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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

31
Dez11

Pecados e Picardias - Por Isabel Seixas


 

 

Despedida de 2011


Fazer o balanço do ano sem assinalar os sabores de sentimento de pecados e picardias que nos afetam as noites e os dias, é fazer mais uma despedida de solteiro para encetar uma vida de maiores contingências e desafios que nos põem à prova.


A preparação prévia para mecanismos de adaptação de gerar hábitos de viver com menos quando o sonho é adquirir mais, traz na dor da despedida a dificuldade em deixar cair mais possibilidades…


O fim de ano deixa-se enlevar na embriagues dos sonhos futuros e é bom que assim seja, através de encontros de amigos e família constrói-se um augúrio de melhores dias, fomentam-se desejos de saúde e paz.


Esquecem-se as mágoas e aumenta-se a intensidade do empenho num momento especial cheio de simbolismo que se traduz num entusiasmo gerador de emoções extremas capazes de reduzir diferenças e na transição para o Novo Ano suscitar novos afetos.


Diluem-se os pecados e as picardias subvertendo-os aos momentos de paz e alegria que no final todos desejam…

 

 

Acenda-se o rastilho da mensagem

Ano Novo  germina dessa semente

Outrora deixada do indício da coragem

Dos dias passados com a fé de sempre

 

Renovem-se votos de esperança na bonança

Como se com vontades se falasse em certezas

Festejem-se com artes de  cânticos e de dança

Convívios saudáveis em conversas às mesas

 

Bom ano para todos

 

Isabel Seixas

31
Dez11

Repórter de Serviço - 62


Anda por aí alguém que quer fazer cumprir o novo acordo ortográfico à força e ainda por cima mal, pois segundo o acordo, os C’s só são retirados de trás das consoantes se não forem pronunciados. Acontece que na palavra Chaves, o c é pronunciado juntamente com o h, tomado o valor sonoro (1) do x, logo, faz lá falta.

 

Assim, pede-se ao bem intencionado que retirou o c daquela coisa (2) no Miradouro de S.Lourenço , que o volte a lá pôr.

 

 


 

(1) – Penso que há um nome para isto, mas agora não me lembro.

(2) – Também penso que aquela coisa deve ter outro nome, mas não sei que nome lhe chamar.

 

30
Dez11

Hoje são 4 as imagens do dia


Hoje temos quatro imagens.

 

Lembrei-me de subir aos altos e miradouros com passagem pelo vale e pelas origens.

 

 

Iniciei pelo Calvário, que é uma espécie de um pequeno miradouro sobre um pouco da cidade, pois a pequena colina das praças monumentais, a torre de menagem e alguns mamarachos, não deixam ver mais. Ainda bem que com o olhar da objectiva conseguimos seleccionar os olhares e assim, o que não interessa fica de fora.

 

 

Desci a cidade atravessei o Tâmega e eis-me em plena veiga. Tive saudades das origens e além demais tinham-me dito que o meu berço estava em obras. Fui ver. Nunca demoro por lá muito tempo, pois os bons velhos momentos de criança começam a vir ao de cima e é inevitável começar com as comparações e as ausências. Faltam rostos, hortas, crianças a brincar na rua. Eram tantas no meu tempo. Agora nem uma!

 

Já que estava por aquelas bandas fui até ao Senhor da Boa Morte ver se a casota do pastor estava no sítio, e estava. Esta, está sempre lá e é sempre um regalo vê-la e fotografá-la.

 

 

Já que ali estava, fui um pouco mais além, como fazia em criança quando andava a bicicletar os caminhos da veiga, mas desta vez não fui à Quinta da Condeixa. Decidi-me pelo prado, depois as Eiras e porque não o Castelo e o Miradouro. Até ficava a caminho de casa, o mais longo, mas uma vista do Miradouro sobre a cidade apetece sempre. Chegado lá, olhei a cidade debaixo daquelas neblinas de frio que embaciam a cidade. Não era grande coisa para a fotografia, mas o Brunheiro, esse, proporciona sempre momentos interessantes aos quais não se resistem, mesmo que o registo seja repetido.

 

 

E foram assim as imagens do dia. Vamos lá ver se para o último dia do ano deixo por aqui a última fotografia do ano. Amanhã logo se verá.

 

Daqui a pouco temos mais um Repórter de Serviço e mais logo temos os “Pecados e Picardias” de Isabel Seixas.

 

 

30
Dez11

Discursos Sobre a Cidade - Por Gil Santos


 

A Malia do Maloco

 

O inverno foi longo e duro. Acabaram as geadas e as carambinas. Foi-se com elas o nevoeiro teimoso, denso e gelado. Tão gelado que por vezes ameaçava tralhar-nos a própria medula! Pegou a chuva. Choveu copiosamente naquele início de Primavera. Os nimbos descarregaram águas mil, dias e dias a fio. Mesmo quando não chovia pegadinho, teimavam as zerbadas, persistentes e frias.

