Pecados e picardias
A Taverna
Noite
Hora de despegar
O fim do dia de trabalho
Já fechara as contas na oficina
Surgiu o patrão…a ruminar
Lá está o doutor…espantalho
Razão da raiva que o domina
Decidiu enfrentá-lo, mais uma vez
Pediu o copo da discórdia
Um igual aqui ao do doutor
Disse com a maior desfaçatez
Olhando-o com desdenhosa misericórdia
Ostentando a despeito o desamor
Há homens que não são homens
Insiste na provocação
Não concorda Sr. Doutor?
Escondem-se atrás dos nomes
Alheios à compaixão
E ao verdadeiro amor…
Estragam a vida dos outros
Sem ao menos se importar
Com as desditas que provocam
Vão-nos roubando aos poucos
Direitos, querem-nos comprar
Até da alma… pouco se importam…
São os filhos de família…
Riu mordaz
Alguns nem sabem o que quer dizer
A fazerem abusos, deitam outros a perder
Deviam saber ler a bíblia
Tanto lhes faz…
Ai já está a pagar?
Não gostou do discurso?
Achei interessante…
E o Sr. logo a desandar
Será que já está piurso
Riu …que saída urgente
A taverna muda e serena
Ninguém a ligar…
Se calhar não merece a pena
Só uma testemunha ocular
O servente estratega de ar ausente
Isabel Seixas