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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

12
Set25

Vivências


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Setembro

 

Tal como janeiro, setembro também marca o início de um novo ano. Não é o ano civil, mas é o ano letivo, igualmente importante para quem tem filhos em idade escolar. E, assim, depois das merecidas férias, os pais passam mais uma vez por aquela fase de saber as turmas e os horários dos filhos, resgatar os vouchers dos livros escolares, comprar mochilas novas, fazer listas de material para as aulas de Educação Visual… Depois, no dia marcado, acontecem as apresentações nas escolas e, no dia seguinte, arrancam as aulas.

 

Mas a escola é apenas uma parte da nova rotina. Para a maioria dos pais, em maior ou menor número (para alguns, claramente em exagero) vai ser necessário encaixar no horário as atividades extra-curriculares dos filhos, ou seja, o futebol, a piscina, as aulas de Inglês, o ballet, a patinagem, o karaté… e definir quem os vai levar e quem os vai buscar, pois não raras vezes, pela coincidência de atividades, pai e mãe têm de se desdobrar em viagens.

 

E, então, finalmente, lá para o fim do mês, quando tudo já estiver em velocidade de cruzeiro, será a vez dos pais marcarem as suas atividades… (sobrará espaço para uma ida ao ginásio ou para as aulas de Pilates para aliviar as dores nas costas?).

 

Na minha crónica de agosto, sem grande inspiração, prometi que voltaria em setembro com nova energia… Pois cá estamos, e a nova energia bem que faz falta!

 

Um bom regresso ao novo ano letivo!

Luís Filipe M. Anjos

Leiria, setembro de 2025

 

10
Set25

Cidade de Chaves

Ponte Romana


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Apenas uma imagem, ainda de pleno Verão, mas já a começar a anunciar que o Outono está aí à porta, com noites e manhãs mais frescas, tardes quentes, o típico de dos meses de setembro, do tempo das vindimas e da fruta mais tardia, tempo de regresso da juventude estudante já em modo de ânsia, também eles de regresso às ruas da cidade, enfim, é fim de verão.

 

 

09
Set25

Chaves de ontem...

Ponte Romana num dia com neve


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Neste Chaves de ontem ficamos com uma imagem da Ponte Romana num dia com neve. Na tentativa de localizar esta imagem no tempo conseguimos, pelo menos, enquadrá-la entre ao década de 40 e o ano de 1962, tendo como indicadores o modelo do automóvel que no momento atravessava a ponte em direção à Madalena, mas principalmente  o do paredão da margem direita do rio cuja construção se iniciou na década de 40, deixando apenas 2 arcos livres da ponte entre as colunas comemorativas e o paredão, tal como se vê na imagem, mas ao que parece na altura abusaram em demasia no estreitamento do leiro do rio. Na verdade, a ponte foi construída há quase 2000 anos pelos romanos com 18 arcos (eu penso que até eram 19) mas fiquemo-nos pelos 18, e por alguma razão seria, pois, os romanos eram exemplares no dimensionamento daquilo que construíam, e que me conste, a atual bacia hidográfica que abastece o rio Tâmega, é a mesma de há dois mil anos. Abusivamente, já há muito tempo, as construções de edifícios foram nascendo adossadas à ponte nas duas margens, deixando apenas livres 12 arcos dos 18 iniciais, 6 para cada lado das colunas, embora na altura estas ainda não existissem. Vai daí que com a construção do paredão, dos 12 arcos que ainda estavam desimpedidos, 4 foram abafados e restaram apenas 8 para leito do rio, ou seja 10 arcos da ponte inicial foram até aí abafados, o que manifestamente se mostrou insuficiente, tendo em 1959 havido um despacho ministerial para desafogar 3 arcos da ponte. Não sei o que se passou, as obras realmente iniciaram-se em 1962 tendo sido concluídas em 1964, mas dos 3 arcos, apenas 1 (um) foi desafogado, pois atualmente entre as colunas e o paredão apenas existem 3 arcos desimpedidos.

 

 

08
Set25

Quem conta um ponto...


