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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

31
Out09

Divagar devagar por terras da montanha - Chaves - Portugal


Por terras de S.Vicente, a caminho de S.Gonçalo

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Pois é, hoje deveria andar pela Feira dos Santos, mas estou cansado, pois andar um dia inteiro (como ontem) atrás do programa da feira, ou seja, de cabeçudos, bombos e concertinas, cansa. Para hoje, tirando a cena do pulpo à galega e do gado descer à cidade, é confusão a mais…prefiro perder olhares pelo mar de montanhas de S.Vicente, ali, conforme se desce para o S.Gonçalo. Isso sim, é um regalo, não só para a vista como também para a nossa paz.

 

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Polide

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Quase parece que por entre o mar de montanhas não há vida para além da vegetal ou da animal selvagem, mas por entre tanta natureza, há sempre uma alma que seja, que espreita e segue os nossos passos intrusos destas incursões.

 

Fernão de Magalhães Gonçalves, um poeta de Jou que habitou Chaves por breves instantes, torgomano e conhecedor de reinos maravilhosos,  dizia-me uma vez que conhecia as cidades e os lugares pelos cheiros… eu pensava então que era pela luz que os lugares se conheciam, mas hoje, admito, são os cheiros que marcam os lugares, mas também aqueles que nos denunciam, quando da cidade se sobe ao campo, à montanha e à floresta.

 

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Vilar de Izeu

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Também a arte, a plástica, está associada ao cheiro das cidades, às luzes e às galerias, no entanto, no mais distante e profundo, a arte também se faz sem telas e, no mais tosco entre indiferenças de olhares, projecta-se o mais profundo que a arte tem, de fazer inveja até, à arte da cor e geometria dos nossos mestres que apreciamos.

30
Out09

Discursos Sobre a Cidade - Por José Carlos Barros


 

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Quase as Aldeias

 

texto de José Carlos Barros

 

http://casa-de-cacela.blogspot.com

 

 

Meu Caro Fernando:

 

Lamento, desta vez, não poder aceder ao teu pedido (e meu compromisso): escrever (uma vez por mês) um texto sobre Chaves, ou sobre o que de Chaves fica (ficou, permanece) na envolvência dos nossos usos e hábitos; ou sobre, enfim, essa geografia vasta que nos une em prodígios, desencantos, mágoas, regressos. O

 

tempo. Ia a escrever com maiúscula: o Tempo. Deixámo-nos acorrentar por Ele, já se sabe. E isso nos desculpa: não O temos; ou tÊmo-lo pouco. E é essa a escusa (não única, como adiante se verá), que posso hoje invocar, às onze e meia da noite de quinta-feira, para não aceder ao teu pedido (e meu compromisso). Tu hás-de compreender e desculpar-me. Mete lá um texto sobre coleccionismo ou sobre cancelas nos campos abandonados – vai dar ao mesmo, Fernando…

 

Mas permite-me (jágora) só dizer-te: sabes? Essa tua obsessão pelas aldeias, pelas quase cento e cinquenta que o concelho de Chaves conta, deixa-me sempre interdito. Entre o sobressalto, a nostalgia e uma espécie de ressaibo que me leva a tentar compreender-te e a (quase) simultaneamente apetecer-me ignorar os reptos (desafios) desfasados do tempo (ou do Tempo, sei lá) que nos fazes. Nelas (nas imagens que prossegues e persegues) sinto-me rendido e desafiado. É que essa (esse território, esse universo) chegou, num certo sentido, a ser a minha vida [oh,

 

 como descaindo-nos o pé para a literatura chegamos tão facilmente a roçar a vulgaridade da grandiloquência…]

 

Mas as coisas são comoção: e, Fernando, desculpa dizê-lo assim tão defronte: que raio de fantasmas te arrogas tu o direito de trazer-nos enrolados em milagre e desassossego? Não saberás tu definitivamente que o mundo rural, o interior, a periferia, é (são) coisas do passado? Que arqueologia estranha pretendes tu