 

Rais parta a chuva, que até os cães bebem de pé! – Queixava-se o Vila Real da rua Direita, que com a humidade não conseguia puxar o lustro como mereciam o estatuto e as botas de meio cano do capitão Adelino Fernandes do dezanove, a que acabara de botar meias solas.

 

O Tâmega, com as bátegas, empertigava a olhos vistos.

 

– Está aqui, está a bober nas Caldas! – dizia o Porrório, aflito, com a ameaça de inundação da loje dos seus requinhos.

 

Contudo, aquela quinta-feira de 12 de Abril de 1935, nasceu excepcionalmente enxambrada. Por isso, os arames dos quintais, das sacadas e dos mirantes, enchiam-se de farrapos a enxugar. Roupa a que as braseiras já não davam vasão. Um dia bom, até para corar na erva do Tabolado.

 

– Toca a aploveital que é sol de pouca dula! Pensava em voz alta a Malia do Maloco. Por isso, manhã cedo, recolheu a roupa suja das clientes, no Postigo, na rua dos Gatos e na do Correio Velho e pela Canelha das Caldas, onde morava, dirigiu-se, de jiga à cabeça, para os lavadouros do Ribelas.

 

A Malia do Maloco, Maria Fabrícia por graça própria, era tida, diga-se injustamente, como calhorda desde que aportou à cidade. Falha da fala, dizia chamar-se Malia, do Maloco explicaremos mais tarde. Sem eira nem beira, na casa dos trinta, Maria Fabrícia veio espavorida de Vale do Galo, nas fraldas da Padrela, onde uma paixão, meio assolapada, lhe ia tirando o pio. Embeiçou-se, aos vinte e poucos, pelo Jacinto da Ambrósia, um homem casado da aldeia vizinha da Dorna. A paixão era de tal monta, que o desgraçado não dava conta do recado, nem em casa nem no ermo! Tanto assim que um dia, a legítima, cansada de tanta abstinência, fez-lhes uma espera na Lampaça. Sabia do dia e da hora, pela mania que o marido tinha de sonhar alto. Então, ajeitou uma vergasta de marmeleiro e na bouça onde os amantes tinham marcado o repasto, acertou quatro lostras no lombo de cada um, que estou certo os teriam deixado mais regalados do que o conforto da cama de fronças onde já não se puderam rebolar!

 

– O Jacinto que se deixe de lérias, há de jejuar muito para lá da Semana Santa e com uma carga de porrada por semana! – Prometia Ambrósia a si mesma.

 

– E a Maria que se pusesse a pau, pois doravante não teria sossego em rincão algum da serra da Padrela. – Insistia.

 

Maria não teve outro remédio senão amanhar a trouxa e fazer-se à estrada. É que a legítima tinha pelo na venta!..

 

Foi parar à cidade de Trajano, onde a mania de ter o que era de outras, poderia ser menos notada. Pousou num pardieiro na Canelha das Caldas, onde o Caninhas a acolheu por misericórdia. Quem sabe se até por outra razão qualquer!..

 

Para além do expediente normal das buscates mais recatadas e discretas, a Malia vivia dos serviços que fazia às senhoras que podiam pagar: lavava, passava, remendava e escarolía. E assim ia governando a vidinha.

 

Não demorou que se embeiçasse pelo Mário Campino, o lôco, como lhe chamavam, por insistirem que tinha os cinco mal aferidos. Sem razão! Campino era um homem valente, de trabalho que nunca conseguiu quem o quisesse. Não porque não fosse até marialva, mas porque veio já com alguma idade, lá onde o toiro se pega, sem nunca ter sido capaz de explicar porquê. Então, quem o conhecia fugia-lhe como o diabo foge da cruz, por temor natural do desconhecido. De facto ninguém sabia onde o homem pendurava o pote! Afora isso, era um bom serás, leal e amigo do seu amigo. Vivia, quase exclusivamente, da acarreta de cântaros de água das Caldas para a Pensão Jaime e para outras casas que lha encomendassem. O curioso é que tinha de mear a banheira de cada hóspede antes que ele recolhesse ao seu quarto. Claro que na hora do banho da manhã a água já estaria fria, então para que ficasse tépida e sem perder o potencial curativo dos minerais, antes que o hóspede acordasse, temperava-a, acrescentando água quente, que recolhia pela madrugada. Era um trabalho duro e apesar de uma ou outra gorjeta, mal dava para forrar diariamente a tripa com um caldito de farta-rapazes. Mas, apesar disso, o Mário até tinha o seu fatinho de ir à missa, oferecido pelo patrão bem entendido, mas que vestia aos domingos e o empertigava pela cidade.

