Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

21
Out12

Afinal havia outra ...


 

No passado dia 30 de setembro eu dava aqui a notícia que a proposta de reorganização das freguesias não tinha sido aprovada na Assembleia Municipal. Dizia eu então que o novo desenho das freguesias ficaria dependente daquilo que à distância Lisboa ditasse. Mas afinal havia outra proposta, ou melhor, após o chumbo da anterior nasceu uma nova proposta que acabou por ser apresentada a uma reunião extraordinária da Assembleia Municipal que ocorreu na passada segunda-feira e aprovada com 57 votos a favor, 29 contra e 5 abstenções. Temos assim um novo desenho do mapa de freguesias.

 

Para a história e memória futura, ficam de seguida os três mapas desta história, pela seguinte ordem:


1 – O mapa atual das freguesias do concelho

2 – A proposta chumbada em 26 de setembro

3 – A proposta aprovada que dará origem ao novo mapa de freguesias


mapa atual das freguesias do concelho



proposta chumbada em 26 de setembro



nova proposta aprovada em Assembleia Municipal


 Como se pode observar a democracia ainda funciona, mal, mas funciona, principalmente quando os “interesses democráticos”  nos tocam de perto, além disso, também chegou a altura em que todos os portugueses começam a ter e/ou a exteriorizar a sua opinião e a não serem indiferentes à crise financeira e económica que Portugal atravessa ou a isso são obrigados depois de, sem dó nem piedade, os “responsáveis” políticos do poder nacional entrarem na bolsa de todos os portugueses, agora sem exceção.


Roriz

Os mais otimistas que conseguem ver para além do umbigo,  inicialmente ainda acreditavam que a crise atual e as imposições da tróika  poderiam levar a uma reforma estrutural e profunda  do estado português, que nalguns casos só seria favorável e positiva para Portugal, principalmente ao nível da estrutura política, justiça e, entre outros, na organização administrativa das freguesias e concelhos que, mesmo que não fossem a única solução, seriam uma forma de contribuir em muito, para a retoma e o crescimento económico e para o desenvolvimento de Portugal. No entanto, ao que se vê, as reformas ficaram na gaveta, Portugal continua a afundar-se financeira e economicamente e o Estado de bem-estar social conquistado no pós 25 de abril está pelas horas da amargura, também ele a um passo da falência, e não venham culpar os trabalhadores portugueses de toda esta imensa miséria, pois a culpa é só e apenas dos políticos e governantes atuais. O mais caricato que até tinha graça se não doesse, é a social-democracia ser a principal defensora dos direitos sociais e do Estado de bem-estar-social e, em Portugal, serem os partidos ditos sociais democráticos que estão a acabar com o bem-estar-social. Em suma, as ideologias apenas servem para alcançar o poder, e a dos sociais democratas dos últimos tempos conseguiram transformar o seu ideal de defesa do bem-estar-social em bem-estar-pessoal, o deles e da seita deles.


S.Julião de Montenegro

Só para esclarecer, quando me refiro aos sociais democratas portugueses atuais, estou-me a referir aos rapazes e raparigas que chegaram ao poder nas últimas legislaturas, principalmente nas duas últimas que como todos sabem foram constituídas pelos dois partidos principais da cena política portuguesa, o PSD e o PS sempre com o CDS à espreita e a cair para onde mais lhe convém para o seu bem-estar-pessoal e dos seus.

 

Mas voltemos a reorganização administrativa aprovada, a nossa que é a que nos interessa, mas sabendo que por esse Portugal fora se vai repetir.


