19
Jan08
Sesmil - Chaves - Portugal
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Mais um bocadinho e Sesmil era veiga ou um pouco mais e era montanha. A 8 quilómetros a Sul de Chaves, ali mesmo onde a veiga de Chaves termina e começa o Brunheiro a subir em direcção às aldeias de montanha.
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Sesmil pertence à freguesia de S.Pedro de Agostém, tem por vizinhas as aldeias de Izei, Agostém, Paradela de Veiga e Samaiões e, embora a sua proximidade da cidade, é uma aldeia rural e agrícola, de terras férteis que embora não estejam dotadas ao abandono, nota-se que a agricultura por aqueles lados já teve melhores dias. O costume ao qual infelizmente já nos vamos habituando.
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Sesmil ou Sesmir, é nome de rico, homem da época da Reconquista Cristã.
Teria havido neste local um povoamento muito anterior ao século XII.
No Bairro do Fundo do Povo situa-se a capela de Santa Ana cuja solenidade se celebra a 26 de Julho. Noutros tempos o orago era Santo André, mas os crentes tomaram a decisão de o substituir por Santa Ana.
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Na aldeia existe ainda uma bonita casa senhorial com capela anexa, completamente abandonada, povoada pelas silvas e a meter dó. A capela é dedicada a S. João Baptista. Diz se que teria pertencido à Ordem do Hospital e que teria, em tempos idos, sido mesmo um convento. O costume também por esse nosso concelho fora e que ainda há pouco deixei aqui imagens de outros casos de importantes construções senhoriais, brasonadas e mosteiros, como no caso da aldeia de Mosteiro ou Redial, entre outros.
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Pena que este casario tão importante e valioso da nossa arquitectura senhorial, nem sequer esteja referenciado pelas entidades responsáveis, e se algum ainda se vai mantendo com alguma dignidade, graças a autêntica carolice dos proprietários ou investimentos de turismo rural, outros há que vão acabar num monte de escombros, porque esquecidos e ignorados já o estão há muito. Pena, claro que temos pena que este património que é de todos, apenas seja habitado por silvas, lagartos e ratazanas, e não seja de ninguém. E ainda há quem se choque com os nossos lamentos. Pois lamentável mesmo é o abandono a que o nosso património e as nossas gentes, principalmente as das aldeias, estão dotados, sem o merecerem, mas mesmo assim, são gente boa, pura e humilde, honesta e hospitaleira, valores que aos poucos vão morrendo com este gente das nossas aldeias.
Até amanhã, por aí em mais uma aldeia.