 

O Mário, já tinha topado, ao passar pela Canelha com os cântaros ao samarro, que havia por ali gado novo. Faltava-lhe a coragem, a arte e o engenho para o tocar ao lameiro! Contudo, ao final da tarde de um santo dia, quando subia a calçada, arreado com um almude de água no lombo, micando a dama à soleira, fez-se de mula e simulando um tropeção, espolinhou-se com a vasilha pelo empedrado. Trilhou-se, mas conquistou a compaixão da rainha. Ela levantou-o, afagou-lhe os toutiços e esfregou-lhe as pisaduras com um cibo de vinagre. A coisa pegou! Não demorou uma semana que comesse o caldo de espigos no regaço da Malia. Partilhavam uma casa paupérrima, de uma só assoalhada, térrea, onde a um canto ardiam meia dúzia de guiços, aquecendo a água sem unto de um velho pote. A liteira, no outro canto do tugúrio, fazia lembrar o ninho dos recos. Junto à porta da rua uma mesa de pinho muito bichado, dois bancos do mesmo e um louceiro pendurado na pedra solta da parede com duas malgas e dois pratos encardidos. Era tudo o que tinham e que afinal nem lhes pertencia. A porta esburacada, fechava por fora com uma aldraba de madeira, tipo carvelha, que também servia de puxador, do lado de dentro com uma tranca.

Ora, o Mário Lôco passou a ser hóspede vitalício do hotel da Malia e a coisa andava ferradinha! Tanto assim, que nos lavadouros do Ribelas a Fabrícia quando queria falar dele, já lhe chamava o meu Maloco. Querem ouvi-la?

 

– O meu maloco onte à noute binha doudo, vejam lá que quelia que eu untasse a senisga com um limão que lhe ofeleceu a Ondina legateila na plaça. Diz que oubiu o Rabôto a cagal lélias, dizendo que a mulhel ficava mais gostosinha untada com o limão e então quelia explimental.

 

Uma risada!

 

Pela cidade já ninguém se referia à Malia que não fosse por Malia do Maloco. Era uma pândega e maior ainda quando os galferros contavam aos engraxadores dos quadradinhos do Arrabalde as cenas que ouviam e espreitavam pela velha porta do pardieiro, quando os pombinhos, após o lauto repasto dos espigos, devoravam a sobremesa!

 

– Ai que bem me está a sabel! – repetia o Tone Ranheira, imitando o que ouvia no silêncio das noites de amor na Canelha das Caldas.

 

A coisa tanto andou, tanto andou, que a Malia um dia alcançou. Andava de meia barriga quando, numa noite mais agitada, os lapantins ouviram e espalharam:

 

– Ó Maloco, ó Maloco, tem juízo, olha que matas a cliança!

 

E não é que matou mesmo! A Maria abortou e tal foi o desarranjo que a partir daí ficou machorra. Bem, do mal o menos, antes machorra do que padecer do mal do Chico, irmão da D. Demerciana, que quando lhe parecia, pegava num manhuço de jornais velhos e punha-se a esfregar vigorosamente qualquer passeio, rematando a esfrega com um manguito, gritando:

 

– Viva Portugal e todos os que não me querem mal! Viva, viva, viva!

 

Ou então ser como o Tio Carradas, concorrente do Maloco, que transportava água das Caldas para o Grande Hotel numa carroça puxada por uma mula quase cega, andava com quantas mulheres pudesse, comia caldo de cobra, por mor do reumatismo e chamava-se à gata rabona sempre que lhe calhava pagar a rodada no Faustino.

 

Ou ainda como o trombalouceiro do Ernesto Baldroegas, empachado com os dotes dos improvisos do filho. Bem, já que me lembrei do Baldroegas oiçam lá esta:

 

Um belo Agosto, no arraial da Senhora da Livração em Boticas, reunia-se o povo à volta de dois cantadores que ao desafio não deixavam a sua fama por mãos alheias: de uma banda o Severino, filho do tal Baldroegas, da outra o João Soqueiro. Eram acompanhados à concertina do Malheiro. Então, era bota quadra de um lado e bira quadra do outro, cada um esgalhando quanto podia no parceiro. Já não estavam sós nem os cantadores e muito menos o auditório! Pudera, é que o vinho dos mortos não era para tretas! A coisa estava a ficar quente, quando, para gáudio da assistência anónima, mas sobretudo dos consanguíneos, botaram esta:

 

Do lado do Severino:

 

 

Sou cantador afamado

Sou barrosão de Boticas

E tu que vens do Brunheiro

Olha que aqui não te esticas!

 

 

Resposta:

 

 

Não me cortareis o pio

Com facas nem com cutelos

Pois sou o João Soqueiro

Venho a cantar de Fornelos.

 

Gargalhadas, aplausos e um comentário:

 

– Olha que o filho d’um cabrão do Severino canta bem!..

 

Responde o Ernesto Baldroegas, seu pai, todo inchado:

 

– Canta num canta?.. É mou filho!..

 

– Melhor estivesses calado, lambão!.. – Atira-lhe do outro lado o Zé Pimpão.

 

O Baldroegas, folião do varapau, não tem mais nada, assumindo que o Pimpão achincalhava o rebento, espeta-lhe tamanha bordoada nos queixos, que o desgraçado, sem culpa alguma que não fosse ter aberto a boca, ficou estrumado no terreiro a sangrar como um reco.