Seara Velha

Pedia-se mais, muito mais, concelhos também, mas como sempre começa-se pela arraia-miúda (em termos de poder), por sinal aquela que ainda me merece alguma consideração – as freguesias. Não é preciso ter olhos na cara para ver que qualquer uma das propostas ( a anteriormente rejeitada e a atual - aprovada) foi feita só para cumprir o exigido por Lisboa, sem qualquer nexo ou fundamentação aceitável da se venha a ganhar o que quer que seja a nível social, económico e muito menos ao nível do desenvolvimento do concelho.  Toda esta reorganização apenas serviu para reduzir ao números de freguesias e com ela poupar uns tostões aos cofres do Estado – mais nada. Nesta reorganização tanto fazia juntar a freguesia A com B,  e C com D,  como A com D,  e B com F, H ou outra qualquer. Os que protestaram e tinham algum poder de reivindicação ainda foram mantendo a sua freguesia, os restantes perderam, mas no fundo, todos perderam e todos perdemos. Exigia-se um trabalho sério e estrutural nesta reorganização. Um trabalho que não tivesse em vista apenas abolir algumas freguesias, mas um trabalho que visasse o desenvolvimento das freguesias, e daí do concelho e daí de Portugal. Mas não, isso não interessa. A meu ver se o trabalho fosse sério, não só cá como em Lisboa,  o nosso concelho poderia ficar reduzido a 5 ou 6 freguesias rurais, pois as urbanas nem sequer tem razão de existir, mas com mais competências, mais meios,  autonomia financeira e mais poder político, em detrimento, claro, das competências das Câmaras Municipais, pois as atuais juntas de freguesia não passam de mendigas que nem sequer são ouvidas nem achadas nos desígnios do concelho e que acatam com humildade e gratidão o pouco que lhes calha por sorte ou por preferência do colorido, cujo único valor que poderão ter,  é cotado pelo número de cabeças com direito a voto. São realidades que todos conhecem.


Roriz


Claro que os falsos democratas, a maioria políticos em defesa do seu bem-estar, virão com a cantiga de bem falantes da  “defesa do poder autárquico”, “representatividade e defesa das minorias”, com a “constituição não permite” e até com romantismos de defesa do mundo rural e dos seus sabores e saberes, às vezes até valores, proteção  dos envelhecidos, do combate ao despovoamento, de projetos, de coisas que vendem bem, mas que não passam de romantismos que nem sequer são sentidos e que acabam sempre como as promessas eleitorais que já toda a gente sabe que não são para cumprir.


S.Julião de Montenegro


E é tudo por hoje. As fotos são de algumas das freguesias que vão deixar de existir. A titulo de curiosidade, das novas freguesias uma vai chamar-se Freguesia do Planalto de Monforte, quanto às  outras  ainda não percebi se adotam o nome da freguesia que fica com a sede ou se levam também com os topónimos da ex-freguesias, do tipo: Freguesia de Eiras, Cela e São Julião de Montenegro, - esta, também curiosamente, com sede no Alto da Micha, que, confesso, não sei onde  se localiza, mas deve ser num alto.


Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.

Sobre mim

foto do autor

320-meokanal 895607.jpg

Pesquisar

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

 

 

19-anos(34848)-1600

Links

As minhas páginas e blogs

  •  
  • FOTOGRAFIA

  •  
  • Flavienses Ilustres

  •  
  • Animação Sociocultural

  •  
  • Cidade de Chaves

  •  
  • De interesse

  •  
  • GALEGOS

  •  
  • Imprensa

  •  
  • Aldeias de Barroso

  •  
  • Páginas e Blogs

    A

    B

    C

    D

    E

    F

    G

    H

    I

    J

    L

    M

    N

    O

    P

    Q

    R

    S

    T

    U

    V

    X

    Z

    capa-livro-p-blog blog-logo

    Comentários recentes

    • FJR

      Esta foto maravilhosa é uma lição de história. Par...

    • Ana Afonso

      Obrigado por este trabalho que fez da minha aldeia...

    • FJR

      Rua Verde a rua da familia Xanato!!!!

    • Anónimo

      Obrigado pela gentileza. Forte abraço.João Madurei...

    • Cid Simões

      Boa crónica.

    FB