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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

31
Mai17

Momentos com ou sem poesia...


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No meu mundo as imagens pedem-me palavras que possam transmitir a sensação do momento em que as vivo, sem muitas palavras, apenas algumas, poucas, às vezes basta  mesmo só uma. É assim como uma espécie de um momento poético ou um poema em que o título diz tudo, mas que nós vestimos de versos como se houvesse a necessidade de taparmos a nudez  do poema. Os momentos hoje vividos também me pedem essas palavras. Poderia  muito bem ir bebê-las a um poeta “Não sei nunca o que me trazem as palavras, elas gostam tanto de me surpreender. Hoje ao levantar da névoa trouxeram-me a casa sobre o rio…” ou então desenhá-las sobre o rio, pendurá-las nos ramos das árvores, pô-las a escorregar pelos telhados abaixo ou misturá-las entre os passos das pessoas, assim ao jeito  Ana Hatherly , como ela tão bem fazia. Mas as minhas relações com a poesia sempre foram complicada e depois, como sempre, nela seria lido o que cada um quisesse ler e não o sentir de um momento que de tão íntimo se torna quase intransmissível. Assim, fica a liberdade para que cada um veja o que quiser e sinta o que lhe der na gana.

 

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Palavras, palavras e mais palavras, apenas palavras que não se conjugam lá muito bem com os silêncios das melodias ou o estar só no meio da multidão, transparentes,  sem sequer sermos sombras, apenas momentos, muitos momentos que depois de isolados e congelados vamos saboreando no entender do momento,  sem palavras a atrapalhar ou a conduzir-nos, assim como se nos  desenhassem e quisessem impingir  uma circunferência quando nós preferimos o circulo ou até, e apenas, paradinhos num ponto qualquer  de uma reta por não nos apetecer outra coisa, como se fôssemos um catavento enferrujado por estar farto de virar ao sabor do vento.

 

 

 

31
Mai17

Cartas a Madame de Bovery


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Minha cara Madame de Bovery (4)

 

 

Esta nossa necessidade de vida, causa-nos às vezes constrangimentos com os quais nem sempre é fácil lidar! Ultrapassamo-los é certo, mas leva algum tempo por ser uma grandeza infinitamente real, só por alguns perceptível.

 

Lembra-se de uma vez lhe ter falado, não foi a si, foi ao Comendador, na submissão de que ele era escravo? Pois referia-me ao corpo pela alma, não à alma! Na verdade, a sua morte foi um assassínio, não um suicídio, posto que não foi consciente! O corpo revoltou-se contra a alma por a não conseguir vencer ou dominar e embora o corpo tenha cérebro, obedece à alma! E como é que se pode lutar contra uma coisa impalpável, mas grandiosa? Só de forma irracional, a sangue frio! Assim, a sua morte foi um disparate completo. O Comendador não percebeu que para viver livre, tinha de dominar a alma, mas sem a matar, porque sem ela deixou de ser. Viveu, depois disso, anos a fio num estado vegetativo, ligado a máquinas, num coma que ele próprio induziu. Como sair dele, tendo matado a parte dele consciente? Ficou dependente da vontade alheia, de pessoas que lhe não eram próximas, sem ter deixado nada escrito! Há pior dependência do que esta? Quantas vezes lhe falei do testamento vital, enquanto consciente e em plena capacidade de tomar decisões! Mas o Comendador achava-se eterno!

 

Ficou numa cama que nem sequer era uma cama, mas um equipamento próprio ou adequado a seres que estão entre a vida e a morte e onde a decisão de passar a uma ou a outra depende de factores incontroláveis e incontornáveis. Serviu isto para quê? Serviu de exemplo, não teve servidão para nada mais. E mesmo esse, é preciso saber tomá-lo na medida certa ou também de nada serve ou se aprende com ele!

