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Out07
Chaves Rural, Vila Meã, Portugal
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E cá estamos de volta às nossas aldeias de Chaves, hoje, Vila Meã.
Entre Chaves e Vila Meã, existem apenas uma aldeia (Outeiro Seco), mesmo assim, Vila Meã fica a 10 quilómetros, distância que hoje em dia é insignificante, mas que há umas dezenas de anos atrás, tinha que se passar por muitos campos de cultivo para chegar até Chaves.
Geograficamente, Vila Meã localiza-se a Norte da cidade de Chaves, na margem direita do Tâmega, ali mesmo à beirinha, onde o Tâmega faz fronteira com a Galiza.
Vila Meã pertence à freguesia de Vilarelho da Raia. Estamos em terra da raia, terra com muitas histórias para contar do contrabando e dos espanhóis da guerra, em terras onde o Vale de Chaves e o Vale de Monterrei se encontram e misturam, também com a montanha barrosã.
Segundo dizem os entendidos, Vila Meã foi um curato no princípio do século XVIII e paróquia, ou seja era onde um cura tinha a sua casa e as suas terras, casa que ainda hoje existe. É uma casa senhorial, sem pedra de armas, mas com um belo relógio de sol, o mesmo que hoje trazemos em fotografia (e com ponteiro) . A Igreja, que foi matriz, é da devoção a Santa Comba de Bande. A concha que a ornamenta sugere que este seria mais um dos pontos de passagem dos peregrinos de Santiago de Compostela.
Hoje deixo-vos com as fotos do relógio de sol, do tanque e fonte junto ao cemitério. O tanque já não recebe lavadeiras, mas recebe água pura e cristalina, só assim é possível o “tapete” verde e aveludado que lhe cobre a superfície, estas algas sabem bem onde beber. (suponho que são algas. Sei que têm nome, talvez popular, mas de momento não recordo o nome).
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E assim vamos cumprindo a promessa de trazer por aqui todas as aldeias do concelho e a de hoje, dedico-a a todos os visitantes ausentes da terrinha e a uma visitante deste blog (em especial), que o visita desde o Brasil e nela passou apenas uns meses da sua juventude e, não resisto e trazer aqui algumas das suas palavras (de um mail) e das recordações que guardou de Vila Meã :
«- Ele(pai) Foi inesquecível os 4 meses que passei nessa aldeia, marcaram a minha vida e o meu destino. morava numa aldeia chamada de "Vila Meã da Raia" ele veio tentar a sorte no Brasil ainda muito moço e depois disto retornou a Portugal por volta de 1972 e me levou junto (eu tinha uns 7 anos).
As recordações permanecem vivas, porquanto muito me ensinaram: com minha avó aprendi a amar todas elas, com as crianças aprendi a correr livre pela relva, com toda a gente aprendi a dançar pela vida e beber vinho e que qualquer hora era boa pra se cantar e rezar na capelinha.»
E por hoje é tudo, amanhã cá estarei de novo com mais uma aldeia de Chaves.