![5008-bl.jpg]()
Chaves e a nova cidade do betão. É assim o título do post de hoje e é assim também que inicio o texto de hoje e a razão é simples, ou melhor, não há qualquer razão, há antes uma realidade, a realidade do betão.
Este blog tem andado sempre (e continuará a andar) à volta do centro histórico de Chaves. A ponte romana, o castelo, as muralhas, os fortes militares, as igrejas, as praças, as ruas e ruelas dentro das antigas muralhas e, o que de fora se lhe aproximava. Tem andado à volta daquilo que é o nosso mais valioso património histórico e monumental, aquele património que além de flaviense é um património de todos, um património que, se devidamente cuidado e programado, poderia ser património da humanidade. Poderia, e disse muito bem, mas para isso haveria que haver o empenho de todos. O empenho dos políticos, dos comerciantes, dos intelectuais puros, dos intelectuais do Sport, de todas as forças vivas e actores desta cidade, em suma, de todos os flavienses naturais (presentes, residentes e ausentes com responsabilidades), principalmente dos flavienses, que se dizem e se sentem flavienses, quer sejam ou não naturais.
Só com um interesse mútuo é que os patrimónios são da humanidade. Pensar em nós pensando nos outros e, aí, o vice-versa até caía na perfeição pensar nos outros a pensar em nós. Mas infelizmente as coisas (parece-me, ou melhor, tenho a certeza) têm sido só pensar em nós, no mais puro dos nós, os nós individual, o Eu & o Mim Ldª, ou Unipessoal Ldª.
Mas como ia dizendo e utopias à parte, este blog tem-se dedicado ao centro histórico de Chaves, às suas estórias e suas gentes, a um pouco que sabe da sua história e também à ruralidade do nosso concelho e, continuará assim. Mas (claro!) não podemos esquecer a realidade e, a realidade é a do betão, da expansão, do crescimento e, de tudo o que o crescimento traz agarrado a ele, que tal como na composição do betão - o cimento, os inertes e a água, se unem para fazer a força de um património, não da humanidade, mas financeiro, porque eles já há muito sabem (eles!) que não é o sonho que comanda a vida
Entretanto hoje fica a imagem de onde a cidade do betão começa ou pelo menos deveria ter havido o bom senso de ter começado a nascer, não fossem os pecados mortais do consentimento de mamarrachos em pleno centro histórico e que o comprometeram para todo o sempre, e no entanto, tudo poderia ser perfeito, porque tudo tem o seu lugar, e em Chaves também (o poderia ter sido). Não apontem o dedo a ninguém, porque todos nós somos culpados. Claro que há uns mais culpados que outros, mas o silêncio, a indiferença, o deixa andar e o isso-não-é-comigo, também é uma forma de culpa
Numa próxima reencarnação quero ser outra coisa qualquer e não esta de viver e sofrer uma cidade na qual nasci!
E por hoje tenho dito, o que vale é que amanhã vamos até ao nosso concelho rural, à descoberta, quem sabe, de mais uma aldeia.
Até amanhã.