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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

31
Mai14

Chaves Rural - Sanjurge


Já o disse por aqui várias vezes que, o que mais me atrai em imagem nas nossas aldeias é o antigo casario, os pormenores cheios de simplicidade e, claro, a vida e pessoas dessas mesmas aldeias, mas com as pessoas, prefiro privilegiar as palavras de uma boa conversa, as suas estórias, aprender um pouco com um muito que nos podem ensinar e que não vem nos livros.

 

 

 

Talvez inconscientemente queira dessas imagens que vou colhendo um pouco do passado das aldeias que tive ainda oportunidade de conhecer. Não o passado dos tempos bem mais difíceis que os de hoje, antes pelo contrário, pois dos males do passado ninguém tem saudades, e havia muitos, e, quando falo do passado, não é do passado longínquo, mas daquele que eu ainda conheci na minha meninice dos anos 60.

 

 

 

Recordo sobretudo desses tempos a vida que as aldeias tinham. Sempre muita gente nas ruas na lide das suas tarefas, em movimento,  ou no trocar de um dedo de conversa à porta de casa, mas sobretudo havia sempre crianças, muitas crianças, quase tantas como os animais que livremente tratavam da vidinha no meio daquela confusão humana, e havia de tudo – galinhas, galos, patos, cães, gatos, burros, cavalos, vacas, ovelhas, cabras – tudo em perfeita harmonia e respeitadores do espaço de cada um, a não ser quando o apito do padeiro, do peixeiro ou de outro qualquer vendedor ambulante mandava abrir alas para se irem instalar no largo do costume.

 

 

E também era de costumes que as aldeias eram feitas, onde todos se conheciam e todos se entreajudavam  quando era necessário ajudar, com respeito, muito respeito e carinho pelos mais idosos, onde a lei que se impunha a todos, sem decretos ou sequer  estar escrita, se baseava em poder fazer tudo que parecesse bem e nunca fazer o que parecesse mal.

 

É um bocadinho disto tudo que eu ainda consigo ver nas imagens do velho casario que vão resistindo sem vida dentro, com janelas e portas fechadas para ruas quase sempre despovoadas, por isso, talvez se note nelas uma certa nostalgia.   

 

 

30
Mai14

Discursos Sobre a Cidade - Por Francisco Chaves de Melo


 

Enganadoras fantasias.

 

Anda o edil local a ver se nos distrai com pedidos de sugestões para se elaborar o Plano de Desenvolvimento Estratégico - Chaves 2025.

 

Para mim o que o edil quer verdadeiramente é criar ilusões, esconder a fria realidade da péssima situação financeira em que colocou a Câmara.

 

Fazer debates e pedir ideias para aplicar dinheiro que não vislumbra, dinheiro dos novos fundos europeus, é passar a ideia de que a autarquia tem meios para ir aos fundos, quando na verdade, o que acontece, é que as finanças municipais já estão nos fundos. Basicamente sem dinheiro para “mandar catar um cego”, como o povo costuma dizer.

 

Como já estou habituado a que continuem a tentar iludir-me e, para não expressarem que me afasto de debater o futuro da nossa nobre cidade, alerto que o debate verdadeiramente importante para o concelho, se deve, com mais interesse e atualidade, focalizar em torno das seguintes temáticas, por ordem de importância:

 

1)  a recuperação financeira da autarquia afogada em dívidas.

 

2)  a reestruturação das despesas de funcionamento da autarquia  e da prestação de serviços públicos, quer os prestados diretamente, quer aqueles que a gestão da última década exteriorizou sem efetuar uma séria previsão dos seus custos e da sua evolução.

 

3)  qual a relação económica e de custo/benefício, com associações, fundações, institutos e outros organismos que, invariavelmente, subsistem pendurados nos dinheiros do município.

 

4)  que destino para os empreendimento que, no concelho, estão voltados ao abandono ou com utilização marginal, mas que ainda constituem origem de encargos com manutenção, exploração, amortizações e juros a pagar pela sua construção durante, pelo menos, as duas próximas décadas (por exemplo o parque empresarial e o recinto da feira semanal).

