09
Set07
Coisas do campo - Fruta e Fumeiro Ldª
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Ainda ontem vos falava das coisas boas que a terra dá, pois hoje fica uma pequena amostra dessas mesmas coisas.
A pretexto da Feira Medieval que decorreu ontem e decorre ainda hoje em Chaves, no Largo das Freiras, algumas freguesias, poucas, fizeram-se representar e mostrar os seus produtos e, porque o tempo é de fruta madura, as freguesias trouxeram fruta da época que a terra lhes dá. Mas quem conhece a vida das aldeias, sabe, que embora a época não seja de fumeiro, há sempre guardados uns salpicões, umas linguiças e uns presuntos. Há que estar sempre preparado para a eventualidade de uma visita imprevista.
Mas agora é mesmo tempo das cestas de fruta e é habitual, comum e ainda tradição de quem produz fruta, partilhar um pouco dela com os vizinhos, familiares e amigos, claro que, tendo sempre em conta a “lei da compensação” ou seja, dá-se aos amigos, familiares e vizinhos as frutas ou produtos que eles não produzem e, como estas trocas são comuns entre eles, todos comem de toda a fruta. Ainda vai sendo assim e, felizmente, ainda há cestinhas destas que chegam até à cidade, mesmo que os da cidade não tenham fruta para “trocar”.
Agora é tempo das uvas, dos figos, dos pêssegos, pavias e maças. O das cerejas já passou, tal como o das ameixas (excepto as caranguejas), mas lá mais para o Outono, começam a aparecer as castanhas e logo depois as nozes e os diospiros e, a partir de aí, a fruta é outra, é daquela que amadurece ao frio e ao fumo.
Só falta mesmo dizer que a cesta de fruta que hoje vos apresento é de Vilarelho da Raia (faltaram os pimentos do Cambedo), quanto à fruta disfarçada que cura ao fumo, se não me engano é da Cela e se não for, a Cela merece que seja citado o seu nome, pois participa sempre neste tipo de eventos e trajados a rigor.
Até amanhã, de volta à cidade.