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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

23
Fev15

Quem conta um ponto...


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228 - Pérolas e diamantes: O Feiticeiro de Oz e Corin Tellado

 

À medida que vamos envelhecendo damo-nos conta de que tudo aquilo que consideramos de vital importância não é tão importante assim.

 

É errado o conceito que diz que um homem deve ser delimitado, imutável nas suas ideias, categórico nas afirmações que profere, inabalável nas suas convicções, perentório nos seus gostos, enfim, resoluto para sempre na sua maneira de ser.

 

Em vez de gritarmos que acreditamos nisto ou naquilo, o mais avisado será defender os nossos pontos de vista com um misto de convicção e ceticismo.

 

Andamos sempre com aquela inquietação que nos aperta a alma e que, por sua vez, nos comprime o corpo. E vice-versa.

 

A nossa vida não pode ser ditada pelo fatalismo e pelo destino.

 

Não podemos permitir que a inépcia e a tacanhez vagabundeiem por aí, proliferando pela cidade e pelas suas instituições.

 

Querem fazer-nos acreditar que a angústia é uma fonte de prazer e um padrão para a força do caráter.

 

Desconfio das pessoas que extraem da impotência dos outros a sua fonte de poder.

 

Fiquei perplexo com a mirabolante, para não dizer patética, história da celebração do amor pelas ruas da cidade, no evento “Aquae Amor – Chaves Romana”.

 

Veio-me logo à ideia o título da obra de Gabriel García Márquez, O Amor nos Tempos de Cólera. Não no sentido literal da doença sugerida no título do livro, mas antes no do sentimento para que nos remete a leitura do romance.

 

Da cólera do livro passei para a raiva que sinto pelo facto desta gestão autárquica celebrar o “Aquae Amor” (ai se o ridículo matasse!), em cima das ruínas do Centro Histórico de Chaves; da desqualificação dos serviços do nosso Hospital e do Tribunal; do desemprego da nossa população, sobretudo a mais jovem; do definhamento irreversível do nosso comércio; da anemia da nossa agricultura; da indigência dos esgotos a céu aberto em Vale de Salgueiro, Outeiro Seco.

 

E como se isso fosse pouco, agora, a seguir à “Sexta-feira 13” em Montalegre, considerada já a capital das Bruxas, Chaves, pela batuta do Procônsul romano António Cabeleira (ai se o ridículo matasse!), pretende passar a ser a cidade do amor.

 

É como passarmos do filme “O Feiticeiro de Oz” para uma fotonovela do Corin Tellado, com todos os riscos associados ao choque cultural que isso comporta.

 

Depois das “Sextas 13” barrosãs, o edil flaviense, teve a criativa ideia de organizar os “Sábados 14”, com os traços de originalidade e arreganho que todos lhe reconhecemos.

 

O Procônsul romano António Cabeleira, baseando-se na História, pretende oferecer aos flavienses pão e circo. Como gesto político é o paradigma perfeito desta gestão autárquica do PSD/João Neves.

 

Como se isto não bastasse, Chaves possui ainda uma oposição, dita socialista, que veio dizer-nos que o preço da água vai aumentar; e tem um poder, apelidado de social-democrata, que confirma a notícia. Ou vice-versa, o que vem a dar no mesmo.

 

Esta conversa da treta entre políticos tradicionais faz-me sempre lembrar um pequeno diálogo, muito ao jeito dos Monty Python, que li no livro Ferdydurke, de Witold Gombrowicz, que reza mais ou menos assim: “Eh, Eh, hum, então amigo, que tal? Que tal amigo?” “Que tal?” redarguiu o outro sujeito. – “Os preços baixaram.” “Baixaram?” – disse o primeiro sujeito. – “Tenho a impressão de que subiram.” “Subiram?” – perguntou o segundo sujeito. – “Acho que qualquer coisa baixou.”

 

Vivemos nesta triste realidade, comprimidos entre um poder camarário frouxo e ridículo e uma oposição dita socialista que não é capaz de se articular como uma alternativa credível, ou, pelo menos, com um projeto portador de forma e sentido.

 

É tempo de possibilitar a alternativa de um projeto realista e sério que nos tire deste atoleiro de vulgaridade política protagonizado pelo BCI (Bloco Central dos Interesses – PSD/PS). Basta da política do faz de conta.

 

 João Madureira

 

PS – Seriamente inquieto e preocupado com o que vejo ocorrer de norte a sul de Portugal, incluindo necessariamente as ilhas, relativamente às contas autárquicas, às dos bancos e às do governo do país, venho, em nome de, pelo menos, mais de metade dos eleitores flavienses que votaram nesse sentido, solicitar ao senhor presidente António Cabeleira, e demais vereadores, que aprovem uma auditoria independente às contas da nossa autarquia. Quem não deve não teme. E à mulher de César não lhe basta ser séria, tem de parecê-lo. Assim poderemos todos dormir um pouco mais descansados.

 

PS 2 – E, já agora senhor presidente, talvez fosse boa ideia aprovar conjuntamente uma auditoria externa às contas da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, da qual foi digno presidente, até 2013, o atual vereador João Neves (ex-MAI e presentemente do PSD), pois quem não deve não teme; certos de que aquele que tão intrepidamente reclamou, durante toda a campanha eleitoral, uma auditoria às contas da Câmara de Chaves, com toda a certeza verá com bons olhos, e até aclamará de pé, uma auditoria realizada às contas do seu próprio mandato.

 

 

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