire a “sanidade perdida”, necessariamente cristã, e morre.

 

Dom Quixote, como muito bem definiu Unamuno, redimiu-nos, pois a sua “perda de entendimento” foi realizada para nosso benefício, de modo a deixar-nos um exemplo eterno de generosidade espiritual.

 

Ele enxerga os gigantes nos moinhos de vento e toma os pequenos teatros de fantoches por realidade, mas ninguém o consegue ridicularizar, porque, como diz Bloom, “ele é mais vivo de espírito do que qualquer um de nós. A sua loucura é uma loucura literária…”

 

Foi com ele que aprendemos como é um Homem de Honra: simples, magnânimo, apaixonado, decidido, verdadeiro.

 

Nós por cá vamos vivendo a tragicomédia de Beckett, À Espera de Godot. Sempre à espera.

 

A explicação dada por Beckett para o facto de a Irlanda ter produzido tantos escritores modernos importantes era a de que um país sodomizado pelos ingleses e pelos padres era um país obrigado a cantar.

 

Para reflexão política deixo-vos com a moral Shakespeariana de Falstaff, segundo Harold Bloom: “A moral que se deve retirar desta representação é que nenhum homem é mais perigoso do que aquele que, sendo desonesto, tem o poder de agradar.”

 

 João Madureira

 

PS – Água mole em pedra dura…. Na Assembleia Municipal realizada no passado dia 24 de junho de 2015, o senhor presidente da CMC, António Cabeleira, afirmou que “se durante o ano de 2015 não for feita a inspeção que está prevista pela Inspeção Geral de Finanças, no final do ano comprometemo-nos a realizar a mencionada auditoria.” Para que conste, aqui fica o registo público do compromisso e as nossas felicitações.

 

 

28
Jun15

Vilar de Nantes - Chaves - Portugal


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Como hoje é domingo lá vamos nós até mais uma aldeia do nosso concelho, mas não obrigatoriamente até ao nosso mundo rural, pois a aldeia de hoje, também sede de freguesia, é uma aldeia da periferia da cidade de Chaves e a terceira freguesia com mais habitantes do concelho de Chaves, funcionando hoje em dia como um grande dormitório da cidade.

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Mas hoje não é aos novos bairros da freguesia quer queremos ir, bairros onde se concentra o grosso da nova população da freguesia, mas antes ao centro histórico da aldeia de Vilar de Nantes e ao velho casario que tem resistido à modernidade e que deixa ver ainda um pouco do ser da antiga aldeia, do tempo em que se dedicava quase por inteiro à olaria do barro preto e também à agricultura. Em suma, do tempo em que ainda era rural.

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Imagens que ainda são possíveis com a mesma identidade daquelas que Gerald Bloncourt conseguiu em 1966 e que eram possíveis em toda a aldeia e que hoje, só um olhar seletivo as permite.

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Assim, a aldeia de Vilar de Nantes está fora do rol daquelas que sofrem de despovoamento, mesmo estando já em plena Serra do Brunheiro, mas nas suas faldas, nas suas costas, pois é a veiga de Chaves e a cidade que tem como motivo no horizonte que avista.

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Quanto às imagens de Gerald Bloncourt mencionadas atrás, um destes dias vamos tentar trazê-las aqui, mostrando o mesmo motivo à distância de 50 anos. Ficam prometidas.

 

 

28
Jun15

Pecados e picardias


pecados e picardias copy

 

A Taverna

A caminho da madrugada

 

Ele sabia que seria eleito…

 

Sentiu a aflição …velada…

Preocupação com a filha

Frustração… sentiu-se enganada

Bem tinha visto das outras vezes

Nunca …Ninguém a ganhava

Era o Gerardo quem mais pagava

 

Para a filha a ninfa

O dinheiro nunca chegara

O Gerardo a acordar da estupefacção

A arfar disse – Podem ir para o porão

Estaria a ganhar tempo? Era essa a sensação

Ali? Sem privacidade? Não foi assim que planeara

 

-Decida-se homem

Ouviu o ts!...Duas? Divida com a gente

Voz entrecortada relutante

Inveja contida que lhe ia na mente

Aquele homem, o ts, nojento, irritante

 

E a francesa em constatação pungente

Diz!... ó Gerardo !...dando um passo em frente

-Devolve-lhe o dinheiro, o da viola…

-Deixe a miúda! sou eu!... quem o consola

 

