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Abr06
Chaves Rural

Eu sei que a legenda da foto diz Arrabalde e hoje é dia de Chaves Rural. Pois é isso mesmo, é a ruralidade de Chaves. Esta foto foi tomada nas escadas do Banco Sotto Mayor. É aqui que as gentes de fora da cidade, as gentes das aldeias, nos dias quentes de sol, toma a sua frescura, descansa as suas canseiras e marca as suas esperas na atarefada vida da cidade. É gente sábia. Por experiência própria, testemunho e acreditem em mim, que é o melhor lugar para descansar e esperar na cidade, principalmente nos dias quentes de sol. É melhor que qualquer cadeira de café ou outro qualquer lugar. É fresco e saudável.
É precisamente da sabedoria das gentes da aldeia que hoje vos quero falar. Para tudo têm sabiamente um ditado, apropriado no momento certo. Na maioria dos casos, os seus livros são a vivência da vida e a experiência que dela mesma tiram. Regem-se por leis muito próprias e simples. Geralmente é a lei do parece bem ou parece mal, ou seja, tudo que parece bem é permitido, tudo que parece mal é proibido. São gente simples, geralmente humilde, solidária, amiga dos amigos e, têm na família o seu valor maior. São o nosso povo, o meu povo.
Dirão alguns dos que me lêem que as coisa não são bem assim. Pois não. Mas também são assim. É que nas aldeias vive-se a duas velocidades. À velocidade dos que lá dormem e fazem vida na cidade ou de cidade e à velocidade dos que fazem da aldeia a sua vida, que ainda trabalham a terra e vivem dela e cujo grande objectivo e grande feito das suas vidas foi ter dado estudos aos seus filhos e transforma-los em gente da cidade, dos quais se orgulham.
Que me desculpe a senhora da foto por ter depositado nela toda a responsabilidade de representar as gentes da aldeia e por perturbar assim, pela certa, o seu merecido descanso. As minhas desculpas!