 

insinuar-nos? O granito, o ferro, a madeira? As sinuosas curvas de nível dos montes a caminho de Santa Marinha? As decrépitas capelas visigóticas, as aras pagãs, os postes de electricidade a erguerem-se por entre empenas de granito e o cimento à vista das construções mais recentes? As onduladas cumeadas de São Vicente da Raia? Os largos do Meio da Aldeia, os tanques, as bicas, os labirintos dos canais de rega? Segirei? Os fios azuis e cor de laranja que atam as vides e juntam as tábuas dispersas dos cancelos? As escaleiras e os combarros? As palhas dos pátios misturadas à poeira das tardes de fim de Verão? As igrejas a marcar um centro por entre casas medievais? Os muros do cadastro? Os bois olhando-nos como se nos interrogassem sobre o princípio do mundo? As janelas em ruína deixando entrever ao fundo um azul (o do céu) que não pode pertencer-nos? Tem

 

juízo, Fernando. Põe-te guicho. Não compreenderás, caro amigo, o quanto remas contra uma corrente de ramos e remos abstrusos? Não sabes fazer contas? Não sabes que «isto» dá prejuízo? Que fechar as escolas ou os centros de saúde se constitui como mecanismo obrigatório (de interesse público) de controlo financeiro? Que as paisagens e os recursos destruídos pela barragem de Padroselos entram no excel das fórmulas de Quioto? Que o abandono e os consequentes incêndios não são um mal se moverem uma indústria? Não compreendes,

 

Fernando? Não sabes fazer contas de sumir? Insistes em trazer-nos fotografias de colorida roupa pendurada em varandas e alpendres de casas de granito? De moinhos perdidos no fundo de um vale? De pequenos bosques de carvalhos inscritos na metade das encostas da montanha? De lameiros e hortas e carros de bois

 

do século passado? Onde tu andas…

 

E é também por isso, por tudo isto, que me defendo e desculpo de não enviar-te o texto que me pediste e eu me comprometi a remeter: além da falta de Tempo, meu caro, não há pachorra. Porque tu, Fernando, insistes em falar do que não interessa. Do que já não existe. Do que, há muito, foi riscado dos livros de costumes. Não queiras, pois, arrastar outros neste azougado e inconsequente desvario.

 

As nossas fronteiras, de há uns anos a esta parte, como compreenderás, diminuíram; encolheram. E, nesse rearranjo territorial, excluíram-se cancelos e largos e alpendres e pátios. As nossas aldeias são, passaram a ser, excrescências; um estorvo de que demoramos a livrar-nos. A modernidade, a contemporaneidade, portanto, vai (vão) contra ti, contra as tuas fotografias e contra a intolerável e (tua) melancolia rústica. Desculpa

 

lá: desenrasca-te. Não esperes é que eu continue a contribuir para alimentar devaneios e ilusões a que estás (parece) tão demasiado vinculado. E

 

é (também) por isso, meu caro amigo Fernando (e não apenas pela falta de Tempo), que hoje me recuso a escrever um texto sobre a cidade de Chaves, sobre as aldeias do concelho de Chaves, sobre o Barroso e o pouco que mais restará do mundo que tu persistes em estimar ainda como se pudesse existir.

29
Out09

 

Medalha atribuída aos participantes na IBEREX 83, III Exposição Filatélica Luso-Espanhola, realizada em Chaves, no Pavilhão do GATAT, entre 22 e 30 de Outubro de 1983.

 

O design é da autoria do arquitecto Gabriel Serpa de Magalhães (datas desconhecidas), apresentando o verso um emblema do Aero Clube de Chaves em diversos metais, que correspondiam aos diferentes galardões – ouro (5 exemplares cunhados), vermeil ou prata dourada (10 exemplares), prata (30 exemplares), bronze prateado (35) e bronze (na realidade com um emblema de cobre, 45). Editaram-se ainda 125 medalhas de bronze sem qualquer emblema aplicado no verso e sem qualquer numeração. No total cunharam-se, assim, 250 medalhas.

 

Este exemplar corresponde ao galardão de prata dourada, sendo o número 1 de uma tiragem total de 10, como  a numeração à francesa, incisa na medalha, indica. As medalhas foram cunhadas na empresa Disart, Rua de S. Dionísio, 8, Porto.