 

5)  que estratégia empreender para obter a redução dos custos do fornecimento de serviços de abastecimento à população, nomeadamente água potável, saneamento básico e recolha de lixo.

 

6)  que estratégia para a conquista de recursos materiais e financeiros que permitam  a manutenção e funcionamento futuro, com um nível adequado de qualidade do serviço, das infraestruturas sociais, desportivas, económicas e viárias.

 

7)  que população poderá ter o concelho na próxima década, e que população será desejável que tenha, revertendo a debanda populacional em curso, identificando os principais fatores repulsivos e as mudança dos comportamentos quanto à natalidade.

 

8)  quanto vai o município perder por ano de impostos e taxas em consequência da perda de mais de 7 mil habitantes, que passaram a viver fora de Chaves  e a pagar os seus imposto noutro local.

 

 

Estes temas não estão a ser considerados por serem incómodos a quem foge como o “diabo da cruz” à avaliação do PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO DE CHAVES - CHAVES 2015 .

 

Como é possível por à discussão um novo plano de desenvolvimento sem uma rigorosa avaliação do anterior?

 

Porventura não será esse o caminho mais curto para voltar novamente a errar de forma tão rotunda?

 

O atual edil que explique porque saíram do concelho vários milhares de habitantes. Depois sim, poderemos proceder aos debates que entender.

 

Fiz uma leitura rápida desse documento da responsabilidade do atual edil e da equipa que o acompanha, confrontando-o com a realidade atual e, ficou bem patente, o seu enorme desvio, o seu falhanço de previsão, o desacerto da estratégia despesista, mas revela, contudo, a enorme capacidade do atual edil para criar enganadoras fantasias.


Para resumir, o plano foi a semente que gerou o monstro da despesa camarária a pensar que seriam mais a pagar a fatura vindoura. O mal é que agora somos menos, bastante menos no concelho, e já não temos como pagar.

 

Francisco Chaves de Melo

 

29
Mai14

Ocasionais - Os outros resultados das eleições europeias


 

Os outros resultados das eleições europeias

 

Os resultados das eleições europeias foram: PS – 8 deputados; PSD/CDS - 7 deputados; CDU – 3 deputados; MPT – 2 deputados; BE – 1 deputado.

 

O cálculo do número de deputados é feito através do tradicional método de D'Hondt. Contam-se os votos de todos os partidos e vai-se dividindo cada um desses números por divisores (2, 3, 4, 5, etc) até haver um número de quocientes suficientes para se distribuírem todos os deputados. Os deputados são atribuídos aos maiores quocientes. A figura seguinte explica como foram calculados os deputados a atribuir aos partidos nas últimas eleições europeias (número de votos foi obtido no site da RTP).

 

O método de D'Hondt é uma daquelas coisas que são criticáveis no processo eleitoral porque favorece os partidos com maior votação. É um dos motivos por haver partidos com maioria de deputados no parlamento nacional sem terem obtido 50% dos votos. Um partido pode ter apenas 38% dos votos mas conseguir ter a maioria de deputados no parlamento e assim fazer passar as leis que quiser. Será justo que os votos dos partidos maiores valham mais do que os dos mais pequenos? Será que isto não é um dos factores que afasta as pessoas das urnas eleições?

 

Seria muito mais simples e justo usar um método em que ao partido que obteve 38% dos votos daria também 38% dos deputados. Se este método fosse usado nas ultimas eleições europeias os resultados seriam bem diferentes, como se pode ver na figura seguinte. O cálculo é simples. Por exemplo, o PS teve 31,47 % dos votos, se se multiplicar 31,47 % por 21 deputados (total) isso vai dar 6,60% de deputados, o que arredondando da 7 deputados.

 

 

 

Desta maneira os partidos Livre e o PAN teriam tido 1 deputado cada, que devido ao método de D’Hondt foram parar ao PS e ao PSD/CDS.

 

Luis de Boticas

 

 

28
Mai14

O Barroso aqui tão perto... Vilar de Perdizes


 

Vamos lá mais uma vez até aqui ao lado, até terras do Barroso, e este aqui bem perto - Vilar de Perdizes.

 

 

Com algumas cenas da vida diária com imagens tomadas na brevidade de uma passagem.

