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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

23
Abr11

Sábado de Páscoa


 

 

É Sábado de Páscoa. Os últimos folares vão ao forno e o cabrito ou cordeiro já está em estágio de alguidar para amanhã bem cedo ir ao forno, já sem a preocupação da bênção das casas, pois a cerimónia ao longo dos anos de implantação das modernidades foi-se perdendo.

 

Mas não foi só a tradição da bênção das casas que se perdeu. O tradicional ramo que ia a abençoar no Domingo de Ramos, com ramos de oliveira e alecrim, para mais tarde, em dias de trovoada, ajudar Santa Bárbara  com a queima de alguns ramos abençoados. Esta tradição ainda se vai mantendo, só que agora, o ramo, é da florista da esquina. Vale a intenção mas perde-se a tradição.

 

 

 

Também os autos da paixão, esta semana já aqui mencionados, são coisas do passado, pelo menos os mais famosos que levavam até eles umas boas centenas de “peregrinos” em gesto de apreciação da representação mais popular que conheci, pois ainda tive a sorte de em pequeno ver o auto da paixão de Curral de Vacas. Claro que não esqueço do de Curalha que até ficou até bem mais afamado que o das Terras de Monforte e tudo graças a Manoel de Oliveira ter feito de um dos autos o seu Acto da Primavera (1962), um filme documentário, longa metragem que ainda hoje é uma das obras contemporâneas do cinema etnográfico que viria a inspirar outros realizadores a realizarem trabalhos idênticos.

 

 

 

Foram-se perdendo algumas das tradições religiosas ligadas à Páscoa. Tenho pena que algumas se tenham perdido mas em tudo o restante, gosto mais da Páscoa actual, pelo menos é mais alegre e com muito menos medos da Igreja que ao longo da ditadura e do estado novo se impunha a um povo maioritariamente ignorante com os medos e temores a Deus em que na Páscoa (quinta-feira à tarde e sexta-feira santa) eram mais acentuados e forçosamente a Páscoa  tinha de ser triste e penitente, jejuar sem comer era uma graça a Deus, ouvir música (com excepção da clássica – vá-se lá saber porquê) quase era pecado, festas, fossem quais fossem, essas além de pecado era uma afronta a Deus. Só mesmo no Domingo de Páscoa é que a alegria e sorrisos podiam regressar aos rostos.  

 

Hoje ficam imagens que nada têm a ver com a Páscoa, mas são imagens das duas aldeias onde em tempos se realizavam autos da paixão: Curalha e Curral de Vacas.

 

Boa Páscoa.

 

 

 

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