Fulminou-a com o olhar

Estaria a brincar? Ela não percebia

Que ele tinha descoberto a filha…

Agora descobriu que ela era mãe…

Pela ansiedade com que olhava a viola

Pelo medo demonstrado, pela demora…

 

Disse com voz firme

- Jogo é jogo, sou homem e de palavra

-Tenho direito às duas …e mais nada

Viu-a a olhar aflita para o Gerardo

Pedido de ajuda mudo, sem timbre

Mas ele olhava o dinheiro fascinado

 

Isabel Seixas

 

 

27
Jun15

Amoinha Velha - Chaves - Portugal


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Já não recordo a primeira vez que trouxe aqui Amoinha Velha, mas lembro-me que foi das primeiras aldeias a passar no blogue, precisamente com um olhar sobre esta mesma construção que fica em primeira imagem de hoje, tomada há poucos dias atrás.

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Pois hoje, apenas para cumprir contrato, ficam dois olhares sobre a Amoinha Velha. Um repetente e outro inédito aqui no blogue, mas há mais que ficarão para uma próxima oportunidade.

 

 

26
Jun15

Discursos sobre a cidade - Por António de Souza e Silva


SOUZA

 

ATÉ SEMPRE, CAMARADA IRMÃO!

 

Benjamim Ferreeira.jpgBenjamim Ferreira

 

Corria o dia 22 de abril de 1974 quando o conheci.

 

Vindos do Norte, tomámos o mesmo comboio que nos transportou até à Escola Prática de Infantaria de Mafra, onde entrámos como cadetes para, a maior parte deles, ir como milicianos «fazer a guerra» no Ultramar.

 

Na mesma carruagem destacava-se um jovem a aspirante a cadete. Irradiava um otimismo transbordante, que contagiava os futuros camaradas que o acompanhavam. Alguns, notava-se, olhavam para ele, antecipando um futuro líder; outros, vendo-lhe a sua frontalidade, verticalidade, ousadia de opiniões – embora circunspetas e cautelosas – e, simultaneamente, a sua afabilidade e emotividade, viram-no como um irmão, um deles.

 

Passados três dias acontece Abril. Nessa noite libertadora, nas nossas casernas, estávamos atentos, presos com os ouvidos na telefonia, para «ouvir o sinal». Também queríamos partir. Mas, estes cadetes de três dias, pouca serventia tinham no uso de armas que mal sabiam manejar. Seu papel foi o ficarem de «reféns» até que o «movimento» saísse vitorioso.

 

No dia 1 de maio saímos da caserna e fomos celebrar o Dia do Trabalhador, ouvindo, no Estádio 1º de Maio, os líderes exilados, entretanto regressados.

 

Eu e o meu camarada amigo continuámos a vida militar, cada um depois seguindo sua Arma. Até que, entre 1974 e 1975 nos encontrámos na mesma guarnição militar, em Chaves. Chaves foi a terra a que fui forçado a viver e que, mais tarde, acabei por adotar e amar. Para o meu camarada amigo, entretanto «preso pelo coração», depressa a adotou como sua.

 

Findas as nossas vidas militares, acabámos os dois por ficar por Chaves: ambos casados com duas flavienses, professores na mesma Escola do Magistério Primário e militantes do mesmo partido.

 

Durante cerca de uma dúzia de anos partilhámos e fomos cúmplices de projetos na área das Ciências da Educação, na Formação Inicial e Contínua dos Professores do Ensino Primário e na Experiência das Escolas P3, a par de uma militância política ativa na área do socialismo democrático.

 

Meu camarada amigo foi, por mérito próprio e liderança nata, Diretor da Escola do Magistério Primário de Chaves e, durante duas eleições autárquicas, candidato a Presidente da Câmara Municipal de Chaves, por falta de comparência de outros «notáveis» militantes do PS.

 

Se, como professor e Diretor da Escola do Magistério Primário de Chaves, meu camarada amigo se irmanava num lema, que o perseguiria a maior parte da sua vida, como vereador do PS, na Câmara de Chaves, cumpria um dever cívico e de militância socialista, empenhada em causas sociais, que nunca abandonou, mesmo quando, não raras vezes, estava em causa a sua vida pessoal e familiar, e, porque não dizê-lo, algumas «incompreensões» de certas «individualidades» partidárias locais da altura.