 

Digo-lhe isto não em tom de crítica, mas apenas de constatação! É difícil, muito difícil nascermos puros, como Deus nos pôs no mundo e termos depois uns fantasmas infiltrados a comandar a nossa vida, a dizer “faz isto, não aquilo” sem nos explicarem porquê, a nós que até nascemos com espírito crítico, porque Deus também nos pôs lá isso. E parece que fez de propósito, porque ele não dá ponto sem nó, como quem diz: digo-te o que hás-de fazer e dou-te o poder de o questionares, mas não de o contrariares. É maldade isto, não lhe parece? Então se era para obedecer, para que nos deu ele a capacidade de interpretar? Para vivermos inconformados, eternamente reféns, numa luta constante e inglória, por saber que a vitória era qualquer coisa de inatingível? Ou será que nesses seres a quem ele ofereceu a prenda, os achava mais dotados, capazes de se revoltarem contra Ele próprio e de O vencerem? “Deus só nos coloca nas mãos aquilo que nós somos capazes de fazer!”. Faz-lhe sentido isto?

 

Receio estar a ser injusta, porque talvez a ideia esteja no contexto ou no conceito de Agostinho da Silva quando disse: “Os meus discípulos, se alguns tenho, são aqueles que estão contra mim, porque consegui incutir neles o que tenho como mais sagrado, o poder de se não conformarem”. A ser assim, ainda O podemos perdoar! Seria Deus filósofo?

 

Mas ainda bem que o Comendador morreu pelas suas próprias mãos, porque se fosse assassinado era daqueles que morria com catorze tiros, tendo o primeiro bastado.

 

Sim, estou consciente de que é sempre fácil falar no post mortem! O morto já cá não está para dizer o que pensa! Mas não lhe traz algum peso saber, ou duvidar não sendo tão crente, que enquanto esteve em coma o podíamos ter ressuscitado, se tivéssemos querido? Trazer-lhe de volta a, ou uma, vida a que ele eventualmente teria direito?

 

Pois é, concordo consigo, valeria a pena? Não seria a vida dele, depois desse acordar, uma repetição da antiga? Isto é, teria aprendido ele alguma coisa com o que viveu ou persistiria no erro, assim julgado do nosso ponto de vista? E que critérios temos nós para julgar isso errado? A vida era dele, não nossa!

 

Temos agora um substantivo para ponderar, o nosso egoísmo é mais importante que a livre decisão dos outros? Porque nos julgamos merecedores disso? Achamos que a razão está do nosso lado, que a nossa visão é a correcta, que temos o esclarecimento suficiente para diferenciar o bem do mal, mas quem garante e assina isso? Não podemos estar tão ou mais enganados que os outros?

 

Há de facto um convencimento infundado em todos aqueles que se acham detentores de uma lucidez que os impede de se enganarem ou de tropeçarem em situações da vida pouco claras ou susceptíveis de várias interpretações. E não é assim, os juízes da sociedade enganam-se tanto ou mais que os não juízes. É um facto que foram treinados mais que os outros para isso, mas há sempre um erro, o emotivo, sempre presente, que vicia a razão!

 

Não conseguimos ser isentos no julgamento dos outros, porque temos uma experiência de vida passada que associamos e accionamos sempre à interpretação do presente. A empatia, essa palavra que quer dizer que entendemos bem, mas só, aquilo porque já passámos. E o resto, com que ferramentas o interpretamos? Com o saber? Saber de quê? Como é que se sabe sem experienciar? Mas mudemos de assunto, posto que este não me traz nem alívio nem conclusões.

 

Acha que o comendador, depois que lhe desligaram as máquinas, teve ainda algum grau de consciência ou morreu a sério?

 

Sabe como eu sou céptica nestes assuntos e como acredito que há pessoas que, embora vivas, estão mortas e é por isso que lhe pergunto a si se acredita que há pessoas que, embora mortas, estão vivas!

 

Hoje deixo-a aqui, embora sinta que a situação é desconfortável para ambas, mas a senhora sabe-me implacável quando na busca da verdade e sei que me perdoa por isso!

 

Sempre sua,

Maria Francisca

 

 

30
Mai17

Chaves D'Aurora


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  1. XAILE SUDÁRIO.

 

O que mais preocupava Florinda era ter o seu rico maridinho, a cada quinzena, de descer a Chaves por uns dois ou três dias, uma vez que o patriarca não podia abandonar os seus compromissos financeiros e comerciais ao deus-dará. Afligia-se, a Mamã – Que não m’o leves para sempre, meu Deus! – e só acalmava-se, de facto, quando o senhor João Reis retornava, no velho landó da família. Além dos géneros alimentícios e das coisas e loisas que Florinda e as crianças haviam por bem encomendar e as quais, com a pandemia, tornavam-se cada vez mais difíceis de serem encontradas, Papá trazia sempre as mais quentes notícias de Chaves e do resto do mundo.

