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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

21
Nov17

Chaves D'Aurora


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  1. PRETENSÃO.

 

Sobre os tratos e contratos entre homens e mulheres, era bem diverso o pensar de Aldenora. A terceira dos filhos de Flor e João Reis tinha cabelos castanhos, sedosos, coxas e pernas bem torneadas e seu rosto, tal como o de Aurora, também lembrava as melhores expressões pictóricas da Virgem. Era não só muito formosa, quanto a mais inteligente das irmãs. Em contraste, era possuidora de um temperamento difícil no trato com as criadas e com os mais, inclusive os próprios familiares. Suas rusgas só não eram mais frequentes com os outros, porque ela mesma procurava controlar-se, graças às boas maneiras que havia adquirido e à sólida educação que os pais lhe proveram.

 

Tais predicados, igualmente, Aurora e os irmãos também já o tinham, desde a infância. Uma postura de nobreza e refinamento que, no exagerado dito popular, costumava dizer-se – São coisas que vêm do berço – assim, as meninas de Reis eram dignas de elogios pelas matronas de fina classe, as que integravam a restrita sociedade local, ainda que os Bernardes pouco a frequentassem.

 

O caráter forte, por vezes autoritário de Nonô (sua alcunha de infância), contradizia, no entanto, com outro aspeto de sua personalidade. Era romântica. Talvez isso adviesse de ter lido muitos folhetins, publicados em magazines que a Mamã mandava buscar ao Porto, da mesma forma que as coleções de contos e novelas direcionadas a raparigas de boa família.

 

 Também contribuíam para tal romantismo as obras de alguns autores, portugueses ou não, mas de melhor qualidade literária. Eram livros retirados com ardileza da biblioteca de Papá e lidos às esconsas. Depois Nonô os repassava para Aurita, ensejando a que esta desfrutasse, igualmente, da boa leitura de excelentes textos que se fizeram proibir pelos curas e, consequentemente, pelos pais de família. Dessas obras proscritas, as que mais interessavam às raparigas eram as que falavam de amores complicados, como “Ana Karennina”, de Tolstoi ou a “Madame Bovary”, de Flaubert.

 

 

 

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