 

Não estivéssemos às portas do Barroso!.. Armou-se tamanha zaragata, que acabaram as cantigas, os copos, a música dos de Parafita e ia acabando até o próprio arraial, não fosse a coronhada da Guarda Republicana.

 

 

A Malia do Maloco viveu feliz. Faleceu tragicamente, já velhota, quando pitava lenha no quinteiro de sua casa. Caiu como um passarinho. Acho que morreu feliz, morte santa!

 

– Até para morrer é preciso sorte! – Refletia o Caninhas.

 

Diz o povo entendido que a Maria não esteve no purgatório mais do que meio ano, tempo suficiente para expurgar os pecaditos, os mais deles veniais, que as penitências do padre Hélder não conseguiram limpar nesta vida, e que após esse martírio foi para o céu, interceder pelo amante! Eu não sei, não percebo nada do divino!.. Sei é que foi amada e respeitada pelo Maloco e mesmo na etapa derradeira da vida teve o merecido amparo, com um funeral de rica. Também sei que isso consumiu muito suor das Caldas ao Postigo e do Postigo às Caldas, mas o conforto da vida ao lado da Malia valia isso e muito mais.

 

Vejam lá que até a igreja de Santa Maria Maior tocou sinais na véspera do seu funeral!..

 

– Quem teria morrido? – Perguntavam ao ouvir os sinos.

 

– Foi a Malia do Maloco! – Repetia quem o sabia.

 

– Coitada! Deus lhe perdoe! – Condoíam-se as beatas.

 

Bedeiras, tomaram quando vos arrefecer o céu da boca, irem tão regaladas como ela! Deus a tenha em paz e a deixe estar muito tempo sem nós – dizia o Mário, já não Maloco, depositando três mãos cheias de terra santa sobre o mogno do caixão, enquanto deixava que duas lágrimas teimosas humedecessem a terra fria que havia de cobrir a sua rosa.

29
Dez11

O Homem sem Memória (82) - Por João Madureira


 

Texto de João Madureira

Blog terçOLHO 

Ficção

 

82 – Num dia lindo de sol, António, o Roberto Carlos do Bairro Operário, principiou as suas aulas de condução na única escola que existia na cidade. E elas foram duras, pois os monitores e instrutores eram ríspidos, gozões e de palavra avinagrada.


O código, logo de início, teimou em entrar na cabeça do António aos repelões. Fez inúmeros testes continuamente a suar como se estivesse nas obras a acarretar massa. Aquelas perguntas, todas intensamente habilidosas e muito parecidas umas com as outras, deixavam-no confundido, indeciso e irritado. Quando as aulas de condução começaram, o António ficou mais aliviado. Mexer nos pedais, na manete das mudanças e do pisca, e virar o volante para a direita e para a esquerda estava dentro dos seus padrões de desempenho, já destrinçar palavras no meio de frases, todas elas semelhantes, para escolher a correcta, provocava-lhe tonturas.


Nesses dias perdia, literalmente, o pio. Não assobiava e, muito menos, cantava coisa que se ouvisse. Parecia um frade capucho com voto de silêncio. Mesmo as vendas, no estabelecimento comercial onde trabalhava, ressentiram-se do stress do António. O patrão avisou-o: “Vê lá se tiras a carta rapidamente ou desistes dela, senão vais para o olho da rua. O teu rendimento profissional tem decaído a olhos vistos. E isso sente-se na caixa ao fim do dia. Se não apuro nada, nada te posso pagar.”


E ele: “Sim, senhor Alberto. Eu vou-me aprumar. Na condução já me desenrasco, o código é que é uma chatice. Baralho-me deveras nas respostas, confundo alguns sinais e não destrinço lá muito bem o que pretendem que eu responda. E isso dá-me cabo dos nervos. Eu que até decoro todas as letras das canções, mesmo das mais difíceis, como é o caso de “O Calhambeque”, vejo-me e desejo-me para acertar uma resposta. Aquilo é meio por meio, acerto uma e erro outra logo de seguida. É um tormento. Olhe que ler é uma coisa, mas entender aquilo que se lê é outra bem distinta. Eu que o diga, que leio aquelas frases todas de enfiada, mas não entendo quase nada. Muita gente reprova no código porque não atina com o sentido das perguntas. Umas vezes pretendem uma resposta e noutras exigem outra diferente, sem que eu descortine o motivo da discrepância. A tarefa é de doidos. Mas vou perseverar naquilo até que me saia tudo direitinho. O senhor Alberto é testemunha de que não sou nada burro, eu decoro muito bem as letras das canções, como é o caso de “O Calhambeque”. Quer ver: “Mandei meu Cadillac / Pr'o mecânico outro dia…” E foi por ali adiante declamando, pois, como já vos contei, o António perdia a voz nas vésperas das aulas de código, no próprio dia e ainda no dia seguinte.