 

Foi a um desses retornos de João Reis, que todos se comoveram com as tristes novas sobre a tia Henriqueta e mais algumas pessoas conhecidas, a exemplo de dois irmãos de Rodrigo, sobre os quais a nefasta Pneumónica estendera o seu negro xaile à guisa de sudário. Outro coberto por esse xaile foi Luís Miguel, o belo afilhado de Adelaide, que os poucos a terem visto a açoriana enterrar o rapaz, tinham que conter risinhos internos e nervosos, pois, mesmo com a sinceridade da sua imensa dor, a Dama da Carochinha parecia estar a representar um drama no Teatro Flaviense.

 

Algum tempo depois, a própria viúva contou a Florinda que, já a caminho da aldeia para onde seguiam, Miguel começou a passar mal e ela, mesmo sem nenhuma experiência de conduzir a charrete, teve que trocar de lugar com o moço e tocar os animais na descida para Chaves, uma vez que ninguém, por dinheiro que fosse, queria levá-los de volta à Vila apeçonhada. No dia seguinte, quando já avistavam de novo a Torre de Menagem, o belo rapaz morria-lhe nos braços.

 

Logo João Reis bendizia os vivos – Ainda bem que, por vontade de Deus, a doença não chegou até ao couro de nosso Manuelito, nem ao de nenhum dos seus, não é, ó pá? – e o cocheiro apenas ria, mostrando os dentes estragados – Quanto à nossa Lilinha, esta parece mesmo que se há de salvar, aos cuidados de Deus e da Comadre Hortênsia – pois facto era que, para alegria de todos, Aurélia já estava fora de perigo. Não mais iria entregar- se às cutiladas da Ceifeira, a Indesejada, malquista por todos os que vivem ou sobrevivem, mesmo os enfermos de corpo ou de alma. Sempre muito louçã e imune à peste, também não haveria de ser desta vez que a tia Hortênsia iria deixar, para cultivo dos outros mortais, o seu cantinho de chão dos penitentes.

 

Eram ótimas notícias, mas Aurita queria saber mais, se havia algo a dizer sobre certo alguém, o que a deixava ansiosa e recolhida em si mesma. Mais tarde, quando todos pareciam se deixar ninar pelos sons de silêncio da noite serrana, Aurora escutou Papá dizer à Mamã que, em sã consciência cristã, lamentava-se de uma infeliz omissão – Ora pois, Menina Flor, estás a ver que... ora pois, sei que isso até nem seria recomendável fazer, a esta altura, mas muito me condói não ter podido ir ao enterro da mãe de dona Mariazita Camacho, a senhora cigana que mora em frente. Ainda estou a ouvir a pobre senhora gritar – Ai que se me morre, também, o Hernandito! Já cá me dói, com essa peste maldita, não se poder cantar os taliertôs para invocar os ancestrais! E ai que me dói, mais ainda, não ter feito a promana para a mamacita!

 

 

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29
Mai17

Quem conta um ponto...


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344 - Pérolas e diamantes: Convém usar… mas não abusar

 

 

Todos aqueles que atualmente trabalham arduamente sentem que estão a ser usados, que os seus impostos estão a ser gastos ou para resgatar bancos e banqueiros ou então para subsidiar pessoas que se recusam a trabalhar.

 

Os Governos mais não fazem do que ajudar substancialmente os que provocaram a crise, em vez de se preocuparem em ajudar os que mais sofrem.

 

Mas também convém dizer que sem os Estados, os bancos teriam cometido abusos ainda maiores.

 

Em tempos de crise, a solução verdadeira para combater a desigualdade reside em dirigir o foco sobre a comunidade em vez de se apostar na defesa do interesse pessoal.

 

A ideologia fundamentalista dos mercados apenas serve os interesses dos poderosos, sobretudo à custa do resto da sociedade.

 

Muitos dos que não conseguem trabalho, sobretudo entre os mais jovens, emigram; as famílias separam-se e o nosso país vê-se esventrado dos seus cidadãos mais talentosos.

