19
Jul07
Chaves e a Via Augusta XVII
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E da Top Model para as Vias Augustas.
Desde há uns tempos para cá que andava intrigado com uns cilindros metálicos (três), com cerca de um metro de altura e 20 cm de diâmetro, simpáticos e que foram colocados no Largo do Anjo/Rua Direita, Arrabalde e Madalena. No topo está escrito: VIAS AUGUSTAS – BRACARA AUGUSTA, AQUAE FLAVIAE, ASTURICA AUGUSTA – XVII
Confesso que o meu interesse pela história, alguma história, é recente e como tal confesso-me ignorante neste campo. Mas pela inscrição deduzi que estes pequenos e simpáticos cilindros teriam qualquer coisa a ver com as vias romanas, Com Braga, Chaves e uma tal Astúrica. Quanto ao XVII, século não podia ser. Mistério que fiquei até ontem sem perceber e desvendar.
Ao longo do tempo tenho vindo a perguntar a várias pessoas, mais ou menos entendidas (mas ao que parece erradas), afinal o que era aquilo(?) e a resposta foi sempre, mais ou menos, a mesma:
- “ É qualquer coisa que aí puseram para comemorar não sei bem o que!”
pois está claro que quem responde assim não é gago, mas fiquei sempre a saber o mesmo.
Ontem, farto da minha ignorância e decididamente, resolvi abordar uma das pessoas certas e fez-se luz sobre o que estava por descobrir em relação ao misterioso cilindro.
Além da devida explicação, foi-me facultada alguma documentação existente em desdobrável muito completo, arrumadinho e simpático e até links para páginas da NET onde há informação sobre o assunto.
Do desdobrável, sob o título “Vias Augustas” retiro alguma informação para se fazer luz:
“ Vias Augustas, Caminhando pela história – Propomos-lhe percorrer caminhos com dois mil anos: as vias XVII e VXIII do itinerário de Antonino que uniam Asturica Augusta (Astorga) a Bracara Augusta (Braga). (…) Estas são duas das mais importantes rotas romanas de comunicação da antiga Hispânia:
VIA XVII Iniciada na época do mperador Augusto, desde Astorga, em León, procura pelo Sul a província de Zamora para entrar em Portugal pelo Parque de Montesinho e, depois percorrer o Norte de Trás-os-Montes, chega a Braga, por entre os vinhedos do Minho”
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O referido desdobrável além da história das vias augustas, traz também um mapa com o traçado das vias XVII e XVIII, e um pequeno resumo sobre todas as localidades portuguesas e espanholas por onde passam as duas vias augustas. Além disso, traz uma lista de sites das localidades por onde as vias augustas passam, desde Braga, Boticas, Montalegre, Chaves e Valpaços, para só falar das portuguesas e espante-se, pois em nenhuma destas páginas há uma única referência à Via Augusta XVII. Resolvi partir então para as páginas espanholas e aí sim, além da referência há link para a página das Vias Augustas, ás quais recomendo uma visita em (por exemplo) www.cacabelos.org ou mais directamente em viasaugustas.
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É por estas e por outras que eu historicamente falando sou ignorante, pois se não for à procura das informações sobre as coisas e não acertar nas pessoas ou sítios certos, elas também não vêm ter comigo.
Pergunto só – Alguém conhece o desdobrável a que me refiro!?
E para finalizar deixo uma imagem de um pequeno troço da tal Via Augusta XVII que ainda pode ser vista no nosso concelho mesmo nas faldas do Miradouro de S.Lourenço, e que até ao dia de ontem eu só conhecia por calçada romana. Via Augusta da qual a nossa Top Model (Ponte Romana) também fazia parte e que foi sem dúvida alguma a obra de arte mais importante construída na Via Augusta XVII.
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Penso que já compreenderam também o que fazem e significam os tais cilindros plantados pela cidade e ao longo de toda a Via Augusta, desde Braga até Astorga
São 2000 anos de história que muitos se orgulhariam de ter e que “nós” quase que ignoramos e desprezamos. Lá diz o ditado: Dá Deus nozes a quem não tem dentes.
Até amanhã, ainda em Chaves.