 

28
Out09

Zarcão Laranja - Chaves - Portugal


 

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Há sempre alguém, alguma coisa, que nos indica o Norte, pois há! Mas há almas que insistem em andar desnorteadas toda a vida, por distracção, algumas, por teimosia, quase todas. À teimosia não há quem resista, até as latas do velho cata-vento, cansadas da insistência de indicar os bons ventos em que ninguém reparava, exaustas, deixaram-se tomar pelos ventos frios, perderam-se no ofuscar da névoa e enferrujaram sem ninguém dar por nada…

 

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Por cá é assim, nem iluminados entre as colunas da história talhada pelos velhos pedreiros, conseguem lançar olhares para além daquilo que o horizonte deixa ver. Substituíram-se aos cata-ventos, vestidos de modernidade, com uma modernidade que não enferruja por fora e os deixa livres para virar conforme os ventos, mas não conseguem tirar o olhar do curto horizonte para onde ficam vi(d)rados. Não vale a pena insistir, estás-lhes na formação da intinidade, no ferrugem interior que apenas um zarcão laranja consegue esconder, mas só e apenas isso.

 

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Chaves, 6 de Setembro de 1989

 

O que é preciso fazer e dizer para desatar o nó de certas almas! Almas obscuras, como todas as almas, mas ciosas da escuridão em que vivem. Aflitas em cada hora da vida, anseia pela libertação sem verdadeiramente a desejar. Estão como viciadas no desespero. E ouvem com indisfarçável desconfiança quem procura ajudá-las, a mostrar-lhes a luz. Anos e anos de recalcamento criaram nelas uma segunda natureza, tímida, fechada, esquiva. E é no fundo do poço que se sentem seguras. Ao menos aí, nada as acusa. O consciente culpa-se; o subconsciente desculpa-se.

 

                         Miguel Torga, In Diário XV

 

27
Out09

Os Olhares José Rodrigues sobre Chaves


 

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Como é habitual, hoje é dia de outros olhares lançados sobre a cidade de Chaves. Olhares a quem Chaves, por uma ou outra razão, não passou indiferente e por isso a regista em imagem para todo o sempre.

 

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Os velhos clichés de sempre que desde os inícios da fotografia a preto e branco ou sépia convidavam os olhares dos fotógrafos, continuam a atrair,  agora olhares digitais.

 

Evoluiu a fotografia e a técnica, mas a perspicácia da descoberta e do enquadramento dos pormenores, continua-se a exigir ao homem fotógrafo. Pormenores ao dispor de todos mas que só alguns conseguem captar e fazer da banalidade, até, das coisas comuns,  a diferença na fotografia e a arte da fotografia.

 

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O nosso convidado de hoje tem o dom de captar esses pormenores e o dom de não cair no cliché comum a que todos somos tentados.

 

JRodrigues – José Rodrigues, mais uma descoberta que fiz no flickr. Descoberta que já não é de hoje, pois há muito que venho apreciando a sua a arte de fotografar, mas que só agora trago aqui porque também só agora postou na sua galeria fotos de Chaves.

 

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Claro que não resisti ao “roubo” das suas fotos, devidamente consentido e quis também saber um pouco do seu ser.

 

José Rodrigues é natural de Coimbra, advogado, e esteve em Chaves há pouco tempo atrás num daqueles jantares/encontros de confraternização de vários amigos que estudaram em Coimbra, e que frequentaram um determinado Café por volta de 1970-2, sendo a organizadora uma residente Chaves.

 

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Mas Chaves já não era estranha ao nosso convidado, pois por razões profissionais, esteve deslocado em Chaves entre Julho e Outubro de 1997, tendo sido nessa altura que conheceu a cidade e, bem assim, a sua região – Boticas, Valpaços e Montalegre.

 

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Diz ter gostado de rever a cidade e de ver os melhoramentos e progressos que entretanto foram feitos… e da manifesta melhoria das acessibilidades, que permitem um acesso rápido, e consequentemente, retiraram a cidade da periferia, para a tornarem mais central.  Pois, meu caro José Rodrigues, que nos dera que o seu “gostar” fosse um inteira verdade e realidade e se não é mentira que houve progresso e as acessibilidades melhoraram, nem por isso Chaves deixou de ser uma cidade interior, da província e até ignorada e desprezada pelo poder central. Mas isso são contas de outro rosário, que hoje aqui, até nem interessam, pois as suas imagens é que interessam mesmo.

 

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Já concordo plenamente com o José Rodrigues quando me diz: Pena que a zona fronteira ao Tribunal esteja tão desprezada, assim como o excesso de carros que povoam a zona da Câmara e do Castelo, retirando-lhe alguma beleza e dificultando a vida a quem quer tirar umas “chapas”.

