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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

23
Jul11

Pecados e Picardias - Por Isabel Seixas


 

Saudáveis

Aos Lobos(…)Humanos

 

Associam-se em conformidade com o desejo de mostrar a melhor performance, de preferência inversamente proporcional à idade, permitindo exclamações de admiração numa moldura de inveja pelos pares, nada que a mulher se fosse ouvida não resumisse por experiência doméstica em poucas palavras (…)


Sobem às serras em busca do alimento que lhes insufla o peito, uivam com sofreguidão e dão cabo das energias fornecidas pelo pão, ostentam com orgulho o slogan de eleição “o sangue na veia é a força da alcateia” já ruborizados quase em combustão pelo esforço dispendido a subir o Alvão.


Ruminam pragas a quem engendrou o percurso, de filho da mãe em labuta ocupa-lhes a mente o filho da luta como se em vez de lobo fosse urso.


Regressam a casa exauridos nos músculos não no apetite reclamam cordeiros tenros como quem detona dinamite, sim sim sorri a sábia pastora ao invés de se quedar na masmorra, deambula com as lobas livres e quem não foi que fosse, como assim ao meio dia não falta frango no pingo doce, é barato e bem disfarça até por cabrito passa para os lobos com traça.


Invejo-lhes a captura da paisagem dura mas linda de pura, que festival sensorial, homenagem dominical da amizade sem idade cujo estatuto e vaidade habitam na seriedade de quem descobriu a verdade de viver com vitalidade o pecado mais saudável…


Proximidade do céu em bicicleta.


Aos Lobos, (Em representação dos promotores Flavienses e doutras terras, de desporto em amizade) com respeito e consideração, pelos convívios familiares, e não só.


Isabel Seixas

 

 

23
Jul11

Apenas uma imagem, com algumas palavras


 

As imagens também nos falam, dizem-nos coisas, contam-nos estórias e história. Esta sugere-me e leva-me por aí fora, desperta sentimentos, contos  de amor e ódio e tantas outras coisas, mas agora, fico-me por aqui. Mais logo virá a mesma imagem com as palavras que em mim despertou. Para já apenas esta imagem e, já a seguir, os Pecados e Picardias de Isabel Seixas.

 


22
Jul11

Discursos Sobre a Cidade - Por Isabel Seixas


 

Cemitérios vivos

 

Olá Pai


Hoje marco o compasso do tempo desde a alvorada, com o teu sorriso sábio de complacente, que tudo entende e tudo aceita na naturalidade de sede e fome.


Chaves está a acordar com a diversidade dos contributos emocionais, toda genes de cor de um vermelho esbatido em rosa, num pano de fundo cinza, bocejos de nuvens sonolentas deixam passar um primeiro raio de sol que vai matar o bicho  refletido no Tâmega aproveitando à passagem  despertar os dorminhocos  e mandar deitar os insones.

O terreno aqui do lado está vestido como gostas, longa saia de rama de batata com meias  de cebolinho sapatas de feijão circundados por tufos de boninas, as árvores parecem damas antigas de tão vestidas grávidas anunciando um parir de frutos aromáticos, as legiões de passarinhos entoam o Gloria de Schubert.

Esta semana a mãe juntou-se em lágrimas com a Sra. Maria Bandeira que se despediu do filho mais velho adoecido há tempos, e a Nossa rua do sol Sofre e aufere com propriedade da sua metamorfose geracional, acreditas que acho que não há um bebé sequer …Não!!! Fica descansado há crianças e jovens e jovens adultos e Nós…Aliás a rua restaura-se em residenciais  e restaurantes para vindouros.

O tabulado está divinal já sei que pairas por lá tenho sentido a Vossa Aura Tu e o Sr. Fernando a conjeturar sobre a nova época do Sporting e do Porto, pergunta-lhe se tem reparado que os campos de ténis têm tido movimento, claro que tem e mais com quem(…)

A cidade faz anos vai ser agraciada…

Soubeste que a Ana  deu à Mãe dinheiro para te pagar a viagem  de volta do céu(…)

Tua filha

Isabel

Isabel Seixas

22
Jul11

Lumbudus soma e segue...


