Em jeito de despedida do ano velho
Foto publicada em Janeiro de 2015
Que dizer do ano que hoje finda!?
Não sou pessimista, nunca o fui. Olho sempre a vida pela positiva mas também sou realista, pois é a realidade que afeta e comanda os meus dias, daí, do ano de 2015, de bom, muito pouco, quase nada tenho a recordar. A realidade do ano destacou-se mais pela negativa do que pela positiva, quer no plano internacional, quer no nacional e local. Mas já lá vamos.
Foto publicada em Janeiro de 2015
Hoje em termos de imagem ficam por ordem cronológica algumas das imagens que mais gostei de trazer ao blog. Apenas algumas das cerca de mil imagens da cidade de Chaves, das nossas aldeias do concelho e algumas do Barroso que durante todo o ano, diariamente, aqui ficaram.
Foto publicada em Março de 2015
Mas vamos então ao ano de 2015. Em termos internacionais o acontecimento que pessoalmente destaco, foi o massacre do Chalie Hebdo, não apenas por ter sido um atentado terrorista com origem no fanatismo religioso, mas por ter sido um atentado contra a liberdade de expressão e contra a própria liberdade.
Foto publicada em Abril de 2015
Liberdade de expressão que mesmo onde aparentemente existe nem sempre é respeitada e comummente, mesmo sem censura, é condicionada… mas ainda pior, é utilizá-la recorrendo à mentira ou omissão para formatar opiniões, criar ilusões, manipular a verdade, principalmente os grandes meios de comunicação como as televisões e os seus comentadores que usando o dom da palavra e da comunicação, vestem a pele de cordeiro da isenção para pregar as suas doutrinas… e o zé povinho vai na cantiga de acreditar que temos uma comunicação social séria em que tudo que se lá diz é verdade.
Foto publicada em Maio de 2015
No plano nacional pouco há a destacar de positivo. A grande maioria dos portugueses estão muito mais pobres, há mais desemprego, mais injustiça e falta justiça e o direto à saúde menos acessível. De bom, só destaco mesmo ver que a democracia ainda vai funcionando e que os partidos de esquerda finalmente estão em sintonia, pelo menos a julgar pelo acordo parlamentar entre o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda e a CDU, acordo histórico, permitindo que António Costa fosse indicado para formar governo, mudando-se assim de estratégia política para sair da crise, em que a estratégia deixou de ser “primeiro Portugal” para ser “primeiro os portugueses”.
Foto publicada em Junho de 2015
Ainda no plano nacional estamos a chegar ao fim do cavaquismo, para além de termos a certeza de que o próximo PR será bem melhor que o anterior, mesmo que seja o Tino de Rans.
Foto publicada em Julho de 2015
Só a titulo de curiosidade o orçamento para a campanha do Tino de Rans é de 50.000 euros contra os 2,1 milhões de euros que Cavaco Silva apresentou para a sua última campanha.
Foto publicada em Agosto de 2015
Quanto aos portugueses que nos deixaram este ano, destaco na política a Maria Barroso, na ciência o Mariano Gago, na cultura e artes, o Manoel de Oliveira (no cinema), Nuno Melo (no teatro), Herberto Helder (na poesia). Depois de quatro anos sem Ministério da Cultura, a cultura também sofreu um forte abalo, principalmente com a morte de Manoel Oliveira e aquele que era por muitos considerado o maior poeta português da segunda metade do século XX.
Foto publicada em Setembro de 2015
Em termos locais 2015 também deixa muito a desejar, com a justiça (tribunal) e a saúde (hospital) a perder valências. No hospital se tiver a desgraça de ter de ir às urgências mesmo com cabeça rachada ou fratura exposta de um membro, o mais certo é ter de esperar umas horas sem que ninguém o veja e se não tiver acompanhante para conduzir a maca e dar seguimento aos papeis, o mais certo é ficar esquecido no corredor de espera. E isto não é pelo que me dizem pois foi vivido na primeira pessoa quando como acompanhante de um familiar com 90 anos e fratura exposta do braço, esperou três horas sem ser atendido para sair de lá quase como entrou, apenas engessado, para ter de ser operado um mês mais tarde.
