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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

22
Nov18

Do Campo da Fonte até à Escola da Lapa


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O post anterior de “Flavienses por outras terras”, em que o Luís dos Anjos traz até ao blog mais uma flaviense ausente,  a Carmen Antunes, despertou em nós algumas recordações antigas, tudo porque desde criança conheço a Carmen, embora mais novinha que eu, passava-lhe à porta de casa todos os dias, além de ser colega e amigo de uma das suas irmãs,  e termos em comum, pelo menos, os nossos trajetos até à cidade, que não estava assim longe, mas que era obrigatório passarmos pelos mesmos sítios. Claro que as recordações que ela guarda desses tempos idos não serão bem iguais às minhas, mas nas suas recordações vêm à baila sítios, lugares e escolas que hoje em da já não são bem como eram nesses tempos.

 

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Pois em homenagem também à Carmen que nos brinda com algumas das suas recordações antigas, vou fazer em imagem o trajeto obrigatório que ela teria de fazer até à sua escola da Lapa, que tal como ela afirma só funcionou como tal até 1974, sendo depois transformada em Escola do Magistério Primário. Uma mescla de imagens  de vários anos passados, sendo as mais recente mesmo deste ano, mas sem grandes alterações em relação ao que o sítio sempre foi e as mais antigas, repesquei-as dos anos 90, ainda da era da fotografia analógica, e essas sim, com algumas transformações mais ou menos profundas.

 

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Pois no seu trajeto teria de passara pelo Km.0 da EN2, na época um bocadinho mais diferente, aliás, no seu tempo de escola ainda deveria aí existir o posto de Polícia de Viação e Trânsito. Logo a seguir teria de entrar na madalena e atravessar a Ponte Romana, pois duvido que utilizasse a ponte nova bem mais distante.

 

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Do outro lado da Ponte Romana teria que passar forçosamente pelo Arrabalde, o antigo Arrabalde, esse sim bem diferente daquilo que é hoje. Uma praça aberta, vistosas e luminosa ainda sem mamarrachos pelo meio. Por sinal uma belíssima praça onde se festejavam os grandes acontecimentos da cidade.

 

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Quase de certeza que seguia pela rua de Stª António acima ou então, era menina para uns dias ir pela Rua de Stª António e outros pela Rua do Olival para ver o movimento da praça antiga. Fosse por onde fosse, também quase de certeza, que passava pelo Jardim das Freiras, então ainda jardim, a sala de estar da cidade e sempre com muito movimento e vida, não confrontasse então o jardim com o Liceu, com a GNR, com os Bombeiros, com a Caixa Geral de Depósitos, Correios, Aurora e Café Sport. Alguns destes equipamentos ainda estão por lá, e no lugar dos Bombeiros e GNR ganhou-se o espaço da Biblioteca Municipal, o que faz mesmo a diferença é o jardim que existiu duas praças (das freiras) atrás.

 

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Por último seguiria pela rua de Stº. António, contornava o Liceu e subia a ladeira em direção à Capela da Lapa, mesmo ao lado do recreio da escola, apenas uma travessa pelo. Claro que também poderia ir até ao Jardim do Bacalhau e subir um pouquinho da Júlio Martins, onde a meio tinha finalmente a Escola da Lapa. Quanto ao Jardim do Bacalhau, então ainda com a forma de um bacalhau, tinha ainda a pérgula e o antigo edifício militar da antiga cavalaria a confrontar a todo o comprimento de jardim, edifício esse bem mais interessante que os dois mamarrachos que limitam os espaço do atual jardim. Enfim, mas já que deixámos a Carmen na escola, está na hora de nós partirmos.

 

Até amanhã!

 

 

 

22
Nov18

Flavienses por outras terras


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Carmen Antunes

 

Nesta crónica do espaço “Flavienses por outras terras” continuamos pela Suíça. No cantão de Valais, mais concretamente em Ardon, nos Alpes centrais, vamos encontrar a Carmen Antunes.

 

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Onde nasceu, concretamente?

Nasci num dia de grande cheia, no Campo da Fonte, a um passo do jardim público e do famoso Km 0 da Estrada Nacional n° 2.