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745 - Pérolas e Diamantes: Os profissionais da manipulação

 

Mesmo o estado democrático quer controlar o que é noticiado, sobretudo na televisão. O estranho é que mais do que querer controlar a realidade, pretenda controlar a virtualidade. Insistem sempre no jogo duplo. Para alguma coisa servem os assessores, que são, quase todos, criadores de notícias falsas. A pedido dos patrões, desinformam através da manipulação da informação, mexendo os fios dos bonifrates, como se estivessem num teatro de fantoches. Compram as notícias em troca de favores. Afastam as vozes incómodas. Distribuem tachos e prebendas, títulos e cargos públicos. Os seus representantes dizem-se democratas isentos, mas não passam de manipuladores (profissionais do comentariado/comissariado). E eu conheço tantos! Tantos pavões com cauda de plástico a quem remuneram para papaguearem propaganda política embrulhada em papel celofane de comentário, como aconteceu com um tal de Bugalho, que agora passeia a sua brilhante inutilidade no parlamento europeu. Immanuel Kant dizia que cada ser humano tem uma disposição natural para a metafísica. Ou seja, que cada um de nós, mesmo que não estude filosofia, tem um certo entendimento das coisas. Mas a verdade é que estes novos fazedores de opinião (profissionais do comentariado/comissariado) parecem bonecos feitos a partir de uma conceção superior, vestidos de determinada maneira que decoram determinados textos e que depois os despejam em espaços de opinião rigorosamente vigiados, premeditados, editados e difundidos. Esta é a filosofia da coisa: embasbacar os saloios. A ética são as circunstâncias. Pior do que o medo, é a consciência da traição. Não a traição ao partido, mas a traição às ideias que o formaram e enformaram. Aristóteles, dizia, provavelmente na brincadeira, que “muita gente morreu porque queria ser corajosa”. E até ia mais longe, declarava também que os audazes, os intrépidos audazes, também são cobardes, mas em vez de fugirem para trás, fogem para a frente. Por seu lado, Sócrates assegurava, para quem o queria ouvir, que falava sempre das mesmas coisas da mesma maneira, nos seus combates dialéticos contra Cálicles, que falava sempre de maneira diferente sobre coisas diferentes. Os ditos comentadores (profissionais do comentariado/comissariado) não querem saber da realidade. Apenas querem, com a manobra das palavras, criar uma espécie de realidade que se adeque ao seu pensamento. Aos interesses de quem lhes paga. Aos subtis interesses de quem lhes paga. E bem, por sinal. Muitos deles são manipuladores porque gostam de o ser. É assim que se realizam e se tornam úteis. Aos que lhes pagam. Ou seja, juntam o útil ao agradável. Também eles têm a sua própria escala de necessidades. A que se segue uma escala de desejo. E depois surge a escala do prazer. É então que a manipulação acontece, como se fosse um processo natural. E esse pensamento manipulado e manipulador, faz com que do lado de lá do ecrã, o basbaque pasme, fique admirado, se espante, se sinta fascinado por qualquer coisa que o tal comentador (profissional do comentariado/comissariado) ou analista, diga, defenda ou ataque. Quem recebe honrarias, torna-se passivo relativamente a quem as oferece. Ninguém se submete à ideia da neutralização dos excessos. A canonização dessa gente que se diz comentarista provém de uma falácia. Terem um espaço específico é uma forma complexa de catecismo. O comentário livre e isento, pode ser, por vezes, contraditório, mas tem de ser, obrigatoriamente, antagónico com o exercício do poder. Os comentaristas (profissionais do comentariado/comissariado) do regime são gente capaz de nos vender uma feijoada à transmontana como um prato vegetariano, se o porco se alimentar de produtos biológicos. Fazem da realidade um jogo de legos que montam e desmontam a seu belo prazer, para melhor a compreendermos. A verdade é que manipulam sempre os resultados para irem de encontro aos seus desejos, que mais não são do que os desejos de quem lhes paga. Mais do que saber qual é a resposta, o que devemos tentar saber é qual será a pergunta que eles colocam a si próprios. O comentário manipulado é um jogo de espelhos. E de egos. Ou seja, também esta nossa democracia, dita liberal e social-democrata, tem os seus tartufos. Tartufos e cogumelos são bons para os tachos. Com ou sem vitualhas. Bem vistas as coisas, é só virtudes. Mas apenas os mais coloridos são alucinogénios.

João Madureira

 

01
Set25

Quem conta um ponto...


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744 - Pérolas e Diamantes: Andava eu com...

