As coisas boas da vida
Tomar um café
“Um café, se faz favor!” É normalmente assim que o pedimos, mas, na verdade, pode ser pedido de outras maneiras, dependendo do local onde estamos: uma bica, em Lisboa, ou um cimbalino, no Porto… Pode ainda ser curto ou cheio… Mas, seja com que designação for, o ato de tomar um café é muito mais do que o simples ato de tomar um café – é um verdadeiro ritual e uma vivência social…
O ritual começa com a espera, que normalmente não é notada porque a conversa preenche esse tempo. O café moído é colocado no manípulo e este é inserido na máquina, a água quente atravessa lentamente a camada de café prensado e o resultado é uma chávena de café com um suave creme em tons de avelã, que ao chegar à nossa mesa vai despertar todos os nossos sentidos. Depois, e enquanto a conversa prossegue, pegamos no pacote de açúcar, abrimo-lo e despejamo-lo na chávena, observando a forma lenta como se afunda. Finalmente, pegamos na colher e mexemos para a sua completa dissolução e deliciamo-nos.
A todo este ritual acresce a dimensão social que o café proporciona. Tomar um café é desde sempre um ato de convivência, de sociabilidade, associado a pessoas, conversas, lugares… Quando, por exemplo, encontramos alguém que já não víamos há algum tempo e o convidamos para “tomar um café”, o que realmente queremos dizer é “por que não nos sentamos um pouco e conversamos?”. E que melhor forma de conversar senão enquanto se degusta um saboroso café? Falamos um pouco de nós, trocamos ideias, opiniões… mas, acima de tudo, desfrutamos do momento. É por isso que um café sabe sempre melhor quando tomado em boa companhia…
Aceite o meu conselho. Se nenhuma razão de saúde o impedir não deixe de tomar um café com as pessoas de quem mais gosta. Faça-o com frequência, como forma também de cultivar as suas amizades… e aprecie cada momento…
Experimente e depois diga-me qualquer coisa…
Luís dos Anjos