 

Nos tempos de estudante, em Chaves, que escolas frequentou?

A minha primeira escola foi a Escola Primária da Lapa. Após o 25 de abril, todos os alunos foram transferidos para a Escola da Estação. Frequentei depois os dois ciclos na cidade. Por último, frequentei o Liceu, ou seja, a Escola Secundária Fernão de Magalhães, onde terminei o 12° ano, em Humanísticas.

 

Em que ano e por que motivo saiu de Chaves?

Em 1984, os estudos levaram-me, uma primeira vez, a trocar Chaves pela periferia de Londres, em Inglaterra. Em 1988, foi o casamento que me levou para longe, e desta vez definitivamente, para a Suíça, país onde já vivia o meu marido.

 

Em que locais já viveu ou trabalhou?

Vivi em Chaves, onde nasci e cresci. Também em Iver, Buckinghamshire, Inglaterra, onde estudei, e em Ardon, Valais, Alpes centrais, onde formei o meu lar e criei raízes, adotando a nacionalidade suíça.

 

Diga-nos duas recordações dos tempos passados em Chaves:

A recordação de uma infância feliz, a brincar na rua, a nadar no rio e a subir às árvores é-me preciosa e ficará para sempre gravada. Lembro, com saudades, as noites de verão passadas à frescura do luar, os adultos sentados a conversar, a criançada a brincar e os jovens a escapar-se às escondidas, atraídos pela música das verbenas no jardim público. Veio depois a adolescência e os tempos de Liceu onde se criaram amizades para a vida. E, por último, a família do Karaté, no seio do Karaté Club Alto Tâmega, onde mais do que simplesmente Karaté se aprendia, sobretudo, a firmeza de caráter e a nobreza do espírito e da mente.

 

Proponha duas sugestões para um turista de visita a Chaves:

Duas sugestões sabe a pouco, pois Chaves é uma autêntica joia em termos de património histórico, cultural, gastronómico, e sobretudo humano. Estou convicta que cada turista, segundo os seus próprios interesses, encontrará atividades ao seu gosto e medida. Sugiro começar o dia com um passeio histórico - Ponte Romana, Castelo - prosseguir com um passeio cultural - Museu, Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso - e terminar em grande, gastronomicamente, claro está: presunto, folar, Pastéis de Chaves, e tudo o que vier de bom, rodeado de preferência de bons amigos Flavienses que nos levem, no final do dia, a beber um copinho de água às Termas para ajudar a digerir…

 

Estando longe de Chaves, do que é que sente mais saudades?

Passear nas ruas, simplesmente. Caminhar nas calçadas que já conhecem os nossos passos. Dizer alegremente “Bom dia” e sorrir a quem nos viu nascer e crescer. Só quando abandonamos o berço damos conta da tranquilidade, da riqueza familiar e social que significa viver numa cidade onde todos sabem quem somos.

 

Com que frequência regressa a Chaves?

Tento regressar uma vez por ano, no mínimo, mas, para minha grande tristeza, nem sempre tem sido possível.

 

O que gostaria de encontrar de diferente na cidade?

Gostaria muito, mesmo muito, que a autoridade competente revigorasse o centro histórico, avivando-lhe a alma, e que todos os esforços fossem feitos para que não se deixe esmorecer o coração da nossa bela cidade. Dá dó ver as lojas de proximidade encerrarem as portas, umas após as outras, dá dó ver a desertificação populacional, dá dó ver casas tão representativas da nossa identidade caírem em ruínas. Salvar o que é nosso não é saudosismo, é sabedoria. Apostar no futuro não pressupõe desprezar o passado.

 

Gostaria de voltar para Chaves para viver?

Todo o Português que se preze, por muitos que sejam os mares navegados, sonha em voltar à terra. Penso que os Flavienses não fogem à regra. Se a vida me permitir, voltarei.

 

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O espaço “Flavienses por outras terras” é feito por todos aqueles que um dia deixaram a sua cidade para prosseguir vida noutras terras, mas que não esqueceram as suas raízes.

 

Se está interessado em apresentar o seu testemunho ou contar a sua história envie um e-mail para flavienses@outlook.pt e será contactado.

 

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