 

 

Bem, ficamos por aqui em palavras, pois quando as imagens dizem tudo, as palavras só atrapalham, mas antes, ainda tempo para deixar aqui o link para a galeria de fotos de JRodrigues no flickr, à qual recomendo uma visita:

 

http://www.flickr.com/photos/81436485@N00/

 

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Claro que, escusado será dizer, que todas as fotos publicadas neste post, são de autoria de José Rodrigues.

 

Da nossa parte, até amanhã, em dia de feira em Chaves, ou seja, dia de feijoada.

 

Inté!

 

26
Out09

Feira dos Santos - Programa da Edição 2009 - Chaves - Portugal


 

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Quando vi e li o cartaz do programa da feira dos santos colocado num out-door da cidade, após a conclusão da breve leitura, o comentário que rezei para mim, foi:  – “Vale mais o cartaz que o programa”.

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Desde há anos que digo e continuarei a dizer que a Feira dos Santos é a festa por excelência e com tradição da cidade de Chaves e, que seria uma boa oportunidade para, a par da festa da feira que se faz sozinha, promover Chaves e a região, quer turisticamente, quer nos produtos de qualidade que a terra e a região produz, como também na recuperação dos afamados produtos (marca de Chaves)  que estão em vias de extinção (presunto de Chaves, olaria de barro preto, a cestaria, etc.), mas ainda o termalismo e sobretudo na gastronomia, a montanha a natureza etc.

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A par da feira comercial e tradicional (que se faz sozinha), exigia-se a promoção de Chaves e um verdadeiro programa de festa, com empenho também das associações desportivas e culturais, do pólo da universidade, das escolas, etc. Bastava um bocadinho de imaginação e empenho dos organizadores, que afinal até seriam eles  os primeiros beneficiários dos “lucros” que esta feira poderia gerar.

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A par da feira, também a cultura, a arte, a música, a história tão rica que temos, poderia marcar presença, com exposições, colóquios e conferências, mas não… assim não pensam os organizadores e eu, tenho pena.  Destas cenas, a feira só conhece uma. Uma conferência de imprensa que por sinal se fez para dizer que na Feira dos Santos “há pouco a inovar” . Está tudo dito, aliás nem sei para que se faz a conferência de imprensa, se tudo continua igual, pois a não ser pelos organizadores gostarem de sair no retrato, bem se poderia dispensar.

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Mas que não digam que eu gosto de inventar, deixo-vos aqui o documento oficial que saiu da conferência de imprensa (que além de publicado nos jornais da terra, também consta na página oficial da Câmara Municipal. Claro que também fica o programa da festa.

 

Os sublinhados são meus.

 

Chaves em festa com mais uma Feira dos Santos

A cidade vai estar em festa com a tradicional Feira dos Santos, um dos maiores eventos nos planos comercial, social, económico e lúdico que se realiza no Norte do país. A par de uma Feira Tradicional é um certame multisectorial de actividades económicas. Ontem, em conferência de imprensa, a Câmara Municipal e a ACISAT - entidades organizadoras do evento - apresentaram o programa da Feira dos Santos 2009.

 

Entre 30 de Outubro e 1 de Novembro, como manda a tradição, as artérias e praças da urbe flaviense irão conjugar a modernidade de vários "stands" de empresas com a histórica Feira do Gado, o Concurso Nacional Pecuário (que vai já na 7ª edição), o Festival Gastronómico do Polvo e as tradicionais Chegas de Bois. São eventos que atraem todos os anos uma multidão de turistas e constituem uma excelente oportunidade para os visitantes adquirirem vestuário, calçado, artesanato nacional e estrangeiro, antiguidades, cutelarias, louças, enchidos, queijos e produtos agrícolas, entre outros. De referir ainda a animação do evento, com a arruada de bombos e concertinas, a actuação de grupos musicais, um festival de folclore e o fogo-de-artifício.

 

Conciliar a tradição à modernidade

 

Do ponto de vista da organização e ordenação da Feira, segundo o Presidente da Câmara e o Presidente da Direcção da ACISAT, não há muito a inovar. O desafio de todos os anos é conciliar o aspecto histórico com a modernidade. A título de exemplo, João Batista, referiu a deslocalização dos divertimentos que, tal como no ano passado, ficarão instalados no novo Espaço Multiusos (nas imediações do Estádio Municipal). As restantes actividades ficarão nos seus locais habituais, nas artérias da cidade, dando o colorido e movimentação habituais ao espaço urbano.

