Chaves rural
Já todas as aldeias do concelho de Chaves tiveram aqui o seu devido post, uns mais conseguidos do que outros, mas não houve exceções, até uma que já nem existe marcou aqui presença, e muitas delas já passaram por aqui mais que uma vez, mas por muito que aqui passem, há sempre imagens com motivos que não couberam nos posts anteriores.
Quem acompanha o blog sabe bem quais são os motivos que prendem o meu olhar que se ficam geralmente pelas paisagem das nossas montanhas, e pelos núcleos mais antigos das aldeias onde a madeira e a pedra (granito ou xisto conforme a zona) são rainhas e senhoras nas nossas construções rurais tradicionais. As nossas construções tradicionais atraem sobretudo pela sua singularidade de não haver uma casa igual a outra, atraem pelas soluções arquitetónicas que tinham em vista a utilidade conciliada com a casa abrigo sem dependências inúteis (sem utilidade) ou meramente decorativas. Não quero com isto dizer que não houvesse uma preocupação estética, porque a havia, principalmente em pormenores que canteiros, carpinteiros, marceneiros e ferreiros, se encarregavam de fazer verdadeiras obras de arte, e daí, estes profissionais serem também conhecidos como artistas.
Lamento por aqui quase todos os fins-de-semana o despovoamento das aldeias, mas este da aniquilação do nosso casario rural, típico e tradicional nos núcleos das aldeias deveria ter a mesma dose de lamento, ou ainda mais, pois as razões que levaram a essa aniquilação ou descaracterização são bem diferentes da do despovoamento, pois são principalmente políticas ou de negligência de políticas ou falta delas, muitas das vezes com a conivência da própria Junta de Freguesia, quando não é ela própria a pecar. Contudo, não leiam nestas palavras aquilo que aqui não é dito, pois as novas construções também têm direito a existir nas aldeias, mas fora do seu núcleo, mesmo que na sua proximidade. Mas hoje, já é tarde para se falar destas coisas, pois na maioria das aldeias o mal já está feito e não há forma de o remediar.
As fotos de hoje são de Vilela Seca, mas mais uma vez, para ilustrar as palavras de hoje, poderiam ser de outra qualquer das nossas aldeias.