Chaves de Ontem de de Hoje - Baluarte do Cavaleiro

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Baluarte do Cavaleiro, eis o nome que lhe calhou em sorte num remate seiscentista de uma muralha medieval.
Construído com a nobre missão de defender a Vila de Chaves, pouco defendeu, que se saiba, mas serviu mais tarde para encosto de casas e habitações e, se elas, serviram para lhes tapar as vistas e não lhe acrescentaram qualquer beleza, também não se meteram com ela. Encostaram-se a ela, ou adossaram-se a ela e foi tudo, ou quase, até ao ano de 2001 em que o baluarte se cansou de estar de pé e ruiu, levando consigo as casas a ele adossadas.
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Tal como acontece na Rua do Sol, já estava-mos habituados ao encosto das casas. Inicialmente aquele sítio ficou estranho, com pedra sobre pedra que não resistiu à força da natureza. Decidiu-se e bem, reconstruir o baluarte e dar-lhe a forma original de baluarte, apenas baluarte.
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Depois de uma reconstrução atribulada com novo desmoronamento pelo meio, finalmente o baluarte fica de pé. Após a reconstrução, a imagem inicialmente é estranha para quem estava habituado a ver-lhe as casas adossadas e passar por lá, ver o correeiro e o sapateiro Quim, as bugigangas o fotógrafo e os óculos, até advogado havia por lá…felizmente já ninguém habitava por lá e a desgraça ficou-se apenas pela derrocada, sem sacrifício de vidas pelo meio. Calhou!
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Estranhas as novas vistas, mas penso que toda a gente concordou com a nova imagem e não fossem negociações mal negociadas e teimosias que acabaram na eternidade dos tribuniais, acrescidas d os “guardas” do lixo que lá lhe plantaram, e neste momento o baluarte poderia mostrar toda a sua nobreza, mas não. A um canto o lixo que convida toda a gente ao afastar-se do local e depois a cerca campista com carro estacionado, dão ar terceiro mundista à nobreza de um baluarte de um cavaleiro de uma cidade que aspira ser património da humanidade!
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Já era tempo do acampamento estar resolvido tal como o interior do baluarte e a ilha do cavaleiro estarem abertos à cidade em vez de envelhecerem e degradarem-se por falta de uso ou mau uso, mas enfim, vamos aguardando por melhores dias e que estes pormenores sejam entendidos como partes que servem e devem servir para melhorar a imagem da cidade. Vamos ter fé.
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Ficam as imagens para fazer um pouco de história e também memória futura de um local, um pormenor que até se nota e entra nas vistas de quem nos visita e muita gente se pergunta o que faz o raio de uma vedação e um carro estacionado (para além do lixo) encostado à muralha.