 

Para o meu camarada amigo não funcionava a doença da «partidarite», porque se tem de ser do contra. Enquanto vereador único, que ocupou grande parte do tempo, nunca abandonou o seu ideário político e social, mas jamais se esqueceu, como verdadeiro democrata que era, que estava ali para servir o povo que o elegeu (e não se servir), pondo os interesses da terra flaviense em primeiro lugar.

 

Mas, para além da sua verticalidade e honestidade como ser humano, houve um traço da personalidade deste meu amigo camarada que nele se distinguia dos demais e que me levou a admirá-lo – em tudo que fazia, não se entregava por metade, dava-se todo, sendo solidário quanto baste, até se esquecer, muitas vezes, de si próprio!

 

Nunca lhe perdi o rasto ao meu camarada amigo! Mesmo quando as vicissitudes da vida lhe despertaram a vertente «emigrante» que cada português traz no seu ADN, lançando-o na diáspora, «mourejando» por terras helvéticas.

 

Mas meu camarada amigo nunca se esqueceu da terra que adotou como sua, onde casou e lhe nasceram os filhos. Por isso, um dia regressou para chefiar a Comissão Regional de Turismo do Alto Tâmega e Barroso, onde pôs todo o seu saber e experiência feita noutras paragens ao serviço destas terras e destas gentes, na vertente do desenvolvimento turístico. Mas foi uma estadia curta, meteórica, pois outros interesses que ele não servia se impuseram, fazendo-o regressar à cidade que passou a amar.

 

Periodicamente nos visitávamos. Ora na cidade que passou a amar, ora em Chaves. Meu amigo camarada, paulatinamente se transformando num «irmão» quando o tema de conversa era Chaves, esta terra e as suas gentes, seus olhos tinham outro brilho, seu coração emocionava-se!

 

Meu irmão camarada nunca deixou de ser um sonhador inveterado. E um profundo defensor da dignidade do ser humano.

 

Inesperadamente, há cerca de dois meses, comunica-me: “Má notícia meu caro amigo: entro no hospital amanhã (…)” [28 de abril de 2015, 19 horas e 18 minutos].

 

Sabia que o meu irmão camarada estava doente e que o seu estado de saúde era extremamente grave.

 

Na passada quarta-feira (dia de S. João), juntamente com dois amigos, de Portugal, dirigimo-nos a Genève para o ver e estar com ele.

 

Tarde demais. Antes de aterrarmos em solo suíço, Domingos Benjamim Carneiro Ferreira, por volta das 8 horas da manhã, tendo a mãe de seus filhos a seu lado, «tinha já partido».

 

O meu irmão camarada morreu na cidade que amava para viver, levando Chaves, os seus entes queridos e amigos no coração.

 

Na próxima segunda-feira, por expressa vontade sua, irá partilhar o mesmo solo daqueles que lhe deram o ser – seus pais – em Campagne-sur-Seine (França).

 

Na hora da despedida, os amigos que iam para estar com ele, deixaram-lhe a seguinte mensagem:

 

“Benjamim, sabíamos que o teu estado de saúde era extremamente grave. Viemos a Genève para estarmos contigo e despedirmo-nos de ti. De um homem profundamente lutador. Que pugnou militantemente pelas causas sociais e que, em especial, fez da educação o lema da sua vida. Eras um sonhador. Um ser profundamente solidário, que tantas vezes se esquecia de si próprio para acudir ao seu semelhante e amigo. A tua valentia cívica foi pela dignidade do ser humano, no qual acreditaste, sempre! De um homem assim a gente não se despede. Nunca se esquece. Porque jamais se apaga das nossas vidas e sai de nossos corações.

 

Até sempre, Benjamim amigo!

Amélia Rosa

Américo Peres

António Silva”

 

Até sempre, camarada irmão!

António de Sousa e Silva

 

 

25
Jun15

Flavienses por outras terras - Gil Santos


Banner Flavienses por outras terras

 

Gil Santos

 

Nesta segunda crónica do espaço “Flavienses por outras terras” vamos até Braga, uma cidade com mais de 2000 anos de história, fundada pelos Romanos com o nome de Bracara Augusta, e atualmente também conhecida como a “Cidade dos Arcebispos” ou a “Capital do Minho”.

 

É lá que vamos encontrar Gil Santos, professor, escritor e colaborador deste blog.

 

Mapa Google + foto - Gil Santos.png

 

Onde nasceu, concretamente?