 

Comércio Sai à Rua

 

Tal como na edição no ano passado, o comércio tradicional pretende sair novamente à rua, associando-se aos “Santos”, se o tempo assim o permitir. Este ano, segundo João Miranda Rua, a afluência foi maior do que o ano passado. A iniciativa ”Stock Out - O comércio Sai à Rua” visa envolver o comércio tradicional do centro histórico da cidade, colocando também eles os seus stocks na rua, no sentido de facilitar o seu escoamento e contribuir para a animação e dinamização dos seus negócios e da própria feira.

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Programa


DIA 30 OUTUBRO


10h30 - Arruada - Bombos de Marco de Canaveses
15h00 - Arruada - Bombos de Marco de Canaveses
16h00 - Sessão de Abertura, Sala Multiusos do centro Cultural de Chaves

DIA 31 OUTUBRO - FEIRA DO GADO

08h30 - Feira do Gado, Zona Industrial (junto à Munivel)
10h00 - 7.º Concurso Nacional Pecuário, Forte de S. Neutel
10h30 - Arruada - Concertinas da Venda Nova
12h00 - Festival Gastronómico do Polvo, junto Estádio Municipal de Chaves
14h00 - Festival de Folclore, Largo General Silveira
15h00 - Chega de Bois, Forte de S. Neutel
Organização: Bombeiros Voluntários de Salvação Pública
15h00 - Arruada - Concertinas da Venda Nova
21h30 - Conjunto Musical - CORDOSOM, Largo General Silveira


DIA 1 NOVEMBRO - DIA DE TODOS OS SANTOS

10h30 - Arruada - Banda de Gaitas de Verin
14h00 - Festival de Folclore, Largo General Silveira
16h00 - Chaves/Freamunde, Estádio Municipal de Chaves
21h30 - Conjunto Musical - Musical Norte, Largo General Silveira
23h30 - Fogo de Artifício, Forte de São Neutel


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Claro que o programa está pobre, talvez por falta de espaço, ou modéstia dos organizadores, pois há muitas mais actividades que poderiam aqui ser mencionadas a par do festival gastronómico do polvo (que para quem não sabe é à galega e não é prato tradicional de Chaves), das chegas de bois que é tradição de Montalegre e o jogo de calendário do nacional de futebol Chaves/Freamunde, também poderiam ser mencionadas a venda de albardas e ferraduras junto à feira do gado em “cascos de rolha”, o festival gastronómico das farturas, castanha assada, algodão doce e pipocas, a venda de roupa pelos ciganos de marca tipo adidash, a abertura das luzes de decoração, a colocação de flores e velas nos cemitérios da cidade e até a actuação de carteiristas nos recintos da feira, esta uma das mais velhas tradições da feira. Para os mais intelectuais poder-se-ia até, meter no programa, o assistir ao nascer do sol por trás do Castelo de Monforte ou o pôr do sol visto desde a ponte pedonal, isto, claro, se o tempo o permitisse, caso contrário, poder-se-iam projectar filmes dos eventos num dos muitos auditórios da cidade…


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Enfim, estou em pulgas para que chegue dia 30, para como todos os anos, começar a feira (já sem feira da lã), a feira de sempre, que mesmo sem ideias iluminadas, continua a ser a grande festa da cidade de Chaves e que (sim senhor, isso é real) traz a Chaves milhares de visitantes e muitos filhos da terra, que esses sim, cumprem a tradição.

25
Out09

Vila Nova de Veiga - Chaves - Portugal


 

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Lá vou cumprindo a promessa de trazer aqui todas as aldeias do concelho. Por opção, as mais próximas da cidade foram ficando para o final desta longa caminhada pelas quase 150 aldeias do nosso concelho. Ainda faltam meia-dúzia, mas hão-de passar por aqui.

 

Em algumas aldeias que ainda faltam, além da opção da proximidade as deixar para o final, faltou também alguma oportunidade de inspiração, pois se aldeias há que chegados lá cada esquina ou pormenor inspiram, ou melhor, pedem uma foto, outras há em que entro e saio da aldeia sem um despertar para um click. Quando assim acontece, nem há mesmo como deixar passar uma temporada e esperar que num regresso essa inspiração surja.