Ora isso originou uma interrupção prolongada na volátil carreira do cantor de bairro. Mas nada o arredava da teima. Queria tirar e carta. E a isso se dedicou de corpo e alma, pois artista sem carro é como um futebolista sem chuteiras, padre sem batina, guarda sem farda, ou…


Mas voltemos à aflição compulsiva do António, no preciso momento em que o interrompemos, estando ele a declamar para o patrão a letra de “O Calhambeque”: “Com muita paciência / O rapaz me ofereceu / Um carro todo velho / Que por lá apareceu…” À medida que prosseguia na sua declamação, os olhos iam-se esbugalhando, as veias do pescoço engrossando e os cantos dos lábios ficando brancos com o acumular de saliva. Mas ele nada de desistir: “Confesso que estava / Até um pouco envergonhado… O Calhambeque, bip-bip / Buzinei assim o Calhambeque / Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi…” E ainda: “E logo uma garota / Fez sinal para eu parar / E no meu Calhambeque / Fez questão de passear…” Entretanto começou a ficar escarlate, com os olhos totalmente esbugalhados, a tremer de nervoso, a inchar ainda mais as veias do pescoço, quase à beira do desfalecimento. Mas não desistiu, pois tinha de se convencer e convencer o patrão, que era bom de memória e que os testes do código é que eram fora do comum, uma coisa do outro mundo.


“E muitos outros brotos / Que encontrei pelo caminho / Falavam: Que estouro / Que beleza de carrinho…" E o António a inchar e a perseverar, a perseverar e a inchar, a declamar, a perseverar, a inchar, a avermelhar, a salivar e a declamar: “Mas o meu coração / Na hora exacta de trocar / Aha! Aha! Aha! Aha! Aha!...”


E o António a inchar como a rã que queria ser boi, a avermelhar, a perseverar, a salivar, e a declamar: “Meu coração ficou com / O Calhambeque / Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi…”


O senhor Alberto aflito, vendo que o António estava mesmo à beira de estoirar, tentou terminar com a loucura: “Pára rapaz ou ainda te dá alguma coisa. Pára.” Mas ao António já nada o fazia parar. Conduzindo o seu “Calhambeque”: “Bem! Vocês me desculpem / Mas agora eu vou-me embora… / Bye! Eh! Bye! Bye!” E desmaiou.


“Ai que o menino Toninho apagou-se”,  gritou a Dona Augusta que tinha vindo de propósito comprar umas cuequinhas de renda, uma combinação cheia de folhos, um curto saiote vermelho, umas meias de seda e umas ligas para prender tudo aquilo de forma a parecer uma actriz de cinema americano.


“Ai que o menino Toninho apagou-se”, exclamou novamente, agora gemendo e tremendo de susto, a Dona Augusta, uma das suas fãs mais devotas, pois o António, com as suas cantigas de amor e as suas sugestões de roupa interior, tinha dado alma e inspiração a um casamento que teimava em entrar no tédio e na modorrice.


Por entre os sorrisos nervosos dos colegas, a aflição da Dona Augusta e a estupefacção de alguns estudantes liceais que se juntaram por causa dos gritos que escutaram vindos do estabelecimento comercial, o senhor Alberto ainda teve o sangue suficientemente frio para ir diligenciar um copo de água com açúcar ao café do outro lado da rua e assim, doce e fresco, o serviu a um António exausto que ia explicando à Dona Augusta e novamente ao patrão: “Eu tenho boa memória, não sou tonto nenhum. Os testes do código é que me dão cabo dos nervos. Custa-me a atinar com a resposta correcta. É meio por meio. E assim reprovo. Na condução já me desembaraço, o código é que é uma maçada. É meio por meio. Confundo-me nas respostas, misturo vários sinais e não acerto com o que eles pretendem como resposta. E isso dá-me cabo dos nervos. Eu, que até decoro as letras das canções mais difíceis, como é o caso de “O Calhambeque”, desunho-me para acertar uma resposta à primeira. Aquilo é meio por meio. Se acerto uma, erro outra logo de seguida. É um tormento. Ainda há pouco disse, e agora repito, pois nunca me tinha dado conta, que uma coisa é ler, mas entender é outra bem distinta. Eu até leio aquelas frases dos testes todas de enfiada, mas depois aquilo baralhasse-me tudo na cabeça. Muita gente chumba no código porque não descobre o sentido das questões. Eu é meio por meio. Umas vezes exigem uma resposta e noutras pretendem outra diferente, sem que eu descortine o motivo da discrepância. Aquilo é de doidos. Mas vou perseverar naquilo até que me saia tudo direitinho. Vou. Vou e vou. Eu decorei “O Calhambeque” do Roberto Carlos sem ajuda de ninguém, nem dum papel. Foi só ouvi-la algumas vezes directamente da telefonia e zás, entrou direitinha na minha cabeça. A letra da canção do Roberto é constituída, fora a parte falada, por sete estrofes, tendo as três primeiras nove versos, a quarta dez, a quinta novamente nove, a sexta onze, a sétima e a oitava oito. Além disso as rimas são fracas. Ao todo são sessenta e cinco versos, fora a parte falada. E tudo isso decorei e canto sem esforço nenhum. Mas o código, o código…”