 

 

Vilar de Perdizes onde ainda se dá algum cuidado aos campos de proximidade da aldeia e muito por um microclima de que a aldeia vai gozando pela sua localização em baixio e proteção das montanhas, principalmente da Serra do Larouco, não ficasse Vilar de Perdizes nas suas faldas.

 

 

Esta do microclima é sem qualquer base documental, antes de pura observação, quer de Verão, quer de Inverno, onde muitas vezes, como num dos últimos nevões, Barroso estava todo coberto por um manto branco e Vilar de Perdizes era poupada, pelo menos no dia em que lá fui assim acontecia. Mas posso estar enganado, pois também já vi a aldeia coberta de neve. 

 

 

28
Mai14

Chá de Urze com Flores de Torga - 38


 

 

Coimbra, 1 de Março de 1979

 

A política é para eles uma promoção e para mim uma aflição. E não há entendimento possível entre nós, apesar do meu esforço. Separa-nos um fosso da largura da verdade. Radicalmente insinceros, nenhum pudor os inibe. Mentem com tal convicção que se enganam a si próprios, e acabam por acreditar que são o que fingem ser. Levam-se a sério no papel de homens providenciais que dão ordem à desordem, virtude ao vício, luz à escuridão. Que outorgam a liberdade apenas a nomeá-la do alto das tribunas. E nem sequer consigo fazê-los compreender que representam sem originalidade uma farsa velha como os tempos, e que os aplausos que recebem já outros os receberam, igualmente inconsequentes e requentados. Narcisos numa sala de espelhos, confirmam-se em cada imagem multiplicada. A circunstância não os circunstancia. Pelo contrário. Vaticina-lhes a duração. O efémero é um anátema dos outros. Vêem na presença actual do nome nos jornais a garantia da perpetuação nos anais da História.

Miguel Torga, in Diário XIII

 

 

27
Mai14

Estratos


 

Histórias da memória

 

Ouvir histórias constrói histórias. Muda histórias.

 

Traz da memória dos outros memórias para a nossa. É das histórias da vossa memória que ganhei memórias dos garfos de ferro, da varanda casa da avó, dos rebuçados da mercearia da outra avó e das moedas de 25 tostões.

 

Ouvir histórias é viajar sem preguiça. Ser engenheiro, arquitecto e decorador. De naturezas e pessoas.

 

As matinées de domingo são melhores com as histórias do avô. As viagens de carro são melhores com as histórias do pai. As idas ao supermercado são melhores com a histórias da tia que é nossa, por ser avó também. E os pequenos-almoços enquanto o pão coze e a fruta se mistura são melhores com as histórias da mãe.

 

É das memórias da vossa história que conheço os alicerces da minha.

 

Rita

 

 

26
Mai14

Quem conta um ponto...


 

191 - Pérolas e diamantes: não há acordos grátis

 

 

Era eu ainda miúdo quando ouvi falar pela primeira vez em altruísmo.

 

Lembro-me de escutar o reverendo a fazer o elogio a um senhor lá da terra, falecido recentemente, que, quando numa batalha qualquer foi ferido, não sei agora onde, e lhe foi oferecido um golinho de uma aguardente muito boa por parte de um camarada de armas, respondeu-lhe que nesse momento estava a rezar e que, por isso, o deixasse de fora da rodada e oferecesse a sua parte ao vizinho da maca ao lado, que estava bem mais necessitado do que ele.

 

“Esse espírito de sacrifício altruísta”, dizia o senhor abade, que gostava de molhar a palavra em boa aguardente velha, “era o que queria ver em vocês, meninos, especialmente em ti, João. E quantas vezes já te disse para não te pores a olhar para mim com esse ar emproado e averiguador.” Naquela altura limitei-me a engolir em seco.

 

A resposta encontrei-a apenas mais tarde, quando li a seguinte observação do imperador Marco Aurélio: “Acontece-te algo? É bom que assim seja. Faz parte do destino do universo que te está reservado desde o início. Tudo o que te acontece faz parte da grande teia.”

 

Diz-me a experiência que não adianta que nos tirem um peso de cima porque mal nos distraímos, logo outro peso, muitas das vezes um bocado maior, cai-nos logo em cima outra vez. Este é um jogo que não se pode ganhar.