 

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Na insistência lá vão aparecendo os motivos e, se não aparecerem, sem os inventar lá se vão inventando.

 

Esta é uma das características das aldeias de proximidade da cidade, ou seja, como são menos dadas ao despovoamento, os seus habitantes ao longo dos anos foram construindo novas casas na periferia da antiga aldeia e, no seu núcleo, foram alterando e reconstruindo o casario existente sem haver muita ou nenhuma preocupação em preservar a traça daquilo que dava e fazia a tipicidade das aldeias transmontanas, onde o granito, algum ferro e a madeira, eram reis e senhores.

 

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A modernidade também tem as suas maleitas, mas bem pior que a modernidade são as doenças a ela associada, como a ausência de políticas e planos de preservação daquilo que é o nosso património histórico,  cultural e tradicional, mas sobretudo o desinteresse dos políticos em criar planos de salvaguarda e valorização do património. Quando falo em políticos, refiro-me aos mesmos de sempre, os de Lisboa e os das casas do poder concelhio. Deixo de fora as juntas de freguesia, que embora também tenha a sua quota-parte de culpa (e também haja excepções), vão sendo as únicas que vão fazendo o que podem pelas populações das aldeias e das montanhas, mas apenas e mesmo naquilo que podem, ou seja, no que é básico, como a água, o saneamento, o arranjo das ruas e dos cemitérios e, mesmo assim, só a custo de muita pedinchice, quase humilhante.

 

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Com a desculpa da modernidade e a pressão dos lobbies (que ninguém diz haver ou conhecer, que não têm rosto, mas que existem) bem visíveis, caminhou-se para um centralismo atabalhoado da modernidade do imediato, do “facilitismo”, sem planeamentos e sem preocupações com o futuro… o resultado está à vista e sem direito a retorno.

 

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Também os PDM’s se necessários, entraram tardiamente em acção e no que respeita ao mundo rural há um notório desconhecimento do viver e das realidades das nossas aldeias, permissivo em demasia no que toca a preservação e proibitivo demais no que toca a abertura para uma modernidade, sim, mas sustentada que permitisse contrariar o despovoamento. É que também os  PDM’s são feitos à mesa em confortáveis gabinetes que vão andando ao som das músicas que os políticos compõem e orquestram. Também, os PDM’s são um pecado quando para as cidades não se aplicam com as inventadas medidas de excepção, com planos de pormenor que se vão ajeitando conforme as conveniências ou com planos de urbanização que, por dar jeito, nunca entram em vigor.

 

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Em suma, vamos vivendo numa democracia que até decide no momento de ir às urnas, mas que a partir de aí, entre em regime de anarquia de lobbies e lobisomens do plim e do “concr€to”, onde todos se estão a borrifar para as aldeias, porque estas, não fazem, nem nunca fizeram parte dos seus futuros e planos, que até existem, mas são pessoais. Curioso é que a maior parte desta gente foi parida nestas aldeias…

 

Tudo isto a respeito de Vila Nova de Veiga que já está longe de ser uma das aldeias típicas transmontanas, mas antes, é uma aldeia de proximidade da cidade que funciona mais como um dormitório dela, onde a construção e as novas construções floresceram também um pouco ao ritmo, moda e imagem da cidade, onde ao longo da estrada, como aldeia de estrada que sempre foi, nasceram alguns serviços, oficinas, indústrias, aterros, restaurantes, etc, e, diga-se, pessoalmente nada tenho contra o aparecimento destas actividades, antes pelo contrário, mas, e dado que esta aldeia é já um prenúncio de entrada na cidade de Chaves, o planeamento e arranjo das áreas envolventes e confrontantes com a Estrada Nacional, deveriam ter um tratamento mais cuidado, pois não basta destinar espaços a actividades…

 

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A aldeia em si, também cresceu de uma forma diferente daquilo que é habitual no crescimento das aldeias. Nasceram novos bairros isolados, onde as construções nasceram primeiro que as infra-estruturas, ou seja, foram “urbanizados” caminhos rurais com todos os “pecados” daí resultantes onde as soluções de infra-estruturação à posteriori, são apenas para remedeio e sempre insuficientes.