Foi então quando a Dona Augusta teve uma lembrança das boas: “Deixe estar Toninho, que eu vou falar com o meu marido, que é unha e carne com o Senhor Baptista, o dono da Escola de Condução, e logo se há-de ver o que se arranja. O menino sabe que eu sou grande amiga sua. O que fez por mim não tem preço. Só eu e o meu Jeremias é que sabemos o bem que foi para nós tê-lo conhecido, ter escutado o seu repertório e aceitar os seus conselhos para a minha lingerie. O Toninho é um anjo. Não se aflija mais que tudo se há-de arranjar a contento de todos. Agora descanse lá um bocadinho e cante-me “Eu te darei o céu”. Se faz favor.”


“Perdoe-me Dona Augusta, mas hoje não consigo. Tenho o fole cansado”, rematou o António.


“Não faz mal, fica para a próxima”, disse despedindo-se a Dona Augusta. 

 

(continua)

 


29
Dez11

Roubaram o Cândido...


Pois é, tinha prometido vir aqui com fotos do dia, mas hoje e dadas as circunstâncias, além de duas fotos do dia cedidas pelo repórter de serviço, também trago algumas de arquivo e tudo porque roubaram o Cândido. Não, não foi o Cândido da Rua da Tulha, nem tão pouco o Cândido da Praça do Duque, mas sim,  o Cândido do Jardim Público ou se preferirem, o Cândido Sotto Mayor.


Imagem de arquivo


Hoje pela manhã fui dar uma volta à procura das fotos de hoje. Decidi começar pela Madalena, atravessei a Ponte Romana, subi a Rua de Stº António, passei pelas Freiras, desci a Rua do Olival e retomei a Ponte Romana, mas ainda antes de me despedir dos cliques, dei uma voltinha pelo Jardim Público, pois mesmo depenado, gosto de passar por lá, é vício antigo desde as saudosas verbenas e tempo de namoros, e claro, aproveito sempre para ir cumprimentar o Cândido, e hoje também fui, mas ele não estava lá…

 

- ãhhhh! E o Cândido!?, perguntei eu ao meu parceiro de cliques.

- Então não sabias que foi roubado, vinha no jornal desta semana. Disse-me o parceiro de cliques.

- Eu não!  Respondi-lhe ainda incrédulo.

 

 

Pois é, às vezes dá jeito comprar os Jornais da terra, pelo menos vamos sabendo quem morre, ou quem é roubado. Claro que logo de seguida fui consultar a “Voz de Chaves”, onde dizia:

 

imagem de arquivo

 

“-  Na passada madrugada de terça-feira, o busto desapareceu, e, ao que tudo indica, por furto, ficando à vista os ferros que o suportavam.  A situação foi comunicada à PSP, que tomou conta da ocorrência.”

 

Imagem de arquivo

 

Claro que foi roubado, pois pela certa que o Cândido não foi tomar café, nem me consta que a Câmara Municipal o tivesse retirado de lá (mas esta última hipótese não a confirmei), e ainda vos digo mais, o roubo não se ficou apenas pelo busto do Cândido, pois também roubaram a água e os repuxos da taça do jardim público, a não ser que se tivesse sumido por um buraquinho qualquer. Como a fome apertava, também não fui confirmar o que aconteceu à água da taça, mas logo que tenha oportunidade vou saber.

 

 

Nestes últimos anos o Jardim Público tem sido roubado indecentemente. Com a desculpa das obras, roubaram-lhe uma porção de árvores, bancos, canteiros, verde e sobras, roubaram-lhe a essência. Mas aqui o roubo foi consentido e até avalizado por técnicos que dão pelo nome de Arquitectos Urbanistas,  que pouco se importam com o sentimento das pessoas, que nunca lá foram às verbenas, que nunca lá namoraram, que nunca lá se refrescaram nos verões de inferno da nossa cidade e, se lá foram, são curtos de memória. A sua única preocupação parece ser a de receber umas chorudas notas pelo projecto e marcar pontos no currículo, além da ambição de ficar na história das cidades, e vão ficar,  pelos maus serviços prestados. Ainda gostaria de saber se o Cândido Sotto Mayor fosse vivo consentiria a desfeita. Quem sabe se por artes do além ele não partiu com o desgosto…

 

Imagem de arquivo

 

Deixo-vos a seguir duas últimas imagens para testemunhar aquilo que aqui digo. A primeira, de autoria de Dinis Ponteira, é dos inícios dos anos 80 do século passado. A última, é de hoje, às 12H51, segundo o registo da minha câmara fotográfica.

 

Aproveitem e contem os bancos da primeira foto e os da segunda, e tenham em conta que a foto foi tomada do mesmo local. Se não quiserem estar com o trabalho, e digo-vos o resultado da minha contagem: 34 na primeira e cinco na segunda. Já agora, descubra as diferenças nas árvores.

