29
Jun07
Chaves - Anjo(s) que me acodem!
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Quando os blogues apareceram, diziam os “entendidos” que era coisa que não ia vingar. Enganaram-se. Diziam depois e ainda dizem que os blogues em média não duram mais de 6 meses. Aqui, embora haja muita verdade, também há muitas excepções e este blogue é uma dessas excepções, pois já vamos com dois anos e meio e ainda teima em andar por aqui e, é a isso mesmo que se deve – À teimosia. A teimosia de trazer por aqui a cidade de Chaves todos os dias.
Às vezes mais feliz, outras, menos, às vezes incompreendido, outras vezes com muito custo, outras não custa nada e a maioria das vezes até dá gozo faze-lo, principalmente quando a nossa cidade é oferecida com um click .
Mas todas as noites me deparo com o mesmo problema – Qual a fotografia a escolher e o que escrever sobre….claro que esta rotina tem de ter alguma disciplina e alguma inspiração, mas sobretudo muita determinação e teimosia e, esta (a teimosia) lá nos levará até alguma coisa. É assim uma espécie de “seja o que Deus quiser” e só custa mesmo começar e o truque, está em arranjar um pretexto qualquer ou qualquer coisa que em nós desperte um click de umas palavras.
Vou dar-vos um exemplo. Estive, como todas as noites, a dar uma vista de olhos às fotografias em arquivo. Hoje deu-me para seleccionar esta. A partir de aí, é só escolher um tema que a fotografia sugira ou sirva de pretexto.
Sobre esta foto poder-vos-ia falar do gosto da D.Celeste que tem umas petúnias na varanda em vez das sardinheiras ou então do P(ê) da máquina para pagamento e da forma mal resolvida como as Câmaras tratam os problemas de estacionamento nas cidades, ou seja, em vez de criarem novos estacionamentos, inventam máquinas para os pagar, sem resolver o problema que interessa – o dos estacionamentos e aqui, poderia passar directamente para o cartaz do 25 de Abril Sempre, Fascismo Nunca Mais e, desde logo, concordar, sim senhor, mas também poderia alertar para como a democracia e os políticos têm andado distraídos connosco, o povo, ou melhor, se têm borrifado para nós e talvez seja por isso, que cartazes com o da foto ainda aparecem nas esquinas das cidades a relembrar o 25 de Abril e o Fascismo nunca mais, quando passados mais de 30 anos já deveria ser coisa assumida sem ser preciso lembrá-la. Mas se calha até é mesmo preciso, para que o fantasma de Salazar não ser levantado tantas vezes. Mas não é por aí que este blogue costuma ir.
Para ser mais solft, poderia falar-vos (ainda a respeito da fotografia) dos jardins suspensos nos candeeiros, ou de como o candeeiro da esquina fica lá a matar, das cores das velhas e antigas construções que agora começaram de novo a entrar na moda, do brasão da casa ou então, e para ser mauzinho e deprimente (mas com razão), falar-vos do mau gosto das persianas do Rés-do-Chão, dos cabos eléctricos e telefónicos que teimam em andar dependurados nas construções do Centro Histórico, ou da falta de gosto daquela foice e martelo pintada na parede e de outras pinturas de paredes que teimam também em emporcalhar o nosso Centro Histórico.
Poderia também virar ao sentimento e a foto servir apenas de pretexto para me fazer regressar às minhas origens de nascença a às amizades de puto que tinha com os irmãos da Dona Celeste (a habitante da casa) ou até para contar a história daquele malfadado jogo de futebol Vizela-Chaves da II divisão, ou campo de batalha, para o qual o habitante da casa nos levou…
Enfim, tudo serve de pretexto para umas palavras e só custa começar e, hoje de pretexto em pretexto, resolvi as palavras do meu post. Só me resta mesmo a despedida e lembrar-vos que falta apenas 1 dia! o de hoje, para entrar no dia 0 (zero), já a valer. Amanhã explico – fica contratado.
Então até ao dia zero em que além do acontecimento, também termos aqui uma aldeia do concelho. Portanto, amanhã há post extra.
Até amanhã!