 

A Lumbudus - Associação de Fotografia e Gravura soma e segue. Actualmente com três exposições patentes ao público – uma individual no Arquivo Municipal de Chaves de autoria Nordestafl, outra colectiva no Polo da UTAD em Chaves de autoria de quatro Associadas Lumbudus e outra de Câmaras Fotográficas e material de fotografia no Restaurante Sérgio, no Alto da Forca, também em Chaves, vai inaugurar no próximo Domingo, às 16 horas, uma exposição itinerante que terá a sua primeira mostra em Couto de Dornelas, Boticas. A exposição de fotografia intitula-se «Gentes e Costumes» e conta com fotografias de autoria de Dinis Ponteira e de NORDESTAFL, ambos associados fundadores da Lumbudus, e retratam a festa comunitária de S. Sebastião desde há mais de 30 anos até aos dias de hoje, festa que reúne anualmente no dia 20 de Janeiro, em sua celebração, milhares de pessoas na freguesia.

 

 

 

A Lenda

 

REZA A LENDA, ... que há muitos, muitos anos...

 

Houve nesta região um ano de muita fome e peste, que também atingiu os habitantes do “COUTO”.

 

Foram tantos os mortos, que os mais crentes apelaram a S. Sebastião para que os protegesse de tal flagelo:

“Se a doença se afastasse, se os doentes melhorassem e os animais escapassem, prometiam realizar anualmente, a 20 de Janeiro, uma festa onde não faltasse carne e pão para quantos a ela comparecessem.”

 

Como o Santo não faltou, cumpriu-se o prometido e assim se fez ao longo dos tempos...

 

...Mas, com o passar dos anos, o povo foi ficando esquecido, desleixado e possivelmente mal agradecido. Um ano, não se sabe por que motivo, a festa não se realizou. O povo ficou assim, sem a protecção do santo, advogado da fome, da peste e da guerra registando-se graves problemas nesta localidade...

 

Foto de Dinis Ponteira

 

...Conta ainda a lenda, que em 1809 (ano em que Napoleão, imperador de França, mandou invadir pela segunda vez Portugal) as tropas entraram por Chaves, a caminho do Porto, passando pelas terras do “Couto”. A má fama dos invasores já tinha chegado às nossas gentes, que atemorizadas pela eminente invasão e suas consequências (pilhagens, mortes, violações, etc.) saíram às ruas com a imagem de S. Sebastião e acolhendo-se à sua protecção, renovaram a promessa:

 

«… Se os invasores não entrarem no Couto faremos todos os anos, dia 20 de Janeiro, uma festa em tua honra, onde não faltará comida a toda a gente que a ela vier…»

 

Diz a lenda que caiu tal nevão à volta do Couto, que obrigou os invasores a desviarem-se do seu caminho deixando em paz estas “gentes”.

 

Lenda ou não, a verdade é que se tem mantido a tradição e todos os anos, dia 20 de Janeiro, os habitantes do COUTO de DORNELAS renovam a promessa cada vez mais convictos do amparo do Mártir São Sebastião.

 

Para saber mais sobre a festa de S.Sebastião:

http://cdornelas.com.sapo.pt/couto%20dornelas.html

 

Em Outubro está exposição passará por Chaves onde estará patente ao público no Pólo da UTAD/Escola de Enfermagem.

 

Para saber mais sobre as actividades da Lumbudus – Associação de Fotografia e Gravura:

http://lumbudus.blogs.sapo.pt

 

 

21
Jul11

O Homem sem Memória (59) - Por João Madureira


 

Texto de João Madureira

Blog terçOLHO 

Ficção

 

59 – José só vislumbrava uma possibilidade de fuga à condição do frio e da solidão. Arranjar namorada. Por isso começou a rondar, sempre que o dispensavam, o Liceu e a Escola Técnica. Namorar uma rapariga não podia ser pecado maior do que um aprendiz de padre ter frio e ir-se deitar na cama de outro homem. Um homem dormir com outro homem em pecado é um sofrimento pavoroso. Passou a andar ainda mais sozinho.