 

Fotografia de Dinis Ponteira

 

Ficam também para memória futura as fotos do busto de Cândido Sotto Mayor, e também  com a esperança de que o busto ainda esteja inteiro e possa ser reconhecido lá onde ele quer que esteja.

 

 

Até mais logo, ao meio-dia,   com o Homem sem memória, de João Madureira.

28
Dez11

Palavras colhidas do vento... por Mário Esteves


 

 

Sempre gostei de presépios.


Antes das férias de Natal, na Escola Primária de Vila Verde da Raia, no final das aulas, os trabalhos escolares de uma tarde, consistiam em levarmos um cesto e percorrermos soutos e pinhais para colhermos musgo e líquenes das árvores, umas pedras, materiais que depois usávamos para fazermos o presépio da escola.


Iam rapazes e raparigas e quando empinavam os carreiros, começávamos a andar para trás ou estacávamos, impostores, simulando fadiga, aguardando que elas passassem para a frente, na esperança de apreciarmos outras paisagens…


Algumas mordiam o isco, outras, manhosas, conhecedoras da marosca, acompanhavam-nos no fingido cansaço ou então sorriam, cúmplices, e desviavam-se à procura de azevinho ou então apontando para o meio dos arbustos, diziam:


- Olha merogos!


E os mais larpeiros precipitavam-se para o lugar que elas assinalavam com o dedo esticado e quando lá chegavam, nem merogueiros, quanto mais merogos!


E elas a rirem-se, os dentes da cor da geada, os lábios do fruto frustrado, a face rosada e o peito a arfar da gargalhada.


- Ah! Ah! Ah! Querias merogos …!


Recolhido o musgo, os rapazes, esquadrinhavam na aldeia, próximo das tabernas, maços de cigarros vazios, retirando-lhes a prata, que servia para fazer de rigueiro, e no lugar dos Pegões, nas margens do rio Tâmega, onde as mulheres lavavam a roupa, apanhavam areia fina, para desenhar os caminhos.

 

Presépio da Casa de Santa Marta - Chaves


As imagens do presépio, compradas a algum barraqueiro dos Santos, vindo de Barcelos, estavam guardadas nas arrumações da escola em caixas de madeira, onde antes bem resguardada estivera marmelada que se vendia às porções, na taberna do senhor Zezinho ou do Simão. Num dos lados, ainda se podia ler: Confeitaria Estrela.


E extasiados debruçávamo-nos uns nos outros para as ver sair pelas mãos dos professores.


E nem faltavam: o moleiro, as lavadeiras, o pescador, o fogueteiro, o matador das cebas, o ferreiro, o soldado, os músicos, sabe-se lá …; algumas, apesar das toscas feições lembravam pessoas de verdade e de tal forma, que, admirado, havia quem não se continha e exclamasse:


- Olha o tio Zé Ribeiro!


E outro:


- Aquele parece mesmo chapadinho ao tio João Bexigas!


Depois de montado o presépio, era tempo de o mirarmos de alto a baixo, até chegar ao último dia de classe.

 

Encerrada a escola, o presépio, por assim dizer, hibernava. Havia o da igreja, mas o nosso era melhor!


Passadas as férias, regressávamos à escola, e apesar de lá continuar o presépio, se uns olhavam para ele com satisfação, um que outro passava por ele de cabeça baixa; por certo teriam recebido do Menino Jesus algum troço de carvão!


Vieram outros dias e tive a oportunidade de ver e admirar outros presépios com mais engenho e arte, mas não posso deixar de dizer, que sempre me ficou o encanto daqueles que acompanharam a minha infância.


Conheci muitos, de escultores afamados, como Machado de Castro ou António Ferreira, ou a eles atribuídos, espalhados um pouco por todo o país, com uma execução que raia os limites da perfeição, não só pela beleza das imagens, como o enquadramento barroco e a preocupação esmerada no detalhe, pelo que, muitas vezes dá a sensação de ser uma obstinação haver quem continue a fazer presépios.


Não obstante, e é bom não esquecer, que apesar de tudo, a matéria mais usada na sua construção é a cortiça e predominantemente, o barro.

 

Fotografia de Mário Esteves - Presépio de Arturo Baltar


Mais para o presente e desde já me confesso admirador do escultor, Arturo Baltar, tive o privilégio de estar presente há dois ou três anos, numa das suas exposições, patrocinada pela Caixanova, realizada em Orense, onde a par de obras que retratam aspectos da realidade rural galega do século dezanove, também existiam outras que apresentavam diversas passagens do Advento.


Mais tarde tomei conhecimento que na Igreja de San Cosme e San Damián, no bairro do mesmo nome de Ourense, estava exposto um presépio da sua criação (na Galiza e em Espanha, conhecidos por Belén), desde 1982, e recentemente remodelado.


