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Abr06
Chaves colorida

Dentro das antigas muralhas da cidade, todos os espaços eram milimetricamente aproveitados para construir. O resultado são ruas estreitas quebradas por um ou outro largo. Claro que tal como hoje, então também havia, numa escala menor, locais privilegiados onde surgiam as construções mais ricas e mais imponentes, com belos pormenores de cantaria, janelas e portas com molduras, lindíssimos gradeamentos em ferro. Por outro lado, as construções mais pobres, resumiam-se a um ou dois pisos, alguma pedra e muito estuque. Molduras nas janelas, e gradeamentos eram coisa de luxo e perfeitamente dispensáveis.
Ainda hoje se olharmos atentamente, verificamos facilmente quais as zonas mais ricas e mais pobres da cidade antiga.
Esta rua que hoje aqui se reproduz, não era com certeza uma das zonas ricas da cidade. Faltam os pormenores que enriqueciam as construções. E quando os pormenores enriquecedores e arquitectónicos falham, há que inventar no embelezamento. O recurso às cores vivas na pintura das construções mais pobres, era então usado como arma de embelezamento e de dar vida e alegria às ruas. Pobres, ou melhor não ricos, mas alegres e com muita vida, sim senhor! E a vida destas ruas metia inveja aos casarios dos senhores ricos das cidade.
Hoje as coisas são um bocadinho diferentes, no entanto e na ausência de outros pormenores recorre-se também à cor e quanto a mim, muito bem e, se os restantes adereços forem coloridos também, muito melhor. E viva a cor. Os vermelhos, amarelos, laranjas, azuis, verdes que fazem das ruas da cidade uma autêntica tela de um pintor. Eu voto a favor do colorido da cor!