Nasci no lugar do Carregal, na freguesia de Santa Leocádia, concelho de Chaves.

 

Nos tempos de estudante, em Chaves, que escolas frequentou?

A Escola Júlio Martins, antiga Escola Industrial e Comercial, onde concluí o ciclo preparatório.

O Liceu, atual Escola Secundária Fernão de Magalhães, onde concluí o 7º ano, em 1976.

A Escola do Magistério Primário, onde concluí o curso em 1980.

 

Em que ano e por que motivo saiu de Chaves?

No ano de 1980, por motivos profissionais.

 

Em que locais já viveu ou trabalhou?

Já morei no Carregal, na freguesia de Santa Leocádia, em Chaves, na Rua Alferes João Batista, em Braga, na Cividade, Maximinos, S. Vitor e Nogueira, nos Açores, na ilha de São Miguel na Povoação.

Trabalhei na Póvoa de Lanhoso, em Viera do Minho, em Terras de Bouro, no Gerês, em Vila Verde, na Povoação, em Barcelos, em Guimarães e em Caldas das Taipas.

 

Diga-nos duas recordações dos tempos passados em Chaves:

Os tempos de estudante, com todas as estórias à volta dessa vida relativamente boémia.

O tempo em que construí, pela mão do meu pai, uma paixão imensa, que ainda nutro, pelo Grupo Desportivo de Chaves e lembro com muita saudade aquela primeira subida à 1ª divisão!

 

Proponha duas sugestões para um turista de visita a Chaves:

Uma visita à zona medieval/histórica da cidade, bem como aos principais monumentos de que a ponte de Trajano é o principal.

Uma refeição num qualquer dos bons restaurantes da cidade para degustar os sabores da nossa cidade.

 

Estando longe de Chaves, do que é que sente mais saudades?

Sinto muitas saudades do carambelo e do sincelo gelado das manhãs de inverno.

Tenho muitas saudades do tempo liberto das grilhetas do trabalho e da responsabilidade. Tenho nostalgia pelo canto do rouxinol nos silvados do Ribelas nas manhãs de Primavera. E tenho saudades de jogar aos cowboys no Fistor!

 

Com que frequência regressa a Chaves?

Sempre que posso, que o Chaves jogue e que a vida mo permita.

 

Fotos Gil Santos.jpg

 

O espaço “Flavienses por outras terras” é feito por todos aqueles que um dia deixaram a sua cidade para prosseguir vida noutras terras, mas que não esqueceram as suas raízes.

 

Se está interessado em apresentar o seu testemunho ou contar a sua história envie um e-mail para flavienses@outlook.pt e será contactado.

 

Fotos 100 x 100 (2).png

 

 

 

 

24
Jun15

Chaves, uma imagem de marca


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Há imagens que têm a marca Chaves. Esta é uma delas que de tão habituados que estamos a ela, quase nem damos pela sua conta, mas para quem é de fora, nunca passa despercebida.

 

Hoje, os mais novos, perguntar-se-ão o porquê desta espada e concha adossadas a fachada do prédio, pois, para quem não sabe, era o antigo símbolo da Estalagem Santiago que funcionava nesse edifício e que aparentemente (pois nunca conheci o interior) parecia ser um dos poisos mais luxuosos de Chaves, a par do Hotel Trajano e do antigo Hotel de Chaves, hoje todos fechados.

 

 

24
Jun15

Chá de Urze com Flores de Torga - 85


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Chaves, 28 de Setembro de 1958

 

Um corpo social perdura como pode. No passado, esta terra arrancava as energias da insegurança fronteiriça a que a situação geográfica a condenara. Agora vai buscá-las, com viseira menos descida, evidentemente, às vicissitudes de uma rivalidade alimentada no próprio corpo provinciano a que pertence. Num simples desafio de futebol que hoje se realizou, toda a população parecia ver jogar no campo, não a bola, mas a sobrevivência.

Espectador interessado no fenómeno, embora desinteressado dos resultados da luta, assisti à pugna a meditar nas vantagens e desvantagens de certas hostilidades, Lamentáveis sobre muitos aspectos, movimentam, contudo, forças profundas que doutra maneira não viriam à tona. São, afinal, formas violentas e raivosas de diálogo, quando o diálogo, por qualquer razão, se torna impossível… ou estéril.

 

Miguel Torga, in Diário VIII

 

 

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