Um poeta, um poema, seis quadras, sete imagens de Chaves - Portugal
.
Rio Tâmega
Rio Tâmega, teu nome
Não é só de perfeição;
Tens beleza e fealdade,
Humana contradição.
.
.
És belo se te insinuas
Entre oliveira e choupal;
Lento, largo, vigoroso,
Orla de praia estival.
.
.
És belo se não afogas;
Se não levas na corrente,
Varado de sete bala,
O corpo resistente.
.
.
És belo se não enredas
Quem do mundo se amofina;
Se não cobres de vergonha
O teu rosto de neblina.
.
.
És belo se natural
Aos olhos do curioso;
Se não inundas a terra
Com tua baba de lodo.
.
.
És belo nos teus segredos,
De povo em povo a correr.
És alegria e tristeza,
Conforme a onda quiser…
In “Poemas Transmontanos” – 1978 – Edgar Carneiro
.
.