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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

15
Jun16

Ocasionais - Conversas com Zeus


 

ocasionais

 

 

 

“Conversas com Zeus”

-XXIII-

-Hermenências-

 

"Um dos segredos mais profundos

que existem,

é que tudo o que realmente

 vale a pena

é o que fazemos

pelos outros".

(Lewis Carroll)

 

 

Zeus tem andado, distraído ou entretido com o carnaval brasileiro fora d’horas, o cultivo de bananas no deserto de Gobi, o novo corte de cabelo de Kim Jong-un, o aparecimento de pinguins na ilha Spitsbergen e no Alasca, e de ursos polares no Território do “País da Edite Ronne, na Antártica”.

 

Tanto assim que faz já muito tempo que não me liga.

 

Encontrei o Marconi, no Café, na hora do meu «pingo da manhã», e falei-lhe do silêncio de Zeus.

 

Rapou do bolso de uma antena do tamanho de uma esferográfica e deu-ma.

 

- Toma! – disse.  Na hora do «pingo da tarde» clicas neste pontinho. O campo magnético da glândula pineal de Zeus será perturbado, e o teu amigo, sacudido por essas vibrações magnéticas logo vai exclamar para Pan:

 

- “Estou com uma comichão e um ardejar aqui na orelha. Não me digas que é aquele «cara de carai» que ficou de me mandar um «salpicão da língua e uma chouriça de cabaça» que está preocupado, mas mesmo muito preocupado comigo”!

 

- Ó Marconi, «atão» tu «agôra» já sabes d’antemão o que Zeus pensa e diz no que respeita comigo?

 

- Aos bocados e aos pedaços, vou apanhando as vossas técnico-tácticas de comunicação.

Ora experimenta lá, e depois diz-me se não vai acontecer como te digo.

 

- Hoje, sexta-feira 13, inda por cima, de Maio, não me digas que queres fazer um milagre ou um bruxedo, Marconi   -  exclamei!

 

Não perdi tempo

 

Liguei para Vilar de Perdizes. Tive a sorte de apanhar juntos o Padre Fontes e o Bruxo Queiman.

 

 - António, chegou a hora de te incomodar: precisava que tu mais essa multidão de bruxos e bruxas, aí reunidos (qual é o Substantivo colectivo para «muitas bruxas e muitos bruxos juntos?!- Bem, como nem Lindley Cintra nem o Bessa Monteiro, nem Fernando Campos mo ensinaram, vou propor «Fontesão»… não, para evitar pecados, «Fontesia»   -    multidão de Bruxas e Bruxos inventada e realizada pelo Padre Fontes, num dos famosos «Lameiros de Barroso»!) concentrásseis , logo à tarde, na «hora do pingo» (explica-lhes que é assim como «à moda do chá das 5») todas as vossa energias, as direcionásseis para a croa do deus Larouco, durante apenas aquele segundo que dê para se contar: um, dois, três!

 

E podes dizer a esse teu amigo tão chegado, o deus Larouco, que só por esse momento mágico, eu aí irei, no Mês das Segadas, sacrificar três cordeiros no altar (Penedo) de Caparinho e assadinhos «à maneira» no FORNO de MEIXIDE.

 

Como isto é uma das minhas «maroscas» ao meu amigo Zeus, espero que, desde já, de dês a tua católica absolvição e a tua «larouquense» bênção.

 

 

É escusado dizer aqui que «foi feita a minha vontade»!

 

Vai então, na hora do «pingo da tarde» peguei na bússola e coordenei-me com o FORNO de MEIXIDE e o Penedo de Caparinho.

 

Pimba!

 

Cliquei no tal pontinho, elevei o meu pensamento a Zeus, e… catrapumba!

 

Não demorou um piscar d’olhos para o meu telemóvel começar a retinir.

 

Fiz-me caro. Deixei tocar e tocar.

 

Lá para a quinta ou sétima vez, atendi:

 

Era HERMES.

 

- “Inselência”, daqui é da parte de Zeus. Sou o Hermes!

 

- Que dianho! Andas aqui por perto?

 

- Não. Estou por aqui na sala piramidal de Zeus, a pôr em ordem alguns (alguns?! Uma montanha!) papéis para ele despachar, logo que regresse de uma saída que nem eu sei bem com destino.

 

Acaba de me contactar para eu lhe ligar imediatamente a saber se foi coisa sua as estranhas tonturas que acabou de ter.

 

- Porra! Catano, Hermes!

 

O «DEPOR» sobe à «PRIMEIRA», “OS de CHAVES” fizeram uma festa do car…..v….alho, e Zeus nem um copo veio botar com eles!

 

E, repara lá tu, que não contentes por subirem «de escalão», “Os de CHAVES” ainda serviram de palco e de plateia para uma segunda festa “Fogaceira” deste ano: o “FEIRENSE” foi ao Campo da Srª das Brotas conquistar, com um empate, o direito de jogar «entre os grandes»!

 

Pois Zeus vai «lerpar» daquelas batatas lourinhas que acompanham o cordeiro depois do pousar das seitouras, numa daquelas segadas tradicionais que se vão fazer ali pela NORMANDIA TAMEGANA. O cheirinho vai-lhe chegar, mais tentador do que Métis ou Témis, Leda ou Dánae.

 

-“Inselência”, antes de partir, Zeus teve uma reunião aqui connosco. Mostrou-se preocupado consigo.