Lia nos jardins, enternecia-se com o frágil bailar dos pássaros, com os seus cânticos chilreantes e buscava inebriado uma rapariga que o atingisse com o seu encanto e se deixasse tocar pelo desespero amoroso e solitário. Um dia encontrou-a. O que lhe chamou logo a atenção foram os seus enormes olhos. Que eram verdes, com pálpebras como asas de cotovias e pestanas grandes e genuinamente arqueadas. Usava calças à boca-de-sino, muito coloridas e estampadas com losangos, muito cingidas nas ancas, torneando-lhe às nádegas e as coxas com um toque clássico. Era fácil adivinhar-lhe a nitidez do corpo. E para isso a blusa, também apertada, sugeria linhas esbeltas e uns seios bem proporcionados. Também tinha uns lábios carnudos e um sorriso cheio de alegria reservada, mas genuína, revelando uma certa instabilidade emocional. Ela estudava no Liceu. Como era de Tourém, vivia interna numa residência de freiras. Foi por ser do barroso que estabeleceram de imediato uma amena conversa. Para não haver equívocos futuros, disse-lhe logo que era estudante no seminário. Ela sorriu e disse que, pelo que sabia, a amizade com raparigas não estava proibida aos seminaristas. Ele, sorrindo também, confirmou a evidência. “E se a amizade fosse dar a outra coisa?”, perguntou-lhe o José atrapalhado. “Aí logo se vê. O futuro a Deus pertence”, respondeu ela sorrindo muito, fazendo brilhar o marfim dos seus lindos dentes. Ele, rindo-se mais, exprimiu que essa era uma ideia pela qual tudo faria para não olvidar. E continuaram a falar esquecendo-se do tempo e da condição. Galhofando como tontos, felizes por recordarem a beleza agreste da sua terra, o frio e o calor da lareira, a ceia fumegante comida no escano, a saudade da família, as brincadeiras com os colegas, a liberdade. Ambos confessaram que se sentiam sozinhos e que tanto as freiras como os padres eram pessoas de coração duro, de palavras agrestes, de sentimentos pouco cristãos, falsamente puritanos, sexualmente ambíguos e sentimentalmente promíscuos. Eram pessoas secas, com pouco para dar. Como se a dedicação a Deus lhes roubasse a grandeza humana que tanto apregoavam. Descobriram que gostavam muito de ler, por isso combinaram trocar livros e ideias. Feliz, o José convidou-a para irem beber uma laranjada ao café. Ela recusou porque por lá lanchavam muitas das beatas que frequentavam a igreja e praticavam a caridade como quem compra um bilhete da lotaria para a eternidade. Ele sorriu muito com a expressão e disse-lhe que tinha jeito para utilizar as palavras com verdade e com graça, por isso devia escrever. Ela desculpou-se, lembrando que era uma leitora atenta. José lembrou-lhe que um escritor é sempre o melhor dos leitores. Ela, deixando-se levar pela emoção provocada pelo elogio, beijou-o ternamente na face como se fosse sua grande amiga. Ele corou. Ela sorriu ainda mais e afirmou que a sua timidez era amorosa. Ele tentou abraçá-la, mas ela esquivou-se ternamente e disse-lhe: “Cada coisa a seu tempo. Não nos precipitemos.” Ele pediu-lhe perdão. Ela respondeu-lhe que não era para tanto. “Só que não gosto de precipitar as coisas. O que tem de ser será. Temos tempo de sobra para pecar. Por agora limitemo-nos a desfrutar deste momento que, por ser irrepetível, é sagrado.”


Combinaram um encontro para o dia seguinte. Cada um prometeu levar um livro para troca.


Para grande espanto dos lúgubres colegas, o solitário José dormiu toda a noite com um enorme sorriso nos lábios. 

 

60 – Ele apareceu. Ela não. Nunca se sentiu tão triste. Foi para o seminário e escreveu-lhe uma carta que intitulou como Primeira Epistola de José à Sua Namorada. Rezava assim: Esperei-te…

 

(continua)

 

20
Jul11

Palavras colhidas do vento... por Mário Esteves


 

O ruído do trabalhar de um gerador entra-me pela casa adentro sem usar o batente ou aguardar que lhe abra a porta.