 

Todos nos apercebemos que é falso o sentido de considerarmos como garantidos os êxitos do passado na criação de uma sociedade e uma economia mais iguais e mais justas. Temos de nos preocupar novamente com a crescente desigualdade e com as suas consequências sociais, políticas e ideológicas.

 

Cortar nos investimentos no bem-comum ou enfraquecer os sistemas de proteção social põe em risco os valores básicos da nossa sociedade. A questão, embora não parecendo, é mais política do que económica.

 

Mas também é necessário reconhecer que o crescimento da desigualdade tem algo a ver com a globalização e a substituição de trabalhos semiqualificados por novas tecnologias e pelo trabalho terceirizado.

 

O problema não é que a globalização seja boa ou má. O que é má é a maneira como os governos a gerem, somente em benefício de interesses especiais.

 

Joseph Stiglitz, Prémio Nobel da Economia, tem razão: “A interconetividade entre os povos, os países e as economias de todo o mundo é um desenvolvimento que pode ser usado com a mesma eficácia, tanto para promover a prosperidade como para espalhar a ganância e a miséria.”

 

Os mercados apenas se têm concentrado na “riqueza” dos ricos, passando os custos ambientais à sociedade e abusando dos trabalhadores.

 

Joseph Stiglitz defende que é imprescindível reduzir a desigualdade, pois só dessa forma conseguiremos salvar a nossa economia, a nossa democracia e a nossa sociedade.

 

Um pouco por todo o mundo, os governos mostram não serem capazes de resolver os problemas económicos fulcrais, incluindo o desemprego, deixando cair os valores universais de justiça, sacrificados pela ganância de alguns, apesar da retórica em contrário.

 

Uma coisa sabemos: a desigualdade crescente não é algo de inevitável. Joseph Stiglitz, defende que são os interesses financeiros quem, no processo de criação de riqueza, sufocam o verdadeiro e dinâmico capitalismo. É a ideologia neoliberal quem tornou a sociedade intoleravelmente injusta. 

 

Os jovens manifestantes que agora se juntam aos pais, aos avós e aos professores, não são nem revolucionários, nem anarquistas. Não querem derrubar o sistema. Acreditam ainda na democracia e no processo eleitoral, acreditam que é possível pôr a funcionar os governos, lembrando-lhes apenas que têm de prestar contas ao povo. Estão indignados com a taxa de desemprego entre os 30% e os 40%.

 

Três temas ressoam em força por esse mundo fora: os mercados não funcionam como devem, porque bem vistas as coisas, não são nem eficientes, nem estáveis; e o sistema político e o sistema económico são fundamentalmente injustos. 

 

E os três estão intimamente relacionados entre si. A desigualdade é causa e consequência do falhanço do sistema político e contribui para a instabilidade do nosso sistema económico, que, por sua vez, contribui para uma maior desigualdade, originando uma espiral recessiva onde mergulhámos e da qual só poderemos emergir através de políticas devidamente concertadas.

 

João Madureira

28
Mai17

O Barroso aqui tão perto ... Ormeche


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Finais de julho de 2016, quatro da tarde, muito calor, já depois de um intenso dia, desde manhãzinha, à recolha de imagens dentro do Barroso chegámos a Ormeche, sem gente na rua, o que não era de admirar pois o intenso calor convidava mesmo à frescura do interior das casas.

 

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Primeira imagem de recolha na aldeia, mais que a aldeia, foi mais uma para a nossa coleção de alminhas, esta por sinal muito curiosa e singular, um dois em um – alminhas e cruzeiro, confesso que nunca tinha visto e se calha é mesmo caso único, não o sei, pois a nossa imaginação, a portuguesa, é mesmo muito rica, e aqui fica engrandecida, não fossem os cruzeiros e alminhas traços da cultura portuguesa. Nem que fosse só por esta imagem e já tinha valido a pena ter ido a Ormeche, pena o popó estar estacionado junto a esta preciosidade e ter complicado a composição como se não bastassem os habituais postes e cabos aéreos que tem de estar sempre lá a estragar belíssimas imagens da nossa ruralidade. Coisas dos nossos tempos, mas mesmo assim, poderia haver mais um bocadinho de respeito pelo nosso passado.

