Pecados e picardias
Deitados num telhado de quatro águas
Um teto de estrelas a bordar outro dia
Afagamos o espirito da alma num sopro sem mágoas e sem alegria
Deitados num telhado de quatro águas
Num entardecer , alvoradas sem esperança
Dão as mãos humildes e todas as madrugadas amanhecem juntas de aliança
Deitados num telhado de quatro águas
A ler o livro vivo do passado vivido
Ouvem-se no choro das páginas escusadas gritos mudos no beiral sem abrigo
Deitados num telhado de quatro águas
Desfolhando bem me queres, sós de exíguos
Multiplicam-se silêncios náufragos em tábuas de salvação de amores ambíguos
Deitados num telhado de quatro águas
Com as telhas colchão numa massagem pura
explosão sensorial arde, árduas memórias pecados, perdão, vida dura…
Deitados num telhado de quatro águas
Catarse espelho, transparece sereno céu
Parece horizonte, cheio ,vazio, tréguas, sentidos, tudo a ficar sendeu
Loucura semente de caminhos, requisito
Braços abertos, ternura fria, infinito…
Isabel Seixas