Despertar em Chaves...
Quando as imagens são de marca, basta uma silhueta para a reconhecermos. Esta tem a marca Chaves, aquela de que eu gosto.
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Quando as imagens são de marca, basta uma silhueta para a reconhecermos. Esta tem a marca Chaves, aquela de que eu gosto.
Lisboa, 8 de Março de 1970
Bem fujo, mas de vez em quando não tenho remédio senão vir aqui pagar uma décima qualquer, como o meu pai se via obrigado a ir fazer a Sabrosa. A vantagem do Velho é que chegava, subia as escadas da repartição, abria os cordões à bolsa, chamava mentalmente larápios aos do governo, e regressava a casa aliviado. E eu, embora noutro plano faça mais ou menos o mesmo, meto-me no comboio humilhado civicamente. O rosto português desfigura-se quando reflecte no tejo, se não é do convés de um navio a sair barra fora. Perde a terrosa mas honrada expressão natural a que o condena a pesada cruz geográfica – e começo a acreditar que também a biológica –, e adquire a desonrada de quem encorpora mimeticamente os gestos alheios. É um espectáculo confrangedor ver cair à primeira raspadela o verniz europeu que cobre o rosto destes governantes, destes literatos, destes cientistas, destes amanuenses, destes cidadãos do Chiado ou de Alfama. A meus olhos, pelo menos, que nunca o testemunho sem constrangimento. Não me conformo que haja na pátria duas singularidades: a autêntica do homem lusitano, e a postiça do homem alfacinha.
Miguel Torga, in Diário XI
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