O Duque é nosso
Este senhor da estátua era D. Afonso, filho do rei D.João I que casou em 20-10-1401 com D. Brites, filha de D. Nuno Álvares Pereira que, como dote de casamento, doou ao jovem casal todas as terras a Norte do Rio Douro.
Após o casamento que se realizou em Lisboa, D .Afonso e D. Brites rumaram até à vila de Chaves onde fixaram residência, por cá ficaram, tiveram 3 filhos (D. Isabel, D. Afonso e D. Fernando). D. Brites acabaria por falecer em 1412 e D. Afonso retirou-se para Barcelos.
D.João I, receando uma invasão castelhana em 1419, já depois do tratado de paz com Castela, encarregou seu filho, o Conde D. Afonso, de ir para Bragança, a fim de impedir os invasores e defender o Reino.
Em 1442 é fundada a Casa de Bragança, cujo primeiro representante era D. Afonso, filho legitimado do Rei D. João I, 8.º Conde de Barcelos e, a partir deste momento, 1.º Duque de Bragança.
Teria sido por esta época, após 1442, que D. Afonso quis educar e disciplinar o povo, fundando a Confraria da Nobre Cavalaria de Santiago, em Bragança e Confraria da Nobre Cavalaria de S. João Baptista, em Chaves. Viveu D. Afonso as suas últimas décadas na vila de Chaves. A sua vida teve termo, em dia desconhecido do mês de Dezembro de 1461, tendo sido sepultado na Igreja Matriz de Chaves, Mais tarde os seus restos mortais foram transladados para o novo Convento da Veiga:
“Viveo noventa e hum annos, foi fepultado em fepultura raza na Capella maior da Igreja Matriz da dita Villa, e dalli foi transladado para o noffo Convento da Veiga, fendo ainda de Clauftraes, e colocado em nobre maufoleo na Capella maior da Igreja á parte do Evangelho; e quando viemos para o fítio, onde hoje eftamos, trouxemos os feus offos com o mefmo maufoleo para o Convento novo (de N.ª S.ª do Rosário ou S. Francisco)".
Santiago, Dr. Francisco de – Chr sa Santa Prov. Nª Sª da Soledade
Estiveram os seus restos mortais sepultado em Chaves quase durante V Séculos, mais precisamente até ao dia 26 de setembro de 1942, dia em que “pela calada da noite” nos foram roubados e levados para a Igreja de S.Agostinho em Vila Viçosa.
E mais uma vez pergunto eu:
Se o Homem era o dono disto tudo, adotou Chaves como sua terra, cá viveu com a sua mulher, cá teve os seus filhos, cá morreu e quis ser sepultado, onde de facto esteve durante 500 anos, porque raio, em plena ditadura nacional foi parar a Vila Viçosa?
Não seria tempo de se fazer justiça e exigir o seu regresso a Chaves?