13
Dez06
Chaves, palavras e a margem de um rio

O que dói é a ausência
É este não saber para onde ir
É este não ter certezas
É esta névoa que habita os dias
É esta névoa que nos habita
É este frio que me paralisa os passos
Mas doer mesmo
Dói saber que os passos não se cruzam
Que não andam
Que não sonham
A névoa invade a cidade
Invade os corpos
Invade-nos
Estou cansado
Sobretudo de esperar
De esperar nesta espera de que a névoa levante
De que a névoa desapareça
Estou cansado de esperar por esse raio de luz
Um pouco de sol
Que permita que o meu rio corra
Para onde correm todos os rios
***************************************
Prometo que amanhã estarei aqui de novo, nesta cidade de Chaves, sem névoas nem nostalgias e prometo também deixar passar o rio para lá da ponte
Há dias assim!