Se antes admirava o notável barrista, mais entusiasmado fiquei, não só pela obra em si, mas pelos aspectos característicos e semelhantes que se podem observar, serem comuns à Galiza e Trás-os-Montes.


E em Chaves perguntarão vocês?


Não há nada?


Há, sim senhor, um presépio na Casa de Santa Marta, feita há alguns anos pela Irmã Laurentina, com alma e devoção, outro tanto de dedicação e trabalho, que, conhecido por alguns eleitos (entre os quais este Blogue), apenas agora goza de justa fama e atenção de todos que o visitam e até dos jornais e televisão.


Mas que me perdoem, o presépio que mais admiro e perdoem a debilidade, é o de meu pai, feito há bastante tempo, ainda era um adolescente.

 

Imagem de Mário Esteves - Direitos reservados sobre a imagem


A então Associação Comercial de Chaves promoveu um concurso de montras de Natal e o meu pai decidiu fazer um presépio. Usou barro das cerâmicas para modelar o estábulo e o casario de Belém, que passaram pelo forno da padaria do senhor Bento Ferreira, em Vila Verde da Raia.


As palmeiras eram feitas de galhos de pinheiro e na extremidade superior, onde surgem uma espécie de alvéolos, colou penas de galinha, previamente pintadas de verde.


Já não me recordo se ganhou o primeiro ou o segundo prémio, mas uma coisa sei, nesse ano, as pessoas reuniam-se aos magotes para ver a montra.


E se naquele tempo por estes lados, ninguém conhecia o cultivo de bonsai, muitos se interrogaram como o meu pai tinha reduzido palmeiras ao tamanho do presépio, tal era a verosimilhança!

 

 Mário Esteves

 


27
Dez11

Hoje são 4 imagens do dia


 

Embora não tivesse dado a certeza, cá estou com mais imagens do dia, hoje quatro imagens, embora tomadas quase do mesmo local.

 

Aproveitando as horas douradas da fotografia, não pelo doirado mas por ser a hora que me deu mais jeito, lembrei-me de ir espreitar as obras da Ilha do Cavaleiro, porque finalmente entrou em obras e pode ser que também finalmente seja desta que o espaço do Baluarte do Cavaleiro ganhe a vida que merece após as obras a que foi sujeito há anos atrás, depois do espaço ter sido expropriado para o domínio público (até aí privado). Vamos esperar que além de ganhar vida seja um espaço animado, pois potencialidades não lhe faltam, assim haja ideias.

 

 

Depois da queda da muralha (Baluarte do Cavaleiro) em 2001, por variadíssimas vezes fui à Ilha do Cavaleiro, mas confesso que só hoje vi a imagem de Nossa Senhora dos Emigrantes colocada na parede exterior daquela que era a primeira casa da ilha. Hoje chamou-me a atenção, não só a imagem como também o nome desta Nossa Senhora, que confesso mais uma vez, para além da minha ignorância iconográfica, nem sequer sabia que existia, mas ainda bem que existe, não só para a fé dos nossos milhares de emigrantes espalhados pelo mundo, mas também para guiar os novos emigrantes que vão partir a convite do “nosso” Primeiro Ministro. Quem sabe se não foi na Nossa Senhora dos Emigrantes que Pedro Passos Coelho se inspirou para nos convidar a emigrar…

 

 

Depois da Imagem, passei à redescoberta do espaço que a maioria dos flavienses nem sequer sabe que existe e que muito raramente é visitado, e é pena, pois desde este novo espaço, criado na parte superior do Baluarte do Cavaleiro, têm-se vistas diferentes e daí interessantes, sobre a cidade, mais propriamente sobre a Madalena, mas também sobre a Rua do Tabolado e Rua 25 de Abril. As restantes vistas já não são tão interessantes, pois são vistas para as traseiras do casario da Rua do Sol e da Rua do Poço, com um emaranhado de antenas que confunde e incomoda a vista, bem como vistas paras as ruínas da construção que acompanha as Escadinhas das Manas, estas a meterem dó e já nem quero falar na imagem que dá ao Centro Histórico.

 

Mas vamos ficando pelas boas imagens, as que vos deixo, algumas das que podem ser vistas e apreciadas desde a parte superior do Baluarte do Cavaleiro e que vão muito mais além do núcleo histórico Madalena e da tal imagem clássica, que mais uma vez não resisti a deixar aqui.

 

 

E a promessa, sem prometer, de trazer aqui imagens do dia até ao fim do ano, continua válida. Vamos lá ver o que se arranja para amanhã e, aceito sugestões, basta pedir, que eu vou lá, mas por favor não me peçam para sair do Centro Histórico, à excepção de dia 31, que aí pode ser uma aldeia.

 

Possivelmente até amanhã, para além da habitual crónica, que essa está garantida.

 


P.S. – Já agora fica um recado para o Sr. Veríssimo Serrano (?) – Meu caro, se estiver interessado em identificar-se devidamente, terei todo o gosto em aprovar o seu comentário, o qual ainda mantenho suspenso.

 

 

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