 

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Bastava a imagem do cruzeiro com alminhas mas quisemos mais e assim adentramos a aldeia. Dizíamos no início que à chegada não vimos gente na rua, mas afinal estávamos enganados, havia mesmo gente na rua, curiosamente num cenário que penso também poder considerar-se um traço da cultura portuguesa, gente sentada à sombra à porta de casa, nos bancos de pedra que geralmente se deixavam encostados às fachadas das casas, precisamente para isso… para aproveitar as sombras de verão ou o sol de inverno, bancos de encontros, de conversas e de convívio.

 

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Mas não era tudo, pois os homens mais novos, também à sombra, da capela,  mas à volta de uma mesa, jogavam às cartas, com o habitual “público” e os habituais líquidos de hidratação, o calor a isso convidava. Mais uma vez penso que este cenário de homens, cartas, calor/sombras e vinho, são mais um traço da nossa cultura portuguesa. Ou seja, se alguma dúvida houvesse, bastavam estes três cenários para saber sem qualquer dúvida que estava numa aldeia portuguesa, mas a este respeito, ainda não era tudo.

 

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As capelas na croa dos montes, aí está outro dos nossos traços culturais, e este era avistado desde o largo em que nos encontrávamos. Achámos muito curiosa a localização e estava traçado o nosso destino a seguir a Ormeche, ainda para mais que calhava próxima de um dos nossos destinos Pai(o) Afonso. Tratava-se da capela de Nossa Senhora da Livração, que já deixámos aqui no respetivo post de Pai(o) Afonso, mas que penso que a festa/celebrações à Nossa Senhora da Livração são mesmo da aldeia de Ormeche.

 

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Continuemos nos traços da nossa cultura e este se não o é, merecia sê-lo, embora hoje um pouco em desuso por ser também uma vítima do despovoamento rural e da globalização. Refiro-me aos antigos comércios locais ou antigas tabernas, que também elas se foram adaptando aos novos tempos, isto quando existiam, e que além serem um lugar para se beber, jogar cartas foram também um local onde se podia comprar de tudo que fizesse falta em casa, mesmo tudo, sem qualquer exagero. Eram os centros comerciais rurais mas também centros de convívio das aldeias e dos bairros de Portugal. Em Ormeche ainda existe um comércio muito próximo daquilo que aqui se descreveu, um comércio local onde se vende de tudo que faz falta em casa, mesmo de tudo.

 

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E a nossa visita que estava para ser breve em Ormeche acabou por se prolongar um pouco mais, a convidava a ficar um pouco, descansar um pouco e um pouco de conversa com a gente local também é agradável e aprendemos sempre qualquer coisa e às vezes, até nos surpreendemos.

 

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Em Ormeche a surpresa estava sentada à sombra, um antigo militar, reformado, que passou a vida a fazer fotografia aérea nas ex-colónias, dias e dias a fotografar, revelar e montar fotografias aéreas, tanto que se tornou um especialista na matéria que deu para desenrascar situações mais complicadas, mérito que foi reconhecido pelo estado português dando-lhe gratuitidade na obtenção de estudos, que ele e a família aproveitaram.

 

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Ainda antes das nossas pesquisas sobre a aldeia, passemos agora à sua localização.  Iniciando pela coordenadas: 41º 42’ 08.31” N e 7º 54´39.91” O. Altitude 850m. É mais uma da aldeias de proximidade da Estrada Nacional 103 e da proximidade da Barragem da Venda Nova (900m) mas também próxima da Barragem dos Pisões (6 km – distâncias em linha reta). Mas fica o nosso habitual mapa.

 

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Agora sim, passemos às nossas pesquisas. Bibliograficamente falando, nada encontrámos para além de menções à sua localização, freguesia e concelho, mas na internet encontrámos dois sítios que queremos mencionar e que se referem diretamente à aldeia, para além de uma referência na página oficial do município a uma natural de Ormeche – Ana Albuquerque.