 

Desta vez queria falar de realidades ligeiras, de coisas engraçadas. De episódios de sucesso. Por exemplo, do triunfo dos porcos no país. De facto, uma empresa de Rio Maior produz mais de 350 mil animais por ano, apenas em Portugal. É uma fartura de suínos. Em tempos de vacas magras medram, e multiplicam-se, os porcos.

 

De Boticas chegou-nos um aviso, e também um contributo, a bióloga Sónia Magalhães informa: “Os nossos cágados estão em perigo.” Ó pobres coitados! Mas também nos tranquiliza com o título da sua palestra: “Cágados, um Futuro a Construir.” E deixa um alerta: “É muito importante não largar espécies exóticas na natureza.” Quer sejam cágados ou animais de outras espécies, acrescentamos nós. É que as espécies exóticas devoram as autótones.

 

Estava eu nesta boa disposição, quando, ao abrir o jornal, dou de caras com a entrevista do senhor presidente da Câmara de Chaves.

 

Diz ele que se lembrou de fazer o balanço de meio ano de governação.

 

Todos os que por cá vivemos sabemos muito bem que nestes últimos seis meses nada na cidade foi feito que mereça, sequer, uma nota de rodapé. Mas o senhor presidente acha que não é bem assim. Por isso resolveu surpreender-nos com as suas boas intenções que, na sua douta opinião, passam por concluir obras, as tais da Santa Engrácia, e por consolidar as contas públicas, cujo défice já vai nos 60 milhões de euros. E a procissão dos números apenas ainda vai no adro.

 

Diz-nos o senhor presidente, com aquela carga de demagogia que lhe é muito caraterística e que nos intranquiliza a todos, que o concelho conseguiu captar algum investimento. Um na área da produção e armazenamento de cogumelos e outro na área da metalomecânica. Cá esperamos para ver. E sentados, como é prudente fazer-se.

 

Referiu que “os últimos 12 anos foram de investimento ímpar para a cidade” e afiançou que esse investimento foi “fundamental para o futuro”.

 

Concordamos que o “investimento” foi ímpar, já a dívida é par. O “investimento” foi realizado por políticos irresponsáveis e inconsequentes e a dívida galopante, que daí resultou, vai ser paga por todos nós.

 

O dito “investimento” criou um buraco de 60 milhões de euros. Essa é a realidade. Um buraco financeiro gigantesco. Já as obras apenas as conseguimos enxergar por um canudo.

 

Por isso é que refere que vai construir piscinas, reparar pavimentos, requalificar a rede viária municipal e os espaços verdes e promover o turismo.

 

A ser assim, afinal onde é que este poder autárquico gastou o nosso dinheiro? Onde estão as obras? Onde para o pilim?

 

Mas para palavras loucas orelhas moucas. Não é assim, senhor presidente?

 

Estamos em crer que foi por essas e por outras que resolveu afirmar que está bastante satisfeito com o acordo de governação estabelecido entre a Câmara de Chaves e o MAI. Só que isso que o senhor presidente afirma é falso. Rotundamente falso.

 

O único acordo que existe é uma atamancada combinação celebrada entre o senhor António Cabeleira, em nome de PSD local, e um senhor vereador, eleito em nome do MAI, que, nesta circunstância, apenas se representa a si próprio.

 

Nenhum eleito do Movimento, com a exceção de João Neves, participou em qualquer reunião com o PSD. Em nenhuma.

 

Não existe nenhum documento que fundamente, justifique ou esclareça em que consiste, ou se baseia, o enigmático acordo.

 

O putativo pacto é de conveniência. Apenas.

 

Serve, sobretudo, para estabilizar o instável poder de um e para outorgar um poleiro ao outro.

 

Pois que lhes faça bom proveito à barriguinha e ao peito. De uma coisa estamos certos: dali nada resultará de positivo, nem para o nosso concelho, nem para as nossas gentes.

 

O senhor presidente admitiu publicamente que o acordo deixou de imediato cair em saco roto a auditoria às contas da Câmara, proposta pelo eleito do MAI e aprovada por maioria.

 

Tal como os almoços, não há “acordos” grátis.

 

João Madureira

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