 

 Na infância qualquer som a repetir-se na mesma cadência e por tempo demorado fazia-me adormecer, sem olhar ao lugar e muitas vezes ao momento. Bastava anichar-me e pronto recolhia às asas acolhedoras de Morfeu.

 

A melopeia da cegonha ou picanço, da nória, do motor de rega, da malhadeira, eram causas de abondo para um sono inesperado.

 

O fogareiro a petróleo, na ausência do fogão a gás, marca “Leão”, momentaneamente em folga, por falta de conduto, e já próximo do cear, na acanhada cozinha da parte destinada à habitação da Estação de Correios de Vila Verde da Raia, serviu de argumento para um fechar de pestanas de consequências devastadoras.

 

Brincava às escondidas e como na cozinha não se encontrasse vivalma, ocultei-me debaixo da mesa, que uma toalha comprada no trelo em Feces, cobria até aos pés.

 

Entrincheirado neste refúgio, aguardei, certo que me não encontrariam.

 

A verdade é que os companheiros de folguedo, os meus irmãos, mais novos do que eu, não descobriram a toca, embora dela saísse uma e outra vez, já decepcionado por a brincadeira não continuar.

 

Como os meus irmãos desistissem, decidi alargar o jogo e lá permaneci.

 

Entretanto, comecei a escutar o som produzido pelo fogareiro e a sentir um torpor agradável, que nem as passadas da minha mãe ou o mexer na louça punham cobro.

 

Acabei por adormecer.

 

 

Não sei quanto tempo se passou e se escutei algum barulho, tão ferrado estava a dormir, que chegava até mim, muito ténue, esvaecido, como se fosse parte de um sonho.

 

Quando acordei, estremunhado, saí do esconderijo e dava os primeiros passos no corredor, quando deparei apenas com o meu pai, agitado, e depois atónito quando me viu, e dirigindo-se na minha direcção, prega-me um valente tabefe sem mais pedagogias.

 

Vim a saber, que passada a hora de jantar e por mais que me chamassem, como não desse quaisquer sinais de vida, começaram a procurar-me na vizinhança e depois já entrada a noite e com a ajuda dos vizinhos tinham alargado as buscas, esquadrinhando fora da aldeia, vasculhando poços, o canal da Veiga de Chaves, o rio*… quando o meu pai, desesperado, regressou a casa para telefonar à guarda, aos bombeiros e me surpreendeu, ainda sonolento.

 

Mas se aquele inesperado sono, teve para mim aquele escarmento, para um dos meus irmãos mais novos, o final foi mais feliz, diria quase apoteótico.

 

Era tempo de segadas.

 

Andava o rancho de segadores, que viera das encostas do Brunheiro, numa centeeira que tínhamos na Veiga, quando o meu irmão se deixou adormecer noutra próxima.

 

Passado algum tempo ouvem-se brados: “É lobo! É lobo!”* *

 

Todos se ergueram, as foices na expectativa, preparavam-se para acorrer ao lugar de onde vieram os gritos, quando escutaram:

 

- “Vai direito ao Razêdo!”

 

Como nada bulisse nas redondezas ou vissem, retomaram o trabalho.

 

O caseiro, “Carachas” de nomeada, deu conta da falta do meu irmão e logo foi procurá-lo. Encontrou-o no meio do pão, enroscado e a dormir placidamente e mesmo junto aos pés dele, viu as pegadas do lobo.

 

Quando regressou para junto do rancho e contou o que vira, aqui e além perguntavam-lhe:

 

- “E não acordou?”

 

- “Nem se lhe eriçou o cabelo?

 

- “Nem sentiu frio?”

 

Quanto ao meu irmão, ainda tonto de sono, mudou de leito para um saco de lona e adormeceu novamente à sombra de uma cerdeira e com as costas e cabeça apoiadas na albarda da burra…

 

Claro que isto se passou há muito tempo …

 

 

 

No tempo em que o Tété, amigo e colega de escola primária, quando pastoreava o rebanho do pai “Sapa”, teve uma acalorada disputa com um lobo pela posse de uma ovelha. Como não chegassem a entendimento, cada um fez valer os seus direitos. O lobo abocanhado no pescoço da pobre ovelha e o Tété agarrado com unhas e dentes aos quartos traseiros. Cada um ateimava o mais que a garganta podia e as forças permitiam. Ganhou o Tété, por um corpo inteiro de ovelha, fora parte do pescoço e cabeça, pobre troféu para a lupina vontade.