Foto publicada em Outubro de 2015
Quanto ao nosso mundo rural está cada vez mais despovoado e envelhecido, muitos jovens (formados ou não) foram obrigados a emigrar, ex-emigrantes retomaram de novo a emigração e os jovens recém formados já não regressam a Chaves e se regressam é para casa dos pais, por não terem trabalho. Chaves deixou de ser uma cidade atrativa para se viver e para construir aqui um futuro, que a seguir como até aqui, sem grandes expectativas para o futuro, sem projetos de médio e longo prazo para reverter a situação, Chaves seguirá os passos do mundo rural, em que o êxodo do nosso mundo rural para a cidade se transformará num êxodo da cidade rural para as grandes cidades do litoral onde é mais fácil e barato viver.
Foto publicada em Novembro de 2015
Em termos urbanísticos, embora a desenfreada construção das grandes construções de betão tenha tido felizmente o seu fim, há uma, municipal, que se tem mostrado polémica, pelo menos a julgar pela opinião da maioria dos que oiço. Trata-se do Museu das Termas Romanas, e a polémica nada tem a ver com o museu em si, que esse penso que é consensual a aceitação de todos, mas no pesado edifício que lhe dá abrigo, desvirtuando um dos largos mais característicos e típicos da cidade onde, sempre, os grandes acontecimentos foram comemorados e festejados, para além do pesado edifício de arquitectura duvidosa, criticada por muitos, além de que, ao que consta, haver defeitos de projeto ao não ter sido previsto um sistema de ventilação eficaz com as águas termais quentes a provocar uma constante condensação. Há também quem critique a utilização num edifício público de materiais proibitivos para a grande maioria das construções privadas do centro histórico. É o que se diz por aí, pois a minha opinião, embora não muito diferente do que se diz, a ser verdade o que por aí consta, reservo-a para quando a obra estiver concluída, se é que tenho direito a opinar.
Foto publicada em Dezembro de 2015
Culturalmente falando, como ainda não mudei de opinião, e para não bater mais no ceguinho, fica tudo aquilo que tenho dito aqui no blog ao longo dos onze anos da sua existência. Destaco no entanto alguns acontecimentos e algumas obras resultantes do associativismo social e cultural da cidade, principalmente das associações independentes e mal amadas por quem as deveria apoiar, associações que contra ventos e marés, sem financiamentos e influências externas para no seu seio semear a discórdia, se têm mantido unidas, levando os seus planos de atividades avante com o apoio dos seus associados. Destaque também para alguns valores individuais da nossa praça, no campo da cultura e desporto, que vão merecendo e merecerão aqui no blog o devido destaque.
Concurso do gado - Feira dos Santos 2015
Mas vamos acreditar no futuro, e eu acredito sempre que o ano novo vai ser melhor que o velho, mesmo que os últimos anos tenham demonstrado o contrário. Mas tenho fé no ano de 2016, principalmente a nível nacional. Pois no plano internacional penso que irá ser um ano agitado, cheio de surpresas. Já a nível local, infelizmente, para além do ram-ram do passar dos dias, pouco mais espero. Talvez umas descobertas fotográficas e umas happy hours na companhia dos amigos mais próximos, mas isto é a nível pessoal. Contudo, como sou um homem de fé, vamos acreditar que também por cá o ano de 2016 vai ser bem melhor que o de 2015, e bem precisamos, pelo menos para ter algum ânimo para enfrentar os dias.
Quim, o sapateiro da Rua do Poço
A título de imagens a minha seleção é a da foto que mais gostei de publicar em cada um dos meses, ficando duas fotos extras em jeito de subsídio de férias e 13º mês. Uma seleção não muito aprimorada, pois escolher 14 fotos entre as cerca de mil fotos publicadas, não é tarefa fácil.
Um Bom 2016 para todos!