 

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Pois aqui fica a referência/notícia, conforme a encontrámos na página oficial do Município na internet:

“Atleta de Ormeche na Seleção Nacional (Sub-16)

Ana Albuquerque, atleta de Ormeche, concelho de Montalegre, que representa atualmente o Arsenal de Londres, está convocada para o estágio de preparação da Seleção Nacional de sub-16 de futebol feminino. Os trabalhos de preparação, agendados para a Cidade do Futebol, iniciam segunda-feira. O presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, fala em «regozijo e agrado geral» pelo feito desta jogadora com raízes no município.”

 

 A notícia é mais ou menos recente, mais propriamente de 25/01/2017. Fica o link para a notícia onde está também a foto da alteleta: https://www.cm-montalegre.pt/showNT.php?Id=3484

 

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Nas nossas pesquisas na NET ficámos também a saber que o padroeiro de Ormeche é o S.Mateus, segundo o que consta num blog dedicado à aldeia (referência no final do post). Blog que parece estar ligado a uma Associação da aldeia  a A.C.R.A.O. - Associação Cultural e Recreativa dos Amigos de Ormeche que existe desde 2006. Associação que se assume em defesas das tradições da aldeia e que segundo consta nos post do blog assim é. Matança do porco, cantar dos reis, recreação de segadas à moda antiga, entre outras atividades. Pela certa uma Associação que é uma mais valia para a aldeia, ou era, pois a última publicação no referido blog foi dia 12 de janeiro de 2011 e a partir de aí não encontrámos mais notícias sobre a atividade da ACRAO. Se já não existe, temos pena, por outro lado e por experiência própria,  compreendo que não é fácil manter com vida este tipo de associações, principalmente quando não têm qualquer apoio de quem as deve apoiar. Não sei se é ou foi o caso, mas espero que esteja tudo bem e seja só suposições nossas.

 

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Por outro lado encontrámos outro sítio na Internet dedicado a Ormeche, mais propriamente no facebook, e este sim, está ativo com publicações regulares (referência no final do post, já a seguir).

 

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E é tudo por hoje e sobre Ormeche foi a reportagem possível. Lamentamos sempre não ter mais informações sobre as aldeias, mas fazemos o que podemos.

 

Ficam as habituais referências às nossas consultas e também os habituais links para os posts de outras aldeias e temas do Barroso.

 

Sítios da WEB consultados:

- Um blog de Ormeche: http://ormeche.blogspot.pt/

- Um sitio no facebook: https://www.facebook.com/aldeia.deormeche

- Página oficial do Município de Montalegre: https://www.cm-montalegre.pt/showNT.php?Id=3484

 

Links para anteriores abordagens ao Barroso:

A

A Água - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-a-agua-1371257

Algures no Barroso: http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-1533459

Amial - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-ameal-1484516

Amiar - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-amiar-1395724

B

Bagulhão - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-bagulhao-1469670

Bustelo - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-bustelo-1505379

C

Castanheira da Chã - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-castanheira-1526991

Cepeda - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-cepeda-1406958

Cervos - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-cervos-1473196

Cortiço - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-1490249

Corva - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-corva-1499531

D

Donões - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-donoes-1446125

F

Fervidelas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-fervidelas-1429294

Fiães do Rio - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-fiaes-do-1432619

Fírvidas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-firvidas-1466833

Frades do Rio - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-frades-do-1440288

G

Gralhas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-gralhas-1374100

Gralhós - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-gralhos-1531210

L

Ladrugães - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-ladrugaes-1520004

Lapela   - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-lapela-1435209

M

Meixedo - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-meixedo-1377262

Meixide - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-meixide-1496229

N

Negrões - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-negroes-1511302

O

O colorido selvagem da primavera http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-o-colorido-1390557

Olhando para e desde o Larouco - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-olhando-1426886

P

Padornelos - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-padornelos-1381152

Padroso - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-padroso-1384428

Paio Afonso - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-paio-afonso-1451464

Parafita: http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-parafita-1443308

Paredes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-paredes-1448799

Pedrário - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-pedrario-1398344

Pomar da Rainha - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-pomar-da-1415405

Ponteira - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-ponteira-1481696

R

Roteiro para um dia de visita – 1ª paragem - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1104214

Roteiro para um dia de visita – 2ª paragem - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1104590

Roteiro para um dia de visita – 3ª paragem - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1105061

Roteiro para um dia de visita – 4ª paragem - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1105355

