08
Nov06
Chaves e os portões (que morrem de pé)

Que sei eu sobre portões? Nada ou quase nada e penso até que nem é importante saber muito sobre portões, pois eles apresenta-se a si próprios, basta olhar para eles e prontos eis um portão e toda a sua identidade e, é aqui que as coisas se complicam
Por trás de um portão como o que hoje vos trago em imagem, há muita arte, muita simbologia e até um pouco da nossa história.
Há primeiro a arte de quem o encomendou, de quem o aceitou e pagou, de quem o desenhou e por último toda a arte artesanal do mestre quem o executou há portanto muitos artistas e muita arte. Depois vem a simbologia que se confunde um pouco com a nossa história.
Recuando umas dezenas de anos atrás e ao ver-me perante um portão destes, estou-me a ver perante uma casa importante, de nome e rica, para quem as coisas tinham valor e davam valor às coisas, o portão do casal ou da casa era assim como um B.I. do seu proprietário ou um brasão. Portões destes não eram coisa para qualquer um
O auge e decadência destes portões e a sua importância estão também e, directamente associadas, ao auge e decadência das grandes famílias importantes.
Ao ver-me hoje perante um portão destes estou-me a ver também perante uma casa e quinta abandonada onde toda a arte que este portão chama ou chamou a si, morreu com a arte dos mesmos artistas que estiveram envolvidos na sua concepção e execução, mas bem pior que a morte da arte, o portão também está a morrer, e de pé, tal comos as árvores.
Até amanhã, por aí em Chaves, com um pormenor, um portão ou não!