 

Há já que tempos que nada sabe de si, lamentou-se-me ele há dias.

 

Olhe, já se lhe acabaram os «pimentos do Cambedo», o «branco» da Granginha; o «tinto» d’Águas Frias, a Geropiga de Outeiro Seco, as «nozes de Vidago», os «figos de Valpaços»…

 

-Alto lá, ó Hermes.

 

Pede o guloso para o desejoso, é?!

 

Bem, ougadinho, ougadinnho destes ando eu, realmente!

 

- Zeus deixou um apontamento que, segundo me disse, iria ultimar, logo que regressasse.

 

Como demora, adianto-lhe o «discurso», se assim entender.

 

E dizia Zeus:

 

- Grande Mestre tem a «tua» cidade.

 

Tu és um simples praticante de pesca recreativa, e sabes bem quão difícil é apanhar um peixe, mesmo com um bom isco no anzol.

 

O Grande Mestre tem a tarefa mais facilitada. Ao “Zé Povinho” passa-lhe pela boca ou pelos olhos um engodo rafeiro e já o tem no papo.

 

Umas cocegazitas feitas com uns joguitos, uns espectáculos, umas bugigangas e festas medievais são mais que suficientes para tornar servis os pategos que o olham.

 

Não dá conta, o Zé Pagode, que pagará com língua de palmo o quartilho de tinto e a malga de tripas com que deu prazer à boca e à barriga!

 

A humanidade, essa humanidade do Grande Mestre, não passa, afinal, de crueldade.

 

Tal como Nero, a sua «peçonhenta doçura» só serve apenas para adoçar a servidão, a amargura dos Flavienses.

 

Os teus conterrâneos, consciente, uns, inconscientemente, a maioria, continuam imprudente e teimosamente a ser negligentes quanto à postura de mentira, falsidade e charlatanice desse grupo de medíocres e oportunistas, videirinhos e xico’spertos que ambiciona, contra a corrente da Verdade, da Justiça, do Progresso, fazer a Conta-Corrente do Município.

 

Os Flavienses, uns e outros, todos, têm de se lembrar que a Verdade também é útil, também ela, a Verdade, corresponde a realidades objectivas.

 

Medíocres quanto baste, cretinos até mais não, refinados impostores e consumados charlatães, «pavão», «pavões», «lalões» e «poneyzinhos-de-Tróia», aí de CHAVES, desempenham a primor o papel de profissionais de bondade, trazendo assim os Flavienses bem engrampados!

 

-Hermes,   -  interrompi   -   sabemos que foste tu o «grande» descobridor da linguagem e da escrita, graças às quais nós, cavaleiros do céu e do inferno, podemos tornar inteligíveis, compreender e comunicar o significado das coisas.

 

Por isso mesmo, Zeus te incumbe como seu privilegiado mensageiro, e eu te trato com aquela consideração transmontana que tanto te agrada (e consola, di-lo!).

 

Eu, de ti, também, nota bem, também, espero ajuda para que a minha escrita, as minhas palavras escritas, tenha a maior aproximação à expressividade da palavra, das minhas palavras, falada!

 

- “Inselência”,  Zeus tem aquele modo de ser especial de reparar e de se preocupar com as grandes GRANDEZAS e com as pequenaspequenezas”!

 

Bem lhe zucrino os ouvidos para não se ralar tanto com as «pavonices» e as «lalices» que alagam mais «CHAVES” que as cheias do Tâmega.

 

Ainda há días lhe lembrei aquele «franciú», G. Le Bon, que considerava os filósofos uns «ingénuos» e que «as multidões nunca tiveram sede de verdade. Diante de evidências que lhes desagradam, viram as costas e preferem divinizar o erro, se ele as seduzir. Quem as souber iludir, facilmente será seu senhor; quem as tentar desiludir, será sempre a sua vítima».

 

Por isso, “Inselência”, deite pra trás das costas ao sua afeição pela «herdade romana» de Trajano, e deixe os “Aquiflavienses” e os “Tameganos” a serem mentes superficiais que não conseguem ver para além do que alcançam de momento.

 

Chegará o tempo em que aprenderão, mas já sem proveito, a lição de “Aristócles”, também conhecido como Platão: «O preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior".

 

- Hermes, sei da tua estima por mim e da pronta disponibilidade para atenderes as minhas solicitações, pressas ou caprichos.

 

Espero que dês boa nota desta nossa conversa a Zeus. Lembra-lhe para ele ir semeando umas grainhas de inspiração no deserto neuronal dos flavienses, a ver se para o ano, têm a coragem e o acerto de arrasar a capoeira do «pavão de Castelões» e fazerem com que essa raça seja declarada extinta.

 

Como sabes, não sou de promessas. Mas podes anotar na tua agenda que dos primeiros figos «do cedo», de VALPASSOS, irás receber uma abada deles! E porque te portas bem, junto irá um pão centeio, fresquinho, ainda quentinho, cozido no Forno de Castelões.

 

-“Inselência”, contente com o que acabo de ouvir, deixe-me despedir-me com D. Miguel …Unamuno:

 

- “Todo o homem que combate por um ideal qualquer, ainda que pareça do passado, impele o mundo para o Futuro e sei ainda que os únicos reaccionários são aqueles que se encontram bem no Presente

 

Mozelos, Treze de Maio de 2016

Luís Henrique Fernandes

 

 

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