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Out06
Chaves e, os putos rurais?

Imagens destas transportam-me sempre até ao imaginário da minha infância e do brincar despreocupado no meio da rua, mesmo que os brinquedos sejam de plástico, mais coloridos e mais produzidos.
Brincadeiras num ambiente puro e salutar, brincadeiras com vizinhos e amigos de rua, onde agora se brinca com um carro aqui, ou com um pau ou uma pedra ali, onde se brinca na água da fonte ou correndo simplesmente atrás de uma galinha, onde se tem, às vezes, um cão por companhia de brincadeira e até de conversa e às tantas, quando lhes apetece, partem à aventura rua fora ou terra adentro à procura de amoras, uvas, maças ou outros frutos que estejam à distância de ser colhidos e saboreados.
Imagens destas são raras nas nossas aldeias de hoje, mas graças a Deus ainda as há numa ou noutra aldeia do nosso concelho, com crianças que até podem nada perceber de computadores ou consolas de jogos nem estarem interessados por internetes, mas sabem onde há os ninhos dos melros ou outras aves, onde as galinhas põem os ovos, onde há as melhores nascentes de água para matar a sede e onde há da melhor fruta para saborear, conhecem o estadulho e o engaço e até sabem que à carabunha também lhe chamam caroço e não é preciso chamá-los nem contar-lhes histórias para merendar ou comer, pois regressam sempre a casa quando têm fome.
Crianças destas, são os futuros homens de amanhã que vão partir por esse mundo fora com a vantagem de conhecerem a terra e o que a terra lhes dá, ou não!
Só a título de curiosidade, a imagem foi tomada em Calvão, onde ainda há vida nas ruas e se brinca a cores.
Amanhã regresso à cidade, onde a maioria das crianças têm por brincadeira o clickar num rato para entrarem num mundo virtual qualquer, desde que os morangos não estejam a passar na televisão.
Então, até amanhã!