Travancas e Terras de S.Vicente da Raia até à Galiza
Por várias vezes que parti de Chaves com destino a uma das aldeias de montanha, mas nem sempre conseguia lá chegar e isto porque, nas opções que me iam surgindo, tomava outro destino. Era assim como um clique que por uma qualquer razão despertava em mim um outro caminho a seguir. Quantas não foram as vezes que ao chegar ao conjunto de placas que se vê na primeira foto de hoje virei à esquerda quando o destino seria virar à direita e, o contrário também é verdadeiro.
Contudo no último fim-de-semana em que tomei as fotos que hoje vos deixo ia cumprir uma missão a Travancas e assim não houve qualquer hesitação em tomar o caminho da esquerda, e, cumprida a missão que me levou por lá, já que lá estava, aproveitei para ir enriquecendo o arquivo fotográfico, mesmo porque o dia soalheiro, embora frio, convidava a sacar do saco a câmara fotográfica.
Claro que sempre que estou em Travancas, aproveito e vou um pouco mais à frente, até àquele que chamo - o miradouro do mar de montanhas - de onde se avistam terras de S.Vicente da Raia, da Galiza e de Vinhais, onde por muito que a paisagem avistada seja sempre a mesma, tem o dom de ser sempre diferente, dependendo da época do ano, da luz do dia ou da falta dela, do céu azul ou nublado. Desta vez as serras mais altas (galegas) pintadas de branco faziam a diferença.
Satisfeito o olhar regressei a Travancas, passando, claro, por Argemil. À entrada de Travancas (quando se vem de Argemil) o ferrugem de uma placa chamou-me a atenção. Deveria ser uma placa informativa que hoje já pouco informa, pois nela, já esteve escrito: ESPANHA – ARZADEGOS 6Km, mas se nos demorarmos a leitura na placa ainda se consegue ler alguma coisa, o que para mim nem era necessário, pois já é um caminho que tomei algumas vezes e quase sempre pelas mesmas razões, mas principalmente por três razões. Uma delas porque a meio do caminho de Espanha se tem uma panorâmica sobre todo o vale de Chaves e sobre um outro mar de montanhas, de pelo menos três concelhos vizinhos (Montalegre, Boticas e Vila Pouca), para além das de Chaves que aparecem em primeiro plano. Outra razão é na tentativa de descobrir um caminho para uma curiosa construção isolada na croa dum monte, que não há meio de o descobrir.
A outra razão é a de ir à raia ver se os marcos estão no sítio ou então é pelos ares da Cota de Mairos, que é onde termina (do lado português) este pequeno troço de estrada de 6 km que em tempos do contrabando teria feito a diferença, ou talvez não, pois as boas acessibilidades geralmente não eram muito amigas do contrabando.
E com isto já estava em finais de tarde e lá no alto o ar não é muito convidativo a longas estadias. Assim, voltei à cidade, a casa onde sempre que posso a primeira coisa a fazer é descarregar e arquivar as fotos que fui tomando. Quando abro a pasta de Travancas deparei-me no meio da fotos com um ficheiro de vídeo que fui guardando ao longo destes anos para numa oportunidade o poder trazer aqui. Pensará quem mo disponibilizou (um filho de Travancas) que eu já o teria esquecido, mas não. Esqueci foram algumas palavras que vinham com o mail que acompanhava o vídeo, embora recorde que algumas delas se referiam à dificuldade que houve em recuperar este pequeno vídeo de um filme mais longo só conseguido em laboratório da especialidade em Madrid, mas o vídeo chegou finalmente a este blog. Pessoalmente não reconheço ninguém mas pela certa que o pessoal de Travancas vai conhecer muita gente. Também não sei localizar no tempo as filmagens, mas suponho que sejam dos anos 70 do século passado. Espero que gostem e as desculpas por só hoje ser publicado.
(para ver o vídeo, por favor corte o som do rádio cotonete, na barra lateral).