29
Nov06
Em Chaves os galos já não cantam...

O Galo já há muito que não canta e já há muito que é indiferente a ventos e tempestades, venham elas de Norte de Sul ou de onde vierem. O peso dos anos enferrujou-lhe e silenciou-lhe o canto, o andar e nem sequer desnorteado anda, calou-se porque o tempo não gala, mas cala. Mantém a pose e é tudo, já não vale a pena estar alerta numa clarabóia que apenas ilumina silêncios, possivelmente os silêncios de umas escadas que já ninguém sobe
Na cidade antiga que está a ficar velha, os galos e as clarabóias ainda vão estando por lá, mas apenas isso e só até ao dia em que um outro galo qualquer, cá de baixo, lhe dite a sua morte.