 

Quanto ao núcleo da aldeia, embora menos notório, também está descaracterizada com a introdução de construções novas e muitas recuperações com acrescentos e novos materiais que em nada dignificam a tipicidade e as características das aldeias trasmontanas. Claro que há algumas excepções, mas poderia haver muitas mais, se tivesse havido um trabalho sério de sensibilização, informação e ajuda, mesmo que esta ajuda apenas fosse técnica e também um PDM rigoroso em relação a núcleos, mas cooperante.

 

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Assim, na minha modesta opinião, Vila Nova de Veiga, como o próprio topónimo também pode indicar ou coincidir, trata-se mesmo de uma “vila” nova da veiga de Chaves, onde mais que uma aldeia, hoje em dia, é um bairro da cidade de Chaves.

 

Não quero com isto ferir os sentimentos dos naturais e resistentes da aldeia, que,  a existir o espírito colectivo de aldeia, é bom que se mantenha, mas é uma realidade que pessoalmente constato, quando se, no passado tivesse havido algum cuidado colectivo, hoje a aldeia poderia ser bem mais interessante, com o seu núcleo preservado e bem definido e a aldeia nova ou nova aldeia, com novos bairros devidamente planeados e infra-estruturados e até com uma zona industrial e de serviços atractiva aos olhos de quem a visse, mas isso, claro, deveria ter sido planeado e pensado há dezenas de anos atrás e por quem devia, que pela certa, não eram (apenas) responsabilidades dos habitantes de Vila Nova de Veiga.

 

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Tenho consciência que muitas vezes as realidades não são simpáticas, mas a culpa não é minha, pois eu apenas observo e registo. Para “mentira” já me basta ter de seleccionar e afinar o olhar para em imagem contradizer tudo aquilo que disse.

 

Até breve, pois este post por problemas alheios à minha vontade, só agora foi possível.

 

O próximo, dentro de poucas horas estará aí.

24
Out09

um título breve para expressar os tons do nosso reino maravilhoso servido em mares de montanhas e calmarias resistentes do mais interior que Chaves - Portugal tem


 

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É aqui o verdadeiro reino maravilhoso, não aquele que está atrás dos montes, mas na sua conjugação plena de estar entre os montes, num ondulado de montanhas em que o verde da intimidade se perde no azul distante salpicado pela espuma da agitação do oceano servido em suaves raios de luz.

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Aqui a maré sobre um pouco de tom, mas abriga por detrás dela a calmaria de uma despedida de verão, uma despedida ainda quente, onde o calor faz confundir os sentidos e a metamorfose das cores mostra a verdadeira resistência de quem, insiste e teima na verdura perdida no amarelecer avermelhado do tempo em que é tempo cair por terra…mas ainda hão-de vir os ventos fortes que o(a)s façam cair.

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Carregal - Chaves - Portugal

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Bem lá no cimo, onde o mar de montanhas, por tão alto - se acalma, reina a calmaria. Talvez pela proximidade do céu, não há  quem perturbe a paz do reino, que continua a ser maravilhoso, onde até, os guerreiros descansam as suas andanças.

 

23
Out09

Discursos Sobre a Cidade - Por Fe Alvarez


 

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Qué sentido nos reaviva el recuerdo?

 

En este caso el oido.

 

 

 

Desde que el hermano partiera, vivía sola, talvez pensó por haber sufrido mucho: "cuanto más conozco a la gente más me gusta mi perro" en su caso gato, o gatos, por eso acogía, algunos no, bastantes felinos, quizás por ser unos animales independientes y encantadores, pera quien sepa apreciarlos. Las soledades hacen florecer las rarezas, para los demás mortales, estas flores darán sus frutos más temprano que tarde y los vecinos empiezan a hacerle el vacío, se mira de lado, se cuchichea ostensiblemente, sin recato alguno y empieza un círculo vicioso, cuanto más se incrementa esta situación, ella se aislaba más y más, naturalmente que más y más se acentuarian las rarezas. También había aquellos que ignorando su aislamiento, intentaban un acercamiento, por caridad, por bondad o por piedad con este ser carente y esquivo, la mayoría de las veces estos actos, desenbocaban en rotundos fracasos. Ella no entendía los esfuerzos para librarla de la soledad y los demás tampoco alcanzaban a entender aquella actitud desabrida. 