Roteiro para um dia de visita – 5ª paragem, ou não! - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1105510

S

São Ane - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sao-ane-1461677

São Pedro - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sao-pedro-1411974

Sendim -  http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sendim-1387765

Sezelhe - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sezelhe-1514548

Solveira - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-solveira-1364977

Stº André - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sto-andre-1368302

T

Tabuadela - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-tabuadela-1424376

Telhado - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-telhado-1403979

Travassos da Chã - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-travassos-1418417

U

Um olhar sobre o Larouco - http://chaves.blogs.sapo.pt/2016/06/19/

V

Vilar de Perdizes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1360900

Vilar de Perdizes /Padre Fontes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1358489

Vilarinho de Arcos - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilarinho-1508489

Vilarinho de Negrões - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilarinho-1393643

Vilaça - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilaca-1493232

Vilar de Perdizes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1360900

Vilar de Perdizes /Padre Fontes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1358489

Vilarinho de Negrões - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilarinho-1393643

X

Xertelo - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-xertelo-1458784

Z

Zebral - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-zebral-1503453

27
Mai17

Bobadela de Monforte - Chaves - Portugal


1601-bobadela-83-art (15)

 

Mais um sábado e cá fica mais uma das nossas aldeias. Hoje, manda a ordem alfabética que seja Bobadela e para que não haja confusões com outras Bobadelas, esta é a de Monforte, lá no alto planalto de Monforte onde o Castelo com o mesmo nome é Rei e Senhor.

 

1600-bobadela (64)

 

No limite do concelho de Chaves tem as terras de Valpaços como vizinhas, já com ares de terra quente, mas nem por isso deixa de sobre dos rigores dos nossos frios Invernos.

 

1600-bobadela (167)

 

É mais uma das aldeias que tem a Est. Nacional 103 com principal ligação à cidade de Chaves, mas sem que esta passe pela aldeia, mas nas proximidades, tal como próximas são as aldeias de Tronco, Vilar de Izeu, Bolideira e Nozelos, esta última já do concelho de Valpaços.

 

 

 

27
Mai17

Pedra de Toque


pedra de toque copy.jpg

 

PARA JÁ ME BASTAM…

 

Quando o desespero passa por mim, deixa-me marcas e eu, acolho meu corpo nas águas límpidas que regam as orquídeas e as rosas de Angola, flores de África que permanecem coladas aos meus olhos e ao meu cheiro.

 

A inquietação mexe por dentro e projeta-me para os sonhos irreais, por vezes doces, por vezes tumultuosos.

 

A certeza de que gosto de ti, apesar de insistires em manteres-te ausente, amacia-me a vida.

 

 

Nem que seja só por mim, vem e traz o teu sorriso branco e ainda aquela camélia que nasce no teu peito todas as primaveras,

Por ora, já me bastam…

 

António Roque

26
Mai17

Discursos sobre a cidade


GIL

 

PAPA HÓSTIAS

 

O maio de 66 vinha quente como lume!

 

A natureza explodia em toda a sua pujança e de cada lura recendia vida.

 

Todavia, o maio de 66 trazia o diabo no ventre com as sementes da mudança. Um tempo de escacholar um mundo cristalizado nas mais retrógradas convicções. Adivinhava-se um mundo novo com o peace and love dos hippies, as minissaias das cachopas a fazer furor e os estudantes a cerrarem os cartapácios bafientos nas bibliotecas e a agitarem as massas com a bandeira da liberdade!|

 

Por mim, nas mais tenras primaveras (nove) tudo passava ao lado. Encarcerado no seminário de Vila Real, não se permitia, sequer, que percebesse as nuances deste mundo outro. Tolhido pelo culto de um tradicionalismo bacoco e pelo peso absurdo das normas, ansiava os finais dos períodos letivos como o doente a cura. E invejava cada voo rasante dos andorinhões pela liberdade da fuga para a minha querida terra.

 

O junho dobrava a esquina do tempo e a salvação adivinhava-se prestes.

 

Contudo, havia ainda um duro fardo a suportar porque o rabo da vaca é sempre o mais duro de esfolar. Apesar de embalado por esta esperança na libertação, os dias pareciam séculos e não mingavam à velocidade da avidez com que os riscava no calendário como os prisioneiros fazem na parede do degredo do cárcere.