 

Facto que foi notícia de relevo nos jornais cá da terra, o recém-aniversariante “Notícias de Chaves” e a “Voz de Chaves”, e na imprensa nacional: “O Comércio do Porto”, o “Jornal de Notícias” e o “Primeiro de Janeiro”. Citei-os, pela amargura de alguns já não pertencerem ao número dos vivos. 

 

Comecei a crónica de hoje a falar de sono, espero que não tenham adormecido.

 

E cá para mim aqueles sonos insólitos da infância tinham mais a ver com o choutar quase todo o dia, por eiras, touças, soutos e lameiros, crias debaixo do olho, e jogar a choca, o fito, o espeto, lançar o pião ou o papagaio feito com as canas dos foguetes da festa do Senhor dos Milagres ou da Senhora das Neves, papel dos sacos de farinha e cola de pão, ir aos os ninhos e tantas outras coisas, que mesmo em atenção à idade, não deixavam de cobrar o imposto devido…

 

Agora melopeias … Pfff!

 

 

É como quando fui a pé de Chaves a Mairos. À minha espera estavam: um colchão de folhelho, lençóis de estopa e mantas de estamenha; um quarto que tresandava a fumo, com o tecto sem forro, apenas as telhas, onde num e noutro sítio, se coava uma poalha de luz; soalho esburacado e logo acima das lojas, de onde se evolava o bafo das vacas e o odor do estrume; um guisado de coelho feito num pote ao lume de duas rachas de carvalho, um capão de giestas; e uma malga de caldo de berças, feijão, batata e um cibo de unto.

 

Não me lembro de dormir tão bem na minha vida e apesar de não gostar de coelho - agora ainda mais, por razões muito minhas -, nunca comi tão bem ou saboreei algo que me fizesse tanta festa ao palato.

 

Foram os ares, a caminhada, dirão …

 

“Foi mas é a fome!”

 

“Condit fercla fames; plenis insuavia cuncta.”***

 


 

*Como estamos em período de férias e para os mais jovens, aqueles que ainda não o tenham estudado ou lido, aconselho o conto “Abyssus, Abbyssum”, do escritor Trindade Coelho, Mogadouro, 18 de Junho de 1861 – 18 de Agosto de 1908.

 

**Idem, aos menos jovens, Quando os lobos uivam, Aquilino Ribeiro; Uma noite na toca do lobo, Tomás de Figueiredo.

 

*** “A fome tempera os alimentos; aos fartos tudo é desagradável”, Dionísio Catão. Tive latim no antigo sexto e sétimo ano do liceu. Preciso de lhe dar algum uso.

19
Jul11

Pedra de Toque - Por António Roque


 

 

MARIA JOSÉ NOGUEIRA PINTO

 

 

         Ouvia-a algumas vezes a intervir na Assembleia da República. Tive oportunidade de a escutar ao vivo em tempos, numa visita que fiz as galarias do hemiciclo.

 

         Li-lhe entrevistas e frequentemente apreciei os artigos que periodicamente publicava no Diário de Noticias.

 

         Posições que defendia, a ideologia que perfilhava, as causas em que se envolvia, não mereciam, no essencial, a minha aprovação.

 

         Sempre naveguei, ideologicamente, em águas muito distintas.

 

         Contudo, lia-a, escutava-a porque admirava a sua convicção, a sua frontalidade na defesa dos princípios que entendia correctos.

 

 

         Era uma mulher de causas, inteligente, culta, astuta, brilhante na luta política que travava.

 

         Depois, e realço, era uma mulher profundamente coerente.

 

         Nunca titubeou nas ideias que defendia com frontalidade e com carácter.

 

         Na última crónica, que já muito doente publicou, mulher fervorosamente crente escreveu:


         “Como o Senhor é meu pastor, nada me faltará”.

 

         Apesar de agnóstico, a minha admiração por esta senhora redobrou ao ler esta bela frase, impressionante e digna de enorme profissão de fé na hora da morte.

 

 

António Roque


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