Vilela Seca - Chaves - Portugal
Aldeias de Chaves - Com vídeo
Hoje calha a vez à aldeia de Vilela Seca passar por aqui com mais algumas imagens que escaparam às anteriores seleções e com um vídeo resumo com todas as imagens da aldeia publicadas até hoje neste blog.
Quanto ao que tínhamos a dizer sobre a aldeia, já o fomos dizendo ao longo dos post que lhe dedicámos. Hoje queremos privilegiar a imagem, o vídeo resumo e fazer um ou outro apontamento sobre a aldeia e a vida na aldeia, que se aplica a Vilela mas também se pode aplicar a qualquer outra aldeia do concelho ou transmontana.
Um desses apontamento refere-se ao topónimo Vilela Seca, e aqui, neste caso, faz todo o sentido ir até à origem de “vilela” que vem do latim vulgar villella, 'pequena quinta'. Quanto ao seca, é aquilo que é, seca, sem água. Pois talvez seja esta a origem do topónimo, hoje desatualizado, pois a “vilela” deu origem a uma aldeia e o seco, com a construção da barragem do Rego do Milho, passou a ser molhado. Mas seja como for, Vilela Seca é o seu topónimo histórico, e esse é o que vale.
Mas sem qualquer dúvida que a barragem do Rego do Milho é uma mais valia para a veiga de Vilela, onde o verde, assim, se torna mais verde e a terra mais produtivas, assim haja gente para cultivar os campos.
Barragem do Rego do Milho desde onde se alcançam paisagens e uma vista privilegiada sobre Vilela Seca, mostrando-a uma aldeia arrumadinha, juntinha com os seus pormenores e encantos, com a torre da nova igreja a sobressair e ao fundo, lá na croa da serra, o Castelo de Monforte de vigia, embora hoje já nada vigie.
Outro apontamento é sugerido por esta última imagem, de uma rua com as casas recuperadas, com boa apresentação e coloridas. Um apontamento que me leva até ao pensar e o viver nas nossas aldeias, que ainda está em quase tudo, vinculado a uma moral antiga, um bocadinho à margem da lei geral estabelecida, isto por não haver necessidade de a cumprir ou conhecer, pois basta-lhes regerem pelas suas, seculares, e muito simples, onde apenas existe o bem e o mal, onde todo o bem é permitido e o mal é proibido, mas, tal como o provérbio “À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”, também aqui o parecer bem, ou parecer mal, é lei. Não se faz isto ou aquilo porque parece mal…e acabou, basta esta “lei”, muito simples e fácil de cumprir, para se viver em harmonia na grande família da aldeia.
A preservação das aldeias passa um bocadinho pelo que disse atrás, assim se numa rua da aldeia há um vizinho que arranja (recupera) a sua casa, e ficou bem, os vizinhos têm tendência a imitar o gesto. Infelizmente, o contrário, também é verdade, mas nas aldeias, em geral, os abandonos e ruínas estão ligados a outros problemas, um deles é o das partilhas, onde a maior parte das vezes, pouco a dividir por muitos é nada e daí, ou um dos herdeiros se chega à frente e adquire a totalidade do prédio, preservando-o, ou passa a ser de todos, ninguém tomando conta dele, acabando por ruir.
Mas também não é só coisa das partilhas, mas também uma consequência do despovoamento e envelhecimento da população, transformando as nossas aldeias, cada vez mais, em lares de terceira idade.
Despovoamento que na ausência de políticas agrícolas rentáveis, ou outras que prendam as populações às suas aldeias, acaba por ser um despovoamento natural, primeiro pelos seus naturais que se formaram nas mais diversas áreas e seguem a sua vida profissional, em geral, nas cidades, sobretudo nas grandes onde há mais oferta.
Por outro lado, temos os emigrantes atuais, que ao contrário dos nossos emigrantes dos anos 50 e 60 que quase todos acabaram por regressar às suas aldeias, os atuais que regressam já ficam pela cidade mais próxima, no caso em Chaves, ou então, como os filhos acabaram por nascer e ser educados no mais e emigração, acabam por ficar por lá. Principalmente quando nas suas aldeias já não têm familiares próximos.
Claro que há exceções, ou porque têm uma quantidade terrenos considerável e férteis que ainda lhes dá para fazerem da agricultura um modo de vida com algum rendimento, ou então trabalham na cidade e utilizam a aldeia como dormitório.
Mas hoje, tal como disse no início não é para falar da aldeia, mas antes para apresentarmos mais algumas imagens e o vídeo resumo.
E esta ronda pelas nossas aldeias está a terminar, resta-nos mais uma aldeia, pois a ordem alfabética que serviu para trazermos aqui todas as aldeias faz com que Vilela Seca seja a penúltima aldeia da lista das aldeias de Chaves, sendo a última a do próximo sábado que será a outra Vilela do concelho, e essa sim, é uma Vilela molhada, pelo menos o topónimo a isso nos leva, não fosse ela Vilela do Tâmega, a não ser que o rio seque.
Depois de Vilela do Tâmega, logo se verá. Tínhamos uma ideia para uma nova ronda, que ainda mantemos, mas com esta coisa do confinamento acabou por atrapalhar tudo, pois a nova ronda vai implicar mais uma deslocação a todas as aldeias do concelho. Assim, estamos como um tolo no meio da ponte sem saber o que fazer, mas uma coisa é garantida – as aldeias de Chaves continuarão aqui todos os sábados. Logo se verá o que sai. Aceitamos sugestões.
Claro que ainda nos falta contemplar com o vídeo resumo as aldeias que não o tiveram no post desta ronda e que temos publicado aqui todas as quintas-feiras. Essas publicações vão continuar, e aí ainda só vamos na letra D (a próxima a Dorna) e vai-se prolongar até a letra S, onde começámos a introduzir o vídeo.
E agora sim, vamos ao vídeo resumo com todas as fotografias da aldeia de Vilela Seca publicadas até hoje, inclusive, neste blog. Espero que gostem.
Link para os posts dedicados a Vilela Seca, publicados anteriormente:
https://chaves.blogs.sapo.pt/1022795.html
https://chaves.blogs.sapo.pt/631771.html
https://chaves.blogs.sapo.pt/537253.html
http://chaves.blogs.sapo.pt/223015.html
https://chaves.blogs.sapo.pt/171250.html
https://chaves.blogs.sapo.pt/72370.html