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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

15
Dez17

O Factor Humano


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Há muitos médicos que são escritores. Bons escritores. Curiosamente pouco são recordados como bons médicos. É uma verdade conhecida que o médico “clássico” tinha uma riqueza de contacto humano, de histórias que presenciava, de histórias nas quais participava ou que simplesmente, ouvia contar.

 

Actualmente os médicos, em geral, têm pouco contacto humano com os doentes. Muita tecnologia, pouca formação, pouca predisposição, pouco tempo, quantas vezes pouco prazer com os doentes.

 

Não nos interessam as suas “histórias”. Estamos disponíveis para os tratar de forma tecnicamente correcta, mas não estamos abertos a um contacto humano. Não me interessa aqui tanto recordar, quão importante é esse “contacto humano”, para entender os problemas, aperfeiçoar os diagnósticos e as terapêuticas e com isso melhorar a saúde daqueles com os quais contactamos. Quero é salientar o enriquecedor que é para os médicos o contacto com os doentes e com os seus familiares. Que bom ter acesso a histórias fabulosas, que julgaríamos inverosímeis, se contadas num romance ou num filme.

 

Histórias de gente anónima, tantas vezes com enorme dignidade e com tantas capacidades, difíceis de imaginar quando de passagem as olhamos numa sala de espera.

 

Com a actual evolução da sociedade, está-se a perder a humanização da medicina. Com isso, perdemos todos. Desde logo perdem os doentes, mas também perdemos nós, profissionais de saúde e principalmente perde a sociedade, porque a desumanização da medicina faz disparar os gastos inúteis do SNS e aumenta o esforço, o sofrimento, a vulnerabilidade e a despesa dos doentes. Com piores resultados finais.

 

Numa sociedade que evoluísse noutro rumo a aposta na humanização da medicina era a pedra angular de melhores cuidados de saúde, com ganhos evidentes para os doentes e com muito mais eficácia do dinheiro investido por todos nós.

 

Infelizmente o actual governo, como os anteriores, persiste em não tomar esse caminho. Não se investe o possível e muito menos o necessário prosseguindo a degradação de aspectos essenciais do SNS, com resultados negativos na saúde das populações. Tarda-se na correcção de cortes cegos, de um passado recente, que não têm outro objectivo a não ser cumprir o estipulado numa “folha de Excel” e criar boas oportunidades para os negócios privados na saúde.

 

Depois espantem-se com a corrupção crescente e com a repetição de episódios lamentáveis na área da saúde...

 

Manuel Cunha (pité)

 

 

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