 

Andava eu com a minha máquina fotográfica a tirar retratos aos participantes de uma dita festa dos povos cheia de romanos embonecados e de arraia-miúda enroupilhada de dourado e coisas assim, quando me vi ali no meio dos políticos do poder autárquico, e afins, em campanha eleitoral disfarçada de inauguração do evento, onde não faltaram as chefias das forças militares, ajaezadas de gente que é capaz de ir para a guerra fardada mas que não participa numa já lá vão para aí 50 anos e apenas disparam tiros sei lá de quê nas carreiras de tiro. Reparei que o clero primou pela ausência (será que os pagãos ainda lhes metem medo?), bem assim como a oposição autárquica, que, ao que me disseram, anda muito dividida, pois em vez de escolherem um homem da casa, que o havia sério, competente e disponível, foram convidar um independente, já pretendente ao cargo vai para muito tempo, que não se mostra capaz de unir uma família desunida. E carente. E desnorteada. Senti-me, na verdade, insuficientemente embonecado para participar naquele circo ambulante. Senti-me como um palhaço triste a colaborar naquela alegre palhaçada. A ver umas bonitas e competentes bailarinas a dançar para dar nas vistas, um par de senhores a brincarem aos imperadores e um presidente de câmara com cara de caso. Pensei que é notória, nessa tal festa dos povos, uma glorificação pelo invasor, pelo colonizador, pelo opressor. E os ditos povos nem vê-los. Mas. Existe neste país a atração fatal pelo endeusamento de quem sempre o tratou mal. Começando pelos romanos e acabando nos franceses. Ou espanhóis. Ou ingleses. No final da pantomima, depois de uma piada grossa do dito imperador, e do seu assessor, sobre orgias, o senhor presidente, entre o atarefado e o presciente, convocou os jornalistas, uns mais do que outros, convém dizer, para proferir umas banalidades sobre a tal festa, que os jornalistas engoliram, que remédio, e acabaram por difundir como se fossem factos. Ou coisa parecida. No fundo, os presidentes das autarquias gostam de transformar pantomima em factos que os jornalistas reproduzem, muitas das vezes, sem crivo ou critério. Uns mais do que outros. Claro está. Pois a vida custa a todos. Mas, ao que sabemos, o senhor presidente gosta de trazer os jornalistas sempre atrás de si. Ele vive deles. Eles respondem-lhe na mesma moeda. Porque será? Não é por causa da comunicação social que o senhor presidente, com ares de George Clooney, perderá as eleições. A comunicação social é-lhe favorável, fiel, confia nele. E esse badalado descuido da atribuição de subsídios a um clube de futebol já passou à história. Falou-se dele, mas à boca pequena. Quase toda a gente vive dependente da Câmara ou da gente que nela manda. Os pequenos descuidos críticos são pagos com língua de palmo. Esta campanha eleitoral está a ser uma festa pegada, com foguetes, bailaricos, inaugurações, beberetes. E à volta, os montes a arder. As sirenes dos bombeiros a tocar. As chamas do inferno a iluminarem as noites. E o povo da urbe na festa. A fazer ouvidos de mercador. Sensível no palavrório e indiferente nos atos. A vida são dois dias. E Portugal que arda. São necessários aviões para combater os incêndios? Para o ano vamos pensar nisso. Agora vai de gastar o dinheirinho nas festas, seja dos pontais, dos povos, dos santos populares, das jornadas da juventude. Tudo num virote. Todos a colecionar cadernetas de cromos autárquicos. Devem ser às dezenas de milhares a encherem as rotundas deste país de caras larocas. Uns mais assim, outros mais assado, mas tudo vinho da mesma pipa. Um faz que vaz ou vaz que faz, aquele ama, o outro merece mais, uns mais assim e outros mais assado, uns a rirem outros a olharem fixamente o transeunte nos olhos, como a cobra faz aos passarinhos. Uns garantem ir realizar tudo e mais alguma coisa. E os outros afiançam dobrar a dose. Todos prometem o que o povo quer alcançar desde que o povo é povo: sol na eira e chuva no nabal. E o povo povinho povo faz mais um esforço inglório para acreditar. E lá vai com os da feira e vem com os do mercado. E até é tão altruísta, crente e benévolo, que vota nos que lhe andam sempre a mentir, ou a fugir à verdade – e digo isto desta forma para não ferir a sensibilidade dos leitores mais sugestionáveis – em troca de uma esferográfica, ou coisa que o valha. Pergunto-vos, será que o vosso voto vale assim tão pouco? Faço agora uma pausa e ponho-me a ler os programas políticos, de olhos piscos. Adormeço a cantarolar a canção dos Heróis do Mar: “Não há ninguém capaz de me dar o que eu queria, alegria, alegria…”

João Madureira

PS: Notei que nesta festa havia três imperadores, um que se limitava a pronunciar brejeirices serôdias, outro que só acenava e sorria. Afinal, qual deles era o fake? Provavelmente o terceiro.

 

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