Pecados e picardias
Chove na alma
Uma chuva miudinha de culpas
Invade os caminhos da calma
Somos nós meu amor,
Nas nossas mágoas impolutas
Sem beirais quando chove na alma,
Despidos de cada um, nesse frio de ausência, sem calor…
Chove na alma,
por detrás da cortina do olhar
um coração à chuva,
espera,
como naufrago pra se salvar…
Escorre água sem pressa dos cabelos
Encharcam corpos dormentes
Somos nós meu amor
Nas nossas fugas de atropelos
Sem abrigos que nos puxem das correntes,
Sem mãos suaves, sem fantasmas nas sombras, sem ardor…
Chove na alma,
Embarga-se no infinito da ternura
O sonho de uma lágrima
Escondida
Sem poder chorar de amargura…
Chove na alma
E é chuva torrencial…
Isabel Seixas In Espólio