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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

08
Jan15

Vivências - Batatas fritas, Coca-Cola e gelado


vivenvias

Batatas fritas, Coca-Cola e gelado

 

Lamas de Mouro. Parque Nacional da Peneda-Gerês. Agosto de 2007. Estamos de férias há cerca de uma semana e, à semelhança dos últimos dias, preparamo-nos para mais um almoço no parque de merendas, ali mesmo ao lado do parque de campismo. Sentamo-nos e repete-se a situação dos dias anteriores. A nossa filha, talvez por andar já um pouco cansada e fora da sua rotina habitual, não tem apetite e é a custo que conseguimos que ela inicie o almoço: sopa (como sempre) e vitela assada, acompanhada com arroz branco e batata também assada, tudo encomendado num restaurante ali próximo que nos proporcionou por diversas vezes um serviço tipo take-away. Os minutos passam. A refeição acaba por não ser muito sossegada, pois estamos constantemente a insistir com ela, não querendo que ela deixe de se alimentar da melhor forma. Ao nosso lado, numa mesa a uma dezena de metros, está um casal sensivelmente da nossa idade com uma filha um pouco mais velha do que a nossa. Almoçam tranquilamente, sem qualquer insistência com a filha. Entretanto, na nossa mesa, mais uma garfada e o almoço lá vai avançando, numa fase em que já quase nos apetece desistir. Alguns minutos depois terminamos finalmente a refeição com uma peça de fruta para cada um de nós e respiramos fundo.

 

Nos minutos seguintes, já um pouco mais relaxados e enquanto tomamos um café, vamos conversando sobre este episódio e perguntamo-nos por que razão temos sempre de nos aborrecer na hora das refeições. Então, a minha esposa diz-me que é uma opção nossa e que não temos de o fazer. Podemos simplesmente agir como aquele casal agiu com a filha: deixamo-la comer batatas fritas com as mãos até se fartar e beber quase meia garrafa de Coca-Cola, e no final, porque se portou bem à refeição e não chateou os pais, damos-lhe um gelado…

Luís dos Anjos

 

08
Jan15

Discursos (emigrantes) Sobre a Cidade


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Repensar, Renovar, Renascer

 

Tanto reflectiu que concluiu. Ele nada mais é do que um eixo instável em torno do qual gira o mundo. Desde então, começou a (vi)ver a vida como um passeio cativante. Eis a confissão de um incansável viajante.

 

Perguntei-lhe. Necessitamos todos de ver mais mundo para poder entendê-lo? Necessitamos todos de nos afastar de tudo para conseguirmos aproximar-nos do outro e de nós mesmos? Necessitamos todos de um pôr-do-sol para renascermos em seguida?

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 Arpoador, Rio de Janeiro - Foto de Sandra Pereira

 Respondeu-me. Antes de partir, o viajante sabe que vai ser duro, que vai sentir a saudade, que em diversos momentos desejará estar em casa. Contudo, a cada dia em que assistirá a um pôr-do-sol longínquo e desconhecido, estará a repensar, renovar, renascer. Então, pensará que é mais fácil morrer na qualidade de ressuscitado. Eis a confissão de um incansável viajante.

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Búzios, Brasil. Foto de Sandra Pereira

Continuou. Depois de ressuscitado, o viajante voltará sempre junto dos seus. Verá a origem deste eixo instável em torno do qual gira o mundo com outros olhos, como que iluminado. Então, (re)descobrirá onde se põe o seu sol para repensar, renovar, renascer. A partir de então, o credo do seu carpe diem será "não fechar os olhos ao mundo porque ele é cruel, não desvalorizar nada nem ninguém porque desaparecerá". Eis a confissão de um incansável viajante.

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 Escala, Catalunha, Espanha. Foto de Sandra Pereira

Entre o ficar e o partir, conclui-me o viajante, que sobretudo não se apage a curiosidade nem se acenda o medo, já que tudo na existência humana é uma questão de morte e ressurreição (cujo significado é literalmente "levantar; erguer", confirmei depois no dicionário).

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Ilha Bela, Brasil. Foto de Sandra Pereira

 Com esta confissão me confesso eu, partilhando os pores-de-sol que me fizeram repensar, renovar, renascer no ano velho. O relato do incansável viajante é o meu voto de bom ano de 2015 aos leitores e amigos do Blogue Chaves, para que não deixem nunca de procurar um pôr-de-sol.

 

Sandra Pereira

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