25
Nov06
Chaves Rural

Quando parto para uma aldeia à caça de fotografias, geralmente nunca vou com um itinerário ou um objectivo marcado. Gosto de chegar lá e ser surpreendido por isto ou por aquilo, por um pormenor, por uma conversa, por uma estória, por qualquer coisa que me desperte a atenção.
Coisas, pormenores e estórias que não são tão inocentes ou insignificantes assim, são antes a alma e a identidade de um povo, de um povo que é real e que existe, que vive e vai vivendo longe das tecnologias de ponta e, que nem sequer sabe o que isso é, mas que vive com toda a sabedoria do mundo, daquela que o pai lhe ensinou, a mesma que o avô ensinou ao pai, e que às vezes até nem sabem ler e escrever (ainda) mas já há muito que sabem reciclar e reutilizar (porque sempre o fizeram) e que hoje vivem felizes, bem longe dos tempos difíceis, e que até já têm água canalizada, electricidade, televisão e frigorífico
Até amanhã, por aí, algures atrás de uma montanha qualquer.