O despertar do Repórter de Serviço
Hoje aproveitei o sábado para dar uma voltinha pela cidade, invulgarmente cheia de gente para ser sábado, com algum comércio aberto e alguns turistas, sobretudo galegos.
Antigamente quando queríamos pousar um bocadinho a conversar com um amigo, porque havia sempre um amigo por lá, íamos até o Jardim das Freiras, que era a nossa sala de estar por excelência, para além de ser o núcleo do centro da cidade, ou seja uma referência para todos. Desde que as Freiras passaram a largo, os amigos andam por aí, à deriva. No entanto ainda há um meio largo, o Arrabalde, onde vai parando alguma gente, e às vezes, ou melhor, quase sempre encontro por lá um amigo do tempo de Liceu que antigamente vivia nas Freiras, onde ainda vai de vez em quando, mas que agora vive mais no Arrabalde.
Pois parar no Arrabalde é um regalo, principalmente para sentir o sentir da cidade, sobretudo agora que estão a construir o tal edifício para abrigar as termas romanas, que serve sempre de mote para iniciar uma conversa que depressa dá lugar a outras conversas. Pois esse meu amigo é como um guardião da cidade que ao contrário de muitos que apenas criticam, ele critica mas tem sempre soluções credíveis, aceitáveis e perfeitamente exequíveis, só que ninguém o ouve, pois o que toda a gente quer é levar a deles avante, de acordo com a cor que vestem.
Pois esse meu amigo, além de fazer presenças no Arrabalde, além de ser guardião, além de ter opinião e além de ter soluções para quase todos os problemas da cidade, serve ainda de informador/guia de turistas perdidos que andam à procura de alguma coisa e se baralham com as informações disponíveis. A nossa conversa da tarde ia decorrendo precisamente no local onde tomei a foto que vos deixo quando ele me diz – Olha ali para aquilo! E eu olhei para onde me apontou, e de tão habituado a andar pela cidade e a não olhar para as informações porque não necessito delas, olhei para o cartaz vermelho, chamativo dos 50% de desconto na loja. Mas ele continuou: - Chega aqui um turista que quer ir para as termas e vê para onde o mandam!
Realmente nem há como realmente e foi assim que se fez luz e também aproveitei para acordar o Repórter de Serviço que há muito estava adormecido. Mas está de volta, com questões como a de hoje, que embora pequenas podem fazer a diferença.