Fugas
Uma visita ao “Pulo do Lobo”
Final de julho de 2015. Estamos de regresso de uns dias de descanso no Algarve e vamos subir no mapa pelo interior, com Espanha bem por perto. Passamos junto a Vila Real de Santo António e vemos à nossa direita, a apenas alguns quilómetros, a Ponte Internacional sobre o Rio Guadiana. Após uma hora de viagem chegamos a Mértola, uma vila circundada por uma velha muralha e marcada por uma forte herança cultural de vários povos que por ali passaram.
Saímos em direção a Beja e encontramos à direita a indicação “Pulo do Lobo”. Já a tínhamos visto uma semana antes, na viagem de ida, mas a proximidade da hora do almoço adiou a visita. Desta vez resolvemos fazer um desvio para conhecer o local. Deixamos a estrada nacional e andamos uns bons 20 quilómetros por uma estrada estreita que nos vai levando pela típica paisagem alentejana – planícies ondulantes, tons dourados, sobreiros, azinheiras… e muito silêncio – e, quando já nos parece que estamos perdidos, a estrada acaba no portão de uma propriedade privada. “Herdade do Pulo do Lobo” pode ler-se numa placa. Por momentos, ficamos um pouco confusos, mas no outro pilar do portão, escrito em português e também em estrangeiro, lemos: “Acesso ao Pulo do Lobo permitido. Após entrar e sair por favor feche o portão”. Entramos e a partir daí espera-nos cerca de um quilómetro e meio de caminho de terra batida, sempre a descer. A meio do percurso decidimos deixar o carro e seguimos a pé. Continuamos a descer e, após alguns minutos, chegamos ao Pulo do Lobo, a maior queda de água a sul de Portugal, onde as águas do Guadiana se precipitam de uma altura superior a 20 metros por uma garganta rochosa até um enorme lago na parte inferior. Depois, o rio segue o seu curso por um sulco escavado na rocha ao longo de milhares de anos. A paisagem é impressionante e merece uns minutos de contemplação e umas quantas fotografias.
É quase meio-dia e o sol aquece. Quando chegamos novamente ao carro estamos cansados, com a roupa completamente colada ao corpo, sujos com o pó do caminho… mas o esforço valeu a pena!
Luís dos Anjos