 

As tarefas, naquela casa, repetiam-se numa monotonia absurda de enlouquecer. O despertar às sete e a missa da manhã em jejum. Depois um pequeno-almoço de leite em pó, horrível, e uma carcaça com manteiga industrial de sabor a sabão macaco. A seguir as aulas nas salas inóspitas dos corredores sem fim. Depois o almoço, o mais das vezes de farinha de pau, qual massa betuminosa de colar às paredes. A seguir uma curta sesta e depois o malvado salão de estudo. Por fim o recreio das cinco, o lanche de trigo recesso e um cibo de queijo, as orações do fim tarde, a ceia e o recolher.

 

Só muito esporadicamente esta rotina era quebrada pela escala de ajudar à missa, que me calhava de mês a mês. Tocou-me num qualquer dos dias do final de maio de 66 esta tarefa de fazer de sacristão. Disso vos falarei hoje.

 

Este trabalho até era agradável pois libertava-nos no dia anterior de meia hora de salão de estudo para preparação da missa do dia seguinte. Constava de providenciar toda a logística que o santo ofício exigia. Tratar de ver se havia hóstias que chegassem, água e vinho nas galhetas, livros abertos nas respetivas páginas das leituras do dia, etc.

 

Ora, na tarde do dia anterior pedi dispensa ao Prefeito que vigiava o estudo para ir preparar a capela. Concedeu-ma. Uma alegria que me salvava do latinório da malvada Initia Latina.

 

Cheguei à capela, fui para a sacristia, escolhi a paramentaria verde, como mandava a cartilha, a estola e a casula. Na capela preparei o cálice, com a pala e a patena, bem como o sanguinho e o corporal. Coloquei na credência o manutérgio e o missal aberto nas orações do dia. Sobre o altar, na estante, coloquei o lecionário aberto nas leituras e salmos e treinei duas vezes o que me calhava ler. Depois, abri o sacrário para verificar se a âmbula tinha hóstias consagradas que chegassem. Estava completamente vazia. Fui enchê-la à lata que as costumava ter de reserva, vazia estava também.

 

Vi que havia gato!

 

Para cúmulo, depois de encher a galheta da água, quando me preparava para verificar a do sangue de cristo vi que estava igualmente escoucada. Fui saber da garrafa de vinho de missa para a encher e encontrei-a igualmente vazia. Estanhei aquela penúria de pão e vinho e desconfiei que ali haveria coisa! Procurei o Prefeito para lhe dar conta das falhas, solicitando a reposição.

 

Quis ele lá saber!

 

Imediatamente me acusou de ter consumido, à socapa, aqueles produtos e em consequência, como era hábito, fui chamado ao Reitor e levei uma malha valente!

 

De facto, era muito difícil explicar esta penúria, uma vez que quem ajudou à missa desse dia solicitou a reposição, o que aconteceu. Soube-o tempos depois. Como soube também que três salafrários, dos mais velhos, ter-se-iam raspado do recreio, sem que o Prefeito se apercebesse, e foram à capela merendar! Da água da galheta não quiseram os sacripantes saber!..

 

Apesar disso, as que tinha levado já ninguém mas tirava e por isso mantive o silêncio não viessem outras mais pesadas!...

 

Revoltei-me e para mim jurei vingança.

 

— Deixassem que a escala os pusesse naquele serviço e eles haveriam de ver com quantas palhas se capavam grilos! — Pensei eu.

 

Não tive coragem, nem tempo para me vingar. Meses depois fui convidado a não renovar a matrícula no seminário!

 

Fiquei com a fama e sem o proveito.

 

Tivesse-o, sequer ao menos!

Gil Santos

 

 

26
Mai17

Momentos traídos pela memória...


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As margens dos rios sempre têm uma dose de magia, mas esta entrada para o rio, além da sua dose de magia é acrescida de um bucolismo ao qual não se fica indiferente. Podia muito bem  inspirar um poema, estórias de amor, muitas brincadeiras de criança, ser um cais de chegada, lugar de encontros ou partidas, inspirar um tela, eu sei lá, podia ser tudo que a nossa imaginação permitisse se o passado não fizesse parte da memória.

 

 

 

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