 

La chiquillada que jugaba en las calles era, verdugo y víctima, verdugo por jugar en su calle, los gritos alegres, las carcajadas (que a esas edades, todo tiene gracia) los juegos con la pelota, los elásticos, la comba, rayuelas, sentarse en la raquítica acera, para que las chapas les diesen unos momentos de satisfacciones y descanso al ajetreo anterior, todo fastidiaba a..... la llamaremos "July"; como víctimas tenían que sufrir sus quejas a los padres, protestas y con esto algún que otro capón o castigo, los increpaba constantemente desde el balcón cuando no eran jarros de agua, que lanzaba desde las ventanas, más de uno tuvo la desagradable experiencia, de llevarse una ducha de agua fría cuando el invierno estaba en su apogeo, que en verano era otra cosa, lo tomaban como una jarana más. La venganza venía en forma de llamar en el picaporte y esconderse, o jalearla diciéndole a coro: JULY LOPES, MADRE DE TODOS LOS GATOS! Ella se subía por las paredes, no soportaba que le corearan esa frase y así fueron pasando los días, ella incomodada por los chiquillos y ellos encontrando un entretenimiento más en torearla. Como siempre pasa, había un crio, que era el centro de sus fúrias, casi día sí y día también iba a quejarse a la madre, esta la escuchaba con atención prometiéndole que sería castigado, por eso ella volvía y volvía.

 

 Una noche, alguien, que no era tan niño, intentó entrar en la casa, July entró en pánico, con razón, a la noche siguiente, el gamberro o gamberros volvieron a la carga, de esta vez le tiraron una piedra, que rompió la desvencijada ventana, fue el cúmulo a sus nervios así que entre esto, la edad, el sufrimiento y la semidesnutrición del solo, la mente empezó a dar señales de lagunas, que se iban ensanchando, una enfermedad la llevó al Hospital, al verse en un ambienhte extraño, terminó por desestructurar su mundo, nacieron las visiones, revivir lo que no tenía ni tuviera en sus mejores tiempos y alegremente hablaba de los conciertos a los que acudía en un salón del hospital, que describía con todo lujo de detalles, las terrazas en las que tomaba el sol, entre grandes lujos, los paseos por jardines de " Las mil y una noches " formaban su vida y sus nuevo mundo de recuerdos, creados, los vecinos que la visitaban, salian lamentando su pérdida de memoria, aunque era reconfortante verla en ese mundo de ensueño que había constuyera inconscientemente.

 

Un buen día pasó por allí la madre del chiquillo travieso que la desgastara día a día, al oirle la voz se hizo un destello en la mente enferma y por una pequeña fracción de tiempo, recuperó parte de las vivencias perdidas, las mezcló y su eterna aversión recuperada le hizo reincorporarse en el lecho y sentenció:

 

- Fue ese, fue el bandido que quiso entrar en mi casa para violarme, aun tengo la piedra, con la que rompió mi ventana, iré con ella a la policía, ladón bandido...

 

Las visitas del día, no llegaron a comprender el alcance y motivo de aquella fúria momentanea, pensaron que sería una locura más, solo la madre del pequeño adivinó que fuera su voz que desencadenara la verborrea, real e irada, aunque algo deturpada; por un momento July, recuperara la lucidez, el oido captó sonidos reconocibles y reconocidos.

 

Fe Alvarez

22
Out09

Coleccionismo de Temática Flaviense - O vinho e os artistas


 

 

Artistas Transmontanos

Nadir Afonso

V.Q.P.R.D. – Valpaços

Colheita de 2001

 

 

Ideia feliz, esta, da Adega Cooperativa de Valpaços em lançar um vinho com rótulo de “artistas transmontanos”, neste caso o flaviense e Mestre Nadir Afonso, com reprodução (em rótulo) de uma das suas obras.

 

Quanto ao vinho, ainda não o provamos, mas diz a Adega Cooperativa ser de aspecto límpido, cor granada, com reflexos violáceos, nariz franco e vigoroso, aroma intenso associado a fruta bem madura, na boca apresenta-se redondo e com taninos equilibrados, proveniente de vinhas seleccionadas das castas “trincadeira e touriga”, vinificado com controlo de temperatura e estágio em barricas de carvalho.

 

Apresenta-se em garrafas de 75 cl com 14% vol.

 

No ano do lançamento, 2001, foi